Lugar de Fala
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Avaliações de Lugar de Fala
37 avaliações3 avaliações
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Livro maravilhoso! Como sempre, Djamila nos apresenta temas atuais e extremamente necessários para a construção de uma sociedade mais justa. Recomendo totalmente
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Maravilhoso! Extremamente necessário na luta antirracista, antimachista, antiLGBTfóbica e na luta de classe ! Para um pensamento decolonial!
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5É um livro que vale a pena ser lido e relido por todas as pessoas. Entender o conceito de lugar de fala é, a partir da leitura que faço deste livro, entender a dinâmica de dominação e de silenciamento de grupos colocados à margem, subalternizados. Nosso passado escravocrata ainda grita, na tentativa de manter os privilégios de voz e de dominação de determinados grupos. Certamente vou reler.
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Lugar de Fala - Djamila Ribeiro
Copyright © 2019 Djamila Ribeiro
Todos os direitos reservados a Pólen Livros, e protegidos pela
Lei 9.610, de 19.2.1998. É proibida a reprodução total ou parcial
sem a expressa anuência da editora.
Este livro foi revisado segundo o Novo Acordo Ortográfico
da Língua Portuguesa.
Direção Editorial
Lizandra Magon de Almeida
Revisão
Luana Balthazar
Projeto gráfico e diagramação
Daniel Mantovani
Foto da Capa
Ricardo Prado
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Angélica Ilacqua CRB-8/7057
Ribeiro, Djamila
Lugar de fala / Djamila Ribeiro. -- São Paulo : Sueli Carneiro ; Pólen, 2019.
730Kb. (Feminismos Plurais / coordenação de Djamila Ribeiro)
ISBN: 978-85-98349-85-5
1. Feminismo 2. Negras 3. Mulheres I. Título II. Série
Sumário
Capa
Créditos
Dedicatória
Agradecimentos
Apresentação
Um pouco de história
Mulher negra: o outro do outro
O que é lugar de fala?
Todo mundo tem lugar de fala
Notas e referências
À Thulane, pedaço de mim e do mundo.
AGRADECIMENTOS
A Odé, à Carla Moradei Tardelli por me desvelar a ideia de escrever um livro, e ao Rodney William por cuidar do meu Ori.
A Joice Berth, Isis Vergílio, Juliana Borges.
Agradecimento especial ao Brenno Tardelli, pela cumplicidade na escrita, na vida e no amor.
E o risco que assumimos aqui é o do ato de falar com todas as implicações. Exatamente porque temos sido falados, infantilizados (infans é aquele que não tem fala própria, é a criança que se fala na terceira pessoa, porque falada pelos adultos) que neste trabalho assumimos nossa própria fala. Ou seja, o lixo vai falar, e numa boa.
Lélia Gonzalez,
Racismo e sexismo
na cultura brasileira.
Djamila Ribeiro
O objetivo da coleção Feminismos Plurais é trazer para o grande público questões importantes referentes aos mais diversos feminismos de forma didática e acessível. Por essa razão, propus a organização – uma vez que sou mestre em Filosofia e feminista – de uma série de livros imprescindíveis quando pensamos em produções intelectuais de grupos historicamente marginalizados: esses grupos como sujeitos políticos.
Escolhemos começar com o feminismo negro para explicitar os principais conceitos e definitivamente romper com a ideia de que não se está discutindo projetos. Ainda é muito comum se dizer que o feminismo negro traz cisões ou separações, quando é justamente o contrário. Ao nomear as opressões de raça, classe e gênero, entende-se a necessidade de não hierarquizar opressões, de não criar, como diz Angela Davis, em Mulheres negras na construção de uma nova utopia, primazia de uma opressão em relação a outras
. Pensar em feminismo negro é justamente romper com a cisão criada numa sociedade desigual. Logo, é pensar projetos, novos marcos civilizatórios, para que pensemos um novo modelo de sociedade. Fora isso, é também divulgar a produção intelectual de mulheres negras, colocando-as na condição de sujeitos e seres ativos que, historicamente, vêm fazendo resistência e reexistências.
Entendendo a linguagem como mecanismo de manutenção de poder, um dos objetivos da coleção é o compromisso com uma linguagem didática, atenta a um léxico que dê conta de pensar nossas produções e articulações políticas, de modo que seja acessível, como nos ensinam muitas feministas negras. Isso de forma alguma é ser palatável, pois as produções de feministas negras unem uma preocupação que vincula a sofisticação intelectual com a prática política.
Não é sem fundamento ou sorte começarmos com o título Lugar de fala. A razão é que vimos a necessidade de contribuir para um debate mais saudável, honesto e com qualidade. Acreditamos que discussões estéreis e dicotomias vazias que se balizam por é um conceito importante ou não é?
tentam encerrar uma teoria em opiniões ou inversões lógicas. E o mais importante: há a tentativa de deslegitimação da produção intelectual de mulheres negras e/ou latinas, ou que propõem a descolonização do pensamento. O propósito aqui não é impor uma epistemologia de verdade, mas contribuir para o debate e mostrar diferentes perspectivas.
Com vendas a um preço acessível, nosso objetivo é contribuir para a disseminação dessas produções. Para além desse título, abordamos também temas como encarceramento, racismo estrutural, branquitude, lesbiandades, mulheres, indígenas e caribenhas, transexualidade, afetividade, interseccionalidade, empoderamento, masculinidades. É importante pontuar que essa coleção é organizada e escrita por mulheres negras e indígenas, e homens negros de regiões diversas do país, mostrando a importância de pautarmos como sujeitos as questões que são essenciais para o rompimento da narrativa dominante e não sermos tão somente capítulos em compêndios que ainda pensam a questão racial como recorte.
Grada Kilomba em Plantations Memories: Episodes of Everyday Racism, diz:
Esse livro pode ser concebido como um modo de tornar-se um sujeito
porque nesses escritos eu procuro trazer à tona a realidade do racismo diário contado por mulheres negras baseado em suas subjetividades e próprias percepções. (KILOMBA, 2012, p. 12)
Sem termos a audácia de nos compararmos com o empreendimento de Kilomba, é o que também pretendemos com essa coleção. Aqui estamos falando em nosso nome
¹.
Djamila Ribeiro
Antes de chegarmos ao que se entende sobre o conceito de lugar de fala propriamente dito, é importante falarmos dos percursos de luta e intelectuais de mulheres negras durante