Despindo a Morte
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Sobre este e-book
Inconformado, pensa em desistir da vida, mas encontra no estudo da Doutrina Espírita o consolo para suas dores, tendo amparo do seu avô desencarnado.
Após desencarnar, ao despertar na espiritualidade, é surpreendido com uma descoberta que lhe fará compreender que até as maiores dificuldades são bênçãos e que os planos de Deus são perfeitos; relembra vidas passadas e reencontra almas afins.
Para proteger seu grande amor de um terrível equívoco ele reencarna. Demonstrando verdadeira abnegação.
Vidas passadas, reencarnação, vida no plano espiritual, obsessão espiritual e laços familiares são alguns dos temas abordados nesta reconfortante obra mediúnica narrada pelo Espírito Lúcio.
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Avaliações de Despindo a Morte
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- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Livro lindo, de fácil entendimento para quem não tem conhecimentos ou esta começando os estudos de espiritismo.
Recomendo muito!
Pré-visualização do livro
Despindo a Morte - Gabrielle Biondi
Copyright © 2019 Gabrielle Biondi
1ª edição eletrônica: julho de 2020
Capa: André Stenico
Projeto eletrônico: MarcoMelo.com.br
Revisão: Letra Espírita
ISBN 978-65-990558-7-4
Despindo a morte| Gabrielle Biondi, pelo espírito Lúcio
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CARTA AO LEITOR
Querido amigo leitor,
Convido você a mergulhar na incrível e inspiradora experiência dos companheiros Athos e Luci, almas afins que lutaram para se manterem unidas e ao mesmo tempo se desimpregnarem dos vícios terrenos. Tive a honra de auxiliá-los em suas jornadas, e, tocado pelo amor que dispõem um pelo outro, senti que deveríamos juntos compartilhar essa experiência encantadora. Trago a você essa história, escrita por eles e confiada a mim para que fosse feita a transmissão através da psicografia, em que dito a vivência íntima de cada um dos personagens, como eles as descreveram. Assim como eles, muitos irmãos desencarnados vitoriosos em suas experiências terrenas, vêm a mim para que suas batalhas sejam contadas e sirvam de inspiração para aqueles que enfrentam as dificuldades do mundo físico. Emocionado pela forma que descrevem, transmito as histórias exatamente como são escritas, para que assim como eu sintam as emoções dos nossos irmãos.
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PARTE I
O ACIDENTE
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I. Como tudo aconteceu
Meu nome é Ricardo, tenho, atualmente, 32 anos e venho contar a minha história.
Eu fui casado (digo fui, porque ainda não tenho certeza se ainda sou), tenho duas filhas, Sabrina e Melissa.
Sabrina, a mais velha, hoje com 8 anos, sempre foi muito desapegada, aventureira e destemida. Já a Melissa, de 6 anos, é uma criança meiga, às vezes teimosa e muito apegada a mim. Acredito que nossa relação, de tão forte, seja reflexo de convivência em outras encarnações, mas se realmente estou com uma percepção correta, isso me será revelado no momento oportuno.
Minha até então esposa (vou chamá-la de esposa durante a narrativa) se chama Lívia, uma mulher lindíssima, com cabelos castanhos, olhos cor de mel, pele clara e corpo invejável. Apaixonei-me logo à primeira vista.
Nós nos conhecemos no colégio, quando eu tinha 15 e ela 13 anos. Eu sempre ia para a porta de sua sala só para vê-la ir embora e, com o pretexto de que tínhamos o mesmo caminho de volta, sempre fazia o mesmo percurso dela na volta das aulas, apesar de morar muito longe dela. Demorei muito tempo para levá-la à minha casa quando começamos a namorar, com receio dela descobrir que eu morava do outro lado da cidade.
Quando completei 18 anos, depois de ter conhecido outras moças, mas ainda sem coragem para me abrir com Lívia, me impus o objetivo de me declarar para ela, independente do que estaria por vir. E então, no último dia de aula, antes da minha formatura, me ofereci para levá-la em casa. Tinha acabado de tirar minha carteira de motorista e lhe disse que ela seria a primeira pessoa a quem eu daria uma carona. Ela enrubesceu, entrou no meu carro, e fomos em direção à casa dela. No caminho, eu pensava em mil assuntos para iniciarmos uma conversa, mas temia parecer bobo. Até que ela começou a falar sobre o tempo.
– Está frio hoje, não?
– Pois é.
Não conseguia falar mais nada. As palavras sumiram e um nó imenso se formou em minha garganta. Comecei a andar mais devagar vendo que nos aproximávamos de sua casa. Mesmo em silêncio, não queria que aquele momento acabasse e ela fosse embora. E quando finalmente chegamos, tentei reunir forças e coragem para dizer a ela tudo que desejava, mas simplesmente não conseguia. Foi quando ela se despediu olhando fundo nos meus olhos, como se soubesse todo o turbilhão que se passava dentro de mim naqueles momentos e, sem que eu percebesse, estávamos nos beijando.
Depois disso, começamos nos envolver mais e então começamos a namorar. Eu me formei no colégio e fui para faculdade. Dentre tantas opções, decidi cursar Direito, devido à influência do avô, que foi um grande advogado e que, no auge de sua carreira, decidiu viver mais e trabalhar menos. Parece que sentia que havia chegado o final de sua vida, pois pouco tempo depois de abrir mão do materialismo, pela liberdade
, como ele dizia, foi diagnosticado com câncer, e, meses depois, veio a falecer, sendo essa a minha primeira grande perda.
Formei-me aos 23 de anos, quando pedi Lívia em casamento. Ela decidiu não fazer faculdade, queria ter uma loja e assim o fez. Gostava de lidar com pessoas, conversar, estar livre
, como ela dizia. Com um ano e meio de casados, veio a Sabrina. Minha primeira menininha me trouxe uma das maiores sensações de amor que já experimentei! Um amor indescritível, um desejo de ser onipotente e onipresente para impedir qualquer sofrimento que pudesse afligir minha filha.
Dois anos depois, veio o nosso outro presente, a doce Melissa. Nossa família era motivo de orgulho para nossos pais e motivo de inveja para os outros. Lívia e eu tínhamos raras brigas, assim como nossas meninas. Vivíamos em paz. De fato, posso dizer que estava realizado e feliz.
Hoje, vendo como estou, penso que deveria ter pensado mais em minha espiritualidade, mesmo sem seguir algum caminho que leve a Deus em específico. Mas nós, seres humanos, temos o péssimo hábito de nos voltarmos para as questões espirituais somente quando estamos passando por momentos difíceis.
Aos 30 anos, fui convidado para ministrar uma importante palestra num congresso em minha área de atuação profissional. Sentia-me invencível, uma vez que era casado com uma bela mulher, tinha lindas filhas, uma boa casa, carros e sucesso no meu emprego. Uma visão totalmente materialista. No dia da viagem, resolvi ir dirigindo, já que havia comprado um carro novo e queria testá-lo na estrada. Lívia não se sentia bem com essa ideia, achava as estradas perigosas, como de fato são. Mas eu acreditava ser invencível demais naquela época para aceitar qualquer conselho.
Na noite que antecedeu minha viagem, minha esposa insistiu uma última vez para que eu não me expusesse àquele risco, dizia sentir algo ruim quando mencionávamos a viagem. Quando lembro desse detalhe, sinto ainda mais remorso e até um pouco de vergonha, por ter ignorado a tentativa dos amigos espirituais em me alertarem por meio de Lívia.
Saí cedo naquele dia, queria evitar qualquer atraso na minha programação. Despedi-me das minhas filhas, que ainda dormiam, e beijei levemente a testa de Lívia para não acordá-la. A estrada vazia e o som a todo volume, me estimulavam a acelerar mais e mais o carro novo, justificando a mim mesmo que devia testar o motor. E quanto mais eu me via ali sozinho, mais acelerava, fazia as curvas quase que saindo da estrada, a sensação da adrenalina era indescritível.
Infelizmente em uma das curvas que fiz a todo vapor, encontrei um caminhão em minha frente. De maneira arbitrária, ele tentava ultrapassar um outro, estando por aqueles segundos determinantes na minha pista, na minha frente. O encontro foi rápido, não houve tempo para reações heroicas, colidimos. A carcaça dura e resistente do caminhão, protegeu o motorista que não teve traumas tão graves. Não me recordo com riqueza de detalhes, na verdade quando me esforço para descrever a cena, lembro-me apenas de flashes e apagões em permeio. Fecho os olhos e lembro-me do carro completamente destruído, pedaço da frente do caminhão e seus vidros prestes a cair sobre mim. Depois tudo fica escuro, só consigo escutar sirenes e gritos, em seguida os sons também se vão. Acordo por alguns minutos devido um barulho de ferro se quebrando, um som alto e próximo, minha visão retorna junto aos sentidos por alguns instantes, em que pude sentir meu corpo sendo levado para outro local. Tudo some novamente e permanece apenas uma sensação de apertar e soltar sincronicamente o meu peito. Após essas memórias desconexas despertei em um hospital.
Estava com um tubo na boca, o que me causava uma péssima sensação. Queria tossir, arrancá-lo de lá, mas simplesmente não conseguia. Que desespero! Comecei a ficar agitado. Logo lembrei-me da minha família, deviam estar muito preocupados. Minha Lívia me pediu tanto, veja o que fiz com minha família, devem estar em terrível angústia. Tentei sentir minhas pernas e braços, não consegui! Tentei movê-los, não consegui! A agitação foi aumentando, o desconforto do tubo se tornou insuportável e para piorar, um apito começou a soar de um dos aparelhos ao meu lado. Queria gritar e correr dali, mas não conseguia. O período de desespero parecia que seria cessado, quando vi uma enfermeira se aproximar, mas antes que eu pudesse tentar alguma comunicação ela aplicou uma medicação e eu dormi.
Sonhei com meu falecido avô. Ele andava em minha direção, estava vestido com roupas brancas e era possível perceber em seu semblante uma tranquilidade única. Senti-me confortado com sua presença, calmo, protegido. Ele apenas disse:
– Terá de desenvolver sua fé a partir de hoje. Não era esse o previsto para você, mas já que assim foi, agradeça pelos anos em que esteve na Terra e cumpra