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Trecho do livro Alienação e liberdade – Escritos psiquiátricos: Capítulo 2 da parte 3 – Encontro entre a sociedade e a psiquiatria (1959-60)
Trecho do livro Alienação e liberdade – Escritos psiquiátricos: Capítulo 2 da parte 3 – Encontro entre a sociedade e a psiquiatria (1959-60)
Trecho do livro Alienação e liberdade – Escritos psiquiátricos: Capítulo 2 da parte 3 – Encontro entre a sociedade e a psiquiatria (1959-60)
E-book59 páginas53 minutos

Trecho do livro Alienação e liberdade – Escritos psiquiátricos: Capítulo 2 da parte 3 – Encontro entre a sociedade e a psiquiatria (1959-60)

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Sobre este e-book

Trecho do livro "Alienação e liberdade – escritos psiquiátricos" contendo o Curso de Psicopatologia Social na Universidade de Túnis, com introdução de Lilia Ben Salem. O curso foi ministrado por Frantz Fanon aos estudantes matriculados no programa dos bacharelados em sociologia e em psicologia na diplomação de psicologia social, ao longo do ano letivo de 1959–60. Ao longo do curso, Fanon comenta sua experiência como psiquiatra no Hospital de Blida, seus conflitos com colegas a respeito dos métodos de intervenção psiquiátrica; os novos métodos, como a socioterapia e a psicoterapia institucional, algo que, na época, era revolucionário. Além de evocar, como não poderia deixar de ser, as relações entre negros e brancos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de jun. de 2020
ISBN9786586497038
Trecho do livro Alienação e liberdade – Escritos psiquiátricos: Capítulo 2 da parte 3 – Encontro entre a sociedade e a psiquiatria (1959-60)
Autor

Frantz Fanon

Praise for A Dying Colonialism "The writing of Malcolm X or Eldridge Cleaver or Amiri Baraka or the Black Panther leaders reveals how profoundly they have been moved by the thoughts of Frantz Fanon." -The Boston Globe

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    Trecho do livro Alienação e liberdade – Escritos psiquiátricos - Frantz Fanon

    capa

    Excerto do livro

    ALIENAÇÃO E LIBERDADE

    ESCRITOS PSIQUIÁTRICOS

    FRANTZ FANON

    TRADUÇÃO

    SEBASTIÃO NASCIMENTO

    ORGANIZAÇÃO

    JEAN KHALFA E ROBERT J. C. YOUNG

    APRESENTAÇÃO

    Fanon: uma filosofia para reexistir

    Renato Noguera

    ENCONTRO ENTRE A SOCIEDADE E A PSIQUIATRIA

    Sobre o autor

    APRESENTAÇÃO

    FANON: UMA FILOSOFIA PARA REEXISTIR

    RENATO NOGUERA

    Em 1951, aos 25 anos de idade, o martinicano Frantz Fanon escreveu Essai sur la désaliénation du Noir [Ensaio sobre a desalienação do negro], seu trabalho de conclusão do curso de medicina na área de psiquiatria. A comissão julgadora não o aprovou, ponderando que um estudo clínico seria mais adequado. Essa reprovação diz muito mais sobre a universidade francesa do que sobre o candidato, que reagiu apresentando outra tese em pouco tempo.

    O que esse episódio revela? Antes de mais nada, que o estreitamento cognitivo da academia francesa dos anos 1950 impediu de vir à tona um trabalho autêntico de tema urgente e incômodo. Fanon lançava mão de um repertório criativo e de uma estratégia de sobrevivência típica de pessoas negras em contextos de colonização e de opressão racial. Ele precisou se adaptar e se reinventar e chegar aos limites da exaustão para ser aceito. Num prazo curtíssimo – duas semanas –, ele submeteu à banca uma nova tese, Alterações mentais, modificações de caráter, distúrbios psíquicos e déficit intelectual na heredodegeneração espinocerebelar: um caso de doença de Friedreich com delírio de possessão. Na arguição, Fanon, extremamente articulado, rebateu as objeções com segurança e erudição.

    Em 1952, parte da tese reprovada foi revisada e publicada sob o título Pele negra, máscaras brancas, livro que se tornou um marco do século XX para estudos de relações étnico-raciais, racismo, colonização, descolonização, antirracismo, abusos psiquiátricos e interfaces entre estudos da subjetividade e da política. Fanon faz uma análise crítica do projeto colonial racista, examinando seus dispositivos de vendas de máscaras brancas para incluir as populações negras no rol do mundo civilizado.

    Fanon procurou o intelectual e ativista político francês Francis Jeanson, um dos editores da revista Les Temps Modernes – lançada em outubro de 1945, a publicação dava voz a intelectuais que discutiam filosofia, política, arte e cultura no período do pós-guerra. O filósofo martinicano queria pleitear que sua obra fosse resenhada na revista e pedir uma sugestão de um nome para prefaciar seu livro. Jeanson acabou por aproximá-lo de Jean-Paul Sartre, que prefaciou Pele negra, máscaras brancas e, mais tarde, em 1961, Os condenados da terra. Coube ao autor estreante a honra de ter sido introduzido pelo mais célebre filósofo francês de seu tempo.

    Na Europa, a recepção da obra foi sintomática: como é que o que mais chamou a atenção dos intelectuais não foi o conteúdo da obra, mas a autoria do prefácio? Sartre desfrutava de grande popularidade, sem dúvida, no entanto por que não se falava do livro? Ele estaria sendo desprezado em razão de seu autor ser um homem negro nascido na Martinica?

    A análise da filósofa alemã Hannah Arendt, por exemplo, ressaltou certa glamourização da violência no pensamento de Fanon. A violência torna a política impossível,¹ sustenta ela, que vê na argumentação do autor uma defesa da violência revolucionária – que Arendt desaprova como estratégia política.

    Pois bem, uma leitura detida de Fanon não revelaria outra coisa? Não se trata exatamente de propor a violência, mas de compreender que a colonização é um sistema predatório e a violência faz parte de sua dinâmica. Arendt, bem como outros comentadores, em sua crítica, não percebeu que, para Fanon, a violência é (uma forma de fazer) política. A modernidade ocidental perpetrada pela Europa seria indissociável da violência, direcionada contra a colônia, gente não branca – contra gente bárbara e incivilizada.

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