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Não basta não ser racista: Sejamos antirracistas
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Não basta não ser racista: Sejamos antirracistas
E-book250 páginas3 horas

Não basta não ser racista: Sejamos antirracistas

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Sobre este e-book

É hora de todos os brancos abandonarem a ideia de superioridade e, de fato, atuarem no combate ao racismo. Negação, silêncio, raiva, medo, culpa... essas são algumas das reações mais comuns quando se diz a uma pessoa que agiu, geralmente sem intenção, de modo racista. Ser abertamente racista não é algo socialmente aceitável. Ninguém quer ser visto assim. Mas cada vez que se nega o racismo, impedimos que ele seja abordado e que nossos preconceitos sejam discutidos. As reações de negação não servem apenas para silenciar quem sofre o preconceito, também escondem um sentimento que a autora Robin Diangelo passou a chamar de fragilidade branca. Em seus estudos, Diangelo catalogou frases, palavras e sentimentos de voluntários que se veem sem qualquer preconceito e demonstrou que, no fundo, ele estava lá. Sua proposta é que todos comecem a ouvir melhor, estabeleçam conversas mais honestas e reajam a críticas com educação e tentando se colocar no lugar do outro. Não basta apenas sustentar visões liberais ou condenar os racistas nas redes sociais. A mudança começa conosco. A AUTORA: ROBIN DIANGELO é professora universitária, autora e consultora em questões de justiça racial e social há mais de vinte anos. Não basta não ser racista ― Sejamos antirracistas ocupa as primeiras posições das listas de livros mais vendidos do mundo desde seu lançamento.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de mar. de 2023
ISBN9786586041873
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    Não basta não ser racista - Robin Diangelo

    Capítulo 1

    OS DESAFIOS DE FALAR AOS BRANCOS SOBRE RACISMO

    Não nos vemos em termos raciais

    Sou norte-americana, branca, criada nos Estados Unidos. Tenho um quadro de referência e uma visão de mundo brancos e me movo no mundo segundo uma experiência branca. Minha experiência não é uma experiência humana universal. É uma experiência particularmente branca em uma sociedade na qual a raça é profundamente determinante; uma sociedade profundamente dividida e desigual pelo critério racial. Mesmo assim, como a maioria das pessoas brancas, não aprendi a me ver em termos raciais, assim como não aprendi a chamar a atenção sobre minha raça ou a me comportar como se isso tivesse alguma relevância. Obviamente, desenvolvi a consciência de que a raça de alguém tinha importância, e se fosse para discutir raça, seria a deles, não a minha. Mesmo assim, um componente fundamental da construção da habilidade inter-racial é enfrentar o desconforto de ser vistos racialmente, de ter de agir como se nossa raça importasse (e importa!). Ser visto racialmente é um disparador comum da fragilidade branca. Logo, para construir nossa resistência racial, enquanto pessoas brancas, precisamos encarar o primeiro desafio: dar nome à nossa raça.

    Nossas opiniões carecem de informação

    Nunca conheci uma pessoa branca que não tivesse uma opinião sobre racismo. De fato, não é possível crescer ou viver algum tempo significativo — em qualquer cultura com uma história de colonização ocidental — sem desenvolver opiniões sobre racismo. E as opiniões dos brancos sobre racismo tendem a ser fortes. E, ainda por cima, as relações raciais são profundamente complexas. Temos de levar em conta que, a menos que tenhamos nos dedicado a um estudo contínuo e explícito, nossas opiniões são necessariamente desinformadas, quando não ignorantes. Como posso dizer que, se você for branco, suas opiniões sobre racismo tendem a ser ignorantes, quando nem mesmo o conheço? Posso dizê-lo porque nada na cultura geral ocidental nos dá as informações de que precisamos para ter uma compreensão ponderada da dinâmica social indiscutivelmente mais duradoura dos últimos séculos.

    Por exemplo, posso ser considerada habilitada a dirigir uma empresa grande ou pequena sem a menor compreensão das perspectivas ou experiências das pessoas de cor, com pouco ou nenhum relacionamento com pessoas de cor e praticamente nenhuma habilidade para lidar criticamente com o tópico raça. Posso fazer um curso universitário completo sem nem ao menos discutir racismo. Posso me formar em Direito sem tocar em racismo. Posso fazer um curso de formação docente sem ouvir falar do tema do racismo. Se eu fizer algum curso considerado progressista, posso ter a oportunidade de fazer uma disciplina optativa sobre diversidade. Alguns professores terão lutado durante anos para me conseguir esse curso, tendo tido de superar a resistência da maioria de seus colegas brancos, e ainda terão de lutar para manter o curso aberto. Nesse curso de diversidade, poderemos ler autores étnicos e entrar em contato com heróis e heroínas provenientes de vários grupos de cor, mas sem garantia de que discutiremos racismo.

    De fato, quando tentamos falar aberta e honestamente sobre raça, a fragilidade branca emerge imediatamente, na mesma medida em que frequentemente topamos com silêncio, atitudes defensivas, polêmica, certeza e outras formas de contra-ataque. Essas não são respostas naturais; elas são forças sociais que nos impedem de atingir o conhecimento racial de que precisamos para nos envolver mais produtivamente e funcionam para sustentar poderosamente a hierarquia racial no lugar em que ela se encontra. Tais forças incluem as ideologias do individualismo e da meritocracia, as estreitas e repetitivas representações das pessoas de cor difundidas pelas mídias, a segregação nas escolas e nos bairros, as representações da branquitude como ideal humano, a história truncada, as piadas, os alertas, os tabus contra falar abertamente sobre raça e a solidariedade branca.

    Barrar as forças do racismo é trabalho contínuo, de uma vida toda porque as forças que nos condicionam a estruturas racistas estão sempre em ação; nosso aprendizado nunca será completo. Especialmente porque nossa definição simplista de racismo — como atos intencionais de discriminação racial cometidos por indivíduos antiéticos — gera a confiança de que não somos parte do problema e que nosso aprendizado está completo. Por exemplo, talvez você já tenha ouvido alguém dizer: Aprendi a tratar todas as pessoas com igualdade, ou o que as pessoas precisam é aprender a se respeitar umas às outras e isso começa em casa. Essas afirmações tendem a encerrar a discussão e o aprendizado que adviria de um engajamento duradouro. Portanto, não são convincentes para a maioria das pessoas de cor e simplesmente invalidam suas experiências. A maioria das pessoas brancas simplesmente não entende o processo de socialização. Esse será nosso próximo desafio.

    Não entendemos a

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