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Psiquiatria Iluminada: As contribuições de André Luiz pela psicografia de Chico Xavier
Psiquiatria Iluminada: As contribuições de André Luiz pela psicografia de Chico Xavier
Psiquiatria Iluminada: As contribuições de André Luiz pela psicografia de Chico Xavier
E-book555 páginas10 horas

Psiquiatria Iluminada: As contribuições de André Luiz pela psicografia de Chico Xavier

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Sobre este e-book

O escopo desta obra é reflexionar sobre as bases de uma nova compreensão de saúde mental.
Muito além da psicopatologia, André Luiz nos apresenta relações impressionantes sobre nossa vida íntima, nossos padrões de pensamentos e hábitos arraigados como definitivos na orquestração orgânica e energética que constitui nossa indumentária carnal. Esse "vaso de barro" é revestido de complexidades ainda inalcançáveis na atual medicina. Já divisamos no cenário médico a necessidade da compreensão integradora e inter-relacionada dos aspectos biológicos, psicológicos e sociais no entendimento da salutogênese e da patogênese. Até mesmo a dimensão espiritual tem sido considerada, ainda timidamente, como aspecto pertinente à qualidade de vida e à saúde humanas. Esta obra desvela nuances primaciais da espiritualidade em nossa saúde. Novo cenário fantástico abre-se à vista dos peregrinos do entendimento, desafiando nossa capacidade de compreensão da Vida Maior. Chegou o tempo de amadurecimento das divinas lições em nossas almas.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de jun. de 2021
ISBN9786586740059
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    Psiquiatria Iluminada - Paulo Rogério Dalla Colletta de Aguiar

    Psiquiatria IluminadaPsiquiatria Iluminada

    Psiquiatria Iluminada | As contribuições de André Luiz

    pela psicografia de Chico Xavier

    Copyright © AME-Brasil Editora

    1ª Edição, 2021

    Coordenação - Departamento Editorial da AME-Brasil:

    Carlos Eduardo Accioly Durgante

    Capa e Projeto Gráfico:

    J1My M4Rt3 | Aorta | Arte Exposta

    Editoração Eletrônica:

    Cassius Gutierrez

    Revisão:

    Gaia Revisão Textual

    Ilustrações:

    Internet e J1My M4Rt3

    Fotos:

    Pexels, Pixabay e Unsplash

    Conversão para ebook:

    Cumbuca Studio

    Associação Médico-Espírita do Brasil/AME-Brasil

    Av. Pedro Severino Júnior, 323 – 1º Andar – Jabaquara

    Cep- 04310-160 – São Paulo (SP) – Fone: (11) 5585.1703

    www.amebrasil.org.br

    amebrasil@amebrasil.org.br

    Impresso no Brasil – Printed in Brasil

    DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

    Rogério Dalla Colletta de Aguiar, Paulo; Eduardo Accioly Durgante, Carlos

    Psiquiatria Iluminada | As contribuições de André Luiz pela psicografia de Chico Xavier

    São Paulo, 2021

    468 p. : il. ; 16 x 23 cm.

    1. Saúde mental. 2. Ciência médica. 3. Psiquiatria. 4. Espiritismo. I. Título.

    ISBN 978-65-86740-05-9

    CDD- 133

    Psiquiatria Iluminada

    Prefácio

    Geraldo Lemos Neto

    Apresentação

    Os organizadores

    Bases conceituais de uma nova visão da saúde mental

    1 | A visão biopsicossocioespiritual da saúde mental

    Paulo Rogério Dalla Colletta de Aguiar

    2 | Evolução ontológica e hereditariedade

    Irvênia L. S. Prada

    3 | A complexidade da mente humana e suas inclinações felizes e infelizes: predisposições mórbidas

    Antônia Marilene da Silva

    4 | Pensamento, obsessões e enfermidades

    Jaider Rodrigues de Paulo

    5 | A glândula pineal e suas relações com a saúde mental

    Jorge Cecílio Daher Jr.

    6 | Mediunidade e equilíbrio mental

    Gilson Luís Roberto

    Implicações Clínicas

    7 | Da concepção à infância: contribuições de André Luiz

    Alexandre Serafim

    8 | Desafios no campo da sexualidade

    Roberto Lúcio Vieira de Souza

    9 | Transtorno por uso de substâncias na obra de André Luiz

    Edson Luís Cardoso

    10 | Quando a mente desagrega: as origens das psicoses na obra de André Luiz

    Flávio Braun Fiorda

    Giovana Campos

    11 | Vida mental e comportamento suicida

    Alejandro Victor Daniel Vera

    12 | Os estados demenciais no final do ciclo vital

    Carlos Eduardo Accioly Durgante

    13 | Distonias mentais post mortem: a loucura no além-túmulo

    Paulo Rogério Dalla Colletta de Aguiar

    Terapêutica ampliada em saúde mental

    14 | Medidas profiláticas e terapêuticas: a prece intercessória, o passe e o Evangelho no Lar

    Ricardo José dos Santos

    15 | O papel da desobsessão na saúde mental

    Jaider Rodrigues de Paulo

    16 | Renovação de atitudes e saúde mental: saúde moral é saúde mental

    Marianna de Abreu Costa

    17 | A importância de André Luiz para a ciência do Terceiro Milênio

    Décio Iandoli Jr.

    Tempos de reflexão

    Márcia Regina Colasante Salgado

    Sobre os Autores

    Prefácio

    Geraldo Lemos Neto

    Durante 18 anos ininterruptos, de 1934 a 1952, o reduto do lar da família Joviano na sede da Fazenda Modelo do Ministério da Agricultura em Pedro Leopoldo-MG foi o pouso no qual a Espiritualidade Maior veio dar notícias da ingente obra psicográfica em andamento pelas mãos abençoadas de Francisco Cândido Xavier, opinando, instruindo e deixando para nós, na face da Terra, a sua própria visão sobre os vários livros escritos à época. Foi nesse ambiente bucólico e pacífico que André Luiz foi apresentado ao Chico, em princípios de 1943, passando a escrever todos os seus livros até Evolução em dois mundos, em 1959.

    Não obstante as inúmeras responsabilidades familiares, profissionais, doutrinárias e caritativas, Chico Xavier comparecia semanalmente ao Culto do Evangelho de Jesus no Grupo Doméstico Arthur Joviano, realizado sempre às terças-feiras por Dr. Rômulo Joviano e seus familiares. Nessas ocasiões memoráveis, um verdadeiro tesouro de bênçãos de luz vertia dos Planos Mais Altos por intermédio de sua mediunidade, não somente para trazer conforto, mas, principalmente, para legar à posteridade o testemunho inequívoco dos Espíritos sobre sua obra em produção, delineando-se, assim, o objetivo espiritual superior de cada livro.

    Após a desencarnação de Chico Xavier, os originais psicografados nesses encontros nos foi entregue por Wanda Amorim Joviano, filha do casal Joviano, para que pudéssemos torná-los públicos, possibilitando à comunidade espírita-cristã se inteirar das luminosas assertivas dos Espíritos, notadamente Emmanuel e Neio Lúcio, acerca da produção mediúnica de Chico Xavier. Dentro desse escopo, muito relevante é a opinião dos dois benfeitores do Além sobre a obra que o Espírito André Luiz elaborava, como mensageiro escolhido por uma comissão de sábios da Vida Maior.

    Tanto é assim que, em mensagem de 31 de março de 1943, Emmanuel fez a primeira menção a um novo amigo – André Luiz – informando que ele viria trazer pequena série de impressões da vida além-túmulo, vendo no empreendimento uma realização muito interessante e proveitosa. Em relação à obra Nosso Lar, em 7 de julho, Emmanuel escreveu encarecendo o valor da experiência que nos é trazida e sobre [...] a excelência de semelhante serviço, dizendo que o autor pretende oferecer todos os detalhes possíveis de sua permanência numa colônia de transição, apenas uma dentre milhares de colônias dessa natureza, e tão diversas entre si, quanto aos pormenores de organização, assim como são as cidades que rodeiam a face da Terra.

    Neio Lúcio já alertava que os melhores trabalhos são os que proporcionam os valores educativos para o Espírito imortal, que vai vencer a morte e transpor os séculos. Escreveu o benfeitor que as sugestões desse livro são imensas e valem como programas valiosos para todos os departamentos de atividades na Terra. Sem que nós sintamos, diante de sua leitura, nossa mente se desloca para as esferas mais altas. Ao término da psicografia de Nosso Lar, Emmanuel compareceu em 8 de setembro de 1943 expressando sua satisfação e desejando que André Luiz continuasse desfazendo certos enganos e colocando a responsabilidade do homem no lugar devido. Reconhece que não é fácil atender aos esforços dessa natureza no serviço de amor às construções espirituais.

    Em 8 de dezembro de 1943, foi Neio Lúcio quem escreveu satisfeito pelo início da grafia de Os mensageiros, pedindo a Jesus que permitisse a André Luiz a edificação de mais um detalhe da ‘construção espiritual’ já mentalizada pelos que nos orientam das esferas mais altas, uma vez que o "trabalho educativo é muito grande nessas páginas iniciadas com Nosso Lar. Preparam de modo mais eficiente, gravam noções mais reais do esforço dos desencarnados. [...] O Espírito de compreensão se fará mais produtivo, mais espontâneo, em face dessas revelações curtas, mas singularmente expressivas!". E sobre Os mensageiros, continuou Neio Lúcio: [...] as teses são as mais complexas, os assuntos, mais palpitantes. É um mundo novo [...] para a responsabilidade individual. Disse ainda que tal esforço foi muito estudado pelos planos mais altos antes da organização que se alcançou. São observações de caráter universalista. Para a educação espiritual do indivíduo encarnado, a obra Os mensageiros apresenta ilações muito graves pela exatidão dos conceitos a que chegou André Luiz, aproveitando todas as possibilidades de simplificação ao seu alcance, concluindo o benfeitor que vivemos numa época [...] de grandes revelações interiores. O livro é serviço valioso pelos detalhes técnicos que oferece, relativamente ao trabalho de intercâmbio e cooperação entre o plano espiritual e o plano da carne.

    Em 1º de novembro de 1944, Emmanuel escreveu:

    Cada página de André Luiz tem de ser muito estudada para observarmos até que ponto podemos ser úteis nesses adiantamentos da verdade [...], daí a necessidade de vagar a maturação de cada raciocínio. [...] há que obedecer a outros que nos dirigem e que desejam com justiça saber o que estamos nós [...] fazendo com os ensinamentos que nos dão. Estabelecer a média do que deve ser dito de acordo com as possibilidades gerais de todos aqueles aos quais o trabalho se destina é serviço que se efetua depois de muitos exames, sugestões, retoques do assunto e várias discussões. É um relatório quase da vida dos homens encarnados na esfera dos que se encontram fora dos círculos carnais e vice-versa, e as afirmações requerem muita medida. [...] somos trabalhadores entre maiores espirituais e crianças do entendimento. É indispensável atender a todos, sem ferir a nenhum.

    E completou, antecipando a chegada de Missionários da luz: Estamos discutindo a melhor maneira de lançamento da sua tese relativa à oração. Mais à frente, em 31 de janeiro de 1945, Emmanuel escreveu que Missionários da luz não estava distante do término, completando: Urge simplificar para não complicar e reduzir o alimento com proveito para que não haja distúrbios na assimilação. Na sequência, em 11 de abril de 1945, Emmanuel destacou:

    Missionários da luz é trabalho novo, que reputamos de muita importância para despertar consciências adormecidas. Urge arrebatar as concepções gerais ao campo menos digno do menor esforço. [...] Impossível a preponderância de tais ilusões. É por isso que desejamos fazer soar o sino da realidade. Nem Céu nem mundos felizes imediatos, mas nós mesmos, com as nossas virtudes e defeitos, edificações e deficiências, bracejando nas águas da luta universal por nos fazermos dignos do Pai que nos deu a vida. [...] semelhante serviço [...] é roteiro para as consciências mais avisadas, que estejam efetivamente interessadas em espiritualização.

    Na semana seguinte, em 18 de abril de 1945, Chico Xavier terminou a psicografia de Missionários da luz, e o Espírito Neio Lúcio, expressando o seu contentamento, manifestou:

    Essas páginas são toques de alarme espiritual, despertando corações e consciências. Muitos amigos espirituais prestaram a ele o concurso de que podiam dispor, a fim de que o seu livro fosse terminado e entregue à circulação das ideias renovadoras. Com o tempo, [...] observarão as vivas claridades que jorram dessa fonte. As narrativas de Nosso Lar e os esclarecimentos de Os mensageiros constituem como que um curso de introdução ao entendimento das atividades do homem além do túmulo, que [em Missionários da luz] foram destacadas com muito critério e observações legítimas. [...] Vocês observarão que extraordinários caminhos se desenham para o pensamento, abrindo-lhe esferas novas de serviço salvador.

    Em 10 de outubro do mesmo ano, Neio Lúcio registrou:

    Estamos satisfeitos com a possibilidade aberta a novo trabalho de André Luiz [Obreiros da vida eterna]. [...] Esse amigo, atendendo a solicitações de companheiros daqui, fará a descrição possível de alguns detalhes do umbral [...] a que a quase totalidade dos encarnados aportam nos primeiros dias no Além. [...] Descreverá ele o que for possível, porque autoridades superiores determinaram em contrário aos nossos desejos de narrativas mais detalhadas dos sofrimentos purgatoriais. Convém que os aprendizes da verdade recebam o ensinamento com dosagem e calma. [...]

    Em 12 de fevereiro de 1947, Emmanuel fez referência ao novo trabalho de André Luiz, o livro No mundo maior: [...] Reputamos de grande interesse para a defesa contra o desequilíbrio, isto é, contra o mal.

    E em 13 de março do mesmo ano ele comunicou: [...] o nosso irmão busca auxiliar com [...] devotamento na solução do problema de socorro às entidades perturbadas, ainda não em processo de loucura total, aí na esfera carnal e aqui, em nossos círculos.

    Meses após, em 8 de outubro de 1947, Emmanuel informou: [...] A vinda do novo trabalho parece atender a um setor importante da semeadura doutrinária, qual o das perturbações mentais, que não se limitam à vida no vaso fisiológico.

    Sobre o livro Libertação, que foi publicado pela Federação Espírita Brasileira (FEB) no ano de 1949, Emmanuel anunciou, no culto de 13 de outubro de 1948:

    Se possível, pretende o nosso irmão André Luiz iniciar o seu novo trabalho depois de amanhã. [...] será um serviço em que todos nos centralizaremos, os desencarnados, não por que seja belo, ou diferente dos outros, mas por envolver assunto muito próximo da esfera dos homens, com exposição de certas fases de nossa luta com os irmãos inferiores, isto é, inscientes e menos aparelhados ao bem com o Cristo.

    Sabemos por revelação direta de Chico Xavier que André Luiz personificou em sua última romagem terrena o médico e cientista brasileiro Carlos Chagas¹, respeitado mundialmente, desencarnado em 8 de novembro de 1934, aos 55 anos. O entrelaçamento do saber científico com a vida espiritual começou, portanto, a tomar corpo com a obra Nosso Lar, em 1943, chancelando o que Allan Kardec registrou em O livro dos Espíritos, em O livro dos médiuns, em O Evangelho segundo o Espiritismo, em O Céu e o Inferno e, por fim, em A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo, ainda no século XIX, descortinando um novo panorama para o entendimento das questões da vida e da morte.

    Assinalou o codificador em O livro dos Espíritos (cap. III, p. 76): As ideias religiosas, longe de perderem alguma coisa, se engrandecem, caminhando de par com a Ciência.

    Com André Luiz, ampliou-se o conhecimento acerca de um novo universo, que passou a ser pesquisado. Suas leis passaram a ser entendidas e novos conceitos foram estabelecidos, iniciando-se, assim, a construção do paradigma médico-espírita. Suas 28 obras tornaram-se uma importante contribuição não somente no âmbito espírita-cristão, mas também no da Astrofísica, da Biologia, da Filosofia, da Física e da Medicina – em seus mais variados campos e especialidades, com destaque para as ciências psíquicas –, confirmando e complementando as concepções científicas daquele tempo, antecipando, sobretudo, o saber – nas suas mais diversas instâncias – em mais de meio século.

    O autor espiritual reuniu em sua série conhecida como A vida no mundo espiritual, composta de 16 de seus mais importantes títulos, temas que abordam com profundidade impressionante os tópicos mais complexos e palpitantes que habitam o imaginário do homem moderno. Ao longo dos últimos 78 anos, as respectivas comprovações vêm se consolidando em iniciativas de pesquisa e estudo do setor acadêmico e técnico da área da saúde, fundamentalmente, visando à promoção da medicina com espiritualidade, com ênfase na melhoria da qualidade de vida do ser humano em todas as dimensões da existência.

    Tal é a importância desta obra magnífica, Psiquiatria iluminada – as contribuições de André Luiz pela psicografia de Chico Xavier, organizada pelos competentes médicos espíritas gaúchos Dr. Paulo Rogério Dalla Colletta de Aguiar e Dr. Carlos Eduardo Accioly Durgante, para a qual diversos e renomados coautores foram convidados a colaborar com seus artigos, aqui reunidos e divididos em 3 partes, inteligentemente classificados em 17 capítulos e uma reflexão final. Cada qual nos leva, com sua expertise e seu estilo próprio, a percorrer esse mundo novo, imersos no paradigma da imortalidade e de braços dados com a nova Ciência de ponta, indicando-nos o caminho seguro da regeneração humana, que não vai longe.

    O Brasil, nação com maior contingente de espíritas no planeta, além da missão transcendente consignada para ser o coração do mundo e a pátria do Evangelho, consolida-se hoje como referência inequívoca para a medicina do amanhã por abraçar os postulados da Doutrina Espírita codificados por Allan Kardec, reforçando-os pelo estudo e pela compreensão da extensa e incomparável obra mediúnica de Francisco Cândido Xavier. Com sabedoria, tais argumentos têm norteado a Nova Ciência pela moral cristã da fraternidade universal e pela prática do amor e do perdão, difundindo a ética da espiritualidade e influindo, decisivamente, na postura dos profissionais da saúde em face dos desafios de cada qual em sua jornada redentora no orbe terrestre.

    Fechando o preâmbulo breve desta obra, que, certamente, contribuirá em muito com todos aqueles que possuem o pensamento conectado com o Criador e o compromisso com o legado de amor do Cristo, lembramos a figura baluarte e inesquecível da fundadora da Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil) e AME-Internacional, invulgar pioneira dos congressos de Medicina e Espiritualidade pelo Brasil e pelo mundo afora, a saudosa Dra. Marlene Rossi Severino Nobre. Quanto aprendemos ao seu lado! Quanto devemos à sua renúncia pela causa espírita-cristã que abraçamos! Quanto devemos todos nos mirar nos seus exemplos de devotamento e correção! Foi ela uma das vozes espíritas de maior relevância, que não se acovardou para proclamar, em alto e bom som, contra as consequências nefastas do aborto criminoso a favor do direito à vida! É dela a afirmativa imorredoura: O compromisso de todos os médicos é com a vida. O médico que segue a Doutrina Espírita deve zelar em dobro pela vida orgânica e espiritual, corroborando o que a lavra do maior médium de todos os tempos, Chico Xavier, o discípulo amado de Jesus, sinalizou em suas mais de 535 obras publicadas até hoje, apontando-nos para o objetivo glorioso do futuro da humanidade terrestre.

    Aos organizadores desta obra luminar, nossos votos para que seja muito bem-sucedida em sua proposta esclarecedora.

    Aos estimados coautores de seus capítulos e conclusão final, nosso agradecimento profundo, na certeza de que cumpriram, com esmero e carinho, a missão que lhes foi confiada.

    Parabéns a toda a equipe da AME-Brasil, com nossas rogativas ao nosso Mestre e Senhor Jesus para que continue inspirando e abençoando a todos no caminho da verdade e da vida!

    Geraldo Lemos Neto

    3 de junho de 2021

    Casa de Chico Xavier de Pedro Leopoldo

    Referências

    EMMANUEL (Espírito). Deus conosco. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 4. ed. Belo Horizonte: Vinha de Luz, 2014.

    KARDEC, A. O livro dos Espíritos. 93. ed. Brasília, DF: FEB, 2013.

    LÚCIO, N. (Espírito). Deus conosco. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 6. ed. Belo Horizonte: Vinha de Luz, 2018.


    1 Opinião do autor

    Apresentação

    Os organizadores

    A medicina inventará mil modos de auxiliar o corpo atingido em seu equilíbrio interno; por essa tarefa edificante, ela nos merecerá sempre sincera admiração e fervente amor; entretanto compete a nós outros praticar a medicina da alma, que ampare o espírito enleado nas sombras

    (André Luiz, No mundo maior, cap. XI).

    Passados 77 anos do lançamento de Nosso Lar, primeiro livro de André Luiz psicografado por Chico Xavier, de uma série de 13 obras espíritas denominada A vida no mundo espiritual, que propiciaram inúmeras revelações relativas à dimensão espiritual, a humanidade se deparou com a maior pandemia de doença mental da era moderna

    Transtornos de ansiedade dos mais variados, transtornos de humor, distúrbios alimentares, distúrbios do sono, transtornos somatoformes (ou de somatização), todos cientificamente classificados nos reconhecidos manuais de patologias mentais, além de um aumento nos índices de suicídio, têm marcado essa triste e indelével presença entre nós, em parte devido a um invisível e poderoso vírus em forma de coroa

    Esta obra que ora apresentamos aos leitores foi escrita em concomitância à chegada, disseminação e desaceleração da forma mais impactante de modificação de hábitos que a sociedade contemporânea foi convidada a adotar para sua própria sobrevivência: a pandemia do coronavírus.

    A finalização desta obra – em uma impressionante sincronia cósmica dos destinos – ocorreu no mesmo compasso da chegada das vacinas, consequência de um empenho hercúleo da comunidade científica para começar a vencer essa batalha.

    A motivação e o empenho na concretização desta obra têm como alicerce o desejo da doutora Marlene Nobre, muitas vezes expressado aos seus amigos mais próximos, em trazer a público muitas décadas mais tarde, em um mundo em transformação, as valiosas contribuições do Espírito André Luiz a respeito das enfermidades mentais. À época, meados do século XX, as doenças da psique humana se avolumavam – especialmente após a Segunda Guerra Mundial –, mas, apesar disso, eram vistas ou compreendidas sob um espectro limitado, uma vez que suas causas, ou etiologias, eram pouco conhecidas, limitadas a origens orgânicas, ou restritas às teorias psicanalíticas de Sigmund Freud. Ignorava-se totalmente suas matrizes espirituais, vibracionais e/ou energéticas, bem como a etiologia das obsessões, enfim, subestimavam-se as Doenças da Alma.

    De seu primeiro livro, Nosso Lar, até E a vida continua foram quase 25 anos de reflexões profundas, tendo como base muitos casos ou histórias contadas por ele mesmo, contribuindo assim para a construção de conceitos de saúde e adoecimento mental de grande relevância até os dias atuais.

    Pois bem, prezado leitor, a ideia geral da proposta do livro é reunir, numa única obra, todas as informações trazidas por André Luiz que sejam de interesse à saúde mental. É importante considerar, no entanto, que André Luiz não escreveu uma obra de saúde mental, não foi psiquiatra, não esteve preocupado, nem teve contato com a nossa definição das patologias do momento atual. Partimos, desse modo, dos relatos de casos e conceitos apresentados pelo autor espiritual, sendo esse o ponto de partida, assim como as suas descrições dos elementos atinentes à saúde mental, do Espírito encarnado ou desencarnado.

    Os autores, sempre que possível, enriqueceram seus capítulos com a contribuição dos conhecimentos atuais das ciências médicas, corroborando as informações trazidas pelo amigo espiritual, ou então apresentando as lacunas ainda não percorridas pela medicina atual.

    Desejamos que o esforço coletivo que resultou nesta obra configure, com fidelidade, um estudo introdutório da Psiquiatria Iluminada, que tem em Calderaro seu insigne professor, conforme narrativa de André Luiz em No mundo maior, na qual o socorro aos infelizes é o grande objetivo, evitando, dessa forma, a loucura, o suicídio e os extremos desastres morais.

    Aos companheiros que militam nas lides da saúde física e mental, como médicos, psicólogos, enfermeiros etc., convidamos que guardem em seus corações e mentes as valorosas experiências e lições trazidas por esse trabalhador espiritual do além-túmulo como conhecimento sublime, a desvelar as realidades íntimas que subjazem no grande palco dos dramas humanos.

    Boa leitura!

    Os organizadores.

    Desde Kardec, o Espiritismo, em seu corpo doutrinário, traz uma visão de mundo e de ser humano muito mais elaborada e complexa do que o entendimento vigente. A concepção espírita sobre nossa natureza é tão mais abrangente do que imagina o homem comum.

    As descrições dos Espíritos, sob a gerência de Allan Kardec, devem ter soado para alguns como algo maravilhoso, fantástico, digno de contos de fadas. Cerca de apenas seis décadas após o nascimento da Doutrina dos Espíritos, Max Planck deu início ao surgimento de uma nova visão da matéria e das relações do Universo subatômico, inaugurando a chamada Física Quântica, em que o arcabouço de certezas científicas e de objetividade inquestionável cedem lugar a um novo universo, confuso e imprevisível, que ainda hoje desafia a compreensão científica em seus paradoxos de intrincada solução. Assim, em tempos de transformações paradigmáticas no campo das ciências, ainda na primeira metade do século XX, a revolução científica dos séculos porvindouros já ensaiava seus primeiros passos, com a potência mediúnica de Chico Xavier, plantando no solo árido das crianças do entendimento um novo grito de liberdade das realidades espirituais.

    Nosso estimado amigo André Luiz (1994), com seu pseudônimo humilde – que evitava emprestar credibilidade a sua palavra de cientista de escol, mantendo o foco no conteúdo da obra –, começou em Nosso Lar a trazer despretensiosas anotações da vida no plano espiritual, que, entretanto, transformaram-se em verdadeiro tratado de medicina espiritual para nós, que aqui labutamos ainda entre preconceitos e má-fé.

    André Luiz homem não foi um psiquiatra, tampouco psicólogo ou alguém que se dedicou à compreensão dos mistérios do sagrado. Não obstante, na sua nova posição de Espírito imortal, ávido por conhecimentos da pátria espiritual, construiu para si um caminho de tremendas transformações e aprendizados relativos à medicina do Espírito.

    Como veremos, quase tudo em termos de saúde ou doença tem seus princípios nas delicadas engrenagens da mente. Dessa forma, fica fácil entender a imensa contribuição de André Luiz às questões relacionadas à saúde mental e aos seus padecimentos.

    Neste capítulo, temos por escopo reflexionar sobre as bases dessa nova compreensão de saúde mental. Muito além da psicopatologia, André Luiz nos apresenta relações impressionantes sobre nossa vida íntima e nossos padrões de pensamentos e hábitos arraigados como definitivos na orquestração orgânica e energética que nos constitui a indumentária carnal. Esse vaso de barro, escafandro celular, instrumento divino de nossa evolução espiritual, é revestido de complexidades ainda bem além do que nossa medicina do século XXI pode até agora alcançar. Já divisamos no cenário médico a necessidade da compreensão integradora e inter-relacionada dos aspectos biológicos, psicológicos e sociais no entendimento da salutogênese e da patogênese. Até mesmo a dimensão espiritual tem sido considerada, ainda que timidamente, como aspecto pertinente à qualidade de vida e saúde humanas.

    As lições do benfeitor amigo desvelam nuances primaciais da espiritualidade em nossa saúde. Novo cenário fantástico abre-se à vista dos peregrinos do entendimento, desafiando nossa capacidade de compreensão da Vida Maior. É importante entendermos que as verdades sempre nos são oferecidas gradativamente, de modo a não causar problemas de assimilação, eis, no entanto, os tempos chegados ao amadurecimento das divinas lições em nossas almas.

    O bio, o psico e o social na visão da medicina moderna

    O modelo biopsicossocial foi concebido pela primeira vez por George Engel em 1977, sugerindo que para entender a condição de saúde de uma pessoa não bastaria considerar os fatores biológicos, era preciso incluir os fatores psicológicos e sociais (Gatchel et al., 2007).

    Essa ideia mais inclusiva quanto aos elementos que compõem a saúde considera não só os aspectos da biologia, que observa as alterações celulares e moleculares na patogênese, mas também os aspectos psicológicos (pensamentos, emoções e comportamentos, como estresse emocional, medo, crenças, estratégias de enfrentamento etc.) e os aspectos sociais (condições socioeconômicas, ambiente de desenvolvimento, fatores culturais, questões relacionadas ao ambiente familiar e de trabalho etc.) (Biopsychosocial..., 2021). A Figura 1, a seguir, resume bem esse pensamento.

    Essa concepção mais refinada dos fatores geradores de saúde e de doença abre espaço para uma visão menos ingênua do equilíbrio dos organismos vivos. Nas últimas décadas, esse modelo encontrou farto respaldo em evidências científicas documentando o impacto de fatores como suporte social (rede social de apoio), estresse psicológico, padrão alimentar, prática de exercícios, por exemplo, no surgimento ou não de doenças, na evolução dos casos e no prognóstico dos pacientes. Nenhum médico bem formado ignora tais fatores na condução dos seus casos.

    Figura 1. Modelo integrado de compreensão biológica, psicológica, social e espiritual da saúde

    Fonte: Traduzido de Biopsychosocial... (2021).

    Dor – um modelo de entendimento biopsicossocial

    A separação didática que nossos cérebros tendem a fazer ao analisar situações complexas que envolvem múltiplos fatores podem nos passar uma falsa ideia de que o todo é igual à soma de suas partes ou ainda que as fronteiras entre as variáveis dessa equação são nítidas e bem definidas. No estudo científico do fenômeno da dor, no entanto, área da medicina essencialmente multidisciplinar, justamente pelo reconhecimento dos vários fatores envolvidos, como crenças, memória, padrões de pensamento (catastrofização), ativação de nociceptores periféricos, sensibilização de redes neurais etc., temos um exemplo da integração altamente complexa que toma lugar no organismo humano, em múltiplas dimensões.

    No caso da dor, são reconhecidas a dimensão sensório discriminativa, a dimensão afetivo-emocional e a dimensão cognitivo-avaliativa. As primeiras duas dimensões são transmitidas por dois sistemas neurais em paralelo. Há o sistema lateral e o medial de dor, que compõem o trato espinotalâmico.

    O sistema lateral de dor conduz informações relacionadas à dimensão sensorial e discriminativa da dor, com neurônios ascendendo pela coluna espinal até o tálamo, de onde projetam-se neurônios até o córtex somatossensorial. Temos aí a representação cerebral da informação dor, no seu aspecto mais tradicional: sua intensidade, suas características (em facada, pontada, aguda, formigamentos, surda etc.). O sistema medial de dor, no entanto, conduz as informações que serão responsáveis pela dimensão afetiva e emocional, ascendendo da mesma forma até o tálamo e enviando projeções para várias regiões do cérebro que compõem o sistema límbico (cérebro emocional). Esse sistema medial da dor está na base dos elementos afetivos que dão um "colorido emocional" aos estímulos dolorosos (por exemplo: terrível, assustadora, insuportável etc.) (Lumley et al., 2011).

    Pessoas que têm destruída uma parte do sistema medial de dor referem alívio do componente afetivo, mas nenhuma perda do elemento sensorial. Já aqueles que se submetem a dano do sistema lateral referem dificuldades em localizar a dor e em descrever as suas características, mas permanecem com a sensação de desprazer (Lumley et al., 2011). A terceira dimensão, chamada de cognitivo-avaliativa, é responsável pelo significado e análise de consequências da dor ou lesão, processando-se em nível cortical, especialmente o pré-frontal (trazendo elementos como não posso viver assim, nunca mais vou praticar esportes, o que vai ser de mim, isso vai acabar com minha vida etc.).

    Temos aí um exemplo da elegante relação intrínseca de fatores (cognitivos, afetivos, de dano tecidual real ou imaginado, com ou sem inflamação etc.) que têm por base uma rede neural complexa e organizada, com elementos provavelmente ainda desconhecidos pela ciência atual e que diz respeito à experiência comum de todos nós: a dor. As fronteiras entre os fatores da equação são indistinguíveis, apesar de representarem dimensões claramente diversas, o que torna a experiência dor única para cada indivíduo. Cada ser humano tem variáveis próprias dessa equação, com base em sua biografia (história de vida), crenças e valores, perfil de personalidade, qualidades, forças pessoais etc.

    Curioso notar que não há uma região cerebral responsável pela dor. Há uma teia de conexões entre áreas muitos distintas do cérebro e que variam entre os indivíduos – temos uma neuromatrix² (Ticianeli; Baraúna, 2002). Segundo teorizado por Melzack, ela é construída por nós e se estabelece a partir de fatores genéticos e de como utilizamos o nosso cérebro em vida (fatores epigenéticos) (Ticianeli; Baraúna, 2002). Assim, antes de sermos vítimas de injunções alheias à nossa vontade (submetidos a circunstâncias de vida que aparentemente não pudemos escolher), somos construtores e modeladores de nossa circuitaria cerebral. Temos aí, por conseguinte, a aparição do fator moral na medicina, quando reconhecemos nossos sentimentos, pensamentos, desejos e ações como capazes de induzir a neuroplasticidade³ (podemos ir além, nossa bioplasticidade), gerando consequências que recaem sobre o piloto desse carro material, consequências estas que serão observadas, também, no nível espiritual.

    Outro aspecto relevante é que as redes cerebrais de dor são inespecíficas, ou seja, todas elas são utilizadas no processamento de outras experiências de vida. É possível afirmar ainda que a circuitaria utilizada no processamento da dor é utilizada em outras experiências percebidas como ruins, desagradáveis ou negativas. Poderíamos reflexionar sobre o papel da dor do ponto de vista filosófico, num sentido mais amplo, como agente propulsor da evolução espiritual. Não daremos tal passo nesta argumentação, mas fiquemos com a ideia de que nosso sistema nervoso contém, em sua organização funcional, o substrato neural capaz de nos fazer evoluir mediante os freios da dor como consequência de nossos desvios, o que, em última análise, é, ao mesmo tempo, um grande sistema de autoproteção e de evolução espiritual. Veremos ainda neste capítulo esses elementos atinentes às nossas escolhas de vida como condicionantes de nossa saúde, narrados magistralmente na história de vida de André Luiz.

    A fáscia – um refinado sistema de integração informacional

    No início do século XX, com o trabalho de cientistas como Einsten, Bohr e outros, a Física caminhou na direção de um universo relativista, para uma linguagem de relacionamento em vez de causa e efeito linear, o que Jung, por sua vez, aplicou na Psicologia e muitos aplicaram a outras áreas (Myers, 2014). Como veremos ao longo de todo o livro, André Luiz nos apresenta uma visão do corpo humano integrativa, de múltiplos relacionamentos entre os elementos celulares, endócrinos (hormonais), mentais (padrões de sentimento e de pensamentos) com toda a biosfera espiritual, numa rede de causas e efeitos não lineares.

    É importante questionarmos se, do que já conhecemos do funcionamento de nossos organismos vivos, é possível afirmar que haja tal base material para um sistema endógeno de comunicação tão amplo entre todas as células? Nosso corpo físico apresenta tal dinamismo e inteligência ou podemos considerar que apenas um corpo espiritual teria tal funcionalidade? Seria muito simplista apenas afirmar que tudo está ligado a tudo, que cada célula, ou ainda, cada pensamento pode exercer influências em todo o conjunto, como um conceito místico ao qual falta base anatomofisiológica. Os avanços paradigmáticos não se dão com a negação dos conhecimentos já estabelecidos, e sim com a elaboração de sistemas mais amplos, nos quais a visão anterior está contida. Assim foi, por exemplo, com a teoria da relatividade de Einsten, que não veio negar os conhecimentos newtonianos, mas, ao contrário, eles foram incluídos num esquema maior (Myers, 2014). Assim deve ser nossa busca pela inclusão do fator espiritual na dinâmica de nossa compreensão do processo de saúde e doença. Tendo isso por princípio, sabemos que, quanto mais a medicina e a

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