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TARAS BULBA - Gogol
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E-book176 páginas2 horas

TARAS BULBA - Gogol

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Sobre este e-book

Nascido na província de Poltava, atual Ucrânia, Nikolai Vassílievitch Gogol (1809-1852) é considerado o pioneiro da prosa russa moderna, um reconhecimento sustentado pela célebre frase de Fiódor Dostoiévski, "todos nós viemos de 'O Capote'", em alusão ao seu conto mais famoso. Em suas obras, o escritor trouxe à tona uma visão satírica da realidade russa na primeira metade do século XIX. Taras Bulba é uma das obras de destaque Nikolai Gogol. Trata-se de um romance histórico que narra a história de um velho cossaco ucraniano, Taras Bulba, e os seus dois filhos, Andríi e Ostap. Os filhos do Taras estudam na Universidade Nacional Academia Kyiv – Mohyla, e voltam para casa de férias. Daí os três homens viajam para a Sich de Zaporizhia, situada na Ucrânia, na ilha de Khortytsia, para se juntar aos outros cossacos na guerra contra a Polônia.
A história do Taras Bulba é repleta de personagens plenamente reais no ambiente em que são retratados, o que é bastante usual nas obras do Gogol. A antológica obra Taras Bulba serviu de inspiração para uma ópera ucraniana e foi vertida para as telas de cinema inúmeras vezes. O notório escritor americano Ernest Hemingway se referiu a ela como sendo "Um dos 10 livros mais importantes de todos os tempos."
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de ago. de 2021
ISBN9786558940883
TARAS BULBA - Gogol
Autor

Nikolai Gogol

Nikolai Gogol was a Russian novelist and playwright born in what is now considered part of the modern Ukraine. By the time he was 15, Gogol worked as an amateur writer for both Russian and Ukrainian scripts, and then turned his attention and talent to prose. His short-story collections were immediately successful and his first novel, The Government Inspector, was well-received. Gogol went on to publish numerous acclaimed works, including Dead Souls, The Portrait, Marriage, and a revision of Taras Bulba. He died in 1852 while working on the second part of Dead Souls.

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    TARAS BULBA - Gogol - Nikolai Gogol

    cover.jpg

    NIkolai Gogol

    TARAS BULBA

    Título original:

    Taras Bulba

    1a edição

    img1.jpg

    Isbn: 9786558940883

    LeBooks.com.br

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    Prefácio

    Prezado Leitor

    Nascido na província de Poltava, atual Ucrânia, Nikolai Vassílievitch Gogol (1809-1852) é considerado o pioneiro da prosa russa moderna – pontuação embasada pela célebre frase de Fiódor Dostoiévski, todos nós viemos de ‘O Capote’, em alusão ao seu conto mais famoso. Em suas obras, o escritor trouxe à tona uma visão satírica da realidade russa na primeira metade do século XIX.

    Taras Bulba é uma das obras de destaque Nikolai Gogol. Trata-se de um curto romance histórico que narra a história de um velho cossaco ucraniano Taras Bulba e os seus dois filhos, Andríi e Ostap. Os filhos do Taras estudam na Universidade Nacional Academia Kyiv – Mohyla, e voltam para casa de férias. Daí os três homens viajam para a Sich de Zaporizhia, situada na Ucrânia, na ilha de Khortytsia, para se juntar aos outros cossacos na guerra contra a Polônia.

    A história do Taras Bulba é repleta de personagens nem exagerados, nem grotescos, mas plenamente reais no ambiente em que são retratados, o que é bastante usual nas obras do Gogol. A antológica obra Taras Bulba serviu de inspiração para uma ópera ucraniana e foi vertida para as telas de cinema inúmeras vezes. Ernest Hemingway se referiu a ela como Um dos 10 livros mais importantes de todos os tempos.

    Uma excelente leitura

    LeBooks Editora

    Sumário

    APRESENTAÇÃO

    Sobre o autor: Nikolai Gogol

    Sobre a obra Taras Bulba

    TARAS BULBA

    Capítulo Um

    Capítulo Dois

    Capítulo Três

    Capítulo Quatro

    Capítulo Cinco

    Capítulo Seis

    Capítulo Sete

    Capítulo Oito

    Capítulo Nove

    Capítulo Dez

    Capítulo Onze

    Capítulo Doze

    APRESENTAÇÃO

    Sobre o autor: Nikolai Gogol

    img2.jpg

    Nikolai Gogol (1809-1852) foi um escritor russo. Sua obra situa-se no estilo do realismo da literatura russa, apesar de alguns trabalhos apresentarem características do surrealismo. Sua obra Almas Mortas é considerada a primeira novela russa moderna. Destacam-se também Taras Bulba e os contos: O Nariz, O Capote e o Diário de um Louco.

    Nikolai Vasilievich Gogol nasceu em Velyki Sorochyntsi, no Império Russo, na região da atual Ucrânia, no dia 20 de março de 1809. Sua nacionalidade hoje é reivindicada tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia. Com 12 anos foi estudar na província de Nizhin. Com 19 anos mudou-se para São Petersburgo, onde encontra um modesto emprego em um escritório ministerial.

    Desde jovem desejava escrever textos para o teatro. Consegue uma vaga de professor de história na Universidade de São Petersburgo, onde conhece Alexandre Púchkin, um destacado escritor russo que exerce forte influência em seus futuros trabalhos. A distância de sua cidade natal lhe inspira suas primeiras obras. Em 1831 publica Noites na Granja ao Pé de Dikanka.

    Entre 1831 e 1835. Nikolai Gogol publicou diversas novelas. Em 1935 abandona a universidade para se dedicar exclusivamente à literatura. Em 1936 publica a peça O Inspetor Geral, que alcança o sucesso esperado. Neste mesmo ano publicou Arabescos e Mirgorod, um passo para o realismo clássico, que contém quatro relatos, entre eles o poema épico Taras Bulba.

    Em 1936 publica a comédia O Inspetor Geral, uma sátira para o teatro onde denuncia os vício e abusos praticados nas instituições. É incompreendido, tendo sua obra censurada, o que o obrigou a abandonar temporariamente o país. Inicia uma viagem pela Europa e instala-se em Roma. Em 1937 fica profundamente abalado com a morte do amigo Púchkin.

    Em 1842 escreve boa parte de sua obra mais importante Almas Mortas, onde fala sarcasticamente sobre a Rússia Feudal, mistura o cômico, o absurdo e o trágico, inspirado na obra A Divina Comédia, de Dante Alighieri. Quando terminou a obra, frustrou-se porque só conseguiu criar o Inferno, sem o Purgatório e o Paraíso. Nesse mesmo ano, publica O Capote, obra que exerceu grande influência na literatura russa. Depois de uma curta temporada em Moscou, retornou para Roma, onde iniciou a segunda parte de Almas Mortas, mas abandonou a obra.

    Nos últimos anos de sua vida escreveu Fragmentos Escolhidos da Correspondência com os Amigos (1947), onde defendeu a religião ortodoxa. Em 1848, atravessando uma grave crise espiritual faz uma peregrinação à Jerusalém. Pouco a pouco sua saúde foi se agravando, tornou-se cada vez mais místico, impelido em buscar a salvação da alma pelos sentimentos religiosos. À beira da loucura, seguindo um regime rigoroso, com a saúde física e mental debilitada, pouco antes de morrer, Nikolai Gogol queimou os manuscritos da segunda parte da obra Almas Mortas.

    Nikolai Gogol faleceu em Moscou, Rússia, no dia 21 de fevereiro de 1852.

    Sobre a obra Taras Bulba

    Esta novela histórica conta a história do velho cossaco Taras Bulba e de seus dois filhos, Andriy e Ostap, que após seus estudos na Academia de Kiev voltam para casa. O pai e seus filhos decidem partir em uma jornada épica para Zaporizhian Sich, localizado no sul da Ucrânia, onde se juntam a outros cossacos e partem para a guerra contra a Polônia.

    O personagem principal Taras é baseado em várias personalidades históricas, mas foi principalmente inspirado na lenda do cossaco Sava Chaly, cuja execução foi ordenada por seu próprio pai por traição a uma causa ucraniana. A novela foi publicada pela primeira vez em 1835 como parte de uma coleção de histórias. No entanto, devido ao contexto favorável aos ucranianos na história, os críticos do governo russo forçaram Gogol a revisar a obra. A edição de 1842 foi editada para incluir temas nacionalistas russos, que eram populares com a ideologia czarista da época.

    A história do Taras Bulba é repleta de personagens que não são nem exagerados, nem grotescos, mas reais dentro de seu ambiente, que é bastante usual nas obras do Gogol. O romance tem que ser entendido no contexto do movimento literário do nacionalismo romântico, desenvolvido à volta de uma cultura étnica, baseando-se nos ideais românticos.

    Uma ópera e inúmeros filmes foram produzidos inspirados nesta antológica obra de Gogol, sendo o mais conhecido deles a produção americana de 1962, dirigida por J. Lee Thompson e com Yul Brynner e Tony Curtis nos papéis principais.

    Ernest Hemingway se referiu à obra Taras Bulba como Um dos 10 livros mais importantes de todos os tempos.

    TARAS BULBA

    Capítulo Um

    — Vamos, filho, dá uma volta! Como estás ridículo! Como é que podes andar com essa batina de pope? É assim que todos vão vestidos à academia?

    Com essas palavras, o velho Bulha recebeu seus dois filhos, que estudavam em um seminário de Kíev, e que acabavam de chegar ao lar paterno.

    Mal tinham acabado de descer de seus cavalos. Eram dois rapagões que ainda olhavam de través, como dois seminaristas recém-saídos do seminário. Seus rostos saudáveis e louçãos estavam cobertos por essa primeira penugem que ainda não foi tocada pela navalha do barbeiro. Confusos com a recepção do pai, permaneceram imóveis e com o olhar fixo no chão.

    — Não se movam, não se movam! Quero examiná-los bem — continuou Bulba, enquanto dava voltas em torno deles. — Que cafetãs maiores! Que cafetãs! Cafetãs como estes é certo que nunca se viram iguais no mundo! Gostaria de ver um dos dois correndo para comprovar se podem fazê-lo sem pisar nas saias e dar de focinho no chão.

    — Não zombes, pai! — disse, por fim, o mais velho.

    — Olha o zangadinho! E por que não hei de rir?

    — Por que não! Porque, embora sejas meu pai, se continuares a rir, te bato, juro por Deus!

    — Tu, seu filho desta e daquela? Como te atreves?  Terias coragem de bater em teu pai? — exclamou Taras Bulba, retrocedendo uns passos, assombrado.

    Sim, embora sejas meu pai. Não tolero ofensa de ninguém.

    — E como queres brigar comigo? A murros?

    — De qualquer jeito.

    Pois seja, a murros! — disse Taras Bulba arregaçando as mangas da camisa. — Veremos como te defendes.

    Isso dito, pai e filho, em vez de se saudarem com um abraço, depois de uma longa ausência, começaram a trocar socos nas costas, nos ombros e no peito, ora retrocedendo para espreitar um ao outro, ora atracando-se de novo.

    — Olha o velho doido! Perdeste o juízo? — bradava a magra, pálida e bondosa mãe dos rapazes, que, no umbral da casa, ainda não tivera tempo de abraçar seus queridos filhos. Os filhos voltam depois de um ano de ausência e ele resolve recebê-los a murros!

    —Tens que ver como briga bem! — disse Bulba parando. — Juro por Deus que briga muito bem! — continuou, tomando alento. — Só provando com os punhos pude ver que serás um bom cossaco. Muito bem, filho, bem-vindo sejas, abracemo-nos! — E pai e filho começaram a beijar-se.

    É assim que deves proceder sempre com quem te desafiar: como fizeste comigo. Defende-te seja de quem for. De qualquer forma, com essa fantasia, pareces um palhaço. Que corda é essa dependurada na cintura? E tu, o que fazes parado aí, de braços caídos? — disse Bulba dirigindo-se ao filho menor. — Por que tu também não vens querer me bater, filho de uma cadela?

    — Que ideia mais louca! — exclamou a mãe, que abraçava o filho mais moço. — Como pode passar por tua imaginação que o filho bata no pai? E justamente quando o menino está cansado da viagem. — (Este menino passava dos vinte anos e media um metro e oitenta de altura.)

    — O que necessita é descansar e comer e não brigar!

    — O quê? Pelo que vejo és um mimoso! — exclamou Bulba. Filho, não ligues à tua mãe. É mulher, e como mulher não sabe de nada. Quais hão de ser os teus melindres? O campo aberto e um bom cavalo, é disso que tens de gostar! Estão vendo este sabre? Ele é a mãe de vocês! Todo o resto é porcaria que lhes meteram na cabeça: a academia, os livros, o á-bê-cê, a filosofia, tudo isso é. Dou uma cuspida em toda essa... — E aqui Bulba intercalou uma expressão que não costuma ser impressa. O melhor será que na próxima semana os mande a Zaporojie. Ali e que vão aprender a verdadeira ciência! Vai ser uma boa escola para ambos.

    — Só vão ficar em casa uma semana? — indagou em tom lastimoso a mãe magricela, com lágrimas nos olhos. — Os pobrezinhos não terão tempo de descansar, nem de matar a saudade de casa, nem tampouco de receber meus carinhos.

    — Chega, chega de lamentos, velha! O cossaco não nasceu para ficar entre mulheres. Tu os esconderias por baixo das saias e te sentarias sobre eles como uma galinha choca sobre os ovos. Vai, prepara a mesa e põe nela aquilo que houver. Mas nada de frutas de sertã, rosquinhas, pastéis doces e demais guloseimas, mas carneiro, cabra e hidromel velho. E sobretudo muita gorielka¹; e que não seja misturada com passas e outras lindezas, mas gorielka pura, que ferva raivosamente.

    Bulba acompanhou os filhos à sala de jantar, de onde fugiram duas lindas moças, enfeitadas com colares de contas vermelhas, que se dedicavam à limpeza da casa. Era de se supor que estavam assustadas com a chegada dos dois jovens, ou simplesmente queriam exteriorizar seu atavismo feminino, gritar, pôr-se em fuga ao sentir a presença de um homem e, em seguida, esconder o rosto com um braço por algum tempo.

    A sala de jantar estava enfeitada ao estilo de uma época da qual só existiam alusões vivas nas canções e romances populares que, na Ucrânia, apenas cantavam os velhos cegos e barbudos acompanhando-se ao som suave do pandeiro; com o estilo dos difíceis tempos de guerra em que começaram as lutas e batalhas pela unificação da Ucrânia. Das paredes, pintadas com argila branca, pendiam sabres, látegos, redes para caçar pássaros, varas de pesca e armas de fogo; também um corno para pólvora engenhosamente adornado, um freio de ouro e uma trava para cavalgadura com incrustações de prata. As janelas eram pequenas e de forma circular, com vidros opacos, como só se encontram hoje em dia nas igrejas antigas, e através das quais nada se podia ver, a não ser que se abrissem os vidros. As jambas e os dintéis de portas e janelas eram pintados de vermelho. Nos ângulos da peça havia cantoneiras, onde se viam jarros, garrafas e garrafões de cristal verde e azul, copos de prata cinzelada e cálices dourados fabricados por mãos venezianas, turcas, circassianas, tudo tendo chegado à sala de jantar da casa de Bulba através de terceiras e quartas mãos, coisa muito comum naqueles tempos. Em redor da peça havia banquinhos com assento de córtex de bétula;

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