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A Loba Rejeitada
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A Loba Rejeitada
E-book213 páginas3 horas

A Loba Rejeitada

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Sobre este e-book

Lizandra esconde sua identidade de lobisomem e vive no mundo dos humanos, sempre foi desprezada por ser magra e feia, não tem dinheiro nem boas condições sociais, mas tem a magia de fazer crescer as plantas.


Derick é um belo e poderoso lobo alfa que está procurando por sua lua destinada, embora ele só a tenha visto de costas.


Mas ele não sabia que Lizandra, a quem ele mais odiava, estava, na verdade, escondendo a identidade de um lobisomem.


Quando ele sabe que a pessoa que ele odeia é na verdade sua lua destinada, como ele irá recuperar seus relacionamentos?

IdiomaPortuguês
EditoraNoveltoon
Data de lançamento16 de jan. de 2024
ISBN9798224727896
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    A Loba Rejeitada - Deyse Baptista Pires

    A Loba Rejeitada

    Capítulo 1. Lizandra

    Se alguém olhar de fora, pensará que é uma cidadezinha de interior, tranquila e sossegada.

    Eu estou olhando esta cidade, do alto de um morro não muito alto, mas o suficiente para ter uma queda d'água que cai bem atrás de onde estou sentada e posso dizer que a imagem é linda!

    Daqui posso ver a cidade, assim como parte da floresta que a rodeia e sentir a queda d'água atrás de mim. O barulho é intenso e consigo sentir até os respingos d'água, refrescantes, que parecem lavar a minha alma.

    Você deve se perguntar, porque eu estou aqui, quando o sol ainda está bem alto e ainda é horário de trabalho. A questão é, não encontro outro lugar que possa ficar tranquila, aqui pelo menos, não tem ninguém a minha volta para perturbar, que era o que estava acontecendo.

    Sou uma pessoa considerada inferior, no meu mundo. Alguns acham que sou insignificante, pois sou a filha da costureira.

    Não temos dinheiro e nem situação social boa. Preciso trabalhar e ajudar minha mãe nas costuras, passo o dia fazendo bainhas, pregando botões, chuleando e bordando.

    Teremos uma festa muito em breve e tivemos muitas encomendas. Durante as provas de roupa, sou chutada, humilhada e agredida de todas as maneiras pelos clientes. Às vezes não tenho tempo nem de comer e por isto, estou muito magra, abaixo do peso ideal. Meus cabelos estão ressecados e opacos e minhas roupas já estão bem gastas. Com a grande encomenda de roupas, minha mãe precisou comprar muitos tecidos. Isso poderia me dar o direito de fazer um vestido para mim também, porém, minha mãe não deixa.

    Ela me trata mal porque diz que meu pai deixou ela por minha causa. O problema é que meu pai era moreno e eu nasci ruiva. Minha mãe é morena clara e meu pai ficou desconfiado, pois na noite em que fui gerada, meu pai se perdeu da minha mãe no meio da noite e minha mãe logo estava mostrando os sintomas da gravidez.

    Homens!

    Sempre desconfiados e preciptados.

    Minha vida não tem sido fácil, pois como minha mãe me trata mal na frente dos outros, quem vê, também acha que pode fazer o mesmo e me trata mal também. O nosso líder não se incomoda, pois pensa que meu pai estava certo.

    Olhando daqui de cima, a cidade é linda, calma e parece que tudo está em paz, mas lá dentro, é um tumulto e um burburinho só. Muita fofoca, muito ciúme, muita inveja e muitas jovens querendo conquistar o nosso líder.

    Minha cidade na verdade, é uma Alcateia e nós, somos criaturas homens/ lobos, vivemos numa sociedade escondida dos homens, mas também convivemos com eles.

    Eles nos visitam, quando é permitido, mas nós convivemos com eles sem eles perceberem quem somos.

    Nasci a 45 anos. Para os humanos, posso estar madura, mas nossa raça vive muito, ainda não atingi a maioridade, digamos que estou saindo da adolescência, com aproximadamente 19 anos.

    Apesar de ser filha de lobos, algo estranho aconteceu na noite que fui concebida, minha mãe não conta o que foi, muito menos o meu suposto pai, que me rejeitou quando nasci e ela desconta em mim a falta que sente do meu pai. Sim! Ele é meu pai, querendo ou não, aceitando ou não.

    Fiz uma pesquisa, na biblioteca daqui, sobre árvore genealógica e descobri que na família de meu pai, houve uma ancestral com quem me pareço. Ela também foi discriminada, mas fugiu e ninguém sabe o que aconteceu com ela. É um tabu falar sobre ela.

    Pensei várias vezes em ir falar com ele, mas a careta de nojo que ele faz ao me ver na rua, junto com o atravessar para o outro lado da rua, me fizeram desistir. Por mais que eu me esconda de todos, não tenho sangue de barata e meu orgulho foi o único sentimento de consolo que me restou.

    Na idade certa, me transformei pela primeira vez e minha loba tem uma pelagem ruiva clara, puxando para o rosa, com mechas esverdeadas quase azuis. Comigo tudo parece quase, quase aquela cor, quase aquele pai, quase não é feia, quase é normal, quase...

    Por isso não falei para ninguém que já tenho minha loba e só me transformo quando estou sozinha.

    Meus cabelos também são ruivos quase rosados, por isso eu os corto curtos e estou sempre com a cabeça coberta por tiras de pano, que costuro formando uma faixa larga, envolvendo toda a cabeça, assim ninguém vê meus cabelos diferentes. Pois na Alcateia toda, não existe um ruivo sequer, só morenos de cabelos escuros.

    De uns tempos para cá, minha loba anda inquieta e pedindo para deixar o cabelo crescer, afinal, faz parte do pelo dela. Assim, estou atendendo seu pedido e deixando eles crescerem.

    Também tenho uns calombos estranhos nas cotas, parecem extensão das escápulas, bem perto da coluna vertebral. Não sei o que é, mas uso blusas grandes para disfarçar. Eles aparecem bem, sobre as costas de minha loba também, já tentei ver pelo reflexo na água do lago, mas não consegui. Minha loba, Rose, disse que vou saber na próxima lua azul. Falta somente uma semana.

    Meu nome é Lizandra, foi meu pai que escolheu antes de eu nascer, era uma homenagem para a mãe dele, mas quando ele me viu pela primeira vez, ficou com tanta raiva, que foi embora na mesma hora e minha mãe ficou tão arrasada que nem pensou em trocar o nome. Acho meu nome lindo, mas ninguém me chama por ele, acho que nem sabem qual é. Para todos, meu nome é coisa, coisinha, esquisita...

    Não posso dizer que não ligo, afinal, nosso nome é nossa identidade, deve ser respeitado. Mas não discuto e nem fico reclamando e exigindo que me tratem bem. Meu sonho é um dia me tornar alguém tão especial, que todos me admirem.

    Sei que é só um sonho, mas sonhar é de graça e ninguém sabe , para poder criticar, é algo só meu, que até me trás um sorriso ao rosto. Pode dizer que sou uma otimista, que fantasio demais, mas todos precisamos de uma válvula de escape.

    Minha barriga acabou de roncar, é fome, pois não comi nada no café, nem podia, pois não tinha. Ultimamente só tenho me alimentado graças a Rose, que caça de madrugada, quando deixo ela sair.

    Mas ela já está a duas noites sem sair. Pois da última vez, fomos perseguidas por um lobo negro muito grande, creio que era o Alfa Derick e não queremos que nos veja, sabe-se lá o que ele iria fazer se nos pegasse.

    Por hora vou ficar aqui quietinha, tomando sol e curtindo o barulho das águas, enquanto espero minha mãe terminar de atender seus fregueses. Apreciar a natureza é tudo que eu tenho e ninguém pode tirar.

    *

    Meu nome é Derick e sou o Alfa da Alcateia Lua Azul, estou passando por todos os setores de trabalho para verificar se tido está indo bem. Teremos uma comemoração a Lua Azul e grandes coisas devem acontecer.

    Estou muito ansioso e meu lobo anda inquieto, pois receberemos um poder especial na noite da Lua Azul e reconheceremos nossa companheira. Por hora, só podemos esperar.

    A Alcateia está muito bem financeiramente. De uns tempos para cá, as arvores cresceram rápido e multiplicou a quantidade de frutos, frutos aliás, grandes e viçosos, atraindo muitos compradores. Precisei até comprar um caminhão.

    Paço pela praça e vejo muitas mulheres e jovens arrumando tudo, capinando, varrendo, preparando o lugar para os enfeites e para o palco que será montado. Faremos uma caçada especial para termos carne para todos.

    Aqui não fazemos barraquinhas para venda de alimentos, como os humanos, é tudo gratuito. O povo ganha seu salário por trabalhar e o lucro das vendas, financia os eventos.

    Pelo empenho que estou vendo, será uma linda festa. Acabei de avistar um grupo de jovens faceiras, elas me olham faceiras, paqueram, lançam sorrisos maravilhosos e eu, apesar de me sentir orgulhoso pelo interesse, só dou um aceno de mão.

    Estou esperando pela minha companheira.

    Capítulo 2. Achei

    Derick

    Segui em direção a horta, depois de passar pelo pomar e olhei para o imenso terreno a minha frente, muitos canteiros tinham sido feitos. Alguns já estavam cobertos por brotos e outros estavam marcados. Fui até a estufa falar com o mestre Túlio.

    Mestre Túlio é o ancião de nossa Alcateia, ele é o mais antigo e ja passou por cinco gerações. Por isso seus conselhos são muito respeitados e procurados por todos. Ainda tem muito vigor e cuida da nossa horta com muito zelo.

    Encontrei-o mexendo num canteiro suspenso, cheio de mudas, separando-as.

    — Mestre Túlio, bom dia! — Chamei, para que me notasse.

    —  Bom dia, meu Alfa, gostou dos canteiros? — Respondeu ele, sempre solicito e com um sorriso no rosto.

    — Pensei que estaria mais adiantado... — Falei, meneando a cabeça e enrugando a testa.

    — Desculpe, meu alfa, mas não tenho pessoal para me ajudar, estão todos ocupados com os preparativos para a festa da lua azul. — Ele bateu uma mão na outra para limpar a terra.  Começou a andar em direção a saída e olhando para os canteiros, esticou o braço direito apontando para os canos de água, espalhados na lateral dos mesmos.

    —  Está vendo a tubulação de irrigação, ainda precisa ser instalada, mas as mudas precisam ser colocadas no solo. Não posso fazer tudo sozinho. Jimi foi ajudar na colheita dos frutos e Mário está consertando um cano que estourou próximo a represa. Como pode ver, está precário de mão de obra. — Explicou ele  não como reclamação, mas apenas relatando o problema.

    Observei tudo pensativo, olhei para as árvores em volta e para o morro... Foi então que vi uma figura sentada no topo do morro. Mas que descarada, todo mundo trabalhando e ela sentada, só desfrutando. Num impulso, saí correndo em velocidade lupina, subi o morro e logo estava atrás dela. Sabia quem era pelo pano na cabeça e a expressão de deleite em seu rosto, me irritou mais ainda

    — Ô coisinha!!!??? — Chamei, com grosseria

    — Ah? — Ela se virou surpresa e assustada. Quando me viu, ficou de pé abaixando a cabeça em tespeito e subserviencia, que era o correto diante do Alfa. — Sim, Senhor!?

    — O que faz aqui, desfrutando enquanto todos trabalham? Não precisa responder... Venha! — Nem dei oportunidade, o que poderia me dizer aquela coisinha insignificante?

    Ela ficou parada, me olhando com aqueles olhos verdes arregalados, tentou dizer alguma coisa, mas não deixei.

    —  Venha! AGORA!!!!! — Soltei minha dominancia, para que me obedecesse, mas ela continuou parada. Estranho.

    Peguei-a pelo braço e saí arrastando-a, ela era meio corcunda, com aquele pano na cabeça, mais parecia um zumbi, tão magra e cheia de olheiras, mas serviria para o que eu queria.

    — Venha esquisita, anda mais rápido e vê se não cai ou vou te arrastar até lá embaixo.  Onde já se viu, além de horrorosa, preguiçosa e imunda. Vai trabalhar para aprender...

    Assim, fui correndo com ela atrás, tropeçando, não ligo a mínima. Ela merece, para dar valor a vida, mesmo que seja fruto de um desconhecido, mas desfrute da misericórdia da Alcateia.

    Mas uma coisa me chamou a atenção, alem de suas roupas rotas e sua magreza excessiva, o fato de minha dominância não te-la afetado, afinal, ela nem loba tinha.

    Por pensar em loba, lembrei da loba que vi na floresta dias atrás. Corri atrás dela, mas não consegui alcançá-la.  Podia jurar que tinha cores diferente. Mas isso não interessa agora, mesmo porquê, não a vi mais.

    Consegui chegar na base do morro e fui em direção ao Mestre Túlio.

    — O que está fazendo com a menina, meu alfa? — Perguntou-me o mestre.

    — Aqui está a sua mais nova ajudante, põe ela para trabalhar da manhã à noite, ninguém fica sem trabalhar nessa Alcateia.

    — Falei e larguei o braço dela, que ficou esfregando o lugar com a outra mão.

    — Tudo bem, meu Alfa. Obrigada, farei bom proveito dessa mão de obra especial. — Ele deve estar ficando cego, desde quando aquela esquisita é especial?

    — Pense como quiser,

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