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Verdades que não querem que você saiba
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Verdades que não querem que você saiba
E-book235 páginas5 horas

Verdades que não querem que você saiba

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Sobre este e-book

Teoria da conspiração, também chamada de "teoria conspiratória" ou "conspiracionismo", é uma hipótese explicativa ou especulativa que sugere que há duas ou mais pessoas ou até mesmo uma organização que têm "tramado" para causar ou acobertar, por meio de planejamento secreto e de ação deliberada, uma situação ou evento tipicamente considerado ilegal ou prejudicial.

Todo mundo gosta de uma teoria da conspiração. Elas dão a sensação de que algo muito secreto está acontecendo em todos os lugares.

Provas? Ninguém tem, mas quem precisa delas quando se tem uma boa história para acreditar?

O homem nunca chegou à lua? O atentado de 11 de setembro foi orquestrado pelos EUA? Jesus casou com Maria Madalena? A CIA matou John Lennon, Janis Joplin e Jimi Hendrix? Getúlio Vargas foi assassinado? O Brasil vendeu a final da Copa de 1998 para a França? Hitler fugiu para a Argentina e forjou a própria morte? Elvis está vivo? Paul McCartney está morto?

Existe um projeto secreto estudando extraterrestres na Área 51? E em Varginha? A URSAL existe mesmo? Bolsonaro inventou uma facada para evitar os debates e chegar à presidência? E os Illuminatis e a Nova Ordem Mundial?

O que não faltam são histórias para nos deixar com a pulga atrás da orelha. Venha conhecer algumas delas!
IdiomaPortuguês
Data de lançamento27 de ago. de 2021
ISBN9786587084527
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    Pré-visualização do livro

    Verdades que não querem que você saiba - Janaina Storfe

    Apresentação

    Teoria da conspiração, também chamada de teoria conspiratória ou conspiracionismo, é uma hipótese explicativa ou especulativa que sugere que há duas ou mais pessoas ou até mesmo uma organização que têm tramado para causar ou acobertar, por meio de planejamento secreto e de ação deliberada, uma situação ou evento tipicamente considerado ilegal ou prejudicial.

    Todo mundo gosta de uma teoria da conspiração. Elas dão a sensação de que algo muito secreto está acontecendo em todos os lugares.

    Provas? Ninguém tem, mas quem precisa delas quando se tem uma boa história para acreditar?

    O homem nunca chegou à lua? O atentado de 11 de setembro foi orquestrado pelos EUA? Jesus casou com Maria Madalena? A CIA matou John Lennon, Janis Joplin e Jimi Hendrix? Getúlio Vargas foi assassinado? O Brasil vendeu a final da Copa de 1998 para a França? Hitler fugiu para a Argentina e forjou a própria morte? Elvis está vivo? Paul McCartney está morto?

    Existe um projeto secreto estudando extraterrestres na Área 51? E em Varginha? A URSAL existe mesmo? Bolsonaro inventou uma facada para evitar os debates e chegar à presidência? E os Illuminatis e a Nova Ordem Mundial?

    O que não faltam são histórias para nos deixar com a pulga atrás da orelha. Venha conhecer algumas delas!

    A ascensão do MCV

    Gisele Wommer

    Não se sabia precisar certamente se Sara Maria havia fundado ou apenas divulgado o Movimento Contra a Vacinação no Brasil. Mas uma coisa era certa, ela era a figura por trás da sigla, a representante, a porta-voz, aquela que teve coragem de dar a cara a tapas.

    Também não se podia dizer exatamente quando foi que Sara Maria começou a detestar vacinas, para os íntimos ela dizia que foi depois de ter se tornado mãe de Júlia.

    O calendário de imunização de crianças no Brasil é amplo. Sara sabia que o mesmo acontecia nos países desenvolvidos. As crianças recebem a primeira vacina ainda no hospital, logo após o nascimento e as mães ganham um cartão as orientando, praticamente obrigando a comparecer nos postos de saúde com muita frequência para vacinar os pequeninos. Aquela rotina se repetia. Sara não suportava o choro alto da filha, tinha vezes em que recebia mais de uma injeção.

    Ela viu um filme antigo de ficção científica na televisão, em que os governos haviam criado um vírus para controle populacional e o colocado na água. Assim, ela teve um cutuco, para não levantar suspeitas não era muito mais fácil colocar o vírus nessas vacinas e obrigar todo mundo a se vacinar?

    Sara Maria ficou fissurada, começou a fazer pesquisas na internet e voilà, encontrou gente que pensava como ela, gente que duvidava da eficácia da vacinação e gente que se recusava a vacinar os filhos.

    No começo, tudo foi tímido demais. Sara apenas entrou em alguns grupos nas redes sociais, argumentando com pessoas que lhe davam razão, e então ela passou a replicar as ideias deles e eles as ideias dela e a coisa toda foi tomando uma grande proporção, com cada vez mais adeptos.

    Sara era dona de casa, cresceu nos anos 90 e tomou todas as vacinas disponíveis na sua época. Nem sempre era necessário que a mãe a levasse até o posto de saúde, o ônibus do Zé Gotinha costumava passar na sua rua, repleto de enfermeiros felizes, que desciam nas casas e vacinavam as crianças, ainda conferindo-lhe as carteirinhas de vacinação e aplicando outras doses que não fossem da campanha daquele dia. Entre as crianças era indiscutível que todas preferiam as gotas ao invés da injeção. O Zé Gotinha distribuía balões e, no fim da tarde, após imunizar todas as crianças, se despedia feliz.

    Uma geração inteira de crianças imunizadas e pais conscientizados da importância do vacinar. Um trabalho de anos. Os noticiários anunciavam a erradicação de muitas doenças em todo o território nacional e as que não eram erradicadas sofriam uma severa redução, exceto, é claro, aquelas para as quais a vacina não existia.

    Sara lembrava com carinho daquela época, mas agora era tudo diferente. E isso porque, bem, porque na época dela os pais confiavam no governo, agora, para a segurança dos filhos, devia-se questionar cada ação. Vai que alguém quisesse matar todas as crianças, igual naquele filme.

    A porta-voz do grupo não se deu mais por satisfeita em replicar comentários de outras pessoas e pesquisou os próprios argumentos. Assim, encontrou um artigo de 1998, publicado em uma importante revista científica renomada, no qual um médico britânico afirmava que a vacinação estava elevando o número de crianças autistas pelo mundo. Foi o que bastou para Sara empunhar a bandeira do MCV, literalmente.

    Reuniu outras mães, colou cartazes escrito não vacine em frente aos postos de saúde da cidade. Gravou vídeos e postou no Youtube, que receberam milhares de acessos e muitos comentários. Não era um conteúdo adequado, mas até que eles fossem bloqueados, a visibilidade do MCV aumentava. As pessoas compartilhavam os vídeos de Sara, davam-lhe voz e certa fama e, alguns que já não estavam muito certos quanto à eficácia das vacinas, pararam de vacinar as crianças.

    Era um sábado de tarde quando as enfermeiras montavam a sua banca de vacinação em frente a uma loja no centro da cidade, com a intenção de atender crianças cujas mães não levavam até os postos para vacinar, e já as imunizavam contra outras doenças. Era para isso que existiam as campanhas de vacinação. De repente, Sara e um grupo de umas dez mães pararam em frente à mesa improvisada, que tinha sido carregada com trabalho da casa de uma das enfermeiras, levantaram cartazes e começaram a gritar para que nenhuma mãe vacinasse o seu filho.

    As enfermeiras ficaram pasmas, olharam para o grupo com uma cara de quem diz: vocês vão fazer isso mesmo?. Mas elas já estavam fazendo. Claro que o grupo conseguiu afastar algumas mães, mas além disso, elas ganharam notoriedade, uma entrevista de uma página inteira e a capa do jornal local, cujo editor ficou feliz em ter um assunto polêmico para publicar, o que não era comum naquela pequena cidade.

    — Isso é ridículo! — disse o marido de Sara enquanto lia o jornal na manhã seguinte antes de sair para o trabalho.

    — Ridículo o que, Paulo Roberto? Eu lutar pelo que acho certo, ter gente que me dá valor e me apoia na vida?

    — Amor, você tem que parar com isso.

    — Cale-se, Paulo Roberto!

    E como sempre, Paulo Roberto se calou e Sara não lhe deu ouvidos.

    O destaque local que ela havia alcançado não era suficiente. Sara sabia que aquele problema era global, eram laboratórios internacionais que manipulavam as vacinas, pelos mais diversos motivos. O movimento do qual Sara participava era forte nos Estados Unidos, alguns países da Europa e na África do Sul. Em pouco tempo, Sara virou sua representante no Brasil.

    Era convidada para programas de televisão, e citava inúmeros casos de pessoas que haviam morrido após a vacinação, boa parte delas na África do Sul, apresentava inclusive fotos dessas pessoas, somando relatos dos amigos que fizera via internet.

    Certa vez fora convidada para um debate em um noticiário ao vivo. Sara, do Movimento Contra Vacinas e Andreia, médica pediatra e doutora em bioquímica. A primeira pergunta que fizeram a Sara foi o seu grau de estudo.

    — Ensino Médio — ela respondeu, sem falar que havia terminado os dois últimos anos à distância —, mas não é necessário estudo para defender as nossas crianças.

    Andreia apenas arqueou uma sobrancelha.

    — Nosso movimento se baseia em muitas provas concretas. Relatos de pessoas reais e na entrevista do doutor Wakefield…

    — Um momento. — Andreia a interrompeu. — Você sabe que este médico foi desmascarado, a própria revista se desculpou com seus leitores, ele estava envolvido financeiramente com advogados que processavam o sistema de saúde por supostos erros nas vacinas. Ele foi comprado.

    — Ele pode ter sido induzido a falar isso.

    — Assim como pode ter sido induzido a ter dado a primeira entrevista.

    — Nosso grupo acredita que Bill Gates investe dinheiro para que as vacinas matem crianças. Ele está por trás de todo o esquema.

    — Qual a intenção dele?

    — Controle populacional.

    — E por quê?

    — Porque ele participa de organizações secretas que querem controlar o mundo inteiro. — Houve uma risadinha na plateia. — Os membros de nosso grupo não compram os produtos que ele representa, não lhe damos nosso dinheiro para que não financie este tipo de organização.

    — Eu não sei nada sobre isso, dona Sara, mas posso lhe mostrar e comprovar, através de dados científicos, como as vacinas são produzidas e como agem.

    — Bobagem.

    — Esse grupo de vocês quer acabar com as vacinas no mundo inteiro?

    — Não, nós queremos ter o direito de escolher se vacinamos ou não nossos filhos.

    — E a senhora acredita que os direitos individuais devem estar acima dos coletivos? Por exemplo, se um grupo não vacina os seus filhos e traz de volta uma certa doença, outras pessoas correm o risco de adoecer também.

    — A propósito — intercedeu o apresentador —, a Organização Mundial de Saúde apontou o retorno de algumas doenças já erradicadas em diversos países. Em poucas proporções, mas houve um retrocesso. Como a senhora explica isso, dona Sara?

    — Ora, os imigrantes, vindos de todos os lugares, entrando e saindo livremente em vários países, trazem consigo muitas doenças.

    — Perfeito, dona Sara — disse Andreia. — Isso porque boa parte deles não tem acesso a muitos recursos básicos que podem prevenir certas doenças, entre eles a alimentação de qualidade, saneamento básico e saúde preventiva, onde se insere a vacinação.

    — Não acredito que seja isso, eu me atenho aos fatos. Essas doenças são inventadas para que pessoas bilionárias invistam em remédios e mintam para as pessoas que as vacinas funcionam quando, na verdade, querem é matá-las. Eu me atenho aos fatos.

    — E eu me atenho à ciência.

    — Não vacinem os seus filhos!

    — Por favor, vacinem sim!

    E o programa encerrou. Nas redes sociais a maioria das pessoas apoiava a médica, mas não faltou gente para dar razão à Sara Maria e seus fatos.

    Uma pequena marola a caminho de se tornar um tsunami, pensava a doutora Andreia. Estudando em seu escritório, ela lia os comentários nas redes sociais e achava muito mais fácil descobrir uma vacina que curasse todas as doenças do que convencer aquelas pessoas de qualquer coisa.

    Andreia estava preocupada com o que eles poderiam fazer a si mesmos e aos outros. Leu que a Organização Mundial de Saúde já aponta a resistência à vacinação como uma das maiores ameaças globais a saúde. E relatam aumento de casos e retorno de doenças erradicadas em várias partes do globo terrestre. A preocupação é grande. O sarampo e a poliomielite estavam ressurgindo com força, depois de já erradicados em alguns países e com séria redução em outros.

    Um novo vídeo acabava de entrar nos comentários. Era de Sara, em uma conversa on-line com um influente político italiano, que apoiava cada uma de suas ideias. Andreia balançou a cabeça, admirada com a proporção que aquilo tomava. Com a internet, as fronteiras do mundo se acabaram, foi a primeira vez que Andreia achou isso ruim. Como tudo na vida tinha um lado ruim, mas ela nunca pensou que viveria para ver as pessoas contrariarem a ciência com unhas e dentes.

    Jogou o nome do político no Google e descobriu que era chacota mundial. Antivacina, havia contraído catapora já adulto e precisou de cinco dias de internação hospitalar, ainda assim, defendia que as pessoas não se vacinassem ou que, no mínimo, pudessem optar. O complô estava formado.

    — Nós estamos certos e nunca desistiremos! Os fatos são nossas provas! —Sara disse e encerrou o vídeo, enquanto o homem balançava a cabeça em aprovação.

    — Obrigada Sara, a próxima é em seis meses — disse a enfermeira enquanto entregava para a mãe a carteira de vacinação da pequena Júlia, devidamente completa e em dia.

    Sara consolou a filha, que chorava, pegou o cartão, agradeceu as enfermeiras, que eram as mesmas que ela havia impedido de trabalhar outro dia e saiu do posto dizendo para sua filha que ficaria tudo bem.

    As enfermeiras se olharam.

    — Eu juro que não entendo.

    — Eu sim, é muito fácil dizer para não vacinar… os filhos dos outros.

    — A gente tinha que tirar uma foto dela aqui e postar nas redes sociais.

    — Duvido que os apoiadores acreditem, vão achar que é fake — disse a enfermeira, já lavando as mãos para vacinar outra criança.

    A conspiração Zika vírus.

    Humberto Barino

    Fevereiro de 2016. A OMS declara que o Zika vírus requer uma resposta urgente, sendo considerado uma emergência de saúde pública mundial. Ou seja, o Zika vírus está no mesmo patamar que o Ebola.

    A pandemia do Zika se espalhou rapidamente pelas Américas causando medo em toda população brasileira, especialmente entre mulheres grávidas, devido à microcefalia a que os bebês eram acometidos no ventre materno. Esse surto trouxe à tona mais uma vez o debate a respeito da legalização do aborto devido a seus efeitos no feto, e foi acusado de ser uma arma biológica. Acusações indevidas?

    Em 2020, segundo a BBC News, houve um aumento no número de casos prováveis de dengue em 19% no Brasil quando comparado com as primeiras cinco semanas do ano anterior. Isso tudo em meio à pandemia do novo Coronavírus, também acusado de ser uma arma biológica criada pelos chineses, maior parceiro comercial do Brasil.

    No final de 2017, quase meio milhão de mosquitos transgênicos foram liberados entre a população como um meio de evitar o desenvolvimento do Aedes aegypti. De acordo com uma pesquisa publicada pela Scientific Reports, a população atual de mosquitos está ainda mais forte, visto que agora possui traços genéticos de três diferentes populações do mosquito. O quão perigoso isso não seria? Ou melhor, será?

    Em 2018, a Oxitec, responsável pelos mosquitos transgênicos, assumiu fracasso em relação ao projeto e fechou fábrica. Mas qual seria o intuito real por trás dos mosquitos geneticamente modificados?

    O Zika vírus foi isolado pela primeira vez em 1947 por cientistas financiados pela fundação Rockefeller. A família Rockefeller está envolvida em mais escândalos do que posso contar com os dedos das mãos e dos pés, e está dentre as cinco famílias que dominam o mundo graças à sua fortuna adquirida da indústria petrolífera. Curioso, não?

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