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Apometria: Caminhos para Eficácia Simbólica, Espiritualidade e Saúde
Apometria: Caminhos para Eficácia Simbólica, Espiritualidade e Saúde
Apometria: Caminhos para Eficácia Simbólica, Espiritualidade e Saúde
E-book166 páginas3 horas

Apometria: Caminhos para Eficácia Simbólica, Espiritualidade e Saúde

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Sobre este e-book

O livro Apometria: caminhos para eficácia simbólica, espiritualidade e saúde busca, de maneira inovadora, explorar a apometria, prática terapêutica espiritual procurada por pacientes oncológicos como tratamento complementar que se relaciona aos conceitos de espiritualidade, religiosidade e sentido da vida.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de nov. de 2020
ISBN9786586034431
Apometria: Caminhos para Eficácia Simbólica, Espiritualidade e Saúde

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    Apaixonada pelo conteúdo, por todo conhecimento compartilhado. Gratidão! Vou praticar.

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Apometria - Karine Mendonça Rodrigues

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INTRODUÇÃO

Este livro tem por objetivo identificar os elementos rituais constituintes da técnica de apometria, assim como o que envolve e produz a eficácia simbólica. Para isso, foi necessário adentrar no universo em que a apometria é aplicada. Assim, por meio de uma experiência etnográfica, dividida entre a realidade de um centro espírita, onde foi sistematizada e difundida a técnica, e de dois consultórios localizados na cidade de Porto Alegre (RS, Brasil), os caminhos de pesquisa foram percorridos.

Escolhi acompanhar um grupo no centro espírita que atende pacientes com câncer e depois foquei o atendimento do mesmo tipo de paciente em consultório. A escolha de acompanhar pacientes com câncer surgiu no primeiro contato no centro espírita. Pensei que seria mais interessante trabalhar um grupo de pacientes com uma patologia física específica para pensar nas diferentes visões ou dimensões que essa enfermidade pode agregar quando avaliada entre as ciências duras – medicina − e a religião/espiritualidade.

No centro espírita, a dinâmica das observações de campo, ou seja, o acompanhamento dos atendimentos aconteceu em 576 atendimentos presenciais e 360 a distância, ao longo de 18 meses, do grupo aos consulentes, dividindo-me em duas áreas físicas: a sala verde, onde os consulentes recebem o atendimento presencial, e a sala principal em que parte da equipe faz o atendimento espiritual de limpeza.

Cabe ressaltar que, para manter o anonimato dos pesquisados, todos os nomes registrados neste livro são fictícios e não possuem qualquer relação com os participantes. A escolha dos nomes foi aleatória com intuito de preservar todos os envolvidos. As instituições referidas nesta pesquisa têm seus nomes divulgados por se tratarem de referências expostas nas bibliografias consultadas. Todos os dados a elas referidos foram coletados de acordo com a literatura e as informações previamente autorizadas.

Tendo como foco as práticas terapêuticas realizadas dentro do contexto religioso, é inevitável que se pense em certos conceitos que permeiam a Antropologia ao longo da sua trajetória, como magia, ciência, ritos, mitos e eficácia. Um marco para o pensamento que envolve e estabelece discussões sobre esses conceitos é a obra A eficácia simbólica da obra Antropologia estrutural, de Lévi-Strauss (1996). Muito tempo passou e vários autores abordaram esses conceitos na tentativa de posicioná-los como mais ou menos primitivos e/ou civilizados, buscando enfatizar ou evidenciar a racionalidade contextualizada.

Mesmo com tantas discussões e reflexões, que iniciaram com Tylor, passaram por Frazer, Durkheim, Mauss, Malinowski, Radcliffe-Brown e Evans Pritchard até chegar a Lévi-Strauss, magia, ciência e religião sempre foram questões pendentes e instigantes para a Antropologia. Suas noções e ideias sofreram muitas mudanças até o ponto que desejo referir-me, entendido por Lévi-Strauss (1996) e mencionado nos apontamentos feitos por Peirano (2002), quando faz um levantamento sobre o desenvolvimento desses conceitos ao longo do tempo na disciplina. Essa autora esclarece que modernos e primitivos têm, de modos distintos, magia, arte e ciência como formas de conhecimento paralelas.

Tomando como base certa noção de simetria entre magia e ciência, colocando-as horizontalmente, outras dicotomias surgiram, como os conceitos de mito e rito, para se entender ou tentar explicar alguns fenômenos como economia, parentesco e, principalmente, religião. Na ideia de Lévi-Strauss (1996) e dos estruturalistas, não era apenas uma dicotomia que se estabelecia entre rito e mito, os estudos sobre eles deveriam também ser separados. Portanto, de um lado tínhamos o mito ligado a formas de pensar e, de outro, o rito aliado à continuidade social.

Essa explícita dicotomia remetia à outra muito conhecida entre relações sociais e representações, como defendia Durkheim (1994). Mesmo que Mauss e Hubert (2003) tenha entendido a magia como uma forma individual de um fenômeno coletivo, mas eficaz por um longo período, separou os dois conceitos: os mitos foram relacionados às representações e os ritos às relações

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