A expedição de Reinhard Maack em 1933-1934 no interior do Paraná: contexto sociopolítico e econômico
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A expedição de Reinhard Maack em 1933-1934 no interior do Paraná - Alfeo Seibert Filho
CAPÍTULO I – EXPEDIÇÕES GERAIS E IMPERIALISMO
1.1 EXPEDIÇÕES HISTÓRICAS AO BRASIL E O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO ALEMÃ
A imensa densidade territorial do continente americano proporcionou dificuldades para que os conquistadores europeus de fato conhecessem as riquezas e potencialidades econômicas existentes na flora, na fauna, nos minérios, incluindo o conhecimento das formações do solo americano.
Desde o acontecimento da chamada descoberta
da América, no final do século XV, e a posterior ocupação ou invasão
realizada posteriormente pelos europeus durante os séculos que se seguiram, os conquistadores europeus não se cansaram de enviar expedições, ou seja, enviar expedicionários com o objetivo de serem espias
para averiguar as possibilidades de encontrarem riquezas, mas não foi somente para isso que as expedições existiram.
Para que essas expedições alcançassem seus objetivos, foram necessárias sinalizações de expectativas positivas no cenário desenhado por esses expedicionários olheiros
para que obtivessem perspectivas de resultados satisfatórios.
Era necessário se certificar das condições e probabilidades, assim como uma avaliação sobre o cálculo do risco econômico, considerando o grau de dificuldades encontradas, entre elas, o fator da distância, iniciando pelas dificuldades em atravessar o imenso Oceano Atlântico e por outras inúmeras dificuldades, tais como o clima, as doenças, adversidades com os nativos e com os próprios concorrentes europeus, incluindo o risco de perderem os produtos conquistados e a própria vida, aqueles que foram enviados conforme as narrativas históricas e historiográficas demonstram.
Inicialmente Portugal teve um considerável desenvolvimento em navegações marítimas, inclusive um sistema mais eficiente se comparado ao sistema de navegação dos reinos espanhóis, segundo avaliação do próprio Maack. O fato dos navegadores portugueses terem chegado aos solos americanos antes de Colombo deve considerar-se provado com base em documentos portugueses (MAACK, 2012, p. 55-56).
No entanto, Maack ressalva que as descobertas portuguesas sempre foram em caráter sigiloso, ao contrário das descobertas feitas pela coroa espanhola, que foram divulgadas em caráter oficial, fato que levou os portugueses e espanhóis aos devidos tratados para redefinição das posses territoriais.
Para Maack, mesmo no período anterior da chegada de Colombo na América, ficou evidente que as representações da Terra dadas por Toscanelli e Behaim não definiam a forma continental da América, mas eram dadas como ilhas já situada no Oceanus Orientalis Indae (MAACK, 2012, p. 60), foi sobre esses dados que Colombo não teve dúvidas de ter chegado ás Índias.
Ainda no contexto histórico das grandes descobertas dos novos continentes, sobre o tema do envio das primeiras expedições ao Brasil, incluímos em nossa abordagem a participação de expedicionários alemães nesse processo explorador em conformidade com o relato de Gregory (2013).
Há referências sobre a presença de alemães desde o século XVI na colônia de Portugal. Pedro Álvares Cabral teria sido acompanhado, em sua frota, por dois alemães, um cozinheiro e um náutico (Meister Johann). Há registros de que religiosos missionários estiveram na colônia. Exploradores, viajantes, escritores, intelectuais, artistas, cientistas alemães constam em documentos diversos. Ulrich Schmidel, Hans Staden, Johan Baptist von Spix, Karl Friederich Philipp von Martius, Alexander von Humbold (este teria sido impedido de permanecer no Brasil por suspeita de ser espião), Johan Moritz Rugendas, Georg Heinrich von Langsdorff, Otto Grashoff, dentre outros, estão mencionados em vasta bibliografia, sendo-lhes atribuídas significativas contribuições à formação na nação brasileira. Estas presenças de alemães neste período merecem esta rápida menção, podendo receber atenção maior em outros momentos, mesmo que tenham sido numericamente e relativamente pequenas diante dos indígenas, portugueses e africanos. (GREGORY, 2013, p.