Publique Sem Sufoco: Do Projeto Editorial à Noite de Autógrafo

De Ester Soares Moura

Já dizia o grande José Saramago: "Somos todos escritores, só que alguns escrevem, outros não." Sendo assim, Publique Sem Sufoco – do projeto editorial à noite de autógrafos vem, com uma leitura acessível e por meio de contos, desmistificar toda e qualquer dificuldade no assunto "publicação de livros".
Você tem medo de escrever, pois acha que publicar é difícil ou caro? Já passou por sua cabeça que é um sonho tão distante que nem compensa começar?
Você sabe qual é a diferença entre editora, gráfica e livraria? Você já ouviu falar que há editoras tradicionais, de autopublicação e mistas? O que sabe sobre e-book e audiobook? Você imagina por quanto seu livro pode ser vendido?
Tudo parece assustador? Acha que o caminho é longo?
Leia este tutorial em formato de livro - o que não poderia ser diferente - e acredite: depois desta leitura, você só não publicará se realmente não quiser.
O diferencial deste livro está na experiência de sua autora. Ester tem por essência duas características: curiosidade por conhecer e entender o que se propõe a fazer e habilidade em negociação, as quais lhe proporcionaram uma vasta experiência também no mundo literário. Ao escrever seu primeiro livro, sem saber por onde começar, buscou informações em muitas editoras e gráficas, descobriu a existência de variados tipos de editoras e as diferenças entre eles, soube da necessidade de cada serviço para a publicação de um livro, sentiu a importância do bom atendimento por profissionais experientes, até chegar, enfim, ao ponto tão sonhado: o lançamento!
Após, a autora decidiu investir no mundo da escrita. Ao fazer um curso com a renomada jornalista e escritora Fabiana Bertotti, além de aprender técnicas essenciais para a sua escrita, percebeu a oportunidade de abrir sua própria editora. Em menos de sete meses, Ester teve o privilégio de ser editora de quase setenta obras, entre livros físicos e e-books. E é por causa dessa experiência que este livro é, de fato, uma obra relevante e diferenciada.

• Idioma: Português
• Editora: EUPP
• Data de lançamento: 2 de mai. de 2022
• ISBN: 9786589614982

Pré-visualização do livro

Você é daquelas pessoas que deixam a vida passar? Você deixa a vida te levar? Quais são os motivos que te fazem procrastinar, ou que te levam a não concretizar algo?

CAPÍTULO UM

Deixa a vida me levar

‘’Aquele que for capaz de perder uma corrida, sem

culpar os outros pela sua derrota, tem grandes

possibilidades de algum dia ser bem-sucedido."

(Napoleon Hill)

Eduarda, uma mulher inteligente, psicóloga e palestrante motivacional de uma grande empresa há mais de dez anos é, simplesmente, uma devoradora de livros. Ama ler e tem uma mente incrível. Ela guarda em sua memória quase que a totalidade do que lê.

Os amigos ficam paralisados quando, nas rodas de conversas, ela cita trechos enormes de livros que ela leu há anos. É impressionante! Sabe aqueles textos extensos, poemas completos? Sim, ela lembra!

Eduarda é uma mulher incrível, amada e admirada por muitos. Você deve pensar que ela, decididamente, não é dessas pessoas que procrastinam, que deixam a vida passar sem realizar o que deseja, certo???

Errado!

De tanto receber elogios por sua inteligência e facilidade em memorizar textos, as pessoas começaram a pedir para ela escrever um livro. Prontamente, ela se encantou com a ideia.

No ano de 2017, decidiu escrever seu livro, iria falar sobre um assunto que domina: oratória, com a certeza de que seria algo fácil para colocar no papel, pois era o conteúdo do seu dia a dia.

Entrou em seu espaçoso escritório, papel luxuoso nas poucas paredes que não estavam cobertas pelas lindas e variadas prateleiras de livros, sentada em sua cadeira confortável, abriu seu notebook e, com toda a confiança, começou a digitar:

... Meu nome é Eduarda...

... Sou Eduarda, palestrante e psicóloga...

.... Querido leitor, através deste livro você conhecerá...

... Eduarda, nascida na cidade de São Paulo, em...

... Era uma vez, uma jovem determinada e comunicativa...

Eduarda, percebendo que não conseguia digitar o conteúdo que tão bem conhecia, começou a ficar um pouco impaciente. Levantou-se, foi até a cozinha, pegou um suco na geladeira, bebeu, retornou para o escritório e voltou a digitar:

... Repita comigo: você é capaz de conquistar tudo o que quiser....

... Olá, meus amores...

Na ansiedade por não escrever, ela acreditava que essa falta de criatividade ocorreu pelo fato de que aquele dia foi extremamente cansativo. Então levantou, foi tomar um relaxante e demorado banho, ligou para o Guilherme, seu namorado, contou o que estava acontecendo e ele logo sugeriu de buscá-la para dar uma volta, comer algo, esfriar a cabeça e oxigenar o cérebro.

Eduarda amou a ideia, arrumou-se e aguardou a chegada do namorado.

Foram a um restaurante do qual gostavam muito, conversaram bastante e, como sempre, recebeu total apoio para escrever o livro. Ele confiava no potencial de sua namorada e sabia que era completamente possível, até porque Guilherme pertence ao mundo literário.

Ele, advogado e professor universitário, já escreveu três livros, além de ser de uma família de escritores. Filho de dona Eloise, também escritora e professora, seu avô, além de médico, já publicou vários livros... Como se percebe, uma família apaixonada pela literatura.

Sendo assim, Guilherme acalmava Eduarda, dizendo para ela não se preocupar, pois iria conseguir.

Ao voltar para casa, Eduarda até pensou em voltar a escrever, mas decidiu dormir, ela sabia que estava cansada demais para fazer qualquer coisa e, no dia seguinte, precisaria acordar cedo, pois tinha uma palestra em uma grande empresa multinacional e precisava descansar.

Como sempre, Eduarda deu um verdadeiro show ao se apresentar no dia seguinte. Ela tinha total domínio no que falava, as pessoas a aplaudiam e, no final do evento, muitos foram perguntar se ela tinha livros para vender. Com toda a segurança dizia que estava escrevendo seu primeiro livro, que precisava transmitir seus conhecimentos a mais pessoas, pois somente com as palestras isso não era suficiente. Todos que a ouviram ficavam felizes e garantiam que, assim que ela lançasse, iriam comprar o seu livro.

Ao voltar para casa, com total empolgação, Eduarda correu para o seu escritório, abriu o seu computador e nada... absolutamente nada... não conseguia escrever. Isso a incomodava, afinal, ela não estava acostumada a não conseguir o que se buscava a fazer.

Ela digitava, apagava, digitava novamente e apagava mais uma vez e fez isso por diversas vezes. Tinha um vício de linguagem próprio de palestras e percebeu que não dava certo para a linguagem escrita. Começou a se agitar, ficar nervosa, até que decidiu não se estressar. Mais uma vez desistiu da escrita naquele dia, levantou-se, tomou um banho e foi assistir a alguns episódios de "Suits¹ ", sua série favorita. Ela achava que Harvey Specter, o personagem principal, dominava na oratória e convencimento, e isso a fascinava.

No dia seguinte, tinha as mesmas agitações, porém com maior intensidade. Naquele dia, trabalhou até muito tarde, chegou em casa completamente esgotada, foi direto tomar um banho e, sem perceber, já estava deitada em sua cama, acabada de cansaço.

Os próximos dias da vida de Duda não foram nada fáceis, tamanha correria, férias de um colega de trabalho, agendas lotadas e ela precisava dar conta de tudo. Seu corpo não mais aguentou, pediu socorro, devido aos dias agitados. Além disso, ela não se alimentava direito, já não conseguia frequentar a academia, suas noites mal dormidas, tudo foi uma junção para sua imunidade despencar. Resultado: Duda pegou uma pesada gripe. Muito fraca, por uma semana não conseguia nem mesmo trabalhar. Tudo isso complicou demais sua rotina, precisou refazer sua agenda, acumulou serviços e, quando percebeu, sua vida estava de cabeça para baixo.

Tudo isso favoreceu ainda mais o desencorajamento do sonho de escrever seu livro. Na verdade, ela não sabia lidar com a frustração de não conseguir dar andamento na escrita. O medo de não dar conta, escrever algo ruim e receber críticas das pessoas que há tanto admirava a fazia não prosseguir. Ela acreditava que não precisava mais

correr esse risco, já que estava com uma carreira sólida, muito reconhecida e não poderia colocar isso em jogo. No fundo, no fundo, abandonar esse objetivo a incomodava, mas a segurança que sua zona de conforto lhe proporcionava pesava mais.

Um determinado dia, em uma conversa na casa dos pais de Guilherme, sua sogra perguntou como estava o andamento da escrita do livro. Com toda a naturalidade, Eduarda respondeu que estava paralisado, pois a falta de tempo lhe prejudicava.

Dona Eloise se interessou pelo assunto e questionou Eduarda como estava sua rotina. Duda relatou toda a sua agenda, entre academia, trabalho, tarefas de casa e que não lhe sobrava tempo para escrever. Ela insistiu em perguntar se a nora tinha tempo para ler e assistir a algum filme, série ou programa que gostasse. Duda, acertadamente respondeu que sim. Disse que todos os dias lia algo e que, pelo menos três vezes na semana, conseguia assistir algo de sua preferência.

Através de tais relatos, a mãe de Guilherme percebeu que, na verdade, não era a falta de tempo que impedia Duda e sim a ausência de prioridade. Ela tentou encorajar a nora dando continuidade ao assunto e logo percebeu outros motivos: o medo que Duda tinha de não conseguir, de não ser aceita e ainda ser criticada. Então tomou uma decisão e disse:

Duda, muitas vezes acreditamos que não temos tempo, ou deixamos de realizar algo porque estamos cansados; quando, na verdade, apenas não definimos o que é a nossa prioridade. Para escrever um livro, é necessária a renúncia. Por um certo tempo, você terá que deixar passeios, séries e qualquer outra atividade que te impeça de seguir o alvo. E estou disposta a te ajudar a conquistar esse objetivo.

Soube de um curso que ajuda pessoas a escreverem livros. Esse curso é com uma escritora bem renomada, o que acha de fazer? Mesmo com a experiência que tenho, até penso em fazer também, vamos?

Duda se interessou, ficou bem animada e pediu mais explicações.

Eloise pegou o celular e acessou informações de divulgações do curso, mostrou o conteúdo, valores, datas e, então, as duas decidiram se matricular.

O curso era virtual, a professora animada e a turma engajada! Na primeira aula, os alunos se apresentaram, falaram um pouco deles e da ideia do que queriam escrever. Os colegas da turma vibraram com os planos trocados, Duda percebeu o apoio e se encorajou para voltar ao propósito do seu livro.

Realizadas as apresentações, a professora explicou sobre o primeiro passo para escrever um livro: O período de preparação. Esse período é reservado para a elaboração do PROJETO EDITORIAL. Ela explicou e orientou que nenhum aluno começasse a escrever absolutamente nada no livro antes de fazer o projeto