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A Folia Carnavalesca de 1913 e o Rancho Ameno Resedá
A Folia Carnavalesca de 1913 e o Rancho Ameno Resedá
A Folia Carnavalesca de 1913 e o Rancho Ameno Resedá
E-book247 páginas2 horas

A Folia Carnavalesca de 1913 e o Rancho Ameno Resedá

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Sobre este e-book

A leitura deste texto evoca uma série de saberes e reacende as inquietações e reflexões propostas pelo autor. Desperta o interesse daqueles que buscam a compreensão dos métodos de pesquisa em carnaval, figurino, artes. A apreensão dos saberes, os procedimentos e os desdobramentos de sentidos provocados pela leitura do livro, nos surpreendem.

A partir de um número limitado de desenhos, o autor estabelece uma metodologia de pesquisa singular ao mapear, acordar e reinscrever uma trajetória do processo de criação em um período (a década de 1910) recheada de interdições, de inovações e ultrapassada no eixo temporal.

Samuel Abrantes Figurinista; Performer e Professor na Escola de Belas Artes – EBA/UFRJ
IdiomaPortuguês
EditoraRio Books
Data de lançamento22 de mai. de 2022
ISBN9786587913827
A Folia Carnavalesca de 1913 e o Rancho Ameno Resedá

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    Pré-visualização do livro

    A Folia Carnavalesca de 1913 e o Rancho Ameno Resedá - Madson Oliveira

    Madson Oliveira

    A Folia Carnavalesca de 1913

    e o rancho Ameno Resedá

    1ª Edição, 2022

    Coordenação editorial

    Denise Corrêa

    Daverson Guimarães

    Redesign de ilustrações da capa

    Rodrigo Marques

    Projeto gráfico, capa e diagramação

    Fernanda Oliveira

    Produção gráfica

    Denise Corrêa

    Maristela Carneiro

    Revisão ortográfica

    Algo Mais Soluções

    Catalogação na publicação

    Elaborada por Bibliotecária Janaina Ramos – CRB-8/9166

    M183

    Madson Luis Gomes de Oliveira

    A folia carnavalesca de 1913 e o rancho Ameno Resedá / Madson Luis Gomes de Oliveira; Rodrigo Marques (Ilustrador). – Rio de Janeiro: Rio Books, 2022.

    ISBN 978-65-87913-72-8

    1. Trajes. 2. Indumentária. I. Oliveira, Madson Luis Gomes de. II. Marques, Rodrigo (Ilustrador). III. Título.

    CDD 792.026

    Índice para catálogo sistemático

    I. Trajes

    Rio Books

    Av. Jarbas de Carvalho, 1733 - 101 Recreio dos Bandeirantes

    Tel. (21) 99312-7220 CEP 22.795-445

    Rio de Janeiro – RJ

    contato@riobooks.com.br

    www.riobooks.com.br

    Todos os direitos desta edição são reservados a:

    Editora Grupo Rio Books.

    Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônicos ou mecânicos, incluindo fotocopias e gravação) ou arquivada em qualquer sistema de banco de dados sem permissão escrita do titular do editor. Os artigos e as imagens reproduzidas nos textos são de inteira responsabilidade de seus autores.

    Sumário

    Apresentação

    Introdução

    1 | Carnaval Carioca

    2 | Tipos de desfiles carnavalescos

    Grandes Sociedades

    Pequenas Sociedades (ranchos, blocos e cordões)

    3 | O rancho Ameno Resedá e o desfile de 1913

    Caderno de Aquarelas: 1913

    4 | Amaro (do) Amaral (vida e obra)

    Criações para o teatro e o carnaval

    Teatro

    Figurinos teatrais

    Carnaval

    Estandartes

    Figurinos carnavalescos

    Conclusão

    Referências Bibliográficas

    Posfácio

    Sobre o Autor

    Caderno de Aquarelas: 1912-1916

    Apresentação

    Muitas vezes, o pesquisador procura por seu objeto de investigação que o deixará, de algum modo, mergulhado por meses num determinado assunto. No entanto, nem sempre é assim que acontece, como no caso desse livro, no qual a pesquisa se apresentou de uma maneira muito curiosa e nos envolveu até chegarmos ao resultado que aqui apresentamos.

    O ponto de partida para a pesquisa chegou até nós por meio de uma reportagem de jornal divulgando a Exposição Deuses da Folia, gentilmente fornecida pela profa. Ecila Cirne. Essa exposição ficou em cartaz entre 02 de fevereiro e 31 de março de 2013, no Museu do Ingá, em Niterói e mostrava fotos, desenhos e documentos de carnavais passados, dentre eles, as aquarelas originais do caricaturista Amaro Amaral e alguns jornais sobre o rancho Ameno Resedá¹.

    Na reportagem acima citada, havia a reprodução do desenho de um figurino e esse croqui nos empolgou pela beleza da figura e nos chamou atenção para lermos a notícia. Ficamos interessados em conhecer todo o material relatado na matéria jornalística. Por meio de um ofício, solicitamos ao Museu do Ingá uma cópia digital dos desenhos, uma vez que aquela instituição é a detentora das aquarelas expostas. Elas são do acervo do museu e foram restauradas pela equipe do Laboratório de Conservação (Lacon) da Superintendência de Museus da Secretaria de Estado de Cultura, conforme divulgado site do Museu do Ingá.

    Recebemos um CD com cópias digitalizadas das 57 aquarelas e ficamos impressionados com o valor estético do trabalho. Potencialmente, percebemos a possibilidade desse material ser investigado, numa pesquisa formal de Pós-Doutorado em Artes Visuais, que foi aprovada e desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, da Escola de Belas Artes-PPGAV-EBA/UFRJ. Assim, iniciamos a investigação sobre o material sob a supervisão da profa. Dra. Maria Cristina Volpi Nacif. Nessa pesquisa inédita sobre o material cedido pelo Museu do Ingá nos deparamos com fatos desconhecidos e identificamos situações que podem se desdobrar em outras tantas pesquisas, pois no decorrer do tempo, foram sendo trazidos à claridade fatos e personagens até então desconhecidos por nós.

    Assim, esperamos divulgar o trabalho do artista visual Amaro Amaral, ao mesmo tempo em que esclarecemos sobre a arte precursora das apresentações carnavalescas no Rio de Janeiro, no início do século XX, que se tornaram o modelo para os atuais desfiles das escolas de samba.

    Boa leitura e bom proveito!

    Madson Oliveira e Maria Cristina Volpi


    1 Rancho carnavalesco que desfilou pelas ruas do Rio de Janeiro a partir de 1908 e manteve atividades sociais até 1941 (EFEGÊ, 1965).

    Introdução

    Podemos começar esta abordagem sobre a produção de aquarelas históricas datadas de 1912, 1913 e 1916 como campo privilegiado das Artes Visuais. Por meio de representações de estandartes, figurinos e adereços carnavalescos demonstramos como parte da sociedade brasileira revela sua expressividade através das formas vestimentares utilizadas tanto pela sociedade comum, quanto por demais expressões e linguagens artísticas que levem para seus figurinos toda a representatividade de suas intenções, como no caso dos desfiles dos ranchos (antigamente) e das escolas de samba (atualmente).

    É importante levar em consideração que o termo indumentária, mesmo pouco divulgado, refere-se ao estudo de roupas e acessórios de épocas passadas e/ou localidades distantes dos grandes centros e festividades populares. Ademais, deve ser entendido como o estudo da história de costumes vestimentares, usos e utilização das roupas, de acordo com as respectivas especificidades. Neste mesmo sentido, podemos usar o termo figurino para referirmo-nos à indumentária, quando destinado às artes cênicas, como teatro, televisão, cinema e ao carnaval carioca. No carnaval, o termo mais comum para se referir às roupas que vestem os brincantes durante os desfiles é o de fantasias. No entanto, optamos por usar o termo figurino carnavalesco, pois esse tipo de vestuário tem em seu projeto, ainda no nascedouro, pesquisa histórica, estudo de simbologias, de formas, materiais e paleta de cores bem demarcada. Assim, entendemos que em figurinos carnavalescos temos menos ambiguidade para nos referir ao tipo de produção visual e nomear os trajes que vestem os brincantes nos desfiles carnavalescos.

    No Rio de Janeiro, podemos contar com muitos espaços cênicos, como: teatros, centros culturais e casas de shows. Algumas emissoras de televisão também podem ser elencadas para a produção de figurinos, em linguagens diferenciadas como: telenovelas, comerciais de publicidade, telejornais e seriados. A linguagem cinematográfica é também contemplada em produções locais que utilizam os préstimos das artes cênicas. Finalmente, o carnaval revela ao mundo os desfiles das escolas de samba, utilizando-se de um saber local como identidade cultural de parte da população brasileira.

    A partir dessa contextualização, consideramos os figurinos carnavalescos como campo de produção de bens simbólicos, no qual há a transposição de silhuetas, cores, formas e texturas de épocas e culturas diversas para os desfiles das escolas de samba que prescinde de uma pesquisa (histórica, de região ou com outra característica marcante no projeto plástico-visual), em que os detalhes são incorporados ao produto final.

    Por isso, a arte presente nas aquarelas de Amaro Amaral está intimamente ligada à transformação e à reapropriação, termos comuns à sintaxe visual no caso dos figurinos, sejam eles cênicos ou carnavalescos. Assim, este estudo implica retrabalhar os códigos de épocas, localidades e culturas distintas, além dos símbolos da indumentária com o único intuito de traduzir ao público o que representa cada figurino carnavalesco em seu universo constituinte.

    Dentre as diversas áreas de pesquisa no campo das Artes e do Design, a Escola de Belas Artes – EBA possui algumas linhas e grupos de pesquisa, como o Laboratório de Experimentações em Design – LED², no qual lideramos um grupo de pesquisadores, juntamente com a profa. Dra. Ana Karla Freire, que congrega pesquisas na área do Design, como campo do conhecimento. As atividades do LED são orientadas para a criação, análise e colaboração de processos experimentais em design, tendo como o foco os materiais, as técnicas, as pesquisas, os usuários e suas relações intersubjetivas tanto no campo do design quanto no campo da arte, da moda e do carnaval. Estes processos, sob a égide do design, observam aspectos técnicos, sociológicos, fenomenológicos considerando as diversas identidades culturais e tecnológicas. As atividades deste grupo se dão de forma inter e transdisciplinar na geração de conhecimento, compreendendo o campo do design em suas diversas ramificações e abrangências (Produtos e Serviços).

    No cenário em que o design se encontra atualmente, existem novas perspectivas de projeto: o foco deixou de ser voltado exclusivamente para os aspectos da produção e passou a apontar para as interações entre os sujeitos e os seus artefatos (LOBACH, 2001). O design é o emissor da mensagem, o usuário (espectador) é o receptor, enquanto o artefato é o canal de comunicação. O LED, a partir de sua perspectiva teórico-metodológica e integração com Ensino / Pesquisa / Extensão, visa repercutir suas ações em diversos meios de divulgação científica, com produção bibliográfica, técnica, artística e cultural, almejando envolver outras instituições e, sobretudo, a Sociedade.

    Em estudos anteriores³, pesquisamos sobre o carnaval carioca, a feitura dos desfiles de escolas de samba e, mais especificamente, sobre figurinos, alegorias e adereços e outros artefatos carnavalescos. Durante a pesquisa preliminar para esse novo projeto, tomamos contato com 57 aquarelas feitas pelo caricaturista Amaro Amaral, nos anos de 1912, 1913 e 1916, para o rancho Ameno Resedá, numa forma de apresentação e concepção até o momento desconhecida neste campo de estudo.

    O desvendamento dessas aquarelas, um século após sua concepção, pode esclarecer ainda mais sobre o processo de criação de figurinos e adereços carnavalescos antigamente, além de apresentar o elaborado trabalho de um caricaturista do início do século XX – Amaro Amaral – que muito contribuiu para os desfiles daquela agremiação carnavalesca, considerada uma espécie de modelo para o que viria a se transformar, anos depois, as atuais escolas de samba.

    O rancho Ameno Resedá surgiu de uma reunião de amigos, fundado em 1907, com desfiles a partir do carnaval de 1908 até o ano de 1941, numa organização artístico-musical que revolucionou na sua maneira de se apresentar. Uma de suas principais inovações foi a adoção de temas que fugiam do contexto luso-africano, até então comum à época além do esmerado cuidado com o desenvolvimento dos figurinos e estantardes, como vemos ao longo deste escrito.

    As aquarelas expostas, e que conseguimos cópia, possuem várias inscrições, como: ano, tema, assinatura (ou não), anotações sobre seus significados e números (ainda sem explicação). Dos 57 figurinos desenhados por Amaro, 26 aquarelas são datadas com o ano de 1912; 27 croquis são datados com o ano de 1913; 01 aquarela está com data de 1916 e 03 outras não contêm data ou maiores informações. A fim de realizar um recorte possível de análise para o tempo que durou a pesquisa, optamos por nos dedicar às aquarelas do ano de 1913, uma vez que quando esse processo começou completavam-se 100 anos de criação delas.

    As atuais escolas de samba cariocas podem atribuir aos ranchos, e mais especificamente ao Ameno Resedá, uma inovação nas apresentações das agremiações, que deixou seu legado, ainda hoje perceptível nos desfiles carnavalescos, como: comissão de frente, mestre-sala e porta-estandarte (atualmente, porta-bandeira), divisão em alas, além dos enredos temáticos.

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