Três Luas (ou Três Pedras)

De Thulio Phelipe

Três luas, três pedras, três o que mais? Apesar das semelhanças alegóricas na criação dos poemas, ambos são bem distintos. Este livro é mais que tudo uma insistência na escrita, uma evolução. Um livro de poemas escritos em tempos diferentes, mas unidos, muitas vezes, pelas mesmas ideias. E se temporal e pessoal foi a escrita, o tom da leitura quem dará é o receptor. Capa desenhada pelo GRANDE: Marcelo J. Piller.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 28 de dez. de 2015

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Três luas (ou três pedras)

Poesias

Thulio Phelipe

CAPA POR: MARCELO J. PILLER

Índice

Da insistência..............................................................................9

Retalhos Avulsos............................................................................11

Auto-hipnose..................................................................................12

Do pseudo-elogio para os pseudo-inimigos....................................13

Quando as luzes aparecerem..........................................................14

Nas trincheiras de mim mesmo......................................................24

Para os amigos: Um até logo..........................................................26

Dois loucos na terra da sanidade....................................................27

Os filhos de Jó................................................................................28

A primeira pergunta.......................................................................31

Antes dos grilhões..........................................................................32

Abrindo o parêntese.......................................................................35

Indicicriomedriciosidade................................................................36

Espíritos cativos.............................................................................38

Caronte...........................................................................................40

Porto Rico......................................................................................44

Rei-Vassalo....................................................................................46

Ações abstratas...............................................................................48

Ações abstratas II...........................................................................49

Reciprocidade.................................................................................50

Eu te necessito................................................................................51

Um eu novo, antigo e atual.............................................................52

M.E.D.O. (Múltiplos erros ditados e orquestrados)........................53

Sofri, sofro, sofrerei e ainda estou só.............................................54

Odeio o dia dos namorados............................................................55

Hoje tem.........................................................................................56

Alague tudo....................................................................................58

Donka.............................................................................................59

Falta-me tomar outro banho...........................................................60

Chá de folha de mamão na madrugada...........................................61

Vida nômade..................................................................................62

[ 3 ]

Explodindo.....................................................................................63

Continuação do não começado.......................................................64

Sinto no ar o cheiro do romance que não participarei.....................69

Três Pedras.....................................................................................70

I - Ônix..............................................................................................................70

II - Ágata...........................................................................................................73

III - Esmeralda...................................................................................................76

Um breve suspiro...........................................................................81

Soneto 93.......................................................................................82

Soneto da tua indiferença...............................................................83

Quinta-Feira...................................................................................84

Algumas palavras, algumas letras a mais.......................................85

Trançado Mental............................................................................86

Neue Jarh, Alter Ich.......................................................................88

Liebeskummer................................................................................89

Geduld, geduld...............................................................................90

Friedhof..........................................................................................91

drei einsamen Herzen.....................................................................92

Loki................................................................................................94

Nichts.............................................................................................95

Ich tod hier.....................................................................................96

Wo bist du?....................................................................................97

Endlich...........................................................................................98

Quebra-cabeça invertido................................................................99

Ter um ao outro............................................................................100

Minha linda..................................................................................101

O encontro do gelo com o fogo te molha......................................102

Sufre.............................................................................................103

Que cavem-se os caminhos..........................................................104

Três Luas......................................................................................105

A primeira lua (ou Calisto)..............................................................................105

A segunda lua (ou Tétis)..................................................................................109

A terceira lua (ou Dione).................................................................................113

A vida do mini-Édipo...................................................................131

Falando grego na Grécia...............................................................132

Pedido educado e carinhoso.........................................................134

[ 4 ]

Escolhendo uma morte lenta........................................................136

Kauhajoki.....................................................................................139

Das escolhas à revelia..................................................................140

Planejamento não estratégico.......................................................141

Dos espíritos livres.......................................................................142

I - Da origem...................................................................................................142

II - Do espírito amoroso..................................................................................144

III - Do espírito guerreiro................................................................................145

IV - Do espírito forte.......................................................................................146

V - Do espírito soberano..................................................................................147

VI - Do espírito francês...................................................................................148

VII – Do espírito do luar.................................................................................149

VIII - Do espírito real......................................................................................150

IX - Do espírito elevado..................................................................................151

X - Do apocalipse espiritual............................................................................152

[ 5 ]

[ 6 ]

Aos que continuam acreditando junto comigo.

[ 7 ]

[ 8 ]

Da insistência

Escrever é doar-se, é viver espremendo de si mesmo palavras belas e muitas vezes de coisas que todos vivem

ou viveram. Só que, mais belo do que o escrever é o

interpretar, é o ler, o analisar. Escrever pensando nas reações que irás proporcionar é um novo nível de escrita.

Por isto insisto e permaneço me espremendo. Talvez a

poesia seja arte esquecida, um quadro belo a se ver de

artistas mortos a muito tempo, mas talvez eu esteja errado e muita gente também esteja. Assim espero.

[ 9 ]

[ 10 ]

Retalhos Avulsos

Troco poesia por comida

Assim falou o poeta que morreu de fome

E por mais difícil que tenha sido a sua vida

Não torcia o nariz na hora da labuta

Ele nunca quis desistir, encerrar o sonho

Jogar fora, vacilar em seus desejos

Amanhã, por mais extremo que tenha sido o ontem

Sempre será um dia em que pensarás: Vale a pena

E poetas morrem em segredo todo dia

Não há nenhuma lágrima a escorrer

Nenhuma novidade a acontecer

Amor de ser gatuno, verdade de agir pontiagudo

E não se sinta lisonjeado se fizeres parte deste círculo

Em geral você é apenas uma pessoa escondida

Não há plano que dê certo no coração de um poeta

Ele tem que aprender a sentir primeiramente

E assim passou a vida toda mendigando amores

Recíprocas que custavam a acontecer

E não se alimentou de sonhos, nem de desejos

Morreu, longe de tudo belo que escreveu

[ 11 ]

Auto-hipnose

O que você vê quando se olha no espelho?

Um ser estranho que nunca foi você

Uma pessoa diferente daquela que tem dentro de ti

E se de ti, para ti sai tudo que não és

E assim como não vês quem és

As pessoas se enganam sendo diferentes do que falam

Pessoas que gritam mentiras aos quatro ventos

Dizendo que o quinto vento levará suas verdades

Mas o que ele leva se perde com outros ventos

Perdem-se em meio a coisas não concretas

Vômitos de mentira de quem não se vê vomitando

E na sua boca fica aquele gostinho que eles não sentem

Pessoas perdem muito tempo explicando o que não são

Perdem muito tempo olhando a falta dos outros

E perdem-se num belo mar de lama

Afogando-se em tudo o que eles professam não possuir

E se importam com quem ouve seus lamúrios

Com quem há de se compadecer do seu pranto

Mas se esquecem que num mundo de prantos

Cada um enxuga apenas a sua lágrima

[ 12 ]

Do pseudo-elogio para os pseudo-inimigos

Os inimigos tomam muito nosso tempo

Melhor nem tê-los

E quando tê-los não avisá-los das vitórias

Narcisismo para inimigos é uma doença

Narcisismo para pseudo-inimigo é pecado mortal

O inimigo de verdade te recusa

Não para na rua para te olhar

Ele quer te derrubar e não te observar

Ele quer te ferir com faca

E não te envenenar com palavras

Lembre de não falar sobre eles

Guarde-os perto de sua visão

E, ao mesmo tempo, fique longe deles

Mentiras para dizer que está bem

Faz com que o golpe para derrubar

Seja bem mais forte que o necessário

Pois só os idiotas sorriem sem motivo

Mais fácil encontrar o sorriso sincero

Em algo que realmente valha a pena ter

Cantar na miséria, professar mentiras

Não chamam bonança, apenas exaltam a desgraça

Pois o mundo está cheio de hipócritas

E de sinceros em extinção

Sinceros em criogenia

E hipócritas em reprodução

[ 13 ]

Quando as luzes aparecerem

I

Uma despedida e nada mais

Só mais um pedido negado

Não sei mais o que estamos fazendo

Pois nada mais se explica nas leis atuais

Parece que ao invés que me querer

Sempre queres provar algo a mim

Provar que estou errado

Ou até que não deveria estar contigo

Mas, ao mesmo tempo, pareces querer estar junto

E antes o que nunca prendia, passa a prender

O que não existia, passa a existir

E nada, nada além disto acontece

Culpa da ocasião, do momento, do tempo

Das eras, da evolução, dos conceitos

Dos princípios, dos declínios, dos olhares

Culpa, uma culpabilidade que exaltava como inexistente

E que existiu desde o primeiro momento

Só que havia um declínio de um dos lados

Enquanto a ascensão era forte e irrecuperável

Os dois caminhos se encontraram