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A Concepção De Deus
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A Concepção De Deus
E-book113 páginas1 hora

A Concepção De Deus

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Sobre este e-book

A presente obra está fundamentada na convicção de que a religião é um empreendimento humano, proveniente do anseio da criatura em conhecer seu Criador. Entre as inúmeras veredas deste intercâmbio, será trilhada aquela que possui fundamentos filosóficos – racionais –, pois é esta ciência que mais aproxima as criaturas do divino. O tênue elo condutor deste encontro será a consciência humana e a liberdade divina, onde visar-se-á a contemplação do homem como “ícone” de Deus. Desde a Antiguidade greco-romana, há a constatação de que diferentes povos – apesar de suas fecundas diferenças culturais e de seu distanciamento geográfico – professem a crença num Ser (ou seres) divino que possui característica de um ente superior ao mundo e aos homens, do qual ambos dependem, e a quem devem os homens obedecer e prestar contas da vida moral. O que se espera também, deste Ser superior, é que ele ofereça ao gênero humano subsídios para a compreensão do enigma que envolve o mundo e a vida. Baseados nessa verificação, admite-se que deva existir uma ideia (um espírito) inata de Deus em todos os homens. Deus é, pois, um dado originário: assim como assevera René Descartes. Neste contexto, à filosofia moderna atribui-se a imensa tarefa de recomeçar desde o início a construção da episteme, a ponto que conseguiu perturbar o equilíbrio da forma tradicional do pensamento filosófico. Ademais, a reflexão histórico-filosófica acerca de Deus decorre de duas vertentes: a de quem toma posição, afirmando (teísmo) ou negando (ateísmo) a existência de Deus; e a do agnóstico – que considera impossível qualquer solução sobre este tema. Entre as vertentes, será ressaltada de maneira veemente a posição afirmativa sobre a existência de Deus (o teísmo), já que este é o escopo primordial desta obra: “A Concepção de Deus”. Com efeito, o homem possui uma concepção a respeito de Deus, visto que é um ser que interroga e que tem a capacidade de refletir, de se dobrar sobre si mesmo e sobre as suas ações. Depois de ter interrogado o mundo – apoiado pelos sistemas: científico, matemático, biólogo, político, econômico etc. –, o homem ainda deseja perguntar pela arque cósmica, pelo motor imóvel, pela causa dos causados, pelo gerador não gerado, pelo movente não movido... Enfim, é na interrogação e na reflexão, ou seja, na ação filosófica que o homem – de espírito inquietante – congemina e amadurece as suas ações de sinal autenticamente humano, almejando respostas que ultrapasse qualquer possibilidade experiencial e/ou que transcenda este mundo fenomênico, mesmo correndo o risco, segundo Immanuel Kant, de cair no erro da ilusão transcendental.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de mai. de 2019
A Concepção De Deus

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    A Concepção De Deus - Cleber Cosme Bueno

    A CONCEPÇÃO DE DEUS:

    NoSistemaMetafísico-Filosófico Moderno

    Cleber Buen o

    Cleber Bueno

    A concepção de Deus:

    no sistema metafísico-filosófico moderno 1ª edição

    ISBN: 978-85-921893-2-7

    MINISTÉRIO DA CULTURA

    Fundação BIBLIOTECA NACIONAL

    Mococa – SP

    2019

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    Bueno, Cleber Cosme.

    A concepção de Deus: no sistema metafísico-filosófico moderno / Cleber Cosme Bueno.

    ISBN: 978-85-921893-2-7

    Publicação Digital: Livro Eletrônico: E-book.

    (www.clubedeautores.com.br/book/262375--Pneumatica_na_Pratica)

    Data da Publicação: 11/05/2019

    Capítulos: Introdução. I. Explanação Histórica sobre a Concepção de Deus. II. A Problemática: Deus Existe? III. A Racionalidade Moderna e a Fé. Conclusão. Referências.

    CDD:000-01

    Mococa – SP

    2019

    Eu não tento, Senhor, mergulhar em teus mistérios, porque minha inteligência não é adequada; desejo, porém, entender um pouco da tua verdade, que o meu coração já crê e ama. Não procuro compreender-te para crer, mas creio para poder te compreender.

    Anselmo de Aosta (1033/1109)

    DEDICATÓRIA

    Dedico este trabalho, aos meus pais (Laídes Lopes Bueno e Gervásio Pereira Bueno), meus primeiros mestres; aos meus irmãos (Leandro, Clayton e Andresa), e às minhas cunhadas (Daniela e Renata), aos quais tenho grande apreço e admiração; igualmente ofereço aos meus amigos (à dedicada Irmã Francisca Gonçalves; ao dinâmico casal Claúdia Maria Passareli Nóbrega e Valdeli Nobrega [Preto]; ao tutor Marcelo Roberto Mazer; e a conselheira Gleide Ap. de Castro Ribeiro Tripodore) que muito me auxiliaram – sendo eu um ser limitado e finito – na edificação de minha personalidade e na conquista de meus ideais.

    Aos formadores diocesanos, Dom David Dias Pimentel (Bispo Diocesano), Pe. Richard Strazza da Silva (Reitor da Filosofia) e demais membros, pelo empenho na formação presbiterial desta Diocese.

    Através dos professores Manoel Roberto Fernandes da Silva – de saudosa memória – e João Baptista Scannapíeco, reporto-me a todos os

    outros professores, funcionários (Irmã Olivia, Dairce, Alda, Adelina e Osmar) e voluntários, que contribuíram para o sucesso deste momento, pela dedicação e empenho oferecidos à Igreja do Senhor.

    A toda Paróquia Santa Cruz em Mococa-SP, juntamente com meu pároco Pe. Gerson Borges da Fonseca, pelo carinho e atenção dispensada, e a todas as pessoas, que fazem parte deste ínfimo parêntese entre dois infinitos, que é a minha vida: a vocês o meu reconhecimento de gratidão.

    AGRADECIMENTO

    Sou grato ao Bom Deus, pela oportunidade que me proporcionou, quando me convidou a segui- Lo com maior afinco, bem como, pela capacidade de refletir – mesmo que ainda seja de uma maneira imperfeita – sobre o véu que o encobre.

    Ainda sou agradecido para com todos aqueles que ao longo desta caminhada me apoiaram e incentivaram no feitio desta obra, não deixando que eu viesse a sucumbir frente às dificuldades. A vocês – Pe. Egberto Pereira dos Reis (Orientador da obra); Irmã Eunice Violin; Cléia Medina S. Pelissoli (Cá) – minha eterna gratidão.

    Sumário

    INTRODUÇÃO ....................................................................... 10

    I. EXPLANAÇÃO HISTÓRICA SOBRE A CONCEPÇÃO DE

    DEUS...................................................................................... 13

    1.1. Deus na Visão do Mundo Grego ............................... 14

    1.1.1. Platão e Aristóteles: Promotores da Teologia

    Ocidental......................................................................... 16

    1.2. A Idade Média e suas Nuanças................................. 20

    1.2.1. O Despertar da Escolástica ............................... 21

    1.2.2. A Centralidade do Problema de Deus em

    Anselmo de Aosta........................................................... 25

    1.2.3. A Busca de Tomás de Aquino ........................... 27

    1.2.3.1. Deus é a Busca ...................................... 28

    1.2.3.2. Como Encontrá-Lo?................................ 30

    1.3. A Idade Moderna e sua Ruptura Estrutural............... 33

    1.3.1. Ruptura Religiosa............................................... 35

    1.3.2. A Revolução Científica....................................... 37

    1.4. Da Filosofia Antiga à Filosofia Moderna.................... 39

    II. A PROBLEMÁTICA: DEUS EXISTE?............................... 44

    2.1. Como proceder?........................................................ 45

    2.2. A teodicéia ................................................................. 47

    2.2.1. Definição e Objetivo........................................... 48

    2.2.1.1. Teologia Natural ..................................... 49

    2.2.1.2. As questões da Teologia natural ............ 50

    2.2.2. A importância da Teodicéia ............................... 51

    2.2.3. Método da Teodicéia ......................................... 52

    2.2.4. Divisão da Teodicéia.......................................... 52

    2.3. Natureza de Deus...................................................... 53

    2.3.1. Os antagônicos: os ateus .................................. 56

    2.3.2. A verdade filosófica do Teísmo.......................... 57

    2.3.3. Causa dos causados ......................................... 58

    2.3.4. Provas da Eficiência .......................................... 59

    2.3.5. O princípio da vida corpórea e da alma............. 60

    2.3.6. Por que não existiria Deus?............................... 62

    2.3.7. Os estudos sobre a natureza de Deus .............. 64

    2.3.8. O constitutivo formal de Deus............................ 67

    2.3.9. A infinitude de Deus........................................... 68

    2.3.10. O Ateísmo contemporâneo................................ 75

    2.4. Deus e a criatura ....................................................... 77

    2.4.1. A ação causal divina .......................................... 81

    2.4.2. A ação cognoscitiva de Deus............................. 83

    2.4.3. A ação volitiva de Deus ..................................... 85

    2.4.4. A criatura como efeito da ação divina................ 89

    2.4.5. Por que Deus nos criou? ................................... 92

    2.5. Confirmações............................................................. 93

    III. A RACIONALIDADE MODERNA E A FÉ.......................... 95

    3.1. Descartes: "Cogito, ergo Sum" .................................. 95

    3.1.1. Ideia Clara e Distinta de Deus em mim ........... 102

    3.1.2. O Conhecimento da Essência Divina .............. 104

    3.1.3. Provas da Existência de Deus......................... 105

    3.1.3.1. O Argumento Ontológico ...................... 107

    3.1.4. A Ideia, em Descartes, sobre Deus................. 108

    3.1.5. Apreciação Crítica ao Sistema de Descartes .. 110

    3.2. Pascal: Credo, ut Intelligam .................................. 113

    3.2.1. Pascal e sua Aposta ........................................ 113

    3.2.2. Pascal e Descartes .......................................... 114

    3.2.3. Espírito Geométrico e Espírito de Finura......... 115

    3.2.4. A Aposta da Fé ................................................ 119

    3.2.5. Apreciação Crítica ao Sistema de Pascal........ 125

    3.3. Kant: Eu penso...................................................... 127

    3.3.1. A Crítica da Razão Pura .................................. 130

    3.3.1.1. Premissas da Consciência Moral ......... 134

    3.3.2. A Crítica da Razão Prática............................... 140

    3.3.2.1. A Existência de Deus............................ 145

    3.3.2.2. Os Postulados da Razão Prática.......... 147

    3.3.3. A Religião dentro dos Limites da Razão.......... 149

    3.3.4. Apreciação Crítica ao Sistema de Kant ........... 151

    CONCLUSÃO .................................................................... 154

    REFERÊNCIAS ................................................................. 161

    INTRODUÇÃO

    Diz o insensato no seu coração: ‘Deus não existe!’

    (Sl 53,2a)

    A presente obra está fundamentada na convicção de que a religião é um empreendimento humano, proveniente do anseio da criatura em conhecer seu Criador. Entre as inúmeras veredas deste intercâmbio, será trilhada aquela que possui fundamentos filosóficos – racionais –, pois é esta ciência que mais aproxima as criaturas do divino. O tênue elo condutor deste encontro será a consciência humana e a liberdade divina, onde visar-se-á a contemplação do homem como ícone de Deus.

    Desde a Antiguidade greco-romana, há a constatação de que diferentes povos – apesar de suas fecundas diferenças culturais e de seu distanciamento geográfico – professem a crença num Ser (ou seres) divino que possui característica de um ente superior ao mundo e aos homens, do qual ambos dependem, e a quem devem os homens obedecer e prestar contas da vida moral. O

    que se espera também, deste Ser superior, é que ele ofereça ao gênero humano subsídios para a compreensão do enigma que envolve o mundo e a vida. Baseados nessa verificação, admite-se que deva existir uma ideia (um espírito) inata de Deus em todos os homens. Deus é, pois, um dado originário: assim como assevera René Descartes. Neste contexto, à filosofia moderna atribui-se

    a imensa tarefa de recomeçar desde o início a construção da episteme, a ponto que conseguiu perturbar o equilíbrio da forma tradicional do pensamento filosófico.

    Ademais, a reflexão histórico-filosófica acerca de Deus decorre de duas vertentes: a de quem toma posição, afirmando (teísmo) ou negando (ateísmo) a existência de Deus; e a do agnóstico – que considera impossível qualquer solução sobre este tema. Entre as vertentes, será ressaltada de maneira veemente a posição afirmativa sobre a existência de Deus (o teísmo), já que este é o escopo primordial desta obra: " A Concepção de Deus ".

    11

    Com efeito, o homem possui uma concepção a respeito de Deus, visto que é um ser que interroga e que tem a capacidade de refletir, de se dobrar sobre si mesmo e sobre as suas ações. Depois de ter interrogado o mundo – apoiado pelos sistemas: científico, matemático, biólogo, político, econômico etc. –, o homem ainda deseja perguntar pela arque cósmica, pelo motor imóvel, pela causa dos causados, pelo gerador não gerado, pelo movente não movido... Enfim, é na interrogação e na reflexão, ou seja, na ação filosófica que o homem – de espírito inquietante – congemina e amadurece as suas ações de sinal autenticamente humano, almejando respostas que ultrapasse qualquer possibilidade experiencial e/ou que

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