Ferrovia Láctea
De Daniel Faiad
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Ferrovia Láctea - Daniel Faiad
FerroVia
Láctea
(Daniel Faiad).
PREFÁCIO
Dêmos graças a tudo que reluz no Universo e proporciona
um vislumbre da magnificência divina.
Dêmos graças às imensuráveis localidades do Infinito que
demarcam onde nossa toada evolutiva pode chegar.
Mas, tudo isso, cônscios que a Teofania mais bonita é o Cris-
to...
Dêmos graças à indefectível engenhosidade em que nossa
casa planetária foi fixada no Firmamento, permitindo as estações pa-
ra emergir o milagre Vida.
Dêmos graças à similaridade do núcleo do átomo ao Macro-
cosmo, denotando o capricho do Criador.
Mas, tudo isso, cônscios que a Teofania mais bonita é o Cris-
to...
Dêmos graças a todas as maravilhas das irmãs Fauna e Flora,
notoriamente maestrinas magistrais.
Dêmos graças às sementes que caem no solo gerando mais
terricolaridades, assim como o fruto para germinar a Vida também
está dentro de nós, sendo sublime presente.
Mas, tudo isso, cônscios que a Teofania mais bonita é o Cris-
to...
3
Dêmos graças à aquarela da Aurora Boreal, ao salto do golfi-
nho, à metamorfose da crisálida, o pairar do beija-flor, o rugido do
leão e o pouso do condor.
Dêmos graças também a todo esplendor do etéreo, do ima-
terial, do invisível, a todo mistério que poetiza nossas buscas, e toda
libertação provinda de nossas revelações e descobertas.
Mas, tudo isso, cônscios que a Teofania mais bonita é o Cris-
to...!
(Daniel Faiad).
4
FerroVia
Láctea
— Penso que a expressão Amor Incondicional é um
pleonasmo inconsciente e acidental, pois se há genuinamente
Amor, necessariamente é altruísta e pleno ( disse Lio Akbel ao
espelho, sendo sua primeira frase proferida no dia).
Notou que o espelho era mero instrumento, na verda-
de ele verbalizou tal ideia a si mesmo, e tinha explanado
também ao Mundo, mesmo que naquele momento aparente-
mente só ele ouvira, a energia de toda frase emite vibração,
principalmente as ditas ou emanadas com fervor.
Mas se emitira o recado a si mesmo e ao Mundo, isso
sinalizava que o Mundo interior e exterior, em um enredo de
circunstâncias, um espelhava-se no outro, trazendo aconteci-
mentos que eram indícios do panorama de quais eram suas
Missões na Terra e consigo mesmo.
Porém, se tinha dito a si mesmo, ao Mundo interior,
era porque tratava-se de algo que ele necessitava aprender. E
se tinha dito simultaneamente ao Mundo exterior, era porque
tratava-se de algo que ele poderia ensinar também.
Entretanto, se sentia que tinha o potencial de lecionar
crucial axioma, era porque já havia nele a semente de tal sa-
bedoria. Então, talvez não necessitasse aprender, e sim
reaprender, redescobrir sua Real Essência.
Investigou intimamente se tal insight provinha da men-
te ou do coração, da psique ou do emocional, se era o autor ou
se tinha sido conselho de algum Guardião Metafísico.
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Não chegou à conclusão alguma.
Olhou para o espelho, lembrou-se que tinha exatos
quarenta anos.
E ele que era fã de esportes, fez uma analogia ao jogo
de Futebol, não sentia-se aos quarenta do Primeiro tempo,
com uma gama de possibilidades a realizar, e sim, sentiu-se
aos quarenta do Segundo tempo, onde a ansiedade de fazer
algo acontecer o atabalhoava.
Então não queria mais olhar para o espelho de lâmina
de cristal, e sim para o espelho de dentro, mas mais uma vez as
circunstâncias do Mundo interior reverberavam no Mundo ex-
terior, e ele entendeu que sentia-se atrasado e com pressa.
Atrasado à vida que um dia prometera a si mesmo e
com pressa de mudar tal realidade, sem respeitar o autopro-
cesso.
Ele só não houvera absorvido ainda o porquê a Evolu-
ção Espiritual que reivindicara a si mesmo, teimava-se em
postergação insistente, mas tinha projetado seus sonhos em
cima de uma miragem, pois se ainda não se conhecia integral-
mente, não poderia ofertar as graças certas a um parcial
desconhecido.
Sentiu falta do finado pai que não conhecera, mas ti-
nha a convicção que o amava, e saudade da longínqua mãe
que conotava mimadamente como sua pessoa preferida.
Seus pais apaixonaram-se efusivamente, casaram, mas
passaram anos sem sucesso no intuito que tinham em gerar fi-
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lhos, quando finalmente decidiram-se dar entrada na papelada
burocrática para adoção de uma criança, sua mãe engravidou,
felicitando o casal, mas o destino os surpreendeu e no meio da
gestação de Lio Akbel, seu pai falecera.
Além de sua natural vocação maternal, sua mãe ape-
gou-se mais ainda ao nascituro para amenizar a dor do luto. Lio
Akbel nasceu e assim passaram-se os anos sendo mãe e filho e
melhores amigos.
Em uma determinada Primavera, surgiu uma oportuni-
dade para sua mãe, a Senhora Glória Akbel, realizar o sonho de
ter um sítio.
O sítio era muito parecido aos moldes que ela sempre
desejou e o preço extremamente abaixo de seu valor estimado
por causa de um desentendimento em que os herdeiros do ex
dono quiseram se desfazer do imóvel, não fazendo muita ques-
tão da manutenção da propriedade.
Houve um impasse porque Lio Akbel não poderia e
nem queria sair da cidade grande, pois era o local que seu im-
pulso boêmio gostava e também devido seus projetos.
A Senhora Glória Akbel por sua vez, igualmente ao seu
filho, não abria mão de viverem juntos, além de certa idade
avançada para morar só e distante, adotaria o sítio apenas co-
mo lugar de descanso eventual, mas como havia muitos
detalhes a serem restaurados e organizados no sítio, suas idas
começaram a ser cada vez mais frequentes para sua própria
supervisão, até chegar a situação que ela foi adaptando-se e
sentindo-se tão responsável pelo local que já fazia três anos
10
que ela morava no sítio, sem conseguir se desvencilhar das ta-
refas que a prendiam lá, e concomitantemente com extremo
pesar pois queria o filho para junto de si, então respeitava sua
paixão pela cidade grande, mas tentava convencê-lo de morar
no campo e ajudá-la naquela empreitada que ela adotara co-
mo Propósito de vida, porém, ele não entendia o intuito
daquilo tudo e queria sua mãe de volta à zona urbana, tanto é
que mesmo sendo filho zeloso, só foi até o local no dia da
compra, quando se viam era sempre ela que ia até ele, indo à
cidade grande, aproveitando para fazer compras de certos
mantimentos que não havia em sua nova cidade.
Mas mesmo com a distância devido à laboriosidade da
empreitada da Senhora Glória e a correria do cotidiano de Lio
Akbel com seus projetos urbanos e com os sobrecarregamen-
tos das exigências da sobrevivência, o Amor em nada
diminuíra, o laço entre os dois mantinha-se irreparável e a
cumplicidade vencia todas essas barreiras separatistas.
Lio Akbel arrumou-se para trabalhar, fez um café e du-
as preces, uma ao passar pela sala, outra ao passar pelo
quintal. Já em meio ao povo, sentindo a cidade grande pulsar,
Lio Akbel asseverou a si mesmo que se cada pessoa é a prota-
gonista de sua própria história, é salutar lembrar que essas
sagas se interseccionam, originando destinos cruzados, então
estamos todos interligados.
Lio Akbel olhou ao seu redor e viu o Mundo como um
campo minado, uma arena a qual lutavam o bem e o mal, per-
cebeu que o bem lutava, mas não brigava, então era muito
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mais que mero ringue, era a benevolência da depuração espiri-
tual digladiando com a ignorância limitante.
Entre o Agora e a Ágora, visualizou o que era transitó-
rio e o que era sempiterno, conectando-se com cada irmão,
entrelaçando-se com cada ser. Não soube medir se sentia-se
convergente ao Tudo e ao Todo.
Viu seus semelhantes e concebeu que o grande drama
humano era não saber quem se é, o esquecimento do poten-
cial de sermos Eternos por sermos Filhos de Deus.
Lio Akbel sentiu-se bagunçado ao não saber quantos
matizes separavam os sonhos pessoais dos anseios coletivos,
se é que se separavam, talvez fossem tinta do mesmo pote,
apenas multiplicando os tons variantes e complementares de
uma aquarela em comum.
Lio Akbel observava o Mundo e o Mundo o olhava, mas
cada um o via com a respectiva lente, então alguns viam nele
um moço, outros um senhor, alguns viam nele um derrotado,
outros um felizardo, alguns viam nele um limitado, outros um
ilimitado, alguns viam nele um filho de Deus, outros matéria
inteligente condensada.
Ao chegar à academia a qual lecionava Yoga no horário
em que a aula era específica para terceira idade, viu em cada
uma das senhoras entusiasmadas em vê-lo, um pouco de sua
mãe, lembrou que estranhamente já fazia quase uma semana
que sua figura materna não o telefonava, ligações as quais
sempre partiam dela, pois no sítio não havia linha telefônica e
nem sinal para celular, ela ia até o pequeno centro da cidade
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interiorana e usava o aparelho telefônico de uma amiga que
trabalhava em um estabelecimento de jogo do bicho.
Foi quando enquanto cumprimentava as senhoras pre-
sentes uma a uma, e já tinha saudado mais da metade quando
seu telefone celular tocou e apareceu o número habitual das
ligações de sua mãe, ele logo animou-se para conversar com
sua mãe, mas ao atender, era outra voz feminina.
Uma voz bem mais jovial que se apresentou como Mi-
rella Belleclair, informando que sua mãe quebrara o fêmur e
estava no hospital do centro de sua nova cidade.
Ele agradeceu à tal moça a informação e os cuidados
narrados os quais ela estava direcionando à sua mãe, a ligação
encerrou-se, preocupado e esbaforido despediu-se de suas
alunas, explicitando-as o adiamento daquela aula e à adminis-
tração da academia seu afastamento temporário, mas sem
data exata de retorno.
Voltou para casa, fez sua mochila e organizou uma sa-
cola com toalhas, cuecas e meias, passou apressado por um
corredor que além do toalete, levava ao seu quarto e a outro
mobiliado a sempre esperar a volta de sua mãe, entrou em ca-
da quarto cortinando janelas já fechadas, foi à sala, olhou para
o quadro que retratava o dia do casamento de seus pais, asso-
prou o pó e o endireitou, pediu ao Pai Celeste, força, pediu ao
Filho Messias, boas venturas, e ao Espírito Santo, serenidade.
Fechou a porta, passou pelo quintal sem olhar para o
passado e com futuro incerto, trancou o portão e foi aos vizi-
nhos.
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Seu amigo Gael Zunigan ainda dormia, se restaurando
de sua labuta na boemia noturna, músico que era, mas a espo-
sa do mesmo, Mariê Lira, também amiga de Lio, já se
preparava para suas atividades cotidianas e o atendeu.
Lio explicou o acontecido com sua mãe e pediu à Mariê
que regasse suas plantas em sua ausência, e que Gael uma vez
por dia, arejasse a casa abrindo janelas e cortinas, ou vice-
versa caso preferissem.
Deixou as chaves de sua casa nas mãos da vizinha e ela
por sua vez disse que o casal com certeza executaria tais ativi-
dades, o tranquilizou pontuando o quanto sua mãe era forte e
desejando-lhes boa sorte.
Lio Akbel foi rumo à Estação Ferroviária, e no guichê
para compra da passagem pensou como certos acontecimen-
tos são como Frutas Temporãs que caem dos galhos do Hoje,
podendo amargar os solos dos Amanhãs.
Faltavam apenas alguns minutos para o trem que Lio
Akbel iria embarcar, seguir viagem, e ele viu um homem mais
velho, grisalho e barbudo que possivelmente era o Maquinista
devido à vestimenta e que se direcionava ao específico vagão
de quem conduziria o trem.
Lio Akbel apressou o passo para alcançá-lo e quando
estava alinhado com ele, disse:
— Olá, com licença, tudo bem? O senhor é o Maquinis-
ta?
— Tudo na Santa Paz de Deus, e contigo? Sim, eu sou.
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— Tudo bem comigo, mas é que eu vou para Santo Ex-
pedito Setentrional e estou com certo receio de errar a estação
devida, reparei que nessa Linha há pouca sinalização.
— Não há o que errar, Santo Expedito Setentrional é a
estação final dessa malha ferroviária. Não há pouca sinaliza-
ção, basta ter olhos de enxergar Sinais. Fique tranquilo irmão,
não há como errar, mesmo que você tente se desviar do seu
Destino, ele encontrará você.
Lio Akbel aliviado com a informação, apenas agradeceu
em verbo e gesto.
Foi para o vagão e localizou seu assento e refletiu so-
bre o Maquinista.
O considerou meio doido, entendeu que na frase que
ele disse "não há pouca sinalização, basta ter olhos de enxer-
gar Sinais" , faltou certa empatia, pois nem todos estavam
acostumados com o trajeto como ele. Achou estranho ser
chamado de irmão, não entendeu se gíria, expressão religiosa
ou lampejo de intimidade.
E na frase que ele disse, "mesmo que você tente se
desviar do seu Destino, ele encontrará você", achou prática
demais, pois havia chance de erro do passageiro sim, já que
Santo Expedito Setentrional era a última estação, mas não a
única, caso não perguntasse, poderia errar e descer em alguma
estação anterior.
Mas para Lio Akbel, o importante era que tal homem
lhe elucidara e por isso o tinha certa gratidão, só não entendeu
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como que uma pessoa que ele vira pela primeira vez, fazia
emergir nele um sentimento de extremo bem-estar.
O trem começou a dar seus primeiros trotes e a paisa-
gem começou a passar pela sua janela, ou era sua janela que
passeava pela vista, e Lio rumou para Santo Expedito Setentri-
onal em um dia equidistante entre o Inverno e o Verão.
Lio Akbel direcionava bem mais seu olhar para janela,
mas de vez em quando olhava para o interior do vagão, passa-
geiros em sua maioria em silêncio, alguns conversavam, porém
devido à distância e barulho do trem, era como se estivessem
quietos apenas movimentando os lábios.
Um bebê ensaiou um choramingo, mas logo silenciado
por sua mãe que começou a amamentá-lo.
Lio Akbel vendo aquela bonita interação entre mãe e
filho, quis que o trem acelerasse para logo ver a sua, beijá-la,
acalenta-la, e quis apressar também o Tempo para que aquilo
tudo passasse logo e sua mãe ficasse bem.
Entreteve-se olhando as diferentes telas pintadas pela
Mãe Natureza, aquela linha ferroviária após sair de sua terra
natal, não passava por cidades grandes e nem de médio porte,
e sim por vales bucólicos, riachos cristalinos, pastos com ani-
mais que pareciam presépios vivos mas com a Sagrada Família
não mais na Manjedoura e sim labutando pelo Universo, e
também passava em vilas e vilarejos com Igrejas banhadas pe-
lo Sol e singelas capelinhas iluminadas pela esperança de Lio
Akbel.
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Lio Akbel olhava para horizontes que o faziam sentir-se
observado por Deus reciprocamente, e sentia-se zelado, então
logo mais tudo passaria e sua mãe estaria disposta locomo-
vendo-se como uma locomotiva compondo realizações.
Chegou a Santo Expedito Setentrional nos primeiros passos da
noite.
Apesar da cidade ter praticamente parado no tempo e
nada mudara, Lio sentiu-se perdido, fazia anos já da única vez
que tinha ido lá, além de que daquela vez, logo tinha rumado
ao sítio, e não andou pelo pequeno centro.
Parado na estação, sem saber ao certo o que fazer, viu
o Maquinista saindo da cabine e direcionou-se até ele nova-
mente.
Chegando bem próximo ao Maquinista, ficou surpreso
ao vê-lo agora com cabelos e barba negros, estava mais jovial,
ficou estarrecido, indagando-se de como alguém poderia ser
tão dinâmico de guiar um trem e mudar a estética, tingindo-se
ao mesmo tempo, ficando mais intrigado ainda ao notar que
não parecia tintura, e Lio Akbel disse:
— Como é o nome do senhor?
— Senhor é o Nosso Pai Celeste, me chamam de Manú,
Mané e alguns de Ema.
Lio subentendeu que seu nome era Manuel, mas que
ele gostava de ser chamado pelos pré-fixos, só não entendeu o
porquê do apelido Ema, aquele homem não tinha os traços de
tal ave.
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— Meu nome é Lio (mesmo sem ter sido perguntado,
apresentou-se). Desculpe incomodá-lo, mas saberia me dizer
onde é o Hospital da cidade?
— Você nunca incomoda. Vá até à rua entre aquela
farmácia e aquela mercearia, siga reto e o verá.
Lio Akbel achou cômico ouvir de um estranho que ele
nunca incomodava, mas o vital era que tinha absorvido a in-
formação e disse:
— Obrigado Manú.
Lio manteve a mochila nas costas, mas a sacola com
toalhas, meias e cuecas pôs no chão para abraçar aquele solíci-
to homem.
O abraço foi correspondido e quando Lio Akbel já esta-
va virando-se para ir embora, o Maquinista disse:
— Pode Sempre contar comigo.
Lio Akbel achou inusitado, uma pessoa que bem pro-
vavelmente nunca mais veria na vida, dizer tal frase, apenas
acenou e foi em sentido à rua entre a farmácia e a mercearia.
Chegando ao hospital, Lio Akbel mostrou os devidos
documentos provando que era filho da paciente Glória, mas foi
informado que o horário de visita findara-se há alguns minu-
tos, porém, que logo cedo veria sua mãe e conversaria com o
médico e que o acompanhante de sua mãe já estava descendo
para conhecê-lo e fazê-lo companhia.
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Lio Akbel ficou surpreso, desconhecia o fato que sua
mãe estava com um acompanhante, não demorou muito, um
senhor oriental lacrimejante, calvo porém com tranças, com