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Sexo e supremacia de Cristo
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Sexo e supremacia de Cristo
E-book392 páginas16 horas

Sexo e supremacia de Cristo

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Sobre este e-book

O que sexo e supremacia de Cristo têm em comum, e que implicações teriam em nossa vida cotidiana? A ideia e o desenvolvimento deste livro e uma tentativa de responder essa questão. O tema é abordado com franqueza e reverência, tendo a supremacia de Cristo como fundamento e objetivo para mostrar que o sexo não pode ser compreendido de maneira correta e praticado adequadamente sem atentar para o fato de que ele está relacionado com Deus.

Nas palavras de J. Ligon Duncan III, "este livro é um excepcional ponto de partida para a formação de um pensamento cristão que se alegra com o dom divino da intimidade conjugal – o pensamento cristão que deseja se alegrar com o que Deus se alegra, que tem satisfação em rejeitar formas vulgares consideradas momentaneamente como prazer verdadeiro, e só encontra prazer no que é mais puro, mais elevado, mais nobre e melhor. O livro trata o assunto da sexualidade humana sob o ponto vista bíblico, teocêntrico e cristológico, assim nos ajuda a desenvolver um ponto de vista cristão equilibrado sobre o sexo".
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de abr. de 2023
ISBN9786559892273
Sexo e supremacia de Cristo

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    Pré-visualização do livro

    Sexo e supremacia de Cristo - John Piper

    Sexo e a supremacia de Cristo. Organização John Piper e Justin Taylor. Albert Mohler, Jr, John Piper, David Powlison, Justin Taylor e outros. Cultura Cristã.Sexo e a supremacia de Cristo. John Piper e Justin Taylor. Organizadores. Cultura Cristã.

    Sexo e a supremacia de Cristo © 2009 Editora Cultura Cristã. Traduzido de Sex and the supremacy of Christ © 2005 by Desiring God Foundation e Justin Taylor, publicado por Crossway Books, uma divisão de Good News Publishers. Wheaton, Illinois 60187, USA. Edição em português autorizada por Good News Publishers. Todos os direitos são reservados.

    1ª edição - 2009

    P6611s

    Piper, John

    Sexo e supremacia de Cristo / John Piper; Justin Taylor / Traduzido por Lucia Kerr Jóia. _São Paulo: Cultura Crista, 2009

    Recurso eletrônico (ePub)

    Tradução de Sex and the supremacy of Christ

    ISBN 978-65-5989-227-3

    1. Relacionamento 2. Sexualidade

    241.6 CDD

    Editora Cultura Cristã

    Rua Miguel Teles Júnior, 394 – Cambuci

    01540-040 – São Paulo – SP – Brasil

    Fones 0800-0141963 / (11) 3207-7099

    www.editoraculturacrista.com.br – cep@cep.org.br

    Superintendente: Clodoaldo Waldemar Furlan

    Editor: Cláudio Antônio Batista Marra

    Para todos os cristãos solteiros que se mantêm puros por amor a Cristo e para todos os cristãos casados que mantêm suas promessas até que a morte os separe

    Sumário

    Colaboradores

    Introdução

    Justin Taylor

    1ª PARTE: DEUS E O SEXO

    1 Sexo e a supremacia de Cristo: 1ª parte

    John Piper

    2 Sexo e a supremacia de Cristo: 2ª parte

    John Piper

    3 A virtude do sexo e a glória de Deus

    Ben Patterson

    2ª PARTE: PECADO E SEXO

    4 Fazendo novas todas as coisas: Restaurando a alegria pura da sexualidade aos que cometem pecados sexuais

    David Powlison

    5 O casamento homossexual como um desafio para a igreja: reflexões bíblicas e culturais

    R. Albert Mohler, Jr.

    3ª PARTE: O HOMEM E O SEXO

    6 Sexo e o homem solteiro

    Mark Dever, Michael Lawrence, Matt Schmucker e Scott Croft

    7 Sexo, romance e a glória de Deus: o que todo marido cristão precisa saber

    C. J. Mahaney

    4ª PARTE:A MULHER E O SEXO

    8 Sexo e a mulher solteira

    Carolyn Mcculley

    9 Sexo, romance e a glória de Deus: o que toda esposa cristã precisa saber

    Carolyn Mahaney

    5ª PARTE:A HISTÓRIA E O SEXO

    10 A reforma de Martinho Lutero no casamento

    Justin Taylor

    11 Cristãos hedonistas ou religiosos piedosos? Os puritanos e o sexo

    Mark Dever

    Bibliografia sugerida para leitura posterior

    Colaboradores

    Scott Croft. Presbítero, Capitol Hill Baptist Church (Washington, D.C.).

    Mark Dever. Pastor efetivo, Capitol Hill Baptist Church.

    Michael Lawrence. Pastor auxiliar, Capitol Hill Baptist Church.

    C. J. Mahaney. Presidente da Sovereign Grace Ministries (Gaithersburg, Maryland).

    Carolyn Mahaney. Esposa, mãe e líder do Ministério Titus 2, Covenant Life Church (Gaithersburg, Maryland).

    Carolyn McCulley. Especialista em mídia, Sovereign Grace Ministries.

    R. Albert Mohler , Jr. Presidente, The Southern Baptist Theological Seminary (Louisville).

    Ben Patterson. Pastor do campus, Westmont College (Santa Barbara).

    John Piper. Pastor pregador, Bethlehem Baptist Church (Minneapolis).

    David Powlison. Conselheiro e professor, Christian Counseling and Educational Foundation; Professor de Teologia Prática, Westminster Theological Seminary (Filadélfia).

    Matt Schmucker. Diretor de 9Marks Ministries (Washington, D.C.).

    Justin Taylor. Diretor de Teologia, editor executivo, Desiring God (Minneapolis).

    Websites dos colaboradores

    IX Marks Ministries – 9marks.org

    Albert Mohler – albertmohler.com

    Carolyn McCulley – carolynmcculley.com

    Council of Christian Education Foundation – ccef.org

    Desiring God – desiringGod.org

    Sovereign Grace Ministries – sovereigngraceministries.com

    Introdução

    Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas.

    A ele, pois, a glória eternamente. Amém!

    Romanos 11.36

    Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.

    1

    Coríntios

    10.31

    Justin Taylor

    Dentre os versículos da Bíblia estes são os mais freqüentemente citados pelos evangélicos. Mas citar passagens das Escrituras é diferente de moldar uma filosofia de vida em torno delas. Se, em nossos dias, a igreja levasse realmente a sério o significado da expressão todas as coisas, não estaríamos assistindo a uma enorme quantidade de sermões e livros provocativos a respeito do temaComo fazer sexo para a glória de Deus? E em vez disso, a simples sugestão de pregar acerca de tal tema provavelmente ocasionaria mais do que uma risada nervosa ou o rubor do constrangimento.

    A idéia do desenvolvimento deste livro e da tentativa de responder esta questão surgiu na Conferência Nacional da Desiring God (2004) intitulada Sexo e a supremacia de Cristo. Quisemos abordar o tema com franqueza e reverência, tendo a supremacia de Cristo como fundamento e objetivo. O que sexo e supremacia de Cristo têm em comum, e que implicações teriam em nossa vida cotidiana?

    O que a Bíblia fala a respeito de sexo

    Imagine que você queira saber o que a bíblia nos ensina a respeito do sexo. Como faria para encontrar? Uma pesquisa com as variações da palavra sexo revela que quase sempre ela aparece no contexto de imoralidade sexual (originada da palavra grega, porneia, da qual deriva a palavra pornografia). Desse modo, você pode concluir que a bíblia não tem muito a nos ensinar acerca de sexo, e que, quando aborda a sexualidade, o faz apenas de um modo negativo, proibitivo e recatado.

    Entretanto, seria uma conclusão superficial. As Escrituras têm muito a dizer a respeito de sexo, porque elas têm muito a dizer a respeito tudo. Por isso, em vez de procurar na bíblia apenas a palavra sexo, talvez fosse uma estratégia mais produtiva procurar por "todas as coisas", uma vez que sexo é obviamente um subconjunto de"todas as coisas".Abaixo temos um exemplo do que este tipo de pesquisa revelaria na fiel Palavra de Deus:

    O sexo foi criado por Deus ("nele, foram criadas todas as coisas" – Cl 1.16).

    O sexo continua a existir pela vontade de Cristo ("nele tudo subsiste" – Cl 1.16).

    O sexo é determinado por Deus ("segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade"– Ef 1.11)

    O sexo está sujeito a Cristo ("E pôs todas as coisas debaixo dos pés" – Ef 1.22)

    Cristo faz novo o sexo (faço novas todas as coisas – Ap 21.5).

    O sexo é bom ("tudo que Deus criou é bom" – 1Tm 4.4).

    O sexo é lícito no contexto do casamento ("Todas as coisas são lícitas" – 1Co 10.23).

    Quando fazemos sexo, devemos fazê-lo para a glória de Deus ("ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus" – 1Co 10.31).

    O sexo contribui para o bem dos filhos de Deus ("todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" – Rm 8.28).

    Devemos agradecer a Deus pelo sexo ("recebido com ações de graças, nada é recusável" – 1Tm 4.4).

    O sexo é santificado pela palavra de Deus e pela oração ("tudo... pela Palavra de Deus e pela oração, é santificado" – 1Tm 4.4,5).

    Devemos ficar atentos para não nos tornarmos escravos do sexo ("não me deixarei dominar por nenhuma delas" – 1Co 6.12).

    Não devemos murmurar a respeito de sexo ("Fazei tudo sem murmurações" – Fp 2.14).

    Devemos nos alegrar no Senhor durante o sexo ("Alegrai-vos sempre no Senhor" – Fp 4.4).

    Devemos nos contentar com o sexo ("tendo sempre, em tudo, ampla suficiência" – 2Co 9.8).

    Devemos praticar e manter relações sexuais de maneira santa e honrosa (Cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra [RA]; que cada um saiba viver com a sua esposa de um modo que agrade a Deus, com todo o respeito [NTLH]; Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa [NVI] – 1Ts 4.4).

    Os cônjuges não devem se privar (sexualmente) um ao outro, exceto por mútuo acordo e durante um período de tempo limitado, para que possam se devotar à oração (1Co 7.5).

    Mas devem se ajuntar novamente (sexualmente) para que Satanás não (os) tente por causa da incontinência – 1Co 7.5).

    Nessa era de iniqüidade, o sexo é puro e impuro – "Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas" – Tt 1.15).

    Que série de sermões isso não daria! Um estudo cuidadoso destes versículos, no contexto do perfeito conselho de Deus, mostraria que o sexo não pode ser compreendido de maneira correta e praticado adequadamente sem atentar para o fato de que ele está relacionado com Deus. Esperamos firmemente e oramos para que os capítulos reunidos neste livro possam ajudá-lo a orientar toda sua vida e visão de mundo – inclusive sua vida sexual e sua opinião acerca de sexualidade – em torno da glória de Deus em Cristo.

    Vergonha na igreja

    Um dos obstáculos para uma discussão franca e edificante acerca de sexualidade é a questão da vergonha. A vergonha pode ser saudável, mas também pode ser prejudicial. De modo geral, nossa cultura é levada a projetar quaisquer vestígios de correção e vergonha em todas as questões sexuais. Por outro lado, a igreja é exageradamente tímida até mesmo para levantar o tema, com medo de violar o ensinamento de Paulo de que o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha (Ef 5.12). Mas essa vergonha pode se transformar facilmente num constrangimento descabido e numa omissão prejudicial de se adotar as recomendações de Deus quanto a uma questão da maior importância. Entretanto, esto não é uma opção para o corpo de Cristo, como nos lembra Al Mohler:

    Os cristãos não têm o direito de ficar constrangidos quando se fala de sexo e sexualidade. O constrangimento e a omissão prejudicial quando se trata destas questões é um modo de desrespeito à criação de Deus. Tudo o que Deus fez é bom, e toda coisa boa que Deus fez tem um propósito determinado que fundamentalmente revela sua glória. Quando cristãos conservadores reagem ao sexo de maneira ambivalente ou constrangedora, estamos ultrajando a bondade de Deus e ocultando sua glória que deveria ser revelada por intermédio do uso correto dos dons da criação.1

    O sexo no mundo

    Na década de 50, além de nossa moral, havia um amplo assentimento à regra moral externa que governava e moldava nosso discurso e nossa ética. Essa visão compartilhada foi rompida na década de 60 com o advento da revolução sexual. Em seu lugar, surgiu uma nova ética. Alguns acreditam que o que houve foi um relativismo desenfreado e um niilismo excessivo. Mas esta análise tende a ser inadequada. A nova ética – algumas vezes chamada de ética da autenticidade2 – enfatiza que a voz interior é moralmente confiável e deve ser seguida sem nenhum questionamento.3 Dinesh D’Souza se refere a isto como o eu imperial.4 Para os admiradores e seguidores do eu imperial, um apelo básico à moralidade objetiva certamente não impõe limites significativos. Frederica Mathews-Green escreveu:

    Estes alunos têm uma moralidade objetiva. É bem diferente da nossa. Eles acreditam que é objetivamente errado se livrar de alguém de modo insensível. É errado fazer sexo com alguém que não deseja fazê-lo. É errado transgredir qualquer uma das centenas de dicas de etiqueta acerca de quem pode dormir com quem sob qualquer circunstância. Eles têm bastante moralidade objetiva, e pensam que ela é melhor do que a nossa. Segundo a visão deles, a moralidade deles está dando certo e a nossa parece desnecessariamente difícil. Por que deveriam eles mudar? Este argumento apenas parece com o argumento porque eu quero assim.5

    Porque eu quero assim não é um argumento muito persuasivo para uma criança de 5 anos que tem um acesso de raiva, e porque eu quero não é muito convincente para colegas universitários de 25 anos na hora de ir para a cama.

    Em vez disso, é preciso uma visão de mundo construída sob a premissa de que "Deus quer assim". Nosso objetivo não é apenas repetir impensadamente estas palavras, mas estabelecer uma teologia bíblica que leve a sério as benignas recomendações e proibições de nosso santo e amável Criador.6 À medida que desafiamos a igreja e a cultura, devemos nos esforçar para apoiar a descrição de Paulo acerca da vida cristã como entristecidos, mas sempre alegres (2Co 6.10). Devemos aprender a falar de maneira franca, mas discreta; profeticamente, mas sutilmente; com ousadia, mas com espírito quebrantado. Enfim, devemos aprender a nos tornarmos o que somos: o corpo redimido de Cristo – pecadores que foram santificados e que refletem as inabaláveis e ternas misericórdias de nosso Senhor e Salvador.

    Sexo é um sinal de Deus, e não um substituto

    Bruce Marshall, em seu livro The World, The Flesh and The Father Smith, escreveu uma frase bastante provocativa: "O rapaz que bate à porta de um bordel está inconscientemente procurando por Deus".7

    O que Marshall observou – e que alguns afirmam – é que há uma profunda ligação entre Deus e o sexo. Peter Kreeft também notou isto. Depois de argumentar que o sexo é a religião efetiva em nossa cultura, ele explica:

    Sexo é como religião, não apenas porque é objetivamente santo, mas porque nos oferece, individualmente, um antegozo do céu, o auto-esquecimento, a autotranscendência, a autodoação para os quais nossos corações foram feitos, anseiam e não ficarão satisfeitos até que os consiga, porque somos feitos à imagem do próprio Deus e esta autodoação constitui a vida intrínseca da Trindade.8

    O objetivo do sexo é ser um sinal de Deus, e não um substituto. O coração humano, como observou Pascal, é um vazio moldado por Deus que só pode ser preenchido pelo próprio Deus.

    Havia outrora no homem uma alegria verdadeira, da qual resta agora apenas uma marca, um traço vazio, que ele, em vão, quer encher com tudo que lhe rodeia, procurando nas coisas ausentes o auxílio que não pode obter das coisas presentes. Mas nada disso é suficiente, porque esse abismo infinito não pode ser preenchido senão por um objeto infinito e imutável, isto é, pelo próprio Deus.9

    Com estas considerações em mente, podemos analisar a ligação entre o sexo e a supremacia de Cristo.

    Uma sinopse de sexo e a supremacia de Cristo

    Nos dois primeiros capítulos, John Piper explora essa relação entre Deus e o sexo ao sugerir dois pontos simples, mas importantes. De maneira positiva, ele argumenta que a sexualidade foi concebida por Deus como um modo de conhecer Deus em Cristo de maneira mais completa, e que este conhecer Deus em Cristo é uma maneira de guardar e guiar nossa sexualidade. Ou, se considerarmos de modo negativo, todos os maus usos de nossa sexualidade distorcem o verdadeiro conhecimento de Cristo, e todos os maus usos de nossa sexualidade derivam do fato de não se ter o verdadeiro conhecimento de Cristo. No capitulo 2, a segunda parte da mensagem de Piper, ele expande esse segundo ponto, nos ajudando a ver e experimentar a supremacia de Cristo em e sobre todas as coisas. O principal obstáculo para conhecer a supremacia de Cristo é a justa e sagrada ira de Deus contra nós, seus servos pecadores e rebeldes. E a solução é a justiça de Cristo ao absorver essa ira e abrir para nós a porta para a vida eterna. Piper concluiu, então, perguntando e respondendo a pergunta sobre como o conhecimento da supremacia de Cristo – evidenciado para nós pelo evangelho – pode guiar, guardar e orientar nossa vida sexual, fazendo com que nossa sexualidade seja santificada, satisfatória e para o louvor de Cristo.

    Em seu capitulo A virtude do sexo e a glória de Deus, Ben Patterson sugere que a descrição de C. S. Lewis de prazer carnal, em The Screwtape Letters – "um desejo crescente por um prazer decrescente" –, é exatamente o que está acontecendo em nossa cultura. Mas o plano de Deus para o sexo e o prazer, argumenta Patterson, é diferente. O sexo é bom porque o Deus que o criou é bom. E Deus é grandemente glorificado quando recebemos essa dádiva com ações de graças e usufruímos dela da maneira que ele concebeu que fosse usufruída. Para demonstrar como isso é verdadeiro, Patterson nos leva a explorar a Bíblia, mostrando a importância do casamento – no começo, no fim e em toda a Bíblia. E fica maravilhado diante das figuras de linguagem do livro de Cantares e de sua visão do sexo completo, rico e erótico feito do modo e dentro do contexto que Deus pretendia, em contraste com o sexo barato e danoso feito do modo como o mundo recomenda. Na segunda metade deste capítulo, Patterson examina os fundamentos teológicos para a celebração do sexo dentro do pacto do casamento. Deus não só criou do nada todas as coisas boas como também enviou seu único filho, em carne humana, para mostrar que a carne é o veículo adequado para a comunhão com Deus. E Deus demonstrou essa bondade ao criar macho e fêmea, como criaturas sexuais que foram feitas, para viverem juntas e se encontrarem quando se dão uma à outra. Patterson encerra este capítulo, oferecendo um exemplo comovente de sua própria vida, quando experimentou de maneira nova a gratidão e a alegria de receber sua mulher de um Deus bom e gracioso.

    Na segunda parte, nos dedicamos a questões que envolvem o pecado sexual e sua devastação. David Powlison argumenta que estamos todos envolvidos numa batalha, e ela é maior, mais ampla, mais profunda e mais sutil do que se pensa. Devemos ampliar nossa visão da batalha, considerando-a como uma batalha para a vida inteira. Devemos alargar nossos horizontes da batalha, e não apenas focalizar os pecados mais ostensivos, esquecendo-nos assim do quadro maior. Devemos aprofundar nossa visão da batalha, reconhecendo que o pecado sexual é apenas uma expressão de uma guerra mais profunda para a fidelidade do coração e do primeiro amor. Devemos também reconhecer que a batalha é mais sutil do que geralmente pensamos, quando começamos a ver as complexas camadas de pecado em nossos corações – alguns são óbvios, outros sutis; alguns se manifestam externamente, outros apenas internamente; alguns envolvem nosso pecado contra outras pessoas, outros envolvem pecado contra nós mesmos. O objetivo da batalha não é apenas dizer não e usar os meios da graça, mas, em vez disso, o objetivo é ver o próprio Cristo. Porque o amor de Cristo por si só é maior, mais profundo, mais amplo do que podemos imaginar. Powlison termina seu estudo nos dando alguns conselhos práticos sobre como tratar do assunto no conflito atual da Grande Guerra.

    Um pecado preeminente em nossa cultura é a homossexualidade. A maior parte da discussão na igreja e na nossa cultura tem sido moldada em termos de nós contra eles. Mas Albert Mohler explica como ele considera O casamento homossexual como um desafio para a igreja. O desafio se refere, primeira e principalmente, ao tipo de pessoa – o corpo de Cristo – que seremos. Mohler afirma convincentemente que devemos ser aqueles que não podem começar uma conversa a respeito de casamento homossexual falando a respeito do casamento homossexual – ou seja, devemos começar com questões maiores que estão em jogo. Devemos ser aqueles que não podem nunca falar a respeito de sexo sem falar em casamento, e aqueles que não podem falar a respeito de nada que seja importante sem reconhecer nossa absoluta dependência da revelação de Deus – a Bíblia. Devemos ser aqueles com uma teologia adequada para explicar o engano mortal do pecado sexual, assim como ter uma teologia adequada para explicar a vitória de Cristo sobre o pecado. Devemos ser honestos em relação ao pecado como a negação da glória de Deus, mesmo quando apontamos para a redenção como a glória de Deus restaurada. Devemos ser aqueles que amam os homossexuais mais do que os homossexuais amam a homossexualidade, e devemos ser aqueles que falam a verdade a respeito do casamento homossexual e, assim, se recusam a aceitar até mesmo a possibilidade conceitual, porque sabemos o que está em jogo.

    Na terceira parte deste livro, abordamos especificamente o sexo e o homem. Mark Devel afirma que os singulares desafios que o homem solteiro enfrenta hoje em dia resultam em parte do fato de os jovens esperarem cada vez mais tempo para se casar e da desvalorização cultural do casamento. Devel argumenta que há uma alternativa bíblica para este padrão de adolescência estendida e de passividade em relação ao casamento. Na seção seguinte deste capitulo, Michael Lawrence estabelece o fundamento teológico do sexo. Lawrence nos mostra o significado do sexo, segundo o plano de Deus, que vai muito além de uma lista de mandamentos e proibições, assim como as implicações da intimidade física e da masturbação. Matt Schmucker enfatiza a questão da intimidade física, demonstrando que muitos de nós temos um padrão duplo quando se trata da questão sobre como os homens casados devem interagir com mulheres que não são suas esposas, e como os homens solteiros devem interagir com mulheres que não são suas esposas. Schmucker nos apresenta mais tarde quatro razões pelas quais a intimidade física com uma mulher que não seja a sua esposa deveria ser proibida. Assim, com que deveria parecer um relacionamento bíblico? Depois de definir namorar e ficar,10 Scott Croft explica os diferentes motivos, mentalidades e métodos. Ao trabalhar com o princípio bíblico de que o compromisso precede a intimidade física, Croft estabelece que o modelo do namoro sério é o mais compatível com as regras bíblicas para um relacionamento com alguém do sexo oposto.

    C. J. Mahaney, neste capítulo dirigido aos homens casados, nos leva de volta ao livro de Cantares para nos instruir acerca da sexualidade que glorifica a Deus. Juntamente com a maioria dos acadêmicos evangélicos contemporâneos, ele rejeita respeitosamente uma interpretação alegórica ou tipológica do livro, argumentando, em contrapartida, que o livro traz em si o modelo de uma relação sexual apaixonada e que glorifica a Deus no contexto do casamento. Mahaney argumenta que uma das principais lições que podemos tirar deste livro é que para aumentar o romantismo em nosso casamento, precisamos aprender a tocar o coração e a mente de nossa esposa antes de tocar o seu corpo. Isto requer palavras escolhidas cuidadosamente e o cultivo do romantismo planejado intencionalmente. Ele oferece sugestões práticas acerca de como tocar seu coração e sua mente. Na seção final do capítulo, ele nos dá conselhos sábios e bíblicos acerca de sexo e da dádiva da intimidade conjugal.

    A quarta parte é dedicada ao assunto A mulher e o sexo. Carolyn McCulley começa fazendo algumas observações a respeito de sexo e a mulher solteira no século 21. Mas ela se pergunta como uma mulher solteira cristã, que evita a imoralidade sexual pela graça de Deus, pode lidar com esse assunto em nossa cultura. Ela insiste que, em vez disso, essa mensagem contra-revolucionária deve estar centrada no evangelho e no poder de Jesus Cristo de transformar vidas e carregar sobre si nossos pecados. Depois, ela passa a examinar o que a Bíblia nos ensina acerca dos dons da mulher em Provérbios 13. Também trata de questões sobre como evitar a tentação sexual no ambiente de trabalho e como as solteiras devem agir na igreja como membros indispensáveis do corpo de Cristo. A principal esperança da mulher solteira não deve ser o casamento, mas a presença de Cristo. O aparente silêncio de Deus não é um indicativo de rejeição, mas uma preparação da revelação, à medida que as mulheres solteiras se comprometem a viver sua vida dentro da supremacia de Cristo.

    Carolyn Mahaney, por sua vez, fala a respeito de sexo para a mulher casada. Ela não está indiferente à dor e à confusão que muitas mulheres experimentaram em seus relacionamentos sexuais anteriores, mas argumenta que nenhuma situação está fora do alcance da graça de Deus e do poder de Cristo na cruz. Afirma que pela graça de Deus todas as mulheres casadas podem desfrutar de uma relação sexual com seus maridos, e se propõe a examinar como tal relacionamento apaixonado deve ser do ponto de vista da mulher. Ao reconhecer que a Bíblia não oferece instruções explícitas a respeito do sexo conjugal, Carolyn Mahaney considera diversos preceitos bíblicos que podem cultivar o que ela chama de intimidade sexual excelente. Ela declara que as mulheres dever ser atraentes, criativas, agressivas, ousadas e estar disponíveis. Conclui com palavras comoventes de sabedoria e encorajamento para aquelas mulheres que estão aflitas e com medo de perder a esperança na renovação do relacionamento sexual com seus maridos.

    Na parte final deste livro, historia e sexo, tratamos de um casal histórico e de um movimento histórico a fim de nos dar uma visão geral do assunto. No capítulo que escrevi, A Reforma de Martinho Lutero no casamento, analiso a vida de Martinho Lutero, o grande reformador alemão. À medida que Lutero realizava a tarefa de reformar o casamento, por intermédio de seus ensinamentos, sermões e escritos, ele próprio se convenceu de que tinha sido chamado ao celibato e que jamais se casaria. Afinal de contas, pensou que poderia morrer provavelmente como mártir dentro de poucos anos. Mas Deus tinha planos diferentes, e um elemento crucial da reavaliação e reforma de Lutero da instituição do casamento foi seu breve namoro e longo casamento com Katharina von Bora, uma jovem freira a quem havia ajudado escapar de um convento. A vida deles em comum – e também os ensinamentos de Lutero sobre sexo, casamento, amor e filhos – teve um impacto revolucionário na Reforma alemã e continua a influenciar a igreja evangélica até hoje.

    No capítulo final, Mark Dever examina o papel dos puritanos em relação ao sexo. Os puritanos e o sexo? Será que eles sabem o que é experimentar isso? Não seria opuritanismo e o medo terrível de que alguém, em algum lugar pudesse estar feliz?11 Dever refuta estas sugestões historicamente erradas e, com diversas citações, permite que os puritanos falem por si mesmos. Depois de analisar o panorama histórico da tradição católico-romana e da revolução de Lutero, Dever expõe minuciosamente a visão puritana sobre casamento, sexo, romantismo, pecado sexual e prazer. Dever mostra que os puritanos não se opunham ao prazer em si, mas se opunham a ele à medida que não se subordinava ao prazer em Deus. Dever conclui tirando oito lições que podemos aprender com os puritanos em relação à visão bíblica da sexualidade. Juntamente com este estudo, há um apêndice com estudos sobre os puritanos no mundo acadêmico.

    Que Cristo possa abençoá-lo durante a leitura deste livro. Nossa oração é para que você possa se voltar mais para perto de Deus, à medida que perceber a sua supremacia sobre todas as coisas – o sexo também.

    Agradecimentos

    O processo de edição e elaboração de um livro nunca ocorre no vazio. Nossas esposas, Noel e Lea, nos apoiaram graciosamente e com alegria neste ministério, e merecem um agradecimento especial pela sua ajuda e paciência. Devemos muito a inúmeros amigos sem os quais este projeto não teria existido. Jon Bloom, o diretor executivo da Desiring God, mantém em funcionamento este ministério. Scott Anderson, o coordenador de conferências na Desiring God, trabalhou longas horas para reunir essa conferência. Vicki Anderson, nossa assistente administrativa, nos deixa livres para trabalhar num projeto desse porte. Expressamos nossos profundos agradecimentos aos colaboradores deste livro que concordaram não só em apresentar suas palestras em Mineápolis, mas também as transformaram em capítulos escritos em meio aos inúmeros compromissos de ministério assumidos em suas agitadas agendas.

    E mais importante do que tudo, agradecemos a Jesus Cristo. Nossas vidas giravam inteiramente apenas em torno dele. Mas pela sua graça, ele se colocou no centro de nosso sistema solar. Oramos para que este livro seja para sua honra e supremacia de seu nome.

    Notas

    1 R. Albert Mohler, Jr., The Seduction of Pornography and the Integrity of Christian Marriage, uma palestra realizada para os homens do Boyce College (em 13 de março de 2004), disponível online em: www.sbts.edu/docs/Mohler/EyeCovenant.pdf (acessado em 14/1/2005). Essa palestra é leitura indispensável para os homens.

    2 Veja Charles Taylor, The Ethics of Authenticity (Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1991).

    3 Dinesh D’Souza, The Imperial Self , disponível online em: http://www.tothesource.org/12_1_2004/12_1_2004.htm (acessado em 26/1/2005). Nesse tópico, estou me baseando na análise de D’Souza.

    4 Ibid.

    5 Frederica Mathews-Green, What to Say at a Naked Party, Christianity Today, Fevereiro de 2005, disponível online em http://www.christianitytoday.com/ ct/2005/002/14.48.html (acessado em 21/1/2005).

    6 Aqueles que procuram por fontes que possam ajudá-los nesse assunto devem examinar dois livros excepcionais recentemente publicados pela

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