Inquietações da alma: O despertar do amor e suas nuances

De Benê Baldim

O amor pode ser o sentimento mais popular e, ao mesmo tempo, o mais misterioso. Pode apresentar múltiplas facetas, múltiplas formas e múltiplas cores. Pode ser escolha, destino ou recusa. Neste livro, por meio de versos livres, o amor se apresenta sob diversas formas; e a reflexão que norteia a construção da obra é justamente o significado desse sentimento tão intrigante e pulsante.

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 3 de abr. de 2023
• ISBN: 9786525446837

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O objetivo

Eu gosto de colocar impressões muito pessoais em tudo o que escrevo. Minha escrita leva parte de mim; se assim não fosse, não valeria a pena.

Embora vivenciando, nos últimos dois anos, uma época de grande tensão e preocupações, excessivos cuidados e a adoção de estratégias metódicas e repetitivas, rotinas desgastantes e cansativas que retiraram de todos nós a energia e o brilho de esperança nos olhos; apesar de tudo isso, eu insisto em levar boas impressões e compartilhar sentimentos de satisfação e alegria pelo encontro de imensa felicidade e paz de espírito dentro do meu coração.

Da minha experiência pessoal, compartilho o que mais faz vibrar a minha alma, que é o que me faz sentir viva: o sentimento de gratidão por estar saudável, em busca de minhas realizações e ter a oportunidade de viver o Amor em todos os sentidos, o que me veio como um presente tão esperado. A incessante busca de toda uma vida.

Sempre escrevi e relatei impressões vividas por mim; muitas vezes, decepções com expectativas criadas, outras, paixões, frustrações e corações partidos em razão destas mesmas expectativas.

Introdução

Sobre o que escrevo, Sandra Almeida, minha querida e talentosa prima, pontua:

"São muitos relatos e conceitos de amor que tenho ouvido ou até mesmo vivenciado em minha existência. São muitos ‘eu te amo’ soltos no ar. Pairam a satisfazer momentos e satisfazer a coisa que mais confunde o sentimento do ser humano, o sexo. Muitas vezes o ‘eu te amo’ flutua, sem nunca encontrar o chão. Sem encontrar algo sólido que permita os pés saírem do lugar. Andar em direção a sorrisos e risos. Talvez, gargalhadas que possam se repetir a qualquer hora não programada, ou mesmo planejada. Mas com a certeza de que vai acontecer. Dias atrás, me vi perguntando, o que é o amor? São tantas classificações. Amor de pai, amor de mãe, amor de marido, esposa, filhos, entre tantos outros que tentam nominar por aí. Mesmo assim, sabendo que ninguém iria me responder exatamente sobre o que é o amor, concluí segura de que meu meio século de vida seria suficiente para que eu tivesse a certeza em dizer que amor não existe. E assim continuei minha convicção. Será que demasiadamente influenciada pelas leituras de Nietzsche? Ou, talvez, pela minha própria vida. Sem admitir, fazendo dela o centro do universo para ousada conclusão. Precisei, então, ler seus textos para entender que há um mundo maior lá fora, além do meu aqui dentro. E que os amores não se classificam. Apenas há as formas que os vivemos. Há, sim, a inexistência do amor. Na austereza de quem ama para si. Na falsa delicadeza de quem deixa o amor flutuar. Ou mesmo que o deixe esparramar, perdendo suas formas, numa liquidez que apenas Zygmunt Bauman ousou explicar em sua obra Amor Líquido.

Precisei ler seus textos para entender que não é necessário meio século para decifrar o amor. É necessário apenas ler seus textos."

Decifrando o amor

Tão belo é aquele que se fez verdadeiramente presente, literalmente presente nas vidas de seus entes, amantes, que levam a esta nova fase da vida. Aprendi, com esta leitura, respeitar o amor. Não é mais tempo de soltar ao vento palavras que não sejam verdadeiramente amáveis. O significado de amor no dicionário não consegue atingir sua verdadeira expressão no sentimento, o que está no coração. O doar e o receber sem preço, sem custo de nada. Ou somente doar. Mas, também, o simples ser de almas que se encontram e se unem como se fossem uma. Isso existe? Ah! Sim. Nesta leitura, percebe-se que este amor existe. O amar, pode, por vezes, ser o estado de si em outra dimensão. Mas se confunde exatamente em si por não saber se é metade do outro ou mais que inteiro, no que sua completude pode oferecer. Acho que o estado de si confunde-se com o momento. Ora sou ora estou. Talvez neste sentimento surgiu a expressão "porque era ele, porque era