Uma Introdução À Engenharia Ferroviária
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Uma Introdução À Engenharia Ferroviária - Amado Da Costa E Silva
Amado da Costa e Silva
Uma introdução à
engenharia ferroviária
Image 3Uma introdução à engenharia ferroviária
1
Introdução ........................................................................................ 6
2
Breve história das ferrovias ................................................................ 7
2.1 O NASCIMENTO DAS FERROVIAS ......................................................................................... 7
2.2 AS FERROVIAS NO NOVO MUNDO ........................................................................................ 9
2.3 AS FERROVIAS NO BRASIL REPUBLICA .............................................................................. 10
2.4 O TRANSPORTE FERROVIÁRIO ........................................................................................... 13
2.4.1 Trem movido à levitação magnética ................................................................................ 15
3
Noções de via permanente ................................................................17
3.1 A GEOMETRIA FERROVIÁRIA ............................................................................................. 17
3.2 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA LINHA FÉRREA ................................................................. 18
3.2.1 Tangente .......................................................................................................................... 19
3.2.2 Bitola ............................................................................................................................... 19
3.2.3 Flecha............................................................................................................................... 20
3.2.4 Superelevação .................................................................................................................. 20
3.2.5 Superlargura ..................................................................................................................... 21
3.3 A INFRAESTRUTURA ......................................................................................................... 22
3.4 A SUPERESTRUTURA ......................................................................................................... 22
3.4.1 Lastro ............................................................................................................................... 23
3.4.2 Ombro .............................................................................................................................. 23
3.4.3 Dormentes ........................................................................................................................ 23
3.4.4 Trilho ............................................................................................................................... 26
3.4.5 Aparelho de mudança de via (AMV) e travador elétrico ................................................ 28
3.5 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PARA A CONSERVAÇÃO DA VIA ............................................ 30
4
Material rodante ...............................................................................32
4.1 CONTATO RODA-TRILHO ................................................................................................... 32
4.2 RODAS .............................................................................................................................. 35
4.2.1 Processos de fabricação ................................................................................................... 35
4.2.2 Vida útil da roda .............................................................................................................. 36
4.3 ENGATES .......................................................................................................................... 37
4.4 LOCOMOTIVAS .................................................................................................................. 38
4.4.1 Truque .............................................................................................................................. 39
4.4.2 Plataforma ........................................................................................................................ 41
4.4.3 Cabines ............................................................................................................................ 42
4.5 CARROS AUTOMOTORES ................................................................................................... 43
4.6 VAGÃO ............................................................................................................................. 44
4.6.1 Vagão fechado ................................................................................................................. 44
4.6.2 Vagão gôndola ................................................................................................................. 44
4.6.3 Vagão tanque ................................................................................................................... 44
4.6.4 Vagão hopper ................................................................................................................... 45
4.6.5 Vagão plataforma ............................................................................................................ 45
4.6.6 Vagão gaiola .................................................................................................................... 45
4.6.7 Carro de passageiros ........................................................................................................ 46
5
Operação ferroviária .........................................................................47
5.1 CLASSIFICAÇÃO DE TRENS ................................................................................................ 47
Uma introdução à engenharia ferroviária
5.2 DIMENSIONAMENTO DE RECURSOS PARA A CIRCULAÇÃO DE TRENS .................................. 48
5.3 CENTRO DE CONTROLE OPERACIONAL ............................................................................. 48
5.4 GRÁFICO DE TRENS ........................................................................................................... 50
5.5 INDICADORES DE PRODUÇÃO ............................................................................................ 52
5.6 OPERAÇÃO DE PÁTIOS E TERMINAIS .................................................................................. 52
6
Fundamentos de sinalização ferroviária .............................................55
6.1 O INICIO DA SINALIZAÇÃO FERROVIÁRIA .......................................................................... 55
6.2 CONCEITOS DE BLOQUEIO E LICENÇA ................................................................................ 57
6.2.1 Staff elétrico ..................................................................................................................... 58
6.3 TIPOS DE SISTEMAS DE SINALIZAÇÃO ................................................................................ 59
6.4 PRINCÍPIO DA FALHA SEGURA (F AIL SAFE) ......................................................................... 61
6.5 CENTRO DE CONTROLE OU CENTRO SELETIVO................................................................... 61
6.5.1 Controle ........................................................................................................................... 63
6.5.2 Indicação .......................................................................................................................... 63
6.5.3 Rastreamento ................................................................................................................... 64
6.5.4 Licenciamento ................................................................................................................. 64
6.6 SINALIZAÇÃO DE CAMPO .................................................................................................. 65
6.6.1 Aparelho de mudança de via ........................................................................................... 66
6.6.2 Sinal ................................................................................................................................. 67
6.6.3 ATC Automatic Train Control ........................................................................................ 71
6.6.4 O circuito de via .............................................................................................................. 74
6.6.5 Intertravamento ................................................................................................................ 77
6.7 PLANO DE VIAS SINALIZADA ............................................................................................. 77
6.8 SISTEMAS COMPLEMENTARES À SINALIZAÇÃO .................................................................. 78
6.8.1 Detector de caixa de rolamentos e roda quente ............................................................... 79
6.8.2 Detector acústico ............................................................................................................. 79
6.8.3 Medidor de perfil de roda ................................................................................................ 80
6.8.4 Detector de impacto de roda ............................................................................................ 80
6.8.5 Detector de descarrilamento ............................................................................................ 80
7
Infra-estrutura de sistemas de energia ..............................................82
7.1 SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS (PÁRA-RAIOS) .................... 82
7.2 ATERRAMENTO ................................................................................................................. 82
7.2.1 Finalidades do aterramento .............................................................................................. 83
7.2.2 Fatores que influenciam no aterramento ......................................................................... 84
7.2.3 Tratamento do solo .......................................................................................................... 85
7.3 SISTEMA DE FORÇA ........................................................................................................... 85
7.3.1 Sistema de Energia em corrente alternada (CA) ............................................................. 86
7.3.2 Fonte ininterrupta de energia ( no-break) ......................................................................... 87
7.3.3 Sistema de energia CC ..................................................................................................... 87
7.3.4 Baterias ............................................................................................................................ 88
7.3.5 Sistema fotovoltaico ........................................................................................................ 89
8
Telecomunicações aplicada às ferrovias .............................................92
8.1 ONDA ............................................................................................................................... 92
8.2 ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO ......................................................................................... 93
8.2.1 Efeitos biológicos ............................................................................................................ 95
8.2.2 Agencias reguladoras do espectro ................................................................................... 96
8.3 MEIOS DE TRANSMISSÃO .................................................................................................. 97
8.3.1 Meio confinado ................................................................................................................ 97
8.3.2 Meio não confinado ......................................................................................................... 98
Uma introdução à engenharia ferroviária
8.4 ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE COMUNICAÇÕES ............................................................. 98
8.4.1 Ruído ............................................................................................................................. 100
8.5 MULTIPLEXAÇÃO ............................................................................................................ 101
8.6 NOÇÕES DE MODULAÇÃO................................................................................................ 101
8.6.1 Modulação analógica ..................................................................................................... 102
8.6.2 Modulação digital .......................................................................................................... 104
8.6.3 Global Position System (GPS) ...................................................................................... 106
8.6.4 Duplicidade de meios .................................................................................................... 109
8.7 COMUNICAÇÃO TERRA-TREM ......................................................................................... 110
8.7.1 Sistema convencional .................................................................................................... 112
8.7.2 Sistema troncalizado ...................................................................................................... 113
8.8 COMUNICAÇÕES EM TÚNEIS ............................................................................................ 114
8.9 FAIXAS DE FREQÜÊNCIAS ................................................................................................ 116
8.10 COMUNICAÇÃO COM A LOCOMOTIVA.............................................................................. 116
8.10.1Licenciamento do trem .................................................................................................. 117
8.10.2Computador de bordo.................................................................................................... 117
8.11 SISTEMAS CBTC ............................................................................................................ 118
8.11.1ATCS - Advanced Train Control System ...................................................................... 119
PTS – Positive Train Separation ............................................................................................. 120
8.11.2PTC – Positive Train Control........................................................................................ 120
8.11.3Licenciamento via satélite ............................................................................................. 122
8.11.4Cerca eletrônica ............................................................................................................. 123
8.11.5GSM ferroviário ............................................................................................................ 125
8.12 TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS .......................................................................................... 128
9
Considerações sobre a manutenção eletroeletrônica em ferrovias ...... 131
9.1 TIPOS DE MANUTENÇÃO .................................................................................................. 132
9.1.1 Manutenção corretiva .................................................................................................... 132
9.1.2 Manutenção preventiva .................................................................................................. 133
9.1.3 Manutenção preditiva .................................................................................................... 133
9.1.4 Desafios do mantenedor ................................................................................................ 134
9.2 CONFIABILIDADE E DISPONIBILIDADE ............................................................................. 135
9.2.1 Outros parametros de desempenho ................................................................................ 136
9.2.2 Centro de controle da manutenção (COP) ..................................................................... 137
Uma introdução à engenharia ferroviária
Dedicatória
À minha família, em especial ao meu
irmão Roberto, que me incentivou a
realizar a obra.
A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.
Albert Einsten
1 Introdução
Atualmente uma das áreas mais promissoras para os profissionais de engenharia é a ferroviária que, no Brasil, está em plena expansão e necessitando cada vez mais de mão de obra capacitada e preparada. Entretanto, a formação de um engenheiro ferroviário necessita conhecimentos de várias modalidades de engenharia, tais como, civil, mecânica e elétrica, sendo essa nas opções de telecomunicações e automação e controle, além de um conhecimento gerencial apurado.
Na realidade, a maioria dos candidatos, principalmente os recém formados, que participam de processos seletivos, não possuem o conhecimento necessário que essa atividade de engenharia exige e assim, algumas empresas estão patrocinando, junto a instituições acadêmicas de renome, cursos de pós graduação em engenharia ferroviária com o objetivo de formarem profissionais bem preparados, que demonstrem possuir valores que a companhia aprecia e que tenham conhecimento das novas tecnologias, idéias e estratégias.
Somando-se a esse fato a escassa literatura em português, sobre a engenharia ferroviária, que de uma idéia sistêmica de todos os processos envolvidos, foram os motivos da confecção deste livro destinado a estudantes, engenheiros e trabalhadores de empresas ferroviárias que tenham interesse em aprofundar seus conhecimentos.
Além deste primeiro capítulo contendo a introdução e o esclarecimento do objetivo do livro, a obra foi dividida em sete outros capítulos que abordam:
• no segundo capítulo, um breve resumo da história das ferrovias, destacando seu surgimento nas Américas e o cenário nacional;
• no terceiro capítulo a via permanente ferroviária com a descrição dos principais componentes e características construtivas da linha férrea;
• no quarto capítulo o material rodante de locomotivas e vagões, com breve descrição da dinâmica ferroviária e as principais características do trem;
• no quinto capítulo uma noção do gerenciamento operacional de uma ferrovia com a descrição de ferramentas, metodologias e indicadores de desempenho do tráfego;
• no sexto capítulo uma síntese sobre os princípios da sinalização ferroviária;
• no sétimo capitulo uma abordagem sobre os principais sistemas de controle de tráfego ferroviário baseados em radiocomunicação;
• no ultimo capítulo, uma breve descrição sobre a infraestrutura necessária em energia elétrica para os sistemas de sinalização e telecomunicações.
6
Image 42 Breve história das ferrovias
2.1
O nascimento das ferrovias
Em três sítios arqueológicos existentes na ilha de Malta no mar Mediterraneo, há centenas de sulcos em rochas e outros em calçamentos de estradas feitas pelo império romano. Esses sulcos serviam de guias para as rodas das bigas propiciando uma maior estabilidade, menor atrito de rolamento e maior velocidade de deslocamento de mercadorias e das tropas romanas para a defesa da ilha. Devido a esses caminhos guiantes para as rodas das bigas, alguns especialistas consideram esses sulcos como o marco do surgimento da ferrovia.
Figura2.1:Caminhos guiantes nas pedras em Malta
Alguns discordam e apontam o inicio do século XVI devido a comprovação da existência de vagonetes, tracionados por homens ou cavalos, sobre trilhos de madeira que faziam o transporte de minerais como carvão e ferro em minas subterrâneas na Alemanha e Inglaterra, outros ainda consideram seu surgimento como decorrente do progresso ocorrido na Europa e principalmente na Inglaterra, após a invenção da máquina a vapor por James Watt em 1705 e a invenção do tear mecânico por Edmund Cartwright, em 1785, que revolucionou a fabricação de tecidos. É fato que o emprego desses e outros inventos na produção de mercadorias, que surgiram durante o século XVIII, causaram um aumento significativo do volume da produção e a necessidade de um transporte com maior rapidez para os mercados consumidores, do que as carroças e navios faziam na época.
Neste cenário, em 1801, o engenheiro inglês Richard Trevithick (1771-1833) colocou rodas em uma de suas invenções que, apesar de ter sido projetada inicialmente para rodovia, alguns consideram como a primeira locomotiva a vapor, outros como o predecessor do primeiro automóvel e passeou pelas ruas de Camborne na Inglaterra.
O invento foi chamado de Puffing Devil
( Diabo Soprando), pois basicamente o veículo era uma carruagem com uma caldeira acoplada fazendo a função de motor. Como era
7
Image 5de se esperar, a máquina atraiu bastante a atenção do público e da imprensa mas não teve sucesso, devido a baixa autonomia que a pressão do vapor proporcionava, além de seu custo ser muito superior ao das tradicionais carruagens puxadas por cavalos.
Figura 2.2: A Puffing Devil
No ano seguinte, Trevithick construiu a primeira locomotiva para estrada de ferro.
Esta máquina que não tinha nome, foi usada nas minas de ferro em Pen-Y-Darren no
País de Gales puxando 10 vagões atrelados, à velocidade de 8 Km/h. Entretanto, por apresentar muitos problemas o invento não teve sucesso.
Em 1814, o também engenheiro inglês George Stephenson (1781-1848), tendo como base os experimentos de Trevithick, constrói a locomotiva a vapor Blutcher, que consegue transportar 30 toneladas a uma velocidade de 6,5 km/h. Durante os anos seguintes, seu invento é aperfeiçoado e em 1823, em parceria com seu filho, funda a primeira fábrica de locomotivas do mundo, produzindo com sucesso a Locomotion Number1. Em 1825, com o financiamento de empresários ingleses, George Stephenson construiu e inaugurou a primeira ferrovia pública do mundo destinada a conduzir trens de carga que, tracionados por locomotivas Locomotion Number1 em horários regulares, cobriam a distancia de aproximadmente 16 km entre as cidades de Stockton a Darlington na Inglaterra.
Apesar de muitos considerarem George Stephenson como o inventor da locomotiva a vapor e percursor da engenharia ferroviária, não se deve esquecer que a idéia de máquina propulsionada a vapor partiu da mente de Trevithick e assim não cometer-se injustiça semelhante como a que houve com o telefone, onde somente em 11 de
junho de 2002 o Congresso dos Estados Unidos aprovou resolução na qual reconheceu