Chaos
De E.a.sant
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Chaos - E.a.sant
ALK | CHAOS | Contos Ancestrais
Um | O Mito da Criação - 3
Dois | Batalha Celestial - 14
Três | Lênus e Elara - 25
Quatro | Asas e Raízes - 35
Cinco | Estrelas Gêmeas - 55
Seis | Martelo de Guerra - 68
Sete | Pilares da Terra - 80
Oito | Entre Dois Mundos - 91
Nove | Filhas do Abismo - 101
Dez | Irmãs de Sangue - 113
Um | O Mito da Criação
No início dos tempos, quando o universo ainda estava em sua infância, havia apenas o caos em sua mais primordial essência e falta de forma. Nessa intempérie de poder e magia criacional três deuses supremos emergiram do vazio cósmico: Aenar, Azael e Avernus. Cada um deles possuía características únicas e poderes inimagináveis.
Aenar, o Senhor da Criação, emanava uma aura divina de luz e esperança. Seu poder residia na capacidade de moldar a realidade e a matéria ao seu bel prazer, além de dar vida aos seres. Com um simples gesto, ele poderia fazer surgir galáxias, estrelas e mundos inteiros. Sua benevolência e sabedoria eram inigualáveis. O Deus da criação era uma figura majestosa e imponente. Sua aparência irradiava luz e pureza. Seu corpo alto e esguio estava envolto em vestes brancas resplandecentes, feitas de um tecido etéreo que parecia estar em constante movimento. Seus cabelos dourados fluíam como raios de sol, e seus olhos brilhavam com a sabedoria dos séculos. Aenar
possuía uma expressão serena com traços delicados e harmoniosos que inspiravam confiança e admiração.
Azael, o Portador da Magia, era dotado de uma aura misteriosa e enigmática. Seus poderes se manifestavam no controle sobre a energia mágica que fluía pelo universo. Ele tinha o domínio sobre os elementos e podia conjurar feitiços com incrível destreza. Sua mente era um poço profundo de conhecimento arcano. O Deus da magia possuía uma aparência inexplicável e fascinante. Seu corpo esbelto e atlético era envolto em vestes escuras, adornadas com símbolos místicos e intrincados. Seus cabelos negros como a noite caíam em cascata sobre seus ombros, e seus olhos profundos brilhavam com faíscas de magia. A pele de Azael parecia brilhar com um leve tom azulado, como se estivesse imerso em um feitiço. Sua presença exalava enigma e poder, e seus gestos eram suaves e precisos, como se estivesse sempre em sintonia com as forças do universo.
Avernus, o Guardião das Trevas, envolvia-se em uma atmosfera nebulosa e arrepiante. Seu poder emanava das profundezas do submundo, e ele controlava as forças das trevas
e da escuridão. Ele podia manipular sombras, criar ilusões aterrorizantes e até mesmo desencadear a destruição total. Sua presença inspirava temor em todos os seres. O Deus das Trevas emanava uma presença nebulosa e ameaçadora. Seu corpo imponente era envolto em um manto negro que parecia absorver a luz ao seu redor. Sua pele era pálida, quase translúcida, contrastando com seus olhos brilhantes e penetrantes, que possuíam uma tonalidade vermelha ardente.
Os cabelos de Avernus eram negros como ébano, e uma coroa prateada adornava sua cabeça, simbolizando seu domínio sobre as trevas. Sua postura era imponente e suas feições carregavam um ar de severidade, transmitindo a sensação de um poder inescrutável e de uma presença que inspirava temor.
Por muitos milênios, esses três deuses coexistiram pacificamente, equilibrando suas energias e mantendo o universo em harmonia. Em meio a essa paz, as três divindades geraram seus filhos e Aenar decidiu criar um mundo para que todos os filhos divinos pudessem habitar. Assim, ele moldou Karplãn, um vasto continente repleto de paisagens deslumbrantes e climas variados.
Karplãn era composto por majestosas montanhas, vastas florestas, desertos escaldantes e oceanos infinitos. Suas terras eram férteis, e sua geografia exibia uma diversidade impressionante. No coração do continente, erguia-se a Montanha da Ascensão, um pico imponente onde os deuses se reuniam em ocasiões especiais e podiam tocar o mundo o presenteando ou talvez o punindo.
Cada Deus enviou seus filhos para coabitar e coexistir Karplãn em harmonia e equilíbrio. Aenar deu origem aos
humanos
, seres dotados de livre-arbítrio e curiosidade quase infinita e Luminares
conhecidos por sua beleza incomparável e longevidade excepcional. Azael trouxe à vida os Faericos
, seres etéreos dotados de majestosas asas translúcidas que personificavam a magia e a beleza da natureza e as Sirenas
criaturas com uma beleza hipnótica e uma voz melodiosa.
Avernus criou os Folkruns
seres ágeis e furtivos, habilidosos em esconderijos e travessuras. Titanos
criaturas majestosas e imponentes guardiãs do mundo e os Anaris
seres robustos e resistentes, com grande afinidade por trabalhos de forja e mineração.
Enquanto os Deuses observavam suas criações prosperarem, eles não sabiam que outro ser divino, um deus irmão menor chamado Ibis, se escondia nas sombras, observando-os. Ibis era uma figura misteriosa, um ser feito apenas de resquícios do caos original e que preferia permanecer nas margens da existência. Ele espreitava seus irmãos divinos com olhos astutos, estudando seus movimentos e absorvendo conhecimento sobre o funcionamento do universo. O Deus do Caos e da Discórdia, possuía uma aparência turbulenta e desordenada, que refletia sua essência caótica.
Sua forma física era distorcida e fluida, como se estivesse constantemente se transformando. Não possuía uma forma estática, mas sim uma energia em constante movimento.
Seu corpo era composto por sombras e chamas dançantes, que se entrelaçavam em uma sinfonia de cores caóticas. Suas feições eram distorcidas e mutáveis, alternando entre semblantes angustiados, sorrisos sádicos e expressões de pura loucura. Seus olhos brilhavam em cores cambiantes, que revelavam a natureza imprevisível do caos. Enquanto caminhava, Ibis deixara para trás um rastro de instabilidade e
tumulto, influenciando a realidade ao seu redor. Sua presença era sufocante e incômoda, transmitindo uma sensação de inquietação e ansiedade.
As criações de Ibis eram tão diversas e caóticas quanto ele mesmo. Suas criaturas personificavam a natureza imprevisível e caótica do universo que ele representava, entre eles estavam os Devoradores de Sonhos
, seres etéreos que se alimentavam da esperança dos seres vivos e Espíritos do Limiar
entidades ambíguas e mutáveis compostos por uma mistura caótica de elementos e energias opostas, como fogo e gelo, luz e sombra.
Embora Ibis fosse um Deus menor e frequentemente negligenciado pelos demais, possuía uma inteligência aguçada e uma astúcia incomparável. Ele se deleitava na arte do segredo, da observação silenciosa e da manipulação