Egrégoras Celestiais - Experiências Terráqueas
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Egrégoras Celestiais - Experiências Terráqueas - Irajá Barreto Cibils
Irajá Barreto Cibils
© by Irajá Barreto Cibils
Direitos autorais reservados
Editoração eletrônica: Willian Castro
Capa: Gabriel Saldanha, a partir de imagem free disponível na internet
Fotos: Izzy Szyldhaus - Israel
Revisão: João Vitor Berg
Arquivo digitado e corrigido pelo autor, com revisão final do mesmo,
autorizando a impressão da obra.
Editor: Rossyr Berny
Contato com o autor: irajacibils@hotmail.com
Para conhecer mais autores da Alcance acesse:
www.editoraalcance.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C567e Cibils, Irajá Barreto
Egrégoras celestiais - experiências terráqueas: crônicas, prosa poética, pensamentos / Irajá Barreto Cibils. – Porto Alegre: Alcance, 2021.
il.
1. Literatura Rio-Grandense. 2. Contos Rio-Grandenses.
3. Crônicas Rio-Grandenses. I. Título.
CDD 869.9937
CDD 869.9987
Bibliotecária responsável: Daniela S. Christ CRB 10/2362
ISBN: 978-65-86910-17-9
Prefácio
Irajá Barreto Cibils tem sua formação acadêmica em Medicina Veterinária, porém as artes eram mais fortes em quaisquer que fossem os trabalhos realizados. Ora em meio a uma cirurgia, em tratamento com os animais ou pessoas, pois até como apresentador de rodeios ou feiras ele conseguia trazer as artes a seu favor. Assim, os palcos da vida ganhavam mais um dramaturgo, poeta, ator e diretor teatral engajado em suas inspirações e textos profundos, sempre buscando reflexões diversas.
Na verdade, sempre foi poeta e suas escritas sempre foram líricas. Até mesmo em textos dramáticos, sempre buscou ser farol na vida de todos que tivessem acesso às suas obras, deixando reflexões, fazendo pensar, buscando mudanças. Enfim, esse artista amante de todas as artes resolveu dedicar-se exclusivamente à literatura nestes últimos anos. Este é seu quinto livro: Egrégoras Celestiais - Experiências Terráqueas. Na minha concepção, uma luz no fundo deste túnel de incertezas neste momento de pandemia que estamos vivendo. Uma oportunidade de nos religar ao nosso Eu
, que clamava tanto para ter mais tempo para si e agora se vê perdido com tanto tempo sobrando
. O meu e o teu Eu
pediam mudanças. E agora, quais serão as ações coletivas que iremos propor? Vamos formar uma egrégora de transformação para a melhoria da humanidade? Neste livro encontraremos várias ferramentas em forma de poesia que nos ajudarão a fazer a diferença enquanto seres mais humanizados, se entendermos que nós mesmos somos lapidadores das pedras brutas que nos tornamos.
Gratidão, Irajá, por me permitir ver que quem manuseia a ampulheta do tempo também me deu o livre-arbítrio.
Silvia Maciell
Atriz, dramaturga,
diretora de teatro e pedagoga
Pai Nosso, Onipresente, Onipotente
, Perfeito Criador da vida e das maravilhas existentes, Divino Mestre dos Mestres, o responsável por estas conexões existentes entre todos os seres vivos, Energia Maior que move o Mundo, nos deste, por puro amor à humanidade, aquilo que se constitui na tua imagem e semelhança – o livre-arbítrio, onde cada um é responsável pelas atitudes e decisões tomadas; mesmo que esta mesma humanidade venha destruindo, por ambição e ganância, este Planeta, onde, momentaneamente, habitamos; mesmo em face de termo-nos transformado em invejosos, orgulhosos, prepotentes, individualistas, egoístas, cruéis, indiferentes! Tem uma parte destes seres que se mantêm fiéis aos Teus desígnios, então, peço-te humildemente a tua misericórdia, faz deles os líderes que vão conduzir o Mundo para ser o que deveria ter sido quando Tu os criaste – plenos de humanidade, que o homem volte a ter consciência de todos os erros já cometidos em detrimento da Natureza e de si mesmo; que as conexões energéticas voltem a acontecer, que as religiões, de uma maneira geral, voltem a religar-se Contigo, que o amor, em todas as formas, floresça e perdure para sempre e que o SER, finalmente, torne-se ALGO mais HUMANO. Que assim seja, assim será!
A Natureza, além de suas belezas
, que nos maravilham, oferece-nos suas energias em forma de luares, de raios de Sol, de ervas que curam, de outros seres existentes ou imaginários que chamamos de espíritos da Natureza
. Os quatro elementos – água, terra, ar e fogo – têm seus significados esotéricos, astrológicos, que deveriam ser mais observados e seguidos. Todos nós dizemos coisas! Os registros nas pedras, nos solos, nas cavernas, nas matas, nas mudanças climáticas que hoje a Ciência corre atrás, tentando provar muitas coisas. Estabelecem-se, então, as celeumas, debates eternos entre religiões e ciências. Tudo é apaixonadamente defendido! Em vez de perdermos tempo, deveríamos somar tudo! Dizem que águas e vinhos não se misturam. Será?! Essa é a maior prova da existência de um Ser Supremo e de sua Onipresença e das conexões existentes. A Natureza nos enche de bênçãos e curas, bastando que prestemos mais atenção às mensagens, às energias emanadas por ela. Deveríamos cuidar com mais afinco e esmero de quem nos cuida, protege e cura! A Natureza agradeceria.
A energia feminina brota do seio da Terra
, de suas profundidades, dos mais íntimos interiores, deste útero terrícola que nos engendrou. O Supremo Criador, que é o maior dos artistas, poetas, pintores, escultores, fez da Mulher a imagem da Terra, com todas as suas magnificências, belezas, segredos, mistérios e magias. Ainda criou a Lua, que, com seus luares, cobriu as mulheres de luzes e representa no firmamento os sentimentos femininos. As mulheres, como a Terra, surpreendem-nos diariamente, isso faz-nos encantarmo-nos ainda mais; assim como as mulheres cobertas de véus, a Terra traz suas camadas que o tempo foi acumulando, plena de riquezas que nos alumbram por completo. Assim somos abençoados pelo Sagrado Feminino neste triângulo energético: Terra, Lua e Mulheres.
A Lua, luzindo na noite de estrelas brilhosas
, alucina-me em seus diferentes lunares. Fazendo-me uivar na neblina da noite, o lobo selvagem que está por aqui de passagem, dentro do meu corpo. Pode ser um espírito antigo, nativo de algum indígena andarilho de alguma tribo da Nação dos Tupis! Danço para a Mãe Lua, que comanda as emoções colocando meu coração a vibrar!
Oh Lua, vejo, nas tuas entranhas, as sombras do Santo Guerreiro
– São Jorge, transformado em Ogum – Ogunhê! Com sua lança em riste no combate contra todas as demandas e males do mundo! Levanta bem o estandarte e avisa aos inimigos que São Jorge, liderando as suas falanges, fará destruir os malfeitos, em conjunto com o meu Pai Xangô – Kaô Kaô Kabecilê! – e Iansã – Eparrêio! Vão fazer com que as energias negativas voltem-se para quem as demandou, cumprindo-se os desígnios da Lei Universal dos Retornos! Os Orixás, energias eternas da Natureza, avisam que será ano difícil, pois vão cair as máscaras daqueles que são falsos, costumeiros enganadores, mentirosos, que fazem pouco caso do público das gentes humildes. Mas a Justiça de Xangô, com sua Balança numas das mãos e o seu Oxê na outra, em conjunto com a lança de Ogum e a espada de Iansã, haverá de abrir luzes nas penumbras espalhadas neste Mundo! Agô!
(foto: Izzy Szyldhaus – Israel)
A menina desnuda-se de vaidades
, entra debaixo da Cachoeira, que a inunda de energias, lavando, purificando o corpo e o espírito por fora e por dentro. A beleza de uma soma-se à da outra, fazendo, neste momento, uma estampa legítima da maravilha, da pureza, da brandura! Pródiga Natureza que nos oferece estas bênçãos todas, deveríamos cuidá-la melhor, porque tudo são trocas e equilíbrios – ela nos cuida, cuidemos dela também! Isto consiste numa de suas Leis!
À noite, Nazarenas estrelas fazem contraponto com a Estrela Guria, as Três Marias e o Cruzeiro do Sul, que aponta para o Sul de mim mesmo e do teu corpo feito magia, enfeitiçado de morenice, cor de cuia, onde bebemos a seiva bruta das ervas sagradas, oriundas desta Pampa Charrua que habita dentro de mim. O Sol, aos pouquinhos, braseia no horizonte, lumiando as madrugadas de serenos. Um friozito temporão prenunciando as outonias desbagaçando folhas e amarelando as várzeas. Na coxilha, um touro poliango
berra juntando a tropa. A coruja buraqueira
esconde-se e os quero-queros assanham-se anunciando o nascer do dia. Os Pirilampos apagam suas lamparinas, escapando-se dos sapos. As garcinhas na volta das vacas catam os carrapatos para levarem para o ninho alimentar os seus rebentos. A vaca parida lambe a cria e a empurra para junto do úbere. O tordilho, levantando a cabeça, galopeia garboso, achando-se um general
das tropilhas Farroupilhas. E o cuéra
teatino molhando as fuças, acordando-se para a lida. Assim, a Pampa Nação, madrugando-se de auroras, prepara-se para um novo ciclo, que brota como raízes destas telúricas paragens.
(Modelo: Eve Basara – Ucrânia)
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