Transtornos verazes
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Transtornos verazes - Luciana Echevarria
NORMALIDADE
As controvérsias entre saúde e normalidade levam ao delineamento de fronteiras entre o normal e o patológico, separados por linha muito tênue, imperceptível muitas vezes. A normalidade é um padrão socialmente construído que esconde no fundo dos olhos resquícios de loucura. Me arrisco a dizer que a normalidade não passa de uma mera ilusão, um padrão subjetivo e incerto. Dentro do vasto universo mental, distúrbios e equilíbrios orbitam em um jogo enfurecido, que pode ser ao mesmo tempo benevolente. Para isso, devemos entender e acolher as nossas sombras e os nossos brilhos, explorando sempre os caminhos das nossas próprias obscuridades e luminescências.
Por meio da disseminação de informações precisas e da promoção de narrativas inclusivas, podemos desafiar os estigmas e criar um ambiente mais compassivo e solidário, pois a beleza reside na singularidade de cada ser. E a mente, com todos os seus matizes, é um tesouro, que merece respeito, amor e aceitação. No oceano das mentes, há marés desconhecidas, onde navegamos em busca de compreensão. A estigmatização não nos define. Somos seres complexos, além da aparência, lutando as batalhas internas, invisíveis, clandestinas, com a coragem de enfrentar a própria existência. Mas o estigma transforma-se em dores. Julgamentos caem como chuvas pesadas, correntes invisíveis. Os olhares curiosos lançam seu peso, enquanto as palavras ferem e deixam um tropeço. Rotulam a dor, minimizam a luta.
No movimento das palavras, transtornos verazes, escondem-se histórias de um sofrimento. A sociedade, em sua falta de compreensão, alimenta a estigmatização, sem distinção. Quantas almas, despedaçadas e sós, buscam alívio, anseiam por uma voz. Um clamor por empatia, um abraço gentil. Em vez disso, barreiras, muros hostis. Acolhamos a diversidade, a singularidade; abandonemos os preconceitos, com humildade. No lugar do medo, defendam o amparo daqueles que lutam sozinhos com desamparo.
A sanidade reside na destemida plena aceitação da loucura, pois é nessa bela extravagância que descobrimos a libertadora vantagem de sermos verdadeiramente nós mesmos, revelando um mundo de singularidade e criatividade sem igual.
Image4501DEPRESSÃO
O olhar vago e a expressão cansada denunciavam a tristeza que se escondia por trás do sorriso forçado. Era como se houvesse uma batalha interna entre a dor que insistia em transbordar e a vontade de manter as aparências. E nesse embate, muitas vezes, o sorriso acabava perdendo espaço para as lágrimas que insistiam em escapar. Por onde havia deixado o meu sorriso se perder e quando havia dado aberturas para essa infinita tristeza se instalar? Uma parte de mim morria a cada dia pela dor que carregava. Como tinha chegado até aqui? Como isso tinha acontecido? Enlouqueceria?
Eu nunca fui a pessoa mais otimista do mundo. Sentia um buraco interno, mas percebi então que o buraco não era de fora para dentro, era um vácuo interno, uma falta de alinhamento e uma tristeza que inicialmente não era tão profunda, que não chegava a atrapalhar o dia a dia, mas que estava sempre ali, fazendo parte do meu ser; uma espécie de melancolia suportável e permanente que desde minha infância estava enraizada em mim. Os aspectos emocionais mais difíceis da minha vida eram por mim negligenciados. A fuga era minha saída para não falar dos meus sentimentos mais profundos. Com o tempo, fui sentindo uma necessidade palpitante de procurar ajuda profissional, mas me faltava coragem, talvez. Minha depressão, com o passar dos anos, tinha se tornado avassaladora, destruidora, suplício agonizante da eterna ausência. Vazio que afligia e atormentava, não importava o que diziam ou o que pensavam de mim. Nessa situação, eu me vi imersa em um abismo de desilusões, decepções e falta de esperança. Era angustiante ter que carregar tantas tristezas sem encontrar respostas. A experiência da depressão traz consigo um amadurecimento emocional e um novo olhar para o mundo.
Afastei meus queridos sem saber e recusei novos amigos, tudo por conta da depressão, que inviabilizava até um simples levantar da cama, um estado mental desesperador. Sem mais forças para continuar, sobrevivi todos os dias à beira de um penhasco, um poço bem profundo onde eu não enxergava, nem de longe, as beiradas. Ao olhar para dentro de mim, tudo o que conseguia enxergar era uma escuridão profunda, como se minha alma estivesse imersa em uma noite sem fim. Não havia brilho ou calor emanando de dentro de mim, apenas uma sensação de vazio e desconexão que pareciam nunca desaparecer. Costumava haver