Ei...você...acorde...
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Ei...você...acorde... - Bruno Rapôso Brazão Machado
1ª parte – O casamento
Stefaní conseguiu, após um namoro de 3 anos, finalmente realizar seu sonho: casar-se!
Seu noivo Renato finalmente aceitou sua quase imposição e marcou a data do casamento.
Os dois se casaram no verão de 2002, na Igreja Nossa Senhora do Brasil, em São Paulo, SP.
A festa, como não poderia deixar de ser, foi lindíssima.
Eram poucos convidados; todos os amigos íntimos estavam presentes.
Foi uma grande alegria.
Seus pais estavam muito contentes, pois tinham casado sua filha única e com uma boa pessoa.
Os sogros de Stefaní demonstravam uma alegria até maior. Além de casarem seu filho, tinham Stefaní como uma filha.
Foi um casamentão
.
Os mínimos detalhes foram muito bem planejados. Os enfeites da mesa, a ornamentação da igreja, as flores, a igreja e a orquestra (em casamento de patricinha
não tem som, tem orquestra). O bufê contratado foi um dos mais famosos da cidade. E finalmente o vestido.
Esse merece um parágrafo.
Feito por costureiro francês, todo em alto-relevo, com suaves estampas de flores no tom marfim. A cauda imensa tinha pequenos cristais que iluminavam a noiva através dos flashes das máquinas fotográficas. Um luxo só.
Estava tudo perfeito.
Algumas pessoas fazem do casamento de um filho uma ostentação desnecessária.
Comumente, vemos pessoas de classe abastada que vivem reclusas e nem querem aparecer nas colunas sociais.
Entretanto, ao casarem uma filha ou um filho, fazem disso uma autopromoção.
Não seria uma ambiguidade?
Fazem questão de contratarem os mais famosos especialistas em cada setor e o que deveria ser uma coisa singela tornar-se um grande instrumento de vaidades pessoais.
Deixemos para lá, afinal todos nós temos nossas fraquezas.
Após o casamento, viajaram para as ilhas Gregas e deram um pulinho em Veneza e Paris.
Depois de um mês, desembarcaram no Brasil.
O casal estava muito feliz.
O sorriso dos dois espelhava o verdadeiro sentimento que a vida é bela
, deixando claro que feios, só os críticos de Roberto Benigni
...
2ª parte – Nasceu Renata
Foram quase 3 anos tentando, mas Stefaní, toda vez que engravidava, perdia o neném.
Resolveu fazer um tratamento, porém nenhum deu resultado.
Perdeu a paciência e resolveu não fazer mais nada.
Prometeu a si mesmo que, caso não engravidasse em breve, adotaria uma criança.
No começo da primavera, finalmente, Stefaní descobriu que estava grávida.
Renato foi o primeiro a saber e os dois comemoraram até o dia nascer.
Os dois pombinhos esqueceram do resto da vida com a notícia.
Os pequenos problemas se tornaram menores ainda.
Nessa hora, podemos refletir um pouco:
O que é a felicidade?
E os problemas?
São pequenos quando nos sentimos felizes?
Ou se tornam grandes quando estamos fracos espiritualmente?
O bom pensamento influencia na nossa felicidade?
Os espíritos protetores são maioria e por isso temos sempre condições de ser felizes?
Somos frágeis e por isso somos pescados por maus pensamentos ou somos pescados quando estamos com os alicerces fragilizados?
Desta vez, tudo correu bem e a gravidez se firmou.
Se a vida já era bela, agora havia ficado perfeita.
Stefaní sempre foi uma boa menina.
Estudiosa, bom caráter, boa filha e, por fim, uma boa esposa.
Além de ter tido sorte de nascer em uma família bem constituída, teve um bom berço.
Assimilou bons exemplos e praticou-os na sua vida em si.
Esperou, então, ansiosa pelo fim da gravidez.
Finalmente, em meados de maio de 2007, nasceu Renata.
Pesando quase 4 quilos e com a cara da mãe.
Quando a médica levou a filha ao encontro da mãe, Renato disse:
— É a sua cara e ainda tem os olhos da sua mãe.
Stefaní chorou sem parar.
Mal conseguiu falar.
Abraçou a filha e a beijou muito.
Logo foi retirada de seus braços, pois a médica, além de cortar o cordão umbilical, precisava lavá-la.
Já no quarto, o casal recebeu a visita dos parentes e amigos.
Renato, antes, fora chamado para o primeiro banho, filmado por toda a família.
Aprendeu a dar banho, a lavar todo o bebê e a secá-lo.
Como enxugá-lo é uma tarefa que deve ser muito bem feita; a cabeça, os olhos – bem sensíveis nos recém-nascidos –, as orelhas e o nariz.
A limpeza do recém-nascido é de primordial atenção.
Muitas mães se preocupam com fraldas de qualidade e esquecem que uma boa limpeza e um bom enxugamento evitam muitas assaduras.
Após muitas visitas e presentes, o casal foi para casa com Renata.
É nessa hora que o pai fica atordoado, perde a hora, fica confuso; e a mãe nunca mais dorme um sono