A namorada do Dom
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Sobre este e-book
O encontro com a Dulci é um encontro de almas, e eu sou grata por ter tido a oportunidade de ser parte deste capítulo da sua história. Permita-se viver esta aventura – real – junto com ela. "A namorada do Dom" traz um novo sopro de vida e mostra que, se você assim determinar, não existe chance para ser menos do que aquilo que veio ser nesta vida: plena, realizada e feliz. Acredite e deixe-se encantar.
Laís Letícia
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A namorada do Dom - Dulcinéia Sañtos
Copyright ©2019 by Dulcinéia Sañtos
É proibida a reprodução deste livro — total ou parcial sem prévia autorização do autor.
Dulcinéia SañtosSite: www.dulcineiasantos.com
Contato: dulcineiasantos@hotmail.com
Produção editorial e edição
Raquel Benchimol | skoobooks
www.skoobooks.com.br
Capa, projeto gráfico e diagramação
Haroldo Brito | Criatus Design
Livro digital
Lucas Camargo
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Elaborado por Leticia Priscila Azevedo de Sousa – CRB – 7/5469
Composto e impresso no Brasil | Printed in Brazil
Todos os direitos da língua portuguesa, no Brasil, reservados de acordo com a lei.
À minha irmã, companheira de todas as horas, amor que não se mede.
E especialmente ao meu esposo, por seu amor, apoio e suporte emocional e financeiro. Obrigada por insistir que eu terminasse o que comecei.
Specially to my husband, for his love, emocional and financial support. Thank you for insisting that I finished what I have started.
Agradecimentos
Tantas pessoas para agradecer!
Este livro começou a ser escrito com uma troca de cartas entre mim e Tana. Tana, obrigada. Sem aqueles primeiros rascunhos este livro seria só uma ideia na minha cabeça.
A todos os que trabalharam para este livro se tornar uma realidade, incluindo meus leitores beta. Gratidão!
Michael e Fidi: nada disso teria sido possível sem a sua ajuda. Serei eternamente grata.
Leonard, obrigada por abrir o caminho para uma vida de amor, espiritualidade e prosperidade.
A todos os meus amigos, com quem aprendo a cada dia: minha vida não seria nada sem vocês.
A todos que de alguma forma fizeram parte da minha história: meus mestres, meus professores, meus livros, meus colegas, meus ex. Gratidão.
À minha família, por estar sempre lá pra mim.
Ao meu marido, por absolutamente tudo.
A big thank you!
So many people to thank!
This book started by some letters exchange between me and Tana. Tana, thank you! Without those first draws this book would always remain an idea.
To all that worked for this book to become a reality, including my beta readers, a heartful thank you!
Michael and Fidi: nothing of this would be possible without your help. I will be always grateful!
Leonard, thank you for opening the path for a life of spitituality, abundance and love.
To all my friends, with whom I learn everyday: life would be nothing without you!
To all that somehow is part of my history: my teachers, my masters, my books, my colleagues. My exes. Thank you!
To my family, for always being there for me.
To my husband, for absolutely everything.
Sumário
Agradecimentos
A big thank you!
Nota ao leitor
Introdução
Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
Epílogo
Nota ao leitor
Ao longo do texto, escolhi utilizar uma linguagem coloquial para me aproximar do meu leitor. Você se lembra na época da escola, quando a professora dava o exercício escreva como se lê
? Pois é, gosto de escrever como se fala.
Assim como um cantor que se preocupa demais com a sua dicção acaba me distraindo da emoção da música, uma leitura muito rebuscada me distancia do escritor, principalmente quando se trata de uma biografia.
Sei que pra
se escreve para
, que não se iniciam frases com mas
ou com e
, e que a maioria dos pronomes oblíquos devem vir depois do verbo, porém pra mim a beleza da nossa língua está em tantos sotaques, em tantas formas de se representar o português.
Faço aqui essa ressalva em respeito aos revisores que tão amorosamente me orientaram, e à língua portuguesa, que eu amo.
Dulcinéia Sañtos
Introdução
No momento em que escrevo esta frase, estou sentada em uma casa de chá na Europa, mais precisamente na Suíça, um dos cartões-postais mais lindos do mundo.
Ao olhar para os Alpes pela janela e relembrar minha história, concluo que cheguei onde eu nem sonhava ser possível. E é isso que me motiva a escrever este livro.
Os meus sucessos e fracassos credito a mim mesma – às minhas escolhas, ao que era necessário aprender para amadurecer, à minha procura por respostas e aprimoramento e, sobretudo, à minha capacidade de reagir ao desassossego e à desacomodação
.
Relato os acontecimentos como estão na minha memória e com o peso que tiveram para mim, sem a necessidade de apontar vilões. Hoje entendo que a minha história é o que precisava acontecer para que eu chegasse até aqui.
O meu caminho também é resultado das filosofias que estudei, de anos de terapia, das minhas conversas com as pessoas, que tanto me ensinam.
Não escrevo como terapeuta, coach nem especialista de qualquer natureza. Conto os meus causos como faria se nos conhecêssemos numa mesa de bar. Minha intenção é compartilhar os aprendizados que tirei da estrada.
Você já teve a impressão de que o enredo da sua vida está se repetindo com personagens diferentes? Talvez os meus padrões também sejam os seus… mas isso pouco importa. Se este livro trouxer uma reflexão sobre a sua trajetória e as suas escolhas, você é quem vai decidir.
Boa leitura!
A intenção oculta por trás do relato de sua própria história é naturalmente obter alguma luz sobre os padrões que governam sua vida, mas, neste caso, a meta de se compreender a si mesmo é aprender a observar internamente esses padrões, deles desviar a atenção e, por fim, pôr de lado a personalidade.
Helen Palmer, em O Eneagrama
Um
Se você soubesse que poderia lidar com qualquer coisa que estivesse no seu caminho, o que você teria a temer?
Susan Jeffers em Sinta Medo e Faça Mesmo Assim
Era um lindo sábado de sol em maio. Sábado sempre foi – e continua sendo – meu dia preferido. Era um dos primeiros meses morando sozinha num bairro que eu adorava, num prédio que eu amava, depois de ter tido a coragem de terminar um relacionamento psicologicamente abusivo.
Eu tinha hora marcada com a minha dentista, a quem gostava de visitar, pois sempre tínhamos conversas agradáveis; ela conhecia Fernando, meu ex, e eu sempre acabava sabendo alguma fofoca nova. As pessoas pensam que quem termina o relacionamento não sofre, mas eu estava sofrendo muito. Mesmo tendo a consciência de que aquilo era a coisa correta e mentalmente saudável a fazer, ainda não tinha certeza de que havia tomado a decisão certa. Às vezes pensava e ainda tentava voltar para Fernando. Pela dentista ainda podia saber se falava de mim, se já estava com a backing vocal de sua banda antes do término, e aquilo era melhor que tirá-lo da minha vida como se nunca houvesse existido.
Voltei para casa e, algumas horas depois, meu dente começou a doer. Liguei para a dentista, que me receitou um analgésico e dormir um pouco, qualquer coisa me liga
. Procurei pelo analgésico, não o enxerguei na caixa e resolvi ir à farmácia assim, com aquela cara de dor de dente.
Enquanto esperava pelo elevador, um rapaz saiu do apartamento vizinho, duas portas depois do meu. Oi, tudo bem? Meu nome é Armando, sou seu vizinho, me mudei pra cá há um mês.
Um muito prazer
e bem-vindo
sem muito interesse depois, nos despedimos. Não era especialmente bonito; era baixo, portanto não me chamou a atenção assim de pronto. Branco. Articulado. Mal vestido: usava uma calça que parecia ter um número maior, a camiseta desleixada.
Quando voltei da farmácia, ele coincidentemente estava no elevador novamente. Falamos sobre pastel; ele era mineiro e eu já havia morado em Goiânia – foi inevitável falarmos sobre pequi. Ele começou a ficar interessante.
Dias depois criei coragem, toquei sua campainha e ofereci qualquer coisa. Ele agradeceu: Que legal! Bem coisa de vizinho do interior, isso de compartilhar comida
.
No sábado seguinte, minha irmã veio me visitar. Estávamos jogando cartas, algo que adoramos fazer, quando ele tocou a campainha. Entrou, sentou, foi supersimpático com ela, a conversa rolou fácil. Ele sabia como ser charmoso. Descobri que tinha vinte e nove anos – seis a menos que eu. Bom, vou deixar vocês duas aí. Vim ver se você estava livre hoje, mas…
Ao que respondi: Minha irmã vai embora daqui a uma hora
. Quando ele saiu, essa frase nos rendeu muitas risadas.
À noite, ele voltou: jornal embaixo do braço e alguma coisa pra comer (ou foi pra beber?), e foi como se me conhecesse há anos: conversamos muito, rimos, comemos, bebemos, transamos. Dali para a frente, ele começou a ir em casa todas as noites.
Se eu fosse dizer por que me apaixonei, seria o olhar novo que ele trouxe sobre a vida, sobre espiritualidade, sobre a minha cidade. Com ele, eu me sentia jovem de novo.
Numa sexta-feira ele trouxe o jornal para a gente escolher o que fazer no final de semana. Eu, paulistana, não sabia que o jornal tinha um guia de programação às sextas. Ele, mineiro, começou a me apresentar o lado B da cidade, e isso fazia de São Paulo, a cidade de pedra, um lugar muito, muito mais legal.
No mundo do Armando não havia regras, só havia lugar para espontaneidade, para novidade… Quem se importa que você tenha que trabalhar amanhã? Ele ficava acordado até as duas da manhã ou batia na minha porta de madrugada e dizia: Vamos assar um peixe?
; e quando eu falava: Onde você pensa que vai encontrar peixe a essa hora?
, ele me mostrava que o mercado, que eu achava que fechava à noite, deixava a porta dos fundos aberta vinte e quatro horas.
Algumas semanas depois, um casal de amigos me chamou para sair. Convidei-o e ele não quis ir; achei que não daria pra ficar só naquela conchinha pro resto da vida – além do mais, a ideia de renegar meus amigos me pareceu não amorosa e não saudável. Fui, com o coração apertado, mas fui.
A noite correu bem – dançamos, nos divertimos, mas a minha cabeça estava com ele.
Estava de volta ao meu apartamento quando recebi a mensagem: Não disse que voltava meia-noite? Cadê que não vi?
. Sorri. Tive vontade de correr e tocar a campainha, mas respondi: Já voltei, estava bem legal. Durma bem
. E ele respondeu: Vem pra cá
.
O apartamento estava uma bagunça. A cozinha estava imunda, mas algo cheirava muito bem. Ele disse: Estou cozinhando uma sopa de lentilhas pra você. Achei que você ia gostar de comer algo quando chegasse
. A ideia de comer algo feito naquela cozinha era impensável, mas não dava pra falar não.
A primeira colherada foi como um abraço de vó, então pensei: Que se dane… meu corpo vai criar uns anticorpos
.
Uma música tocava na vitrola. Para completar o clichê do jovem descolado, ele colecionava vinil. E não, não era só Chico Buarque – ele gostava de artistas descolados, regionais, especialmente do Nordeste, e aquela música do Lula Queiroga era linda e perfeita.
Quando terminei de comer, Armando me disse: Dulci, quero namorar com você. Quero que a gente fique juntos e um dia forme uma família
.
Foi talvez a única vez na vida que a ideia de ser mãe não veio seguida de um Sem chance, muito trabalho
na minha cabeça. Ele me tirou pra dançar. Era a primeira vez que eu era pedida em namoro, algo que nem sabia