Para Não Faltar Dinheiro: Sabedoria Financeira Baseada em Princípios Bíblicos
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Sobre este e-book
A maioria das pessoas, quando passa por algum aperto financeiro (ou vive nele), acredita que superaria as dificuldades se ganhasse mais dinheiro. Mas, será que ganhar mais é sinônimo de liberdade financeira?
Depois de ter passado por muitos apertos financeiros, Gabriela desdobrou-se a investigar o que leva uma pessoa a ser bem-sucedida e se há algo em comum dentre as pessoas que enriquecem. O resultado foi a descoberta de quatorze valiosos princípios do enriquecimento, comuns a todas as pessoas de sucesso, sem os quais elas jamais teriam conseguido prosperar na esfera financeira. E, após aplicar esses princípios em sua própria vida, ainda que tivesse uma renda "mediana-baixa", a autora constatou que enriquecer é possível a qualquer um, e que "ter" dinheiro não é meramente uma questão de ganho, mas de gestão.
Mas que princípios são esses? Como eles afetam a vida de alguém? Por onde e em que começar uma mudança para obter êxito e nunca mais precisar pedir um empréstimo ao banco?
Descubra nesta obra o poder desses princípios — e o impacto que eles trarão à sua vida — para nunca mais faltar dinheiro no seu bolso!
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Para Não Faltar Dinheiro - Gabriela Bez Batti
Capítulo 1
A raiz: mude sua maneira de pensar
Tenha cuidado com o que você pensa, pois a sua vida é dirigida pelos seus pensamentos.
Provérbios 4:23
Era novembro de 2012 e eu já não sabia mais o que fazer. Eu estava tentando, sem sucesso, evitar o inevitável: que o meu nome fosse inscrito no cadastro nacional de devedores inadimplentes. E, para que isso não acontecesse, eu havia passado todo aquele ano prestando vários concursos públicos, em todo o país, na esperança de ser selecionada para um emprego que me proporcionasse uma remuneração mais alta, capaz de fazer frente às muitas despesas que eu tinha.
Naquela época, eu já havia sido aprovada em alguns concursos públicos de nível médio e ocupava um cargo nas carreiras do governo federal. No entanto, o salário que eu recebia não era o que eu realmente almejava. Eu precisava ganhar mais — pelo menos, era assim que eu pensava. E prestar concursos era o que eu sabia fazer: com um histórico de cinco aprovações em sete anos, eu acreditava estar no caminho certo.
Geralmente, quando passamos por algum problema financeiro, achamos que a causa é a falta de dinheiro. Pensamos que se tivéssemos mais dinheiro, o problema não existiria. Mas o que muitas vezes nós não sabemos é que o problema financeiro de cada um é diretamente proporcional à própria renda. E, sem a mentalidade correta, quanto mais se ganha, mais se gasta, e tudo o que uma pessoa que ganha mais dinheiro consegue ter é uma dívida maior do que outra que ganha menos.
Naquela época, eu não tinha essa compreensão. Eu realmente acreditava que se eu passasse a ganhar mais dinheiro, pagaria todas as dívidas e sairia da lama
. Mas o meu plano de sucesso por meio da aprovação nos concursos públicos não funcionou. Eu continuei no mesmo cargo, ganhando a mesma coisa. E o inevitável aconteceu: eu me vi atolada em dívidas, sem qualquer expectativa de sair daquela situação.
O futuro era incerto. A única certeza que eu tinha era a de que os juros trabalhavam contra mim, e faziam isso muito bem — eles multiplicavam as minhas dívidas na velocidade da luz! Nada do que eu fizesse os poderia parar. E quanto mais eu fazia as contas, mais percebia a fria
na qual eu havia entrado.
Cobradores à espreita me ligavam dezenas de vezes por dia. A minha caixa de e-mails e a de correspondências postais estavam lotadas de cobranças. Com isso, a vergonha veio por consequência. Eu recebia ligações dos credores até no ambiente de trabalho, perto dos meus colegas. E, assim, eu, que antes passava uma imagem de confiança a esses colegas, que até me haviam encorajado para compor a presidência do sindicato de servidores da instituição na qual trabalhava, vi-me totalmente desmoralizada.
Por alguns meses, além do meu trabalho habitual, eu passei a trabalhar nas horas de folga, a fim de gerar uma renda extra, na tentativa de sair daquela situação, mas nada que fosse suficiente. Até que, em um dia qualquer, esgotada de tanto trabalhar e buscando respostas para os meus questionamentos internos, eu me deparei com um texto que mudou a minha forma de pensar. Ao ler aquele texto, eu mudei a minha percepção sobre as finanças, e percebi que, talvez, mais importante do que ganhar mais dinheiro, é saber administrar o dinheiro que já se tem.
A partir daquele instante, eu abortei o trabalho que me gerava a renda extra e passei a dedicar aquele tempo que com ele eu despendia, diariamente, ao meu desenvolvimento pessoal. Com isso, eu passei a ler vários livros sobre finanças pessoais e a participar de seminários de educação financeira. Assim, com o conhecimento que adquiri, os primeiros frutos começaram a aparecer em poucos meses. E em quatro anos, eu passei de uma pessoa totalmente endividada para uma investidora de algumas centenas de milhares de reais.
Quando uma pessoa, ainda que não tenha muitos recursos disponíveis (ou que até esteja endividada), tem a mentalidade correta para gerir as finanças, será apenas uma questão de tempo para que enriqueça. Por outro lado, quando uma pessoa não tem a mentalidade certa para administrar a riqueza, ainda que ganhe muito dinheiro, será apenas uma questão de tempo para que ela gaste tudo o que tem e termine na pobreza.
Para não faltar dinheiro, a coisa mais importante que devemos fazer é programar a nossa mente para pensar da maneira correta. As atitudes são apenas um reflexo do pensamento. Se mudarmos a raiz, mudaremos também os frutos.
Derrubando os velhos conceitos
A vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens.
Lucas 12:15 b
Neste tempo em que vivemos, da tecnologia e das facilidades, onde as coisas são compradas pela internet e com apenas um clique, muitos têm-se tornado verdadeiros consumidores vorazes. O consumo deixou de ser motivado pela necessidade, tornou-se um hábito.
Muitas pessoas compram várias coisas, o tempo todo, sem qualquer necessidade. Outras, acreditam na ideia de que quanto mais se pode comprar, mais rico se é
. Isso é uma ilusão! Essa premissa é uma grande falácia, fácil de ser desmascarada. Basta nos atentarmos para o fato de que muitos dos nossos conhecidos que se mostram possuidores de vários bens não são, de fato, ricos, mas endividados, tendo-os adquirido por meio de empréstimos e de financiamentos bancários. Ou que, ainda que não sejam endividados, também não são detentores de reservas financeiras capazes de socorrê-los em momentos de maior vulnerabilidade.
O primeiro passo que uma pessoa pode dar para que nunca lhe falte dinheiro é entender que precisa mudar radicalmente a sua maneira de pensar. Ou seja, ela precisa mudar seu mindset. É no pensamento que tudo começa. O pensamento gera o sentimento, e o sentimento gera a atitude.
Trazendo esse ensinamento para a sua vida, para que você seja capaz de mudar a sua maneira de pensar, você precisa se esvaziar de todas as crenças preestabelecidas em sua mente a respeito do dinheiro e do que ele representa. Para isso, procure entender e aceitar o fato de que embora a sua maneira de pensar sobre as finanças seja comum, já que muitas pessoas também pensam como você, ela talvez não seja a correta. Do contrário, nem você nem a maioria das pessoas passaria por dificuldades financeiras em vários momentos da vida. Então, por que não aprender com a pequena parcela das pessoas que realmente se deram bem nas finanças e descobrir a maneira de pensar que as levaram ao sucesso?
Talvez você não tenha se dado conta, mas o modo com o qual você vê o dinheiro já está enraizado na sua mente desde a sua infância ou adolescência. Esse enraizamento ocorre por um processo natural, no qual a nossa visão é formada por meio da influência das pessoas que nos são próximas pais, amigos e professores — e, principalmente, pelas situações por nós vivenciadas. Assim, se durante a infância uma criança passa por muitas privações, tenderá a buscar, na fase adulta, a satisfação das necessidades não atendidas anteriormente, como uma forma de compensação. E essa relação é fácil de ser percebida.
Imagine uma criança que cresce ouvindo os pais dizerem que nunca têm dinheiro para nada, ou um adolescente que é repreendido toda vez que pede ao pai para comprar alguma besteira
, como um doce ou uma diversão qualquer. Suponha ainda que, além da privação, esse indivíduo cresça vendo seus primos e colegas de escola desfrutarem de regalias que ele nunca pôde ter, comparando-se, assim, com os demais, e sentindo-se inferior. Agora, tente imaginar o comportamento desse indivíduo na fase adulta, quando tiver o próprio dinheiro e a liberdade para fazer dele o que bem quiser. O que você acha que ele vai querer? Ainda que inconscientemente, ele tentará compensar a privação que passou durante a infância e tenderá a comprar tudo o que tiver vontade. E esse comportamento poderá desencadear um sério desequilíbrio financeiro.
Suponha agora o contrário. Imagine uma criança que, em vez de passar por privações, cresça abastada de mimos e de regalias, cercada por pessoas que lhe satisfazem as vontades mais supérfluas e que nunca lhe neguem nada. Será que essa pessoa não sofrerá os reflexos de sua criação na fase adulta? Certamente que sim. E, possivelmente, essa pessoa transferirá para o cônjuge — ou para outros que lhe forem próximos — a responsabilidade de satisfazer as suas próprias necessidades, pois ela terá sido inconscientemente programada a pensar dessa maneira, já que sempre houve alguém para lhe dar tudo. Pessoas com esse tipo de criação podem se tornar demasiadamente exigentes e acusadoras no convívio social. Podem ainda se tornar acomodadas e desinteressadas pelo trabalho. E todos esses comportamentos interferem diretamente na saúde financeira pessoal.
O que ocorre é que, depois de passar inconscientemente por todo o processo de formação de mentalidade financeira, a pessoa adulta quase sempre não percebe a maneira com a qual lida com o dinheiro. Não lhe ocorre que hoje talvez ela não precise de todas as coisas que compra. Muitas vezes, suas ações financeiras são uma tentativa de satisfazer um desejo inconsciente de não se negar o que deseja. Assim, embora uma pessoa com carências emocionais inconscientes possa adquirir muitas coisas, o que ela realmente quer não é o objeto de consumo em si, mas suprir uma necessidade interior, uma carência emocional não identificada.
Quando uma pessoa não tem consciência sobre os reais motivos que a levam a consumir, ela simplesmente vive um dia após o outro, geralmente voltada para o momento presente, sem pensar muito no futuro. E a maneira que essa pessoa tem de lidar com as finanças se repete indefinidamente, até que chega um dia em que ela se vê numa situação de endividamento ou de não ter nenhum dinheiro de reserva guardado para uma ocasião de necessidade. É justamente aí, nesse instante, que a autorreflexão vem à tona.
A boa notícia é que não precisamos esperar passar por um momento triste na vida para refletirmos se a nossa relação com o dinheiro tem sido saudável. Hoje mesmo podemos identificar o que nos leva a consumir e assumir o controle da situação. Para isso, eu desafio você a se analisar friamente neste momento e procurar identificar quais as carências emocionais e os reais motivos que te levam a adquirir algo. Essa análise não deve ser ignorada, pois é um grande passo rumo à libertação da mente.
A identificação da carência emocional por detrás do consumo é fundamental para a construção de uma mentalidade correta, voltada para a prosperidade financeira. Várias autoridades da área de finanças pessoais admitem essa estreita relação entre a emoção e o consumo, como o escritor canadense T. Harv Eker, autor do livro Secrets of the Millionaire Mind, ao afirmar em sua obra que o que compramos tem mais a ver com a falta de satisfação em nossa vida do que com o objeto em si.
Essa mesma linha de pensamento é também sinalizada pelo renomado coach de desenvolvimento pessoal Tiago Brunet, no livro Dinheiro é Emocional. Em seu bestseller, o autor explica que as pessoas muitas vezes usam o dinheiro, inconscientemente, para tentar preencher um vazio emocional, da alma. Brunet afirma que o dinheiro jamais cumprirá esse papel.
E você, já se perguntou por que compra o que compra? É realmente por necessidade? É por pura diversão? Ou é para tentar fugir da tristeza e da depressão? As coisas que você compra são para o seu próprio benefício ou para mostrar aos vizinhos, amigos e parentes que você também tem condições de ter o que eles têm, ou até mais do que eles? E, qual a real motivação de você gastar o próprio dinheiro para presentear as pessoas? É por querer vê-las felizes ou é um modo de ser aceito por elas?
Eu sei que não é nada confortável ser confrontado, mas o confronto tem o poder de proporcionar crescimento. Por isso, faça uma autorreflexão e seja franco consigo mesmo: Você tenta obter as coisas para mostrar e provar o seu valor? Sente-se inferiorizado quando não tem o que as pessoas ao seu redor têm ou se não faz o que as pessoas ao seu redor fazem? Busque as respostas dentro de você! Examine-se e procure identificar qual a verdadeira raiz da sua maneira de pensar e agir quando o assunto é dinheiro. Somente assim você poderá dar início a uma mudança de