Tratado Geral Do Casamento

De José Antonio Maranho

Após passar por uma experiência completa de 56 anos, entre namoro, noivado e casamento com sua Neusa Maria, o autor adicionou lições seguidas , não somente obtidas em suas mil atividades, conforme narra em sua simplificada biografia registrada neste livro, como por tudo que estudou e pesquisou com gente de toda espécie, do Brasil e do exterior, para, finalmente, aos 86 anos, produzir este que ele denomina de “Tratado Geral”, uma vez que não economiza facetas que envolvam a formação da família, considerada por ele e por tantos estudiosos, como a mais importante célula da civilização. Por isso mesmo conta, sobre o Casamento, ao longo da história, o que pensaram os antigos filósofos a respeito da família e da mulher e, sem temor das opiniões contrárias, coloca o que julga ser mais importante, na histórica, continuada e insistente disputa entre “fé na crença” ou “fé na ciência” e de como essa discussão tem gerado as dificuldades e conflitos sangrentos para o entendimento e o consenso entre pessoas, famílias, nações e toda a sociedade. Alerta para o declínio do Casamento como instrumento seguro para o futuro da sociedade e o caos que já está tomando conta de tudo. Depois dessa introdução – que leva os leitores a, no mínimo, raciocinar, a respeito - passa para outro capítulo, esse prático, de orientação segura, para quem deseja, honestamente, criar uma família, desde o namoro, o noivado, o próprio Casamento e a velhice. Considera os princípios da Ciência da Administração (matéria que ensinou na PUC Campinas, por vários anos), como guia seguro para “administrar o Casamento” e os aplica em todo o caminho de namorados, noivos e casados, em busca da felicidade sem igual - construir uma família - sonho de todos os jovens... e de todos os já casados! Adverte, não obstante, sobre todas as armadilhas geradas pela ignorância, pelos preconceitos, pelas superstições, pela ganância por poder e dinheiro e pela escorregadia escolha pelos “atalhos”, destacando-se, dentre eles, a prática e o exercício da corrupção, classificando essas armadilhas, como “pecados capitais comportamentais”.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 12 de jan. de 2024

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Tratado Geral do Casamento, por José Antonio Maranho

A FAMÍLIA é o espaço de cuidados, proteção e educação para toda a vida, pilares para que os filhos e as filhas sejam fisicamente sãos, emocionalmente seguros, mentalmente alertas, socialmente competentes e preparados para aprender a Aprender, a Viver Juntos, a Fazer e a Ser, para criar hábitos e interesses pela leitura, para ser pessoas realizadas e cidadãos plenos, que trabalham pela justiça social e pelo bem estar social." ( 01) UNICEF, apud Lucila Martinez

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A FAMÍLIA foi a primeira unidade de produção, a primeira unidade política e a primeira unidade social. ( 02)

WILLIAM JAMES DURANT, historiador e filósofo norte americano

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Imagine um espaço de memórias que você protege e cuida porque lhe fazem bem, acalentam sua alma e lhe trazem afeto e continuidade. Pense em um canto que lhe nutre, lhe dá colo e lhe acalma. E o faça e o cultive. O lugar que habitamos tem a ver com a fé em nós mesmos, com a nossa potência, nossa presença e nosso ser. É uma preciosidade real. Um lugar iluminado e aquecido, estruturado e seguro, que possua uma organização flexível e muito amor e vida, é essencial... Pode ser um lugar simples ou suntuoso, não importa, O importante é que seja o seu lugar, que abrigue a sua existência e emoções, conversas interessantes e também o silêncio onde você possa ver as estrelas, assistir seu seriado preferido, receber suas amizades genuínas e seus amados familiares, com amor cultivado e paz de espírito. ( 03)

Mary Jane Paiva- Psicóloga, Psicoterapêutica e escritora, descrevendo o Lar.

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Tratado Geral do Casamento, por José Antonio Maranho

ÍNDICE PÁG

1.0 - INTRODUÇÃO ........................................................ 07

2.0 - UM TANTO DE HISTÓRIA: ORIGENS DO

CASAMENTO .......................................................... 0 9

3.0 - CURIOSIDADES SOBRE A INSTITUIÇÃO

CASAMENTO ........................................................... 14

3.1 - Etimologia ............................................................... 1 4

3.2 - Percepções de alguns célebres pensadores sobre as

mulheres e o casamento .......................................... 1 5

Sócrates ............................................................................ 15

Platão ................................................................................ 16

Aristóteles ......................................................................... 1 9

Francis Bacon ................................................................... 2 1

Gottfried W. Leibniz .......................................................... 2 2

Voltaire ............................................................................. 2 3

David Hume ...................................................................... 2 5

Emanuel Kant ................................................................... 2 7

Arthur Schopenhauer ........................................................ 2 8

Friedrich Nietzsche ........................................................... 32

William James Durant ....................................................... 34

Yuval N. Harari .................................................................. 34

3.3 - Conclusões e Crítica ............................................... 3 6

4.0 - UM DEDO DE PROSA SOBRE A VIDA

E A MORTE .............................................................. 40

4.1 - Vale a Pena Viver? ................................................. 41

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4.2 - Sobre Alguns Entraves à Procura da Felicidade .... 43

Sobre a Ignorância............................................................. 44

Sobre Superstições ........................................................... 46

Sobre Preconceitos ........................................................... 4 9

Sobre a Cobiça e a Ganância............................................ 50

Sobre a Cultura a Prática da Corrupção............................. 51

5.0 - SOBRE A ADMINISTRAÇÃO DO CASAMENTO ... 53

6.0 - ANTES DO CASAMENTO ...................................... 61

6.1 Sobre o Namoro ....................................................... 61

Sobre Amor e Paixão ........................................................ 6 9

Sobre o Tempo ideal do Namoro ...................................... 70

Casa-se com a Família?.................................................... 72

Sobre a Aproximação ........................................................ 74

6.2 - Sobre o NOIVADO................................................... 76

Confirmando o Previsto...................................................... 76

Planejando a Vida a Dois................................................... 77

Administrando a Cerimônia do Casamento ....................... 7 8

Da Organização................................................................. 82

Do Comando...................................................................... 84

Da Coordenação................................................................ 84

Do Controle........................................................................ 86

6.3 - De outras Ações Preliminares ................................ 8 7

Dos Presentes ................................................................... 87

Dos Exames Médicos Pré-Nupciais .................................. 88

Do Contrato Pré-Nupcial ................................................... 88

Da Situação Jurídica dos Noivos ...................................... 8 9

Do Planejamento Financeiro ............................................. 8 9

Das Relações Sexuais Pré-casamento ............................ 90

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7.0 - O PÓS-CASAMENTO ............................................ 91

Retornando da Lua de Mel ............................................... 91

Agradecendo pelas presenças e pelos

presentes recebidos .......................................................... 94

7.1 - Do Cronograma de Ações e da Responsabilização

do casal ........................................................................... 9 5

Da Gestão Financeira ....................................................... 95

Adaptando-se e Ajustando-se um ao outro ...................... 97

Convivendo com a Família do Outro ................................ 97

Gerar Filhos: Logo ou Nunca? .......................................... 98

7.2 - Planejando tudo ..................................................... 102

Planejando a Mobilidade da Família ................................. 102

Planejando as Relações com os Amigos .......................... 103

Planejando a Segurança da Família ................................. 105

Planejando Planos de Saúde ............................................ 106

Planejando a Segurança Física e Patrimonial .................. 107

Sobre Seguros de Vida (e de Morte) ................................ 108

Planejando a Segurança Jurídica ..................................... 110

Planejando o Desenvolvimento Profissional e Cultural

Pós-Casamento ................................................................. 1 12

Planejando a Vida Social .................................................. 1 14

Planejando o Lazer da Família .......................................... 1 15

Planejando a Constituição e as Dimensões da Família .....1 17

Planejando a Educação dos Filhos ....................................1 19

Planejando o Vigor Físico e Mental em Cada idade .......... 1 26

Planejando o Seguro de Amanhã e a Aposentadoria ........ 1 30

Panejando os Desenlaces ................................................. 1 32

8.0 - ADMINISTRANDO O PÓS-CASAMENTO .............. 1 34

Organizando ...................................................................... 1 34

Comandando (Fazendo Funcionar) ................................... 1 42

Coordenando ..................................................................... 1 43

Controlando ....................................................................... 1 45

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9.0 - CONFLITOS EM RELACIONAMENTOS ................ 1 47

9.1 - A Problemática dos Conflitos .................................. 1 49

Entre o Casal ................................................................... 1 49

Entre Pais e Filhos ...........................................................1 53

Entre Irmãos .................................................................... 1 56

Entre Vizinhos ................................................................. 1 57

Entre Famílias ................................................................. 1 59

10.0 - DEPOIS DO SIM ................................................ 1 60

No Primeiro Tempo, Nem Tudo é Céu de Brigadeiro:

o Primeiro Grande Teste ................................................. 1 60

O Segundo Tempo: Declinando ou Fortalecendo? ......... 1 62

O Terceiro Tempo: Dignidade ou Amargura ................... 1 66

11.0 - Do Autor ................................................................ 1 71

12.0 - Referências Bibliográficas ..................................... 1 75

13.0 - Alguns livros sugeridos pelo autor ........................ 1 77

14.0 - Outras obras do autor ............................................1 78

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1.0 - INTRODUÇÃ O

Decidi escrever este livro – na verdade, um manual – com a intenção de contribuir, ainda que minimamente, para quem pretenda constituir família, portanto, para quem esteja planejando namorar, noivar ou, finalmente, casar e também para quem já esteja casado.

De fato, minha mais do que longa experiência, militando com seres humanos de todos os níveis e classes sociais de países dos cinco continentes, em profissões e atividades sempre reunindo e lidando com pessoas, como advocacia, jornalismo, relações públicas, gestão de RH, magistério superior, gestão pública como prefeito municipal, gestão empresarial em micro, médias e grandes empresas, gestão de Turismo e de eventos, durante mais de setenta anos, incluindo minha própria experiência pessoal com namoro de um ano, noivado outro ano e permanecendo casado, com a mesma mulher, durante mais de 54 anos e estar sofrendo a dor insuportável de seu falecimento, vitimada por um inesperado e assassino AVC, no ano de 2022, em que encerro este texto, creio ter reunido elementos para não somente poder avaliar os níveis culturais, como comportamentais de jovens e nem tão jovens e, assim, equipar-me, ainda que apenas razoavelmente, para a produção desta obra.

Para isso, eu poderia, sem perda de tempo, tratar direta e praticamente de sugestões, informações e orientações para quem pretenda constituir Família, para mim, a mais importante instituição humana.

Em vez disso e antes de fazê-lo, atrevi-me, com a indulgência dos leitores e das leitoras, em algumas considerações, de natureza sejam filosóficas ou históricas, por entender que nenhum Casamento atingirá seus dois principais objetivos: a

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procura da Felicidade e a sobrevivência, com qualidade, da espécie humana - sem, antes, educar-se o máximo possível, de forma a combater os principais males que azucrinam nossa existência: a Ignorância, as Superstições, os Preconceitos , a Cobiça/Ganância e a Cultura e o Exercício da Corrupção.

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2.0 - UM TANTO DE HISTÓRIA: ORIGENS DO

CASAMENTO

Procedida essa pequena introdução, façamos um intervalo para conhecer alguns interessantes fatos relacionados ao Casamento.

Iniciemos, então, primeiro, com um rápido mergulho no passado, para conhecer um pouco de sua história.

De fato, o Casamento, como hoje é conhecido, não é muito antigo. Na verdade, foi somente em 1145 d.C., graças a um decreto papal de Graciano, que o Casamento, estabelecendo regras de conduta ou a manifestação voluntária em relação à vontade de unir-se em matrimônio, foi considerado, formalmente, uma instituição social da maior importância e o ritual, com as "promessas" dos noivos diante do sacerdote, foi consagrado pela Igreja Católica Apostólica Romana, concedendo-se aos noivos, um documento certificando sua união perante Cristo. Portanto, o consentimento dos noivos somente passou a ser condição para que se consumasse o Casamento, segundo essa Igreja, no Século XII, portanto muito recentemente, se considerarmos que o Homo Sapiens (ser humano) existe há pelo menos 200.000 anos.

Antes disso, o Casamento nunca tinha sido regulamentado pelas instituições civis ou religiosas. Por isso mesmo, antes desse ano 1145 d.C., o Casamento não era, propriamente, uma união formal, legal, entre duas pessoas, com direitos e deveres definidos, tentando constituir uma Família, como a maioria das leis, hodiernamente, definem. Tanto que o Casamento Civil não era realizado, mesmo quando definido pela Igreja Católica como uma união estável e até à morte de um dos cônjuges. Valia, para católicos, como compromisso dos noivos perante as leis da Igreja. Antes disso, as famílias eram

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compostas com inúmeras estruturas, até com vários pais e mães interagindo. O Casamento foi utilizado, na Europa medieval, apenas com fins militares ou políticos, nem sempre com o voluntário consentimento de um dos cônjuges. Aliás, a escolha de noivas ou noivos pelos pais, sem, necessariamente, a prévia aprovação dos mesmos, foi costume até recentemente.

O Casamento, para todos os efeitos, era considerado uma ação de "aquisição", quando a noiva era "adquirida", comprada , através de um pagamento de diversas maneiras, mas, normalmente, por meio de moedas de ouro ou de prata ou, ainda, por patrimônio da família da noiva, que ficou famoso como o "dote", nesse caso, compensando o marido por aceitar casar om a noiva previamente definida entre os pais.

Foi somente a partir de 1670 que a indissolubilidade do Casamento foi contestada e, a partir de 1836, na Europa, deixou de ser uma união exclusivamente religiosa, passando a ser também Civil. Depois, faz pouco tempo, a maioria das legislações aceitou o estatuto do D ivórcio.

Também, muito recentemente, uma boa quantidade de países aceitou e regulamentou, oficialmente, o denominado Casamento Homoafetivo, ou seja, a união entre pessoas do mesmo sexo, ainda que com muitas restrições de instituições religiosas e de boa parte da sociedade civil.

Apenas como curiosidade e sobre as origens do "bolo da noiva: nos tempos de Roma antiga parece ter existido o instrumento denominado confarreatio", uma espécie de Casamento para noivos pertencentes à classe que denominavam de "Classe Patricia", que corresponderia ao nosso Casamento religioso. Nesse tipo de Casamento, um pão de trigo era oferecido aos deuses augurando benesses e

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proteção dos mesmos aos noivos. Esse tipo de casamento não sobreviveu por muito tempo, mas o costume civilizado da oferta aos deuses chegou até nossos dias, substituído pelo "bolo da noiva".

No Brasil, o Casamento Civil foi instituído pelo Decreto Nº181, do Presidente Marechal Deodoro de Fonseca, em 24.01.1890, logo depois da proclamação da República.

A história registra que as primeiras ligações entre homens e mulheres constituindo alguma instituição, como a Família, tenha se iniciado com a denominada Revolução Agrícola. Como se sabe, o Homo Sapiens, nos primórdios da Civilização, somente coletava ou caçava alimentos para seu sustento ou do seu grupo, não criando animais domésticos, nem cultivando qualquer alimento porque não sabia como fazê-lo, nem tinha equipamentos/ferramentas para isso. Em razão disso, como esses alimentos coletados (frutas, mel e algumas folhas da vegetação disponível, assim como alguns animais), graças à contínua e intensa utilização pelo Homo Sapiens escasseavam, procuravam novos territórios onde tais alimentos estivessem disponíveis. Foi assim que os grupos de humanos, sempre em pequenas quantidades, partindo da África, onde, certamente, surgiram os primeiros homens e as primeiras mulheres, durante muitos séculos (como já dissemos, a partir de 200 mil anos atrás), deslocaram-se para todos os continentes, povoando-os e necessitando adaptar-se às condições climáticas de cada território.

Ocorre que cada grupo via, progressivamente aumentada, sua quantidade de membros, obrigando-os a encontrar uma solução não somente para conseguir alimentos para todos, como descobrir outra forma diferente da simples coleta ou caça e, mais do que isso, não necessitando percorrer, a pé, periodicamente, longas distâncias para encontrar alimentos.

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Então, com o desenvolvimento do seu cérebro, frente à essa importante necessidade e observando como ocorria o fenômeno do nascimento de plantas, perceberam que usando sementes, numa determinada e pequena área, poderiam produzir alimentos, sem necessitar percorrer longas distâncias para obtê-los. Fizeram vários testes, até que, paulatinamente, descobriam novas sementes e a melhor forma de obter sucesso com esse método. Nascia, aí, a Agricultura, que fixou os diversos