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Davi Antes De Enfrentar Golias
Davi Antes De Enfrentar Golias
Davi Antes De Enfrentar Golias
E-book391 páginas5 horas

Davi Antes De Enfrentar Golias

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Sobre este e-book

Davi não acordou numa manhã e pensou: Hoje vou levantar dessa cama e vou matar um gigante. No entanto, quando a oportunidade surgiu, ele estava preparado para enfrentar e vencer o desafio. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, Davi passou um longo período sendo treinado e preparado no anonimato antes de surgir o grande problema nacional, que se transformou na oportunidade que o levou à sua primeira grande vitória pública. Ao ler esta ficção, você perceberá que também está sendo preparado e treinado para enfrentar e vencer gigantes por meio dos seus problemas do dia a dia, pois Deus não chama os capacitados, mas capacita os chamados. Faça a sua parte, suporte o processo e você viverá todos os propósitos que o Senhor planejou para você.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento22 de mar. de 2024
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    Pré-visualização do livro

    Davi Antes De Enfrentar Golias - Jeferson Da Silva Fernandes

    2

    Jeferson Fernandes

    Davi

    Antes de enfrentar

    Golias

    3

    4

    5

    Sumário

    Introdução

    07

    Agradecimentos

    13

    Os planos do Senhor

    18

    A família de Davi

    4 3

    Alma ferida

    4 7

    Pagando Mico

    5 3

    Foco no Objetivo

    5 9

    Treinando para ser capaz

    6 8

    Desobediência e consequência

    8 2

    A família e o bullying em Davi

    9 4

    Samuel a caminho de Belém

    1 00

    Perdão: decisão ou emoção?

    106

    Samuel em Belém

    120

    Maldade e castigo

    128

    A Unção de Davi

    146

    Os caminhos do Senhor

    156

    A purificação de Davi

    168

    O grande dia

    186

    O escolhido do Senhor

    214

    Fui ungido e agora?

    238

    Experiência Sobrenatural

    254

    Davi mata um leão

    278

    Davi vai para o palácio

    300

    Davi toca para Saul

    318

    Anjos e demônios

    338

    A rotina de Davi no palácio

    352

    Jonatas testa Davi

    370

    6

    7

    Introdução

    É fácil mudar de vida? Depende.

    Se a mudança for para pior é fácil, basta não fazer nada. Quer um exemplo? Deixe de cuidar dos seus dentes e logo eles terão cárie. Se você não fizer nada, depois de um tempo eles cairão.

    Mas se a mudança que você deseja é para melhorar sua vida, então será necessário empenho. Muito empenho.

    É exatamente nesse ponto que começa a separação entre dois grupos: os que apenas desejam e os que conseguiram conquistar o que sonharam. Muitos desejam mudar, mas não querem encarar a realidade. É preciso fazer acontecer.

    E a desculpa preferida de quem não faz acontecer, quem não se esforça para mudar sua realidade é quase sempre a mesma: relatar uma lista quase interminável de problemas que a impedem de progredir.

    Todas as pessoas têm obstáculos pela frente. A diferença entre os que nada conseguem e os que conquistam é que esses se recusam a parar por causa dos desafios e circunstâncias desfavoráveis.

    Temos a obrigação de crescer para enfrentar os gigantes que nos cercam e, quando falo em crescer, não me refiro a estatura física, mas crescer em conhecimento, motivação e persistência.

    Não espere pela sorte e não conte com ela. Conheço pessoas que afirmam ter planos mirabolantes para resolver qualquer tipo de problema, mas estão sempre enro-ladas, sem dinheiro, desmotivadas e lamentando a falta de sorte. Porém, será que essas pessoas não são vencedoras por falta de sorte? Aliás, sorte existe?

    8

    Gosto da resposta de Thomas Jefferson, ex-presidente dos Estados Unidos. Ele descreveu perfeitamente o que considero sorte:

    Eu acredito demais na sorte. E tenho consta-tado que, quanto mais duro eu trabalho, mais sorte eu tenho.

    Um pouco de sarcasmo? Concordo. Porém, diante de desculpas esfarrapadas, um bom cutucão pode ser útil. O fato é que a sorte ou sucesso se torna realidade apenas quando a pessoa que se capacitou, se depara com uma oportunidade. Mas, por que muitos afirmam nunca ter tido uma única oportunidade? Porque até para identificar uma oportunidade, a pessoa precisa ter sido treinada.

    Muitas vezes, a oportunidade aparece junto com um problema. Foi o que aconteceu com Davi.

    Quando o gigante lançou o desafio para alguém lutar contra ele, todos enxergaram apenas o problema, ninguém identificou aquilo como oportunidade. Mas, por que Davi identificou o problema como oportunidade?

    Porque até para identificar uma boa oportunidade é necessário ter recebido treinamento e capacidade para isso.

    Davi estava treinado e muito bem preparado. O que era possível fazer para se capacitar, Davi já tinha feito muito antes de aceitar lutar com o gigante.

    Durante seu treinamento, como estagiário Davi enfrentou e matou um leão, um urso e prosseguiu treinando até se tornar excelente atirador de fundas.

    E, para o que era impossível para Davi, ele contava com a fé que tinha em Deus, já que acreditava que se tivesse coração reto e obediente, certamente o Senhor o ajudaria a vencer as batalhas que teria pela frente, o que de fato aconteceu.

    9

    Deus faz o que é impossível, mas na maioria das vezes, temos obrigação de fazer tudo o que é possível antes do Senhor realizar o impossível. Não adianta apenas lamentar, nada irá mudar se você não mudar primeiro.

    Pare de se lamentar, de apresentar desculpas ou culpar outras pessoas pelo seu fracasso ou falta de sorte.

    É da natureza humana, as pessoas têm tendência natural em não assumir a responsabilidade por seus atos e ainda jogar a culpa nos outros. No princípio foi assim.

    Quando Deus questionou Adão pela desobediência, Adão culpou Eva, que culpou a serpente. Daquela época até ho-je, as pessoas continuam repetindo a mesma coisa: a culpa é sempre do outro.

    Contudo, tenho duas notícias importantes: a boa notícia é que, antes de nascer, você ganhou talentos de Deus, e a má notícia é que você será obrigado a prestar contas ao Senhor, sobre como você usou esses talentos ou deixou de usá-los.

    Faça a sua parte. Descubra quem você é e se des-prenda de quem você não é ou pensa que é. Apesar de vo-cê nascer com talentos, eles precisam ser lapidados e isso requer esforço, renúncia, foco e suor. Mas, valerá a pena.

    Invista em seu relacionamento com Deus, controle seu emocional, estude com vontade e dedicação para se capacitar para ser um profissional excelente, bom cidadão e cristão exemplar. Se recuse a ser mediano, Jesus disse que os medianos ou mornos, serão vomitados. Se atualize e não pare no tempo.

    Davi não nasceu em berço de ouro, não teve bons professores e não frequentou uma Universidade. Ele era uma pessoa comum, porém com o pouco que recebeu, se esforçou e, com a ajuda de Deus, teve fé e acreditou que poderia ser quem o Senhor queria que ele fosse.

    10

    Mesmo sem saber no início quantos desafios teria, nem que iria enfrentar gigantes, aos poucos e com muito esforço, ele foi acumulando pequenas vitórias, até se tornar um rapaz talentoso, depois corajoso, em seguida líder dos fracassados e sem esperança e, tempos depois, coroado como rei da nação.

    Você nasceu para ser cabeça e não cauda. Sonhe com isso, mas não fique apenas sonhando, porque se você não mudar seu comportamento e suas atitudes, nada mudará, você nunca será cabeça, será uma cauda, — uma pessoa frustrada e sem motivação para nada.

    Então, ore e depois elabore um plano para saber como transformar os seus sonhos em realidade, mas fique avisado: diz o ditado que, se você não se planejar, inconscientemente estará planejando fracassar. O resultado será além do fracasso, muita frustração e uma vida vazia, sem graça e sem sentido.

    Não permita que isso aconteça com você. Por isso, proponho que se permita mergulhar um pouco nessa ficção sobre o nascimento até o fim da adolescência de Davi. Ele enfrentou problemas familiares, sociais e conflitos pessoais, mas aprendeu com Deus como superar suas limitações. Precisamos aprender a transformar limão em limonada.

    Quais são os limões que azedam sua vida? Eles são demais para você?

    11

    Faça como Davi, no tempo certo, enfrente todos os gigantes que estão em seu caminho e conquiste a vida que Deus sonhou para você. Lembre-se da promessa do Senhor:

    Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro.

    Jeremias 29:11.

    12

    13

    Agradecimentos

    À minha querida esposa,

    Juju.

    Não somos perfeitos, mas juntos nesses vinte anos, com Deus ao nosso lado conquistamos o que nem em nossos melhores sonhos poderíamos imaginar.

    Creio que muitas coisas boas ainda estão por vir.

    Vamos continuar felizes e desfrutando juntos, de coisas incríveis.

    Amo você.

    14

    15

    Aos meus filhos amados, Jefferson e Lorenzo.

    Certamente Jessé tinha muito orgulho de ser pai de Davi.

    Além do orgulho de ser pai de vocês, sou extremamente grato a Deus pelo privilégio que Ele me concedeu de com-partilhar os melhores anos da minha vida junto com vocês.

    Que vocês se inspirem nos acertos de Davi, especialmente na comunhão que ele tinha com Deus e na humildade para reconhecer os próprios erros. Evitem os erros que Davi cometeu.

    Que Deus abençoe, proteja e prospere vocês.

    Amo vocês.

    16

    Capa: Adriana Brazil

    Contatos: www.adrianabrazil.com

    Revisão e diagramação: Bruna Lazari

    Contato: brunalazari@hotmail.com

    Contatos com o autor: jrfernandes43@hotmail.com

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Fernandes, Jeferson

    Davi antes de Golias / Jeferson Fernandes. --

    1. ed. -- Maringá, PR : Ed. do Autor, 2015.

    1. Ficção brasileira I. Título.

    15-09845 CDD-869.3

    Índices para catálogo sistemático:

    1. Ficção: Literatura brasileira 869.3

    Prefixo

    Editorial:

    918423

    Número

    ISBN:

    978-85-918423-1-5

    Título:

    Davi

    antes

    de

    enfrentar

    Golias

    Tipo de Suporte: PAPEL

    17

    18

    Os planos de Deus

    Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te lou-

    vo porque me fizeste de modo especial e

    admirável. Tuas obras são maravilho-

    sas! Disso tenho plena certeza. Meus os-

    sos não estavam escondidos de ti quando

    em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os di-as determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir.

    Salmos 139: 13-16.

    Ela estava cansada e com falta de ar, olhou para o céu e percebeu que estava tarde. O sol se pôs rapidamente, a lua e as estrelas começaram a surgir no céu. A noite prometia ser igual às anteriores, muito fria e longa.

    Para a família que estava dentro daquela casa, tudo parecia normal, menos para ela. Um misto de preocupação e ansiedade perturbava sua mente. Dentro daquela pequena casa com telhado baixo, paredes brancas e janelas de cor azul turquesa, ela resolveu ficar a sós.

    19

    Absorvida por tantas preocupações, sentou sozinha na cozinha em silêncio, de vez em quando observava sua família que reunida na sala ao lado, estava alheia à angústia que se passava em seu coração e se perguntava se aquela noite de inverno em Belém estava diferente. Ou seria ela que estava se sentindo diferente? Estaria chegando a hora? Será que seria naquela noite? Será que tudo daria certo?

    Pensar no que estava para acontecer só aumentava sua angústia e ela tinha motivos para isso, já não era uma mulher jovem e de todas as vezes em que tinha engravida-do, essa havia sido a mais complicada pois não havia médicos à disposição.

    Mas ainda que houvesse, eles viviam aproximadamente no ano 1.000 A.C.1, então, pouco poderiam ajudar, por falta de conhecimento e recursos da época. Restava apenas o consolo, de pedir a ajuda de Deus, e era o que ela mais fazia em oração e em meio aos seus pensamentos tão con-turbados.

    1 Algumas comunidades judaicas, alegam que Davi nasceu no ano 2.854, conforme calendário judaico e faleceu em 2.924.

    Esclarecendo, para os judeus, o ano civil é 2.016 (ano em que registro essa informação aqui) mas de acordo com o ano do calendário judaico, estamos no ano 5.776.

    Se quiser por curiosidade fazer a conversão de algum ano, para o calendário judaico acesse:

    http://www.pt.chabad.org/calendar/1000year_cdo/aid/900173/jewi

    sh/Conversor-de-Data.htm

    Essa contagem dos anos, segundo os judeus começa no dia em que Deus criou o homem ou seja, no sexto dia da criação. Fonte:

    http://www.chazit.com/cybersio/artigos/calendario.htm,

    acessado

    em 03/05/2016.

    20

    A única sala da casa estava apenas a alguns passos dela, sentados no chão e protegidos do solo de barro batido apenas por um surrado tapete, — porque naquela época não existia sofá nem cadeiras, — seu marido, suas duas filhas e os outros sete filhos deles, conversavam e se divertiam contando histórias do passado, sem se importarem de estarem quase que espremidos na pequena sala.

    Ninguém notou a angústia e ansiedade dela, que, em silêncio, sentada na cozinha e encostada na parede, enquanto fazia um carinho na própria barriga e falando carinhosamente com o bebê dentro do seu útero, lutava para se acalmar.

    Seus instintos de mulher persistiam em lhe dizer que algo estava para acontecer e que aquela noite seria diferente das demais, mas ela não tinha a mínima ideia do porquê.

    Ela teve uma ideia: pensou em tomar chá de hortelã para ajudar a se acalmar. Com dificuldade e com gestos lentos e calculados, se levantou e caminhou na pequena cozinha, em cima do rústico fogão de lenha, com brasas vermelhas, ergueu a pesada chaleira de ferro e despejou na xícara de argila o chá de hortelã.

    Ela estava certa, aquela não seria uma noite como as demais e o motivo era óbvio. Na verdade, algumas coisas diferentes já estavam acontecendo. Entretanto, nem ela ou qualquer outra pessoa daquela família jamais saberia que foram observados atentamente, ou melhor, vigiados.

    Por muitos anos aquela família seria vigiada.

    Naquela noite, eles foram mais cautelosos do que de costume. Discretos, não permitiram que ninguém percebesse a presença deles e indiferentes ao frio congelante que fazia àquela hora da noite, os dois sujeitos deixaram a

    21

    estreita estrada de terra e se aproximaram da cerca de madeira que media somente um metro de altura e servia apenas para inibir a passagem dos animais domésticos, ou seja, dos três cavalos e dos carneiros da família daquela mulher.

    Os dois sujeitos, com cara de poucos amigos, cautelosos e atentos para não chamar a atenção, olharam ao redor e fizeram rapidamente, reconhecimento do local e de algum problema, principalmente da presença de espiões inimigos.

    Os dois enviados tinham praticamente a mesma estatura e eram muito altos. Um deles tinha olhos e cabelos castanho escuro, com tom ligeiramente avermelhado e longos, quase tocando os ombros largos, media 1,95 metros de altura e o outro era apenas um pouco menor, media 1,90, olhos azuis, cabelos claros e ligeiramente mais curtos do que o outro.

    A aparência deles intimidava e não era apenas por causa do olhar duro e penetrante.

    Além de altos, os dois eram fortes. Tinham peitos largos, braços fortes como de atleta, eram bem treinados e experientes. Estavam armados e com ordens claras para eliminar qualquer obstáculo que dificultasse ou comprometesse a missão que receberam.

    Com o semblante sério e em silêncio, continuavam atentos a tudo que se passava ao redor, observaram novamente e cuidadosamente cada detalhe daquele lugar. Após terem certeza de que não havia nenhum inimigo por perto, passaram pela cerca de madeira sem nenhuma dificuldade e se aproximaram da pequena casa onde a mulher estava, com cautela para não serem descobertos.

    22

    Agachados, se aproximaram da janela da sala, ficaram encostados na parede, do lado de fora da casa para não serem notados por ninguém da família.

    Com ouvidos atentos, pela janela, observaram com a habilidade de agentes secretos tudo o que estava acontecendo com os membros da família que continuavam a conversar animadamente no interior da pequena e humilde sala.

    Conseguiram avistar por último o mais importante. Sem nenhuma palavra, apenas com uma troca de olhar entre os dois, confirmaram, balançando a cabeça, ter encontrado a mulher grávida e o bebê que sabiam que iria nascer em uma hora e quarenta minutos.

    Tranquilos por saberem que a grávida não demonstrava nenhuma intenção em sair de casa naquela noite fria, o que dificultaria a missão dos dois agentes secretos, passaram para a fase dois. Com um avançado meio, comuni-caram o fato, a localização e aguardaram até que outros viessem até eles.

    Sentada dentro da cozinha, aquela pobre mulher lutava com seus sentimentos, mas de repente, percebeu uma contração em sua barriga que a fez esquecer por instantes sua preocupação, com isso tentou se acalmar.

    Respirou fundo, calmamente. Tentava tranquilizar seu frágil coração que estava disparado. A contração parou.

    Ela respirou aliviada e agradeceu a Deus, mas estava insegura.

    Depois de alguns minutos, sentiu outra contração no abdômen e nas costas, mais dolorosa e intensa do que a anterior. Voltou a respirar profundamente, mas desta vez a contração não cessou facilmente. Novas contrações aconteceram, diminuindo o intervalo entre uma e outra. Depois

    23

    de algum tempo, não sentiu a bolsa se rompendo, mas se assustou quando percebeu o líquido amniótico escorrendo em suas pernas.

    Experiente, porém, assustada e ansiosa ela gritou o nome da filha mais velha, mas teve que gritar novamente e dessa vez mais alto, porque a filha animada e envolvida na conversa com seus familiares, não ouviu o chamado de sua mãe. Do lado de fora da casa, os dois agentes ouviram antes do que a filha o pedido de socorro daquela mulher apavorada.

    Quando a filha chegou, contou rapidamente o que estava acontecendo e pediu para ajudá-la a ir para cama.

    Estava cansada e queria deitar-se. Precisou segurar na mão da filha para se apoiar, levantar devagar e ficar em pé.

    Caminharam lentamente e a pequena distância entre a cozinha e o quarto, pareceu ser mais longa do que o normal.

    Passaram quase que no meio dos familiares, mas ninguém percebeu o que estava acontecendo.

    As contrações não cessavam, o que significava que a hora do nascimento estava próxima e ela sabia disso.

    Depois de ajudar a mãe a se deitar na cama rústica do casal e se certificar de que o parto iria acontecer a qualquer momento, a filha foi buscar ajuda e os materiais para o parto: uma bacia com água, muitos panos limpos e roupas para o bebê que iria nascer.

    Antes de passar no meio da sala, onde os demais estavam, aflita, mas discreta, a filha mais velha avisou a irmã mais nova e essa, de maneira escandalosa, quase que gritando, avisou que a mãe estava em trabalho de parto e que era para todos ficarem quietos.

    Abigail, a filha mais nova também entrou no quarto. Os homens não podiam entrar, então se aproximaram

    24

    uns dos outros; falando baixinho, os filhos animavam o pai.

    Do lado de fora, os dois sujeitos escondidos, estavam interessados em tudo o que estava acontecendo e, em especial, na criança que nasceria. Em pouco tempo os outros enviados chegariam. Enquanto isso, continuavam a observar pacientemente esperando pelo momento certo de agir.

    As contrações aumentaram intensamente e diminu-íram os intervalos entre elas. As dores eram intensas e a grávida estava apreensiva, ofegante, suava muito, apesar do frio que fazia. Depois de uma hora e sete minutos, após ter ido para o quarto, do lado de fora, todos ouviram o choro alto e estridente de um bebê.

    Abigail, a filha mais nova e a mais agitada da família, se levantou, correu até a cortina que servia como porta e separava o quarto da sala onde os homens estavam e colocando a cabeça para fora do quarto, gritou:

    —Pai, é um menino! — Feliz, ela repetia sem parar. —É um menino! Davi nasceu! Davi nasceu!

    Jessé e seus filhos romperam o silêncio. Gritaram e se abraçaram de felicidade, enquanto Nitzevet tentava recuperar a força desprendida no parto. Ela estava exausta, mas apesar disso, estava feliz, aliviada e grata a Deus.

    Os pais do recém-nascido tinham escolhido dois nomes. Um, caso fosse menino e outro, caso fosse menina.

    Jessé, o pai, sorriu orgulhoso por ter nascido mais um homem na família, o que significava mais mão de obra, mas sua esposa Nitzevet, estava agradecia a Deus por não ter ocorrido nenhuma complicação no parto e o bebê ser perfeito, sem nenhum defeito físico.

    25

    Todos estavam alegres com o nascimento, a agonia de Nitzevet tinha passado, contudo algo naquele bebê lhe chamava a atenção. Ela não sabia dizer o que era e, além disso, estava muito cansada. Tudo parecia estar normal.

    Não havia nenhum problema aparente com o bebê.

    Davi era o oitavo filho de Jessé e Nitzevet, contando as duas filhas, a família contava agora com dez filhos.

    As duas irmãs de Davi tinham torcido para que nascesse uma menina. Naquela época não existia ultrassom e era impossível saber o sexo da criança antes de seu nascimento.

    Se fosse uma menina, as irmãs de Davi teriam mais uma mulher para conversar sobre o universo feminino e ajudar nas tarefas da casa, que, naquela época, era obrigação apenas das mulheres, os homens não ajudavam. Mas, não aconteceu o que elas queriam, nasceu mais um menino e por isso, elas lamentaram.

    Passado a ansiedade e a euforia de ver o nascimento do bebê, as irmãs de Davi, Zeruia, a mais velha, e Abigail, a caçula, observaram o irmãozinho com mais atenção. Zeruia foi a primeira a parar de reclamar porque ela percebeu que o bebê era muito meigo e bonitinho, mas também era um pouco diferente, estranho.

    O bebê não nasceu grande e forte como seus outros irmãos, era franzino e havia ainda outra coisa curiosa: nasceu com muito cabelo e eles eram de cor vermelho intenso. Por causa disso, o neném ficava com aparência muito engraçada, devido a pele muito branca do rostinho que contrastava com os cabelos vermelhos, cor de fogo e os olhos inchados.

    Jessé entrou no quarto para ver seu filho recém-nascido. Lembrou de quando nasceram os outros irmãos

    26

    de Davi e mentalmente fez a comparação. Concluiu que Davi era o mais fraquinho deles e deduziu que ele nunca seria forte e valente como seus outros filhos, principalmente os três mais velhos, Siméia, Abinadabe e o mais especial de todos para Jessé, seu primogênito, Eliabe.

    Os filhos de Jessé estavam alegres pelo pai, mas um pouco indiferentes ao nascimento do irmão caçula.

    Nitzevet, mesmo cansada pelo esforço realizado para o parto, pediu para segurar novamente em seus braços, seu filho recém-nascido.

    Do lado de fora da casa, os dois sujeitos Rigel e Antares continuavam atentos a tudo o que estava acontecendo dentro e fora da casa. Um deles cutucou o outro e apontou para o céu. Viram quarenta guardiões em uma formação quadrada descendo do céu, todos com asas abertas, voando em grande velocidade e o líder dos guardiões vinha na frente dos demais.

    Se olharam admirados após identificar o líder dos guardiões e se perguntaram por que alguém tão importante estaria vindo para aquele fim de mundo. Impressionados com a surpresa, continuaram a olhar para o céu, acompanhando os demais enviados que chegavam, descendo ma-jestosamente, apesar de toda cautela em não permitir que a imensa e impressionante luz brilhante de seus corpos fosse emitida.

    Com surpreendente habilidade, sem ser notados e sem esforço, os dois que até então continuavam agachados, se levantaram e levitaram até o telhado da casa e ficaram meio metro acima do telhado, planando no ar como se fossem dois pássaros beija-flor. Depois fizeram um sinal discreto para os recém-chegados que entenderam com cla-reza. Chegaram ao todo, quarenta guardiões celestiais.

    27

    Todos eles aparentavam ter em torno de 30 anos, mas na verdade, o mais novo deles já acumulava mais de quarenta mil anos de existência.

    Ao se aproximar da casa, trinta e nove guardiões desfizeram a formação que tinham ao descer do céu e se posicionaram estrategicamente ao redor da casa. Eles flu-tuavam sete metros acima do telhado formando um grande círculo com duzentos metros de diâmetro, atentos a qualquer aproximação de estranhos, principalmente de anjos caídos, inimigos de longa data. O único que se aproximou de Antares e Rigel, foi o imponente líder dos anjos guardiões.

    Após o capitão se aproximar, Antares e Rigel o cumprimentaram primeiro com um suave gesto, abaixando um pouco a cabeça, com respeito a hierarquia e, logo em seguida estenderam os braços para se cumprimentarem apertando os pulsos um dos outros.

    —Capitão Miguel — disse Rigel, o loiro, visivelmente surpreso pela presença do ilustre capitão. —É uma honra encontrá-lo novamente.

    —Rigel, o valente destemido. —Respondeu o capitão com um sorriso. —A honra é toda minha.

    Apesar de ser alto, tanto Rigel como Antares, pareciam indefesos diante de Miguel, imponente e respeitado tanto pelos liderados como por seus inimigos que temiam sua inteligência, força e poder. Ele media aproximadamente 3,90 metros de altura, os cabelos eram escuros e levemente cumpridos. Seu corpo intimidava pela aparência incrivelmente forte e bem definido pelos músculos que ressaltavam, debaixo da roupa nas cores branco e azul que usava.

    28

    No entanto, apesar dos traços fortes e do rosto bonito, a aparência do capitão dos guardiões se transformava na mesma medida que o humor dele.

    Com um simples gesto que aos humanos seria algo como respirar fundo, o capitão encolheu suas longas asas brancas e cintilantes como um diamante, que mediam, cada uma, a mesma altura do corpo dele. A medida que iam sendo encolhidas, deixavam escapar um brilho intenso como se fossem pequenos raios no ar.

    Virando para cumprimentar o outro guardião, o capitão disse:

    —Antares! A última vez que trabalhamos juntos foi naquela batalha dura contra aquele querubim orgulhoso e mentiroso. Fiquei contente quando fui informado que o encontraria nessa missão.

    —Já se passaram muitos anos desde aquela batalha, capitão. —Respondeu Antares, pensativo e também surpreso por encontrar o famoso Arcanjo Miguel naquele lugar humilde.

    No passado Antares esteve no seleto grupo de anjos liderados por Miguel e juntos com os outros, teve a responsabilidade de proteger a retaguarda do capitão ao enfrentar Lúcifer, o chefe dos rebeldes. Ele se calou por um instante enquanto a lembrança da batalha lhe veio à mente. Em pensamentos, viu o capitão lutando e depois de muito tempo, após vencer a batalha, expulsou Lúcifer e seus aliados do céu, que contra vontade, foram lançados à Terra e ficaram furiosos. Antares, notou que havia ficado mudo e se pôs a falar rapidamente.

    29

    —Faço minha, as suas palavras capitão. Estou contente em saber que está pessoalmente comandando nossa missão.

    Dicas e curiosidades: A hierarquia dos anjos está organizada em quatro categorias: anjos, arcanjos, serafins e querubins. Os querubins têm quatro cabeças. Você não leu errado e se achou estranho, vai ficar pior: cada cabeça é de um tipo diferente (por exemplo: uma pode ser de boi, águia, leão e até de homem), o corpo deles é completamente cheio de olhos, espalhados por todo corpo, os pés são estranhos, uns parecendo pés de bezerros e outros parecendo com rodas rotatórias.

    Os querubins têm quatro asas e debaixo de cada asa, eles têm mãos humanas. Ou seja, eles têm quatro mãos.

    Leia mais sobre isso em Ezequiel 1:6-10 e 10:12-14.

    Já os serafins têm o corpo normal, comparado aos querubins, mas cada serafim possui seis asas. Isaías 6:2.

    Foi por isso que o profeta Daniel desmaiou quando teve uma visão e viu anjos. Ele ficou morrendo de medo. Está escrito:

    Então eu o ouvi falando, e, ao ouvi-lo, caí prostrado, rosto em terra, e perdi os sentidos .

    Daniel 9:10.

    Você não ficaria... com medo, se visse um querubim?

    Curiosidade sobre Lúcifer, que é um Querubim.

    Leia o que a Bíblia diz sobre ele:

    Você era o modelo de perfeição, cheio de sabedoria e de perfeita beleza. Você estava no Éden, no jardim de Deus; todas as pedras preciosas o enfeitavam: sárdio, topázio e diamante, berilo, ônix e jaspe, safira, carbúnculo e esmeralda. Seus engastes e guarnições eram feitos de ouro; tudo foi preparado no dia em que você

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