DIA DE BRANCO
Lembramos de denominações clássicas pelos estilos de vinhos que produzem. Quando falamos de Chianti, por exemplo, logo surgem na mente os tintos de Sangiovese típicos da Toscana. Se citamos Ribera del Duero, é bem provável que a primeira referência sejam os poderosos Tempranillos lá produzidos. Se apontamos Bordeaux, mesmo que genericamente, nossa ideia provavelmente se liga aos excepcionais blends tintos (ver Escola do Vinho, da edição 172).
E assim poderíamos enumerar diversas denominações e regiões que se tornaram famosas especialmente por vinhos tintos, não é mesmo? Todo enófilo certamente sabe citar uma coleção delas, como Barolo, Barbaresco, Brunello, Gevrey-Chambertin, Vosne-Romanée, etc. Mas, e se pedirmos para apontar denominações famosas por seus vinhos brancos, quantas você conseguiria citar de “bate-pronto”?
Assim como algumas localidades se tornaram célebres por seus tintos, outras se destacaram por seus brancos. Algumas, aliás, produzem exclusivamente uvas brancas. Talvez a mais conhecida seja Chablis, mas a lista não para por aí. Há denominações clássicas cujas grandes estrelas são vinhos brancos (aqui vamos nos ater aos secos) que merecem ser conhecidas. Confira 21 delas.
Monção e Melgaço
A região de Monção e Melgaço é uma das nove sub-regiões que fazem parte da denominação de Vinhos Verdes, uma das mais conhecidas de Portugal. Especificamente lá, no ponto mais ao norte do país, os vinhos mais cultuados são os Alvarinhos. Diz-se, aliás, que a origem da casta seria nesse local às margens do Minho, fronteira natural entre Portugal e Espanha. A cepa é a estrela de uma região marcada por vinhos que, em sua maioria, são produzidos para serem consumidos muito jovens. Mas a Alvarinho, apesar de também gerar bebidas para consumo imediato, é capaz de dar mais corpo e estrutura e gerar brancos respeitados e com poder de guarda, destoando um pouco do conceito de vinhos ligeiros. A fama da região de Monção e Melgaço com seus Alvarinhos é relativamente nova, pois somente a partir dos anos 1930 é que surgiram alguns dos principais produtores locais, como Palácio da Brejoeira, Aveleda e Soalheiro, por exemplo, e mais recentemente nomes como Anselmo Mendes se destacaram produzindo brancos excepcionais com a casta.
AD 90 pontos
PORTAL DO FIDALGO ALVARINHO 2014
Provam, Minho, Portugal (Casa Flora/ Porto a Porto R$ 115 para a safra 2017). O ano de 2014 foi atípico, de muito frio e muita chuva, com baixa produção. Mostra frutas brancas e de caroço maduras, como pêssegos e peras, além de toques florais, minerais e de frutos secos. No palato, mostra bastante frescor, boa textura e volume de boca. Ainda vivo e muito gostoso de beber, tem acidez refrescante e final persistente, com toques salinos e de ervas frescas. Álcool 12,5%. EM
Rías Baixas
Se a região de Monção e Melgaço é célebre por seus brancos, do outro lado da fronteira, em Rías Baixas, região da Galícia, na Espanha, o fenômeno
