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INDÚSTRIA EXCÊNTRICA

Pilares de uma das maiores e mais poderosas indústrias do mundo, os fabricantes de aeronaves movimentam centenas de bilhões de dólares por ano. Os Estados Unidos respondem, sozinhos, por quase metade desse mercado enquanto a Europa Ocidental, a China, a Rússia, o Canadá e o Brasil detêm, juntos, cerca de um terço do negócio.

Não por acaso, marcas como Airbus, Boeing, Lockheed Martin, Cessna, Bell, Leonardo, Gulfstream, Dassault, Comac, Sukhoi, Bombardier e Embraer povoam o imaginário coletivo quando o assunto é aviação. Mas a produção de aviões e helicópteros, civis e militares, acontece em todo o planeta. Considerando fornecedores de componentes, a lista de conglomerados fabris do setor aeroespacial passa de mil empresas espalhadas por mais de 80 nações. Países como Japão e Reino Unido, mesmo não tendo hoje uma indústria aeronáutica com o peso daquela que já ostentaram no passado, são fornecedores importantes de estruturas e componentes para os maiores fabricantes mundiais de aviões. No caso do Japão, Mitsubishi e Honda resgataram a tradição do país de projetar e fabricar aviões.

Outras nações, como Irã, Nova Zelândia e Índia, também constroem máquinas voadoras, assim como Argentina e Chile se orgulham de terem no passado erguido uma indústria própria. Depois de uma minuciosa varredura, listamos aqui exemplos de fabricantes de aeronaves pouco conhecidos mundo afora, elencando principalmente aqueles com programas em andamento ou com projetos produzidos em série, com uma ou outra exceção.

ÁFRICA DO SUL

HERANÇA E LEGADO

Nas décadas de 1970 e 1980, o governo da África do Sul enfrentou um processo crescente de embargos internacionais a vendas de armas em função da sua política de apartheid. Envolvido em disputas armadas com vizinhos, restou ao país investir na indústria local de defesa.

Muito em função disso, a empresa estatal Denel Aviation herdou um amplo legado aeronáutico sul-africano ao absorver a Atlas Aircraft, fabricante que produziu históricos modelos no continente africano, como o Cheetah, um caça produzido localmente como uma atualização do Mirage III – integrando tecnologias do israelense IAI Kfir. Esse avião de combate conquistou importantes contratos globais e chegou a ser operado pelas forças aéreas do Equador e do Chile. Mais recentemente, a Draken International adquiriu alguns exemplares para serem usados como aeronaves agressoras em treinamento nos Estados Unidos. A Denel ainda tem em seu portfólio o helicóptero de ataque Rooivalk, que possui capacidades similares à do A129 Mangusta, fabricado pela então Agusta (hoje Leonardo).

Além de desenvolver aeronaves, a indústria aeronáutica sul-africana participou de diversos programas mundo afora. O país. Alguns desses aparelhos voaram no Brasil, entre 2004 e 2009, quando a Força Aérea Brasileira comprou exemplares usados do Impala II em busca de peças de reposição para os AT-26 Xavante. Quando constatou que as aeronaves estavam em bom estado e eram mais bem armadas do que os Xavante, a FAB passou a usá-los em missões de combate aéreo e ataques a alvos terrestres. Com isso, esse avião de combate teve uma breve carreira operacional no Brasil, mesmo sendo um projeto de 1957.

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