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Das terras portuguesas

A HISTÓRIA DO VINHO em Portugal é longeva, remonta aos fenícios, gregos, celtas, passando por um período de franca ascensão com romanos, épocas turbulentas com a dominação árabe, desenvolvimento com as navegações, amplo comércio com a Inglaterra e problemas com as invasões napoleônicas, fortalecimento das cooperativas, por fim, internacionalização até chegar aos nossos dias, em que Portugal ocupa a nona posição na lista do comércio mundial de vinho.

Quase metade da produção do país é exportada e o Brasil é um dos principais destinos dos rótulos portugueses, muito devido às ligações com nossa antiga metrópole, mas também à qualidade dos produtos. Portugal tem um área de cerca de 190 mil hectares sob vinhas, o que representa menos de 3% dos vinhedos cultivados no mundo. As plantações se dividem por 14 áreas, sejam elas continentais ou ultramarinas como Açores e Madeira, por exemplo, e, ao todo, contabilizam-se 31 Denominações de Origem.

Muitas dessas denominações nos são familiares, como Vinho do Porto, Vinhos Verdes, Madeira, Alentejo etc., contudo há outras menos faladas. Para se ter ideia, são mais de 250 castas cultivadas no país. A tinta mais plantada é a Aragonez, com 10%, seguida pela Touriga Franca, Touriga Nacional, Castelão e Trincadeira. Entre as brancas, a Fernão Pires tem 6% dos vinhedos, com Loureiro, Arinto, Síria e Alvarinho também bem representadas. Isso mostra o potencial do vinho português, com um leque tão grande de possibilidades, mesmo em um território diminuto.

Sendo assim, ADEGA fez um resumo das principais regiões de Portugal para você conhecer melhor seus vinhos. Confira.

Vinhos Verdes

Alguns dizem que a designação “verde” se deve à acidez e frescor, características principais dos Vinhos Verdes e que fazem lembrar os frutos ainda verdes. Outros afirmam que a origem se dá pelo fato de o vinho ser produzido numa região muito rica em vegetação e, por isso, muito “verde”.

A região mais ao norte de Portugal, Vinhos Verdes recebe influência atlântica extrema, apresenta paisagem verdejante e úmida, com temperaturas frescas e chuvas abundantes. Esta é a maior denominação de Portugal, com uma área de cerca de 24 mil hectares ao sul do rio Minho, onde os vinhedos se concentram. Os solos são majoritariamente graníticos, férteis e de acidez elevada.

Entre os vinhos, destacam-se os brancos, sempre muito frescos. As castas brancas dominantes são Alvarinho, Arinto (Pedernã), Avesso, Azal, Loureiro e Trajadura, enquanto nos tintos sobressaem Borraçal, Brancelho, Espadeiro e Vinhão. Desde 1999, também está autorizada a produção de espumantes na denominação.

Vinhos Verdes se divide em nove sub-regiões (veja box), com destaque para Monção e Melgaço, que tende a apresentar os vinhos mais encorpados, principalmente os feitos com a variedade Alvarinho.

AD 92 AMEAL SOLO ÚNICO 2019

Quinta do Ameal, Minho, Portugal (Qualimpor R$ 325). Branco elaborado exclusivamente a partir de uvas Loureiro, sem passagem por madeira, mas mantido com suas borras por 7 meses, sendo 75% em tanque de inox e o restante em um ovo de concreto. Tenso, fluido e gostoso de beber, mostra frutas brancas e cítricas seguidas de notas salinas, florais e de ervas, típicas da casta, tudo equilibrado por acidez vibrante, textura firme e final longo e persistente, com toques herbáceos e de limão siciliano. Álcool 11,5%. EM

AD 89 LAGO CERQUEIRA BRANCO 2018

Quinta da Calçada, Minho, Portugal (La Pastina R$ 78). Provindo de uma típica e exuberante região de Portugal, o Minho,

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