O programa Rotas Gastronômicas éum projeto do Governo do Estado de São Paulo, desenvolvido pela Secretaria de Turismo e Viagens em parceria com Prazeres da Mesa, que busca mostrar e promover os principais produtos e restaurantes de diversas regiões do estado. Esta é a segunda de sete rotas, que vão promover o turismo e a culinária de cada um dos locais visitados. Trata-se de passeios nos quais a natureza é privilegiada, com muito verde, trilhas, montanhas românticas, cachoeiras e gastronomia que encanta.
Nossa segunda etapa visitou a Rota do Vale do Paraiba & Mantiqueira, Regiões Turísticas da Fé, Rios do Vale e Mantiqueira Paulista. A seguir, o roteiro com as principais indicações.
MONTEIRO LOBATO
DOCES E QUEIJOS ARTESANAIS DONA NENA
Para os apaixonados por doces artesanais, daqueles produzidos na fazenda, sem conservantes ou aditivos, preparados com todo o carinho e cuidado pelos donos, o Doces e queijos artesanais Dona Nena, em Monteiro Lobato, é parada obrigatória. Deise Datti da Rosa é a responsável pelas delícias da marca, que leva como homenagem o nome da sogra, Dona Nena, já falecida. “Somos uma fazenda autossustentável. Produzimos desde o alimento do gado até as frutas que utilizamos em nossos doces”, afirma Deise, que começou a fabricar os queijos e doces em 2010. “Vimos que a Serra da Mantiqueira vivia um bom momento gastronômico e resolvemos investir no artesanal, com receitas de família, das nossas mães e avós”, diz.
Há três anos, montaram a lojinha, para vender os produtos, em frente à fazenda, e é a própria Deise quem atende os clientes, com toda a simpatia. Dentre os queijos, destaque para o queijo meia cura, o branco, o nozinho e o provolone. Na área dos doces, tem para todo gosto. Doce de leite de corte ou tradicional ou ainda misturado com diversas frutas, como maracujá e coco, por exemplo, que é dos deuses. Goiabada, doce de figo, doce de mamão, ou seja, é uma verdadeira perdição para as formiguinhas de plantão. “Procuro sempre incluir algo novo, seguindo a premissa de compotas caseiras, com pouco açúcar e zero conservante”, afirma Deise.
Estrada Benedito Monteiro do Prado, 1500, Fazenda São José; @docesdonanena
SÍTIO DA USINA JULICAFÉ
De engenheiro agrônomo a cafeicultor, José Mauro dos Santos é apaixonado pela região de Monteiro Lobato, onde está localizado o Sítio da Usina Julicafé, e tinha como projeto pessoal se dedicar a ela depois da aposentadoria. A ideia de José seria preservar e recuperar o terreno do sítio, que possuía desde 1978, para que a natureza retomasse parte da área que havia sido devastada antes de sua chegada e passasse a produzir de forma sustentável.
O sítio fez parte de uma grande fazenda, que já pertenceu a diferentes municípios ao longo da história. Hoje em dia, faz parte da cidade de Monteiro Lobato e suas terras abrigam a junção dos rios Buquira e Ferrão. Nos anos 2000, sua propriedade chegou a abrigar o primeiro capril da região, e depois de algumas pesquisas sobre a mata nativa, José passou a plantar algumas variedades de palmito.
“Sempre pensei em desenvolver a terra e seu entorno, por meio de diferentes experiências, de forma que eu pudesse deixar um legado para a região, com os resultados e o conhecimento adquirido ao longo da jornada. Plantei as primeiras glebas de café em 1982, mas, no decorrer do tempo, cheguei a investir também em maracujá e em macieiras. Hoje, o café é a principal atividade econômica do sítio, e apesar de não ser certificado como orgânico, é produzido de forma natural. Não considero o meu café de alta gastronomia, mas sim um produto básico, de muita qualidade”, afirma José. Apesar disso, somente os grãos selecionados seguem para a torra e embalagem, os grãos “reprovados” são encaminhados para outros fins, como alimento para os animais ou para consumo próprio.
Sua maior preocupação é sustentar a produção de forma orgânica, natural e manter saudáveis suas plantas e o entorno.
Estrada dos Teixeiras, 100, SP-50 km 117,5, Bairro Ponte Nova; @sitio_da_usina
TREMEMBÉ
CERVEJARIA DILEMA
Vitor de Toledo e Conrado Leite realizaram o sonho que muitos amantes de cerveja têm, o de abrir a própria marca. Amigos de infância, Vitor é engenheiro químico e, em 2010, enquanto fazia o mestrado, no Canadá, começou a trabalhar em um brew pub, em frente à universidade. Em 2011, durante uma visita ao amigo, Conrado perguntou por que ele não voltava para o Brasil e montavam um negócio juntos, uma vez que ambos eram apaixonados por cerveja. “Na época, o mercado de cervejas artesanais estava começando a acontecer no Brasil, enquanto que nos Estados Unidos e no Canadá já estava em uma crescente. Em 2012-2013,