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AVIAÇÃO REGULAR X TÁXI-AÉREO

Um desastre aéreo choca e faz furor. Quando o acidente acontece com uma aeronave de táxi-aéreo – o que implica, frequentemente, na morte de celebridades, atraindo muito interesse do público –, o debate em torno da segurança de aeronaves fretadas volta à tona. Em poucas oportunidades, porém, há tempo ou espaço para que o tema seja abordado com a devida profundidade. Diante da complexidade do assunto, decidimos esmiuçá--lo uma pouco mais para tentar responder esta pergunta retórica: afinal, os “aviões pequenos” são menos seguros do que “aviões grandes”? É claro que isso depende de uma série de fatores, incluindo as próprias circunstâncias, mas há considerações que podem ser feitas sobre os padrões de segurança dos serviços aéreos de interesse público, ou seja, de empresas de linha aérea e táxis--aéreos.

ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES

Tanto a Agência Nacional de Aviação (Anac) como o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) disponibilizam, gratuitamente, terabytes de dados sobre acidentes aéreos, o que deixa os jornalistas muito “empolgados”. Não é difícil encontrar um dado comprometedor nessas fontes e, como os números (assim como as cartas) jamais mentem, a manchete está garantida. Entretanto, obter informação efetiva por meio dos dados oficiais disponíveis é muito mais complicado do que parece e mesmo especialistas em segurança de voo sabem que esta é uma tarefa desafiadora.

Logo após o acidente que vitimou a cantora Marília Mendonça, por exemplo, um conhecido portal de notícias publicou a seguida chamada: “Táxi-aéreo sofre 16 vezes mais acidentes do que aviões comer-ciais grandes”. Matematicamente, a informação é verdadeira: de acordo com o Relatório Anual de Segurança Operacional (RASO), publicado em 2021 pela Anac com dados de 2016 a 2020, os táxis-aéreos apresentaram 19,95 acidentes por milhão de decolagens,

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