A prova temática que a Revista de Vinhos levou a cabo sobre os vinhos do Algarve revelou-se surpreendente, desvendando vinhos de enorme gabarito, o que atesta o crescimento qualitativo e a confirmação do potencial desta região vitivinícola portuguesa. Em prova, 55 exemplares, entre brancos, rosés e tintos – e um bem conseguido espumante -, com destaque salutar para os vinhos elaborados a partir de castas tão representativas como Negra Mole, nas tintas, e Crato Branco, ou Síria/Roupeiro.
José João Santos não faz a coisa por menos: “A melhor prova que fiz até hoje do Algarve”, resume. “Ao contrário das expetativas iniciais, não foram os brancos nem os rosés a surpreender, mas os tintos; pela primeira vez, sinto que em grande parte dos tintos provados não foi cometido o erro dos últimos anos, que era imitar o perfil do Alentejo, mas assumiram as castas e o terroir do Algarve”, prossegue. Destaca o perfil de tintos “com cor, alguma deles, abertos, com notas de terrosidade, romã, pimento e algum pinhal, numa abordagem enológica simples, de imenso prazer”. Em sentido inverso, “os que tiveram pior resultado são os que têm mau trabalho de barrica”. Como nota negativa,