ESCOLA DO VINHO
JÁ IMAGINOU COMO ERAM OS vinhos até a Idade Média? Com técnicas ainda rudimentares e relativamente pouco conhecimento, eles tendiam a ser majoritariamente brancos e adocicados. Isso porque o processo de fermentação (quando o açúcar se transforma em álcool) e o de maceração (em que as cascas das uvas tintas ficam em contato com o suco para lhes transmitir, entre outras coisas, cor) não tinham sido bem estudados. Portanto, mesmo quando o vinho era feito com uvas tintas, sua cor não era esse vermelho rubi escuro ao qual estamos acostumados hoje, mas um tom pálido, mais no estilo dos rosés. E, além disso, nem sempre a fermentação “consumia” todo o açúcar presente no mosto, daí a sensação de doçura.
Mas a grande questão do vinho medieval era a sua “durabilidade”. Sendo um produto feito às pressas, sem muito cuidado, era natural que ele azedasse rapidamente. Então, havia urgência em vender, pois os barris poderiam estragar até mesmo no transporte para o mercado. O que mudou esse panorama foi o uso de um conservante.
Acredita-se que o enxofre é usado pelos homens desde o século VI aC. Na época, era extraído de vulcões e usado pelos gregos para fumigar navios e casas infestadas de insetos e pragas, e controlar a população de ratos. No entanto, o primeiro documento “regulamentando” o uso só surgiria em 1487, na Alemanha – país célebre por produzir brancos e doces. Supõe-se, todavia, que a adição de enxofre ao vinho seja uma prática mais antiga, pois há algumas vagas referências sobre isso em escritos de Plínio e Homero – que falavam de velas de enxofre usadas para evitar aromas de vinagre em ânforas na