Prazeres da Mesa

CRISTAIS POLIDOS

“Pode escolher e abrir o vinho que você quiser.” Eu já estava encantado só por estar em uma das caves com mais história da América do Sul, e quando Michael Halstrick, o presidente e CEO da Bodega Norton, com essa frase, deu o sinal verde, não tive dúvida nenhuma e escolhi o Norton Semillon 1964. As pessoas que estavam no grupo, convidadas pela Importadora Casa Flora – responsável por trazer os vinhos para o Brasil e que está fazendo um trabalho de excelência com a marca –, meio que se entreolharam e questionaram por que a escolha não havia sido um Malbec e, sim, um branco que, com certeza, estaria oxidado e, por que não, já sem vida. Sabedor que essa uva alcança muita longevidade na Argentina ecom o mínimo de qualidade, seria uma lembrança única. E, assim foi. Claro que já na cor os sinais de oxidação estavam presentes, mas o conjunto ainda exalava fruta e certo frescor, encantando o paladar e mostrando o porque de tanta confiança de Halstrick em liberar que qualquer garrafa fosse aberta. Meses depois, o crítico James Suckling, um dos respeitados da atualidade, conferiu 100 pontos para o mesmo vinho, mas da safra de 1959.

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