DIZ-SE QUE, ASSIM QUE ASSUMIU o Império, Domiciano precisou proibir o plantio de novos vinhedos nas regiões ao redor de Roma, com receio de que seu excesso reduzisse o cultivo de trigo. Na época, as vinhas já tomavam grande parte do que se conhecia como Castelli Romani, pequenas cidades aos pés das colinas dos Colli Albani, no sudeste da cidade de Roma, entre elas, a vila de Frascati, por exemplo.
Mas a origem da viticultura nos Castelli Romani se confunde com a mitologia. As lendas contam que Saturno (deus da agricultura), expulso dos céus por seu pai Júpiter, refugiouse no Lácio, mais precisamente nos Castelli. De acordo com uma antiga tradição, antes mesmo da fundação de Roma, Enéias e seu filho Ascânio consagraram os vinhedos da região do Lácio a Júpiter e o culto de Saturno fez com que lhes fosse atribuído o mérito de terem sido alguns dos primeiros plantadores de uvas (vitisator) e de conhecerem os segredos da poda.
Teria sido assim que os romanos rapidamente desenvolveram o cultivo da vinha, a ponto de, durante a Primeira República, o vinho produzido localmente não ser suficiente para atender à demanda