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HENRI BALLOT, MAIS QUE UM PILOTO

Henri Ballot foi um cidadão franco--brasileiro, filho de Gabriel Ballot, um engenheiro francês, e de Marina Rios de Oliveira, de nacionalidade brasileira, residentes na cidade de Rio Grande (RS), na segunda década do século 20. O engenheiro Gabriel Ballot chegou à cidade de Rio Grande para trabalhar como técnico responsável na construção dos molhes da barra do porto (obra de hidráulica marítima para garantir entrada e saída de navios), que tiveram início no ano de 1911. Com o desencadeamento da Primeira Guerra Mundial, em 1914, Gabriel retornou à França para lutar pelo seu país. De posse de um brevê de aviador, entrou para a arma da aviação, onde integrou a famosa Escadrille Cigone (Esquadrilha Cegonha).

Gabriel Ballot, portador do brevê nº 12, fez parte de um grupo de jovens pioneiros a obter o brevê de aviador emitido pelo Aeroclube da França. Com o fim do conflito, em 1918, retornou ao Brasil para retomar seu trabalho. Três anos depois, no dia 08 de fevereiro de 1921, nasceu em um hospital na cidade de Pelotas (RS), Henri Ballot, o segundo filho do casal.

Em 1923, Gabriel Ballot voltou à França com sua família, e fixou residência na região de Charente. Foi naquela localidade que o pequeno Henri, então com dois anos de idade, cresceu. Em idade precoce, aos 12 anos, fez seu batismo do ar. Evidentemente, dessa experiência nasceu a paixão pelo voo. Com muito sacrifício, aos 16 anos, obteve seu brevê de piloto de avião, segundo informou Helena Ballot, filha de Henri.

Quando a Segunda Guerra Mundial começou, em 1939, Henri Ballot se alistou na Escola Elementar de Pilotagem nº 34, em Angoulême, como soldado de segunda classe. Posteriormente, foi aceito na Escola Militar de Pilotagem de La Rochelle, sendo nomeado caporal, no dia 1º de abril de 1940. O jovem aviador Henri Ballot ainda faria treinamentos na Escola de Pilotagem de Angers, onde chegou em 26 maio do mesmo ano de 1940. Engajado como voluntário, entrou para guerra em 03 de junho de 1940, mas voou por pouco tempo, até o encerramento dos combates com a consequente queda da França, conforme relatou a filha Veronique Ballout.

ODISSEIA PARA SE JUNTAR A DE GAULLE

O relato a seguir tem como (Em Direção a De Gaulle) enviado da França, no ano de 1991, por Jean Sicard, ao seu amigo Henri Ballot, na época, residente na grande Florianópolis (SC). O documento é um resumo que relembra a aventura dos dois jovens para fugir da França, com o intuito de alcançar as Forças Francesas Livres na Inglaterra para retomar a luta sob o comando do general De Gaulle.

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