Diz-se que, vistos do espaço, os pontos de visibilidade reconhecíveis a olho nu em Portugal são o grande lago do Alqueva e as linhas e curvas da região demarcada do Douro. Ambos fruto do engenho humano, há contudo no Douro a grandiosidade atribuída ao desmesurado esforço braçal de séculos de construção, consubstanciada nos milhares de quilómetros de muros de xisto em calços e geios pré--filoxéricos, mas também em socalcos, patamares e terraços, escritos numa história ímpar à escala mundial.
No centro geográfico e coração histórico do Douro, o Peso da Régua assume-se hoje como destino de enoturismo por excelência e base a partir de onde é possível descobrir toda a região. Por si só, oferece gastronomia de gabarito, assente quer no rico receituário tradicional e nos produtos locais, cuja oferta leva em linha de conta as estações do ano, quer em experiências sensoriais onde o apuro técnico eleva o conjunto, numa oferta que é já, nos nossos dias, variada e aprazível.
Por falar em estações do ano, a Régua e o Douro consolidam as propostas turísticas, adequando-as aos diferentes panoramas climatéricos: se, por exemplo, na primavera, os adeptos das caminhadas, ciclismo ou outras atividades ao ar livre têm cenário favorável, a canícula estival lança apelo à proximidade do rio e das praias fluviais, o outono (cada vez mais o fim do verão…) chama para a vindima e o inverno pede lareira e comida de conforto.
Mas a Régua e o Douro são muito mais que isto. Património, história e cultura andam de mãos dadas e, naquela cidade, o Museu do Douro é o ponto a partir do qual podemos descobrir como foi feita a região. Nos meses de verão que se aproximam, as festas de São João do Rio, em junho, ou em honra de Nossa Senhora do Socorro, em agosto, trazem o elemento popular de celebração.