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Mistérios Da Vila
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E-book254 páginas1 hora

Mistérios Da Vila

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Sobre este e-book

Rebeca é uma jovem jornalista que está escrevendo uma matéria sobre os contos e lendas urbanas da vila histórica de Paranapiacaba para revista Subjetiva e durante suas pesquisas, ela se hospeda na casa da tia Amélia. Samuel, o fotógrafo acompanha Rebeca nesta aventura e ao longo da história entrevistam moradores da região, fotografam pontos turísticos e acabam se envolvendo profundamente na atmosfera sobrenatural da vila. Descobrem uma misteriosa história que coloca em conflito todas as suas crenças. Rebeca, Samuel e Amélia entrem em combate entre o real e o imaginário, erguendo questionamentos entre a verdade e o ceticismo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento4 de abr. de 2016
Mistérios Da Vila

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    Mistérios Da Vila - Carol London

    Carol London

    Mistérios

    da Vila

    1ª Edição

    2017

    MISTÉRIOS DA VILA

    Por:

    Carol London

    Arte e Fotografia: Carol London

    Revisão: Edy Santola

    Registrado pela Biblioteca Nacional

    ©Todos os direitos reservados.

    Dedico este livro a minha querida mãe Nair G. Almeida, que me

    incentivou e inspirou a escrever este original.

    Dedico a Josiane Abreu que me apresentou a vila. Ao meu amigo

    Edy Santola que me apoiou durante o processo desta minha primeira obra.

    Este livro também é uma homenagem à dona Francisca, a mais

    antiga moradora de Paranapiacaba que torna a vila encantadora com suas

    histórias. Por fim, a todos os fãs da Vila Mágica.

    CONCEITO HISTÓRICO DA

    VILA DE PARANÁPIACABA

    uem visita a antiga vila ferroviária de Paranapiacaba

    pela primeira vez, pode imaginar que está sendo

    Q inserido em um cenário de horror, como em Silent

    Hill, pois na parte alta, logo na entrada, é possível se deparar com

    uma vila imersa na neblina típica da região, que vem abraçar os

    moradores e receber os visitantes. Por se tratar de uma região

    fluvial, com trilhas que levam a vinte e três cachoeiras, quatro rios,

    quatro cavernas e represas, quatro mirantes e ao litoral de Santos, a

    umidade do ar evapora e resfria, resultando nesta sombria bruma,

    que cai quase todo final de tarde.

    Paranapiacaba na língua indígena tupi-guarani

    significa lugar de onde se vê o mar, pois é o último ponto antes

    da descida da serra para o litoral. A vila é patrimônio histórico

    brasileiro, um dos distritos de Santo André, localizada na região

    sudeste do município dentro do estado de São Paulo que, foi

    fundada no século XIX, por volta de 1867, quando houve a

    construção da ferrovia de Santos-Jundiaí, a primeira ferrovia de

    São Paulo, pela empresa São Paulo Railway Co., que facilitaria o

    comércio manufaturado europeu e a expansão do fluxo do café

    para o Rio de Janeiro, Vale do Rio Paraíba, e o oeste paulista.

    O projeto se viabilizou com a iniciativa do empreendedor

    Mistérios da Vila por Carol London

    Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, que visava uma

    parceria com os ingleses, para favorecer os interesses de

    exportação e importação agrícola.

    Posteriormente, foi adotado o sistema funicular, onde trens

    a vapor traçavam o trajeto com cabos de aço circulares, pois a

    serra era considerada muito íngreme. Os trens eram chamados de

    locobreques que funcionavam com o sistema de contrapeso, ou

    seja, enquanto uma locobreque carregada com café descia a serra, a

    outra com peso igual carregada de lastros era puxada para cima. A

    funicular dependia exclusivamente da mão de obra humana,

    portanto qualquer falha do homem poderia ser fatal. O trem mais

    luxuoso e rápido era o Cometa, que transportava damas,

    engenheiros e barões estrangeiros e que também não escapou de

    cometer alguns acidentes, pois sua velocidade era impossível de

    parar de imediato se houvesse alguém na via.

    A ferrovia foi construída em cinco patamares com cinco

    maquinas fixas, dezesseis viadutos e treze túneis de Jundiaí a

    Santos. No inicio, ainda durante a fase de construção da ferrovia a

    vila era um acampamento de funcionários, mas com o seu

    crescimento, houve a necessidade de fixá-los. Os imigrantes

    europeus, os ingleses, portugueses, espanhóis e italianos trouxeram

    suas famílias, sua religião que na maior parte era protestante e

    anglicana e também a sua cultura, para dar origem a Paranapiacaba

    vitoriana do século XX.

    Devida à estrada de ferro, o comércio e a produção

    agrícola cresceram e a ocupação no interior de São Paulo foi

    consolidada. A vila começou a se tornar importante e em torno,

    foi fundado Santo André.

    Paranapiacaba era a Estação Alto da Serra que foi

    construída para a moradia dos operários da ferrovia e, de acordo

    com o seu desenvolvimento foi necessário construir duas vilas. A

    Vila Velha, - hoje conhecida como Rua Direita - onde ocorreu a

    urbanização espontânea, os comerciantes forneciam produtos aos

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    Mistérios da Vila por Carol London

    funcionários da ferrovia e esta vila era composta por casas de

    alvenaria e vias públicas estreitas, de paralelepípedos, chamadas de

    avenidas. Já a Vila Martin Smith, foi projetada pelos ingleses,

    considerada uma inovação para a época. As casas eram

    padronizadas, com recuo frontal para jardins, construídas com

    paredes duplas de madeira, fundação de pedras e telhados em

    ardósia, feitas com materiais vindos diretamente da Europa. As

    ruas largas de traçado ortogonal e regular com sistema de

    encanamento moderno. As cores das casas eram ocre, ferruginoso,

    já a parte alta da vila seguia um modelo português, sobrados com

    moradia em cima e salas comerciais em baixo. O contraste da vila

    está em suas cores alegres e brasileiras.

    A Vila Martin Smith era baseada na hierarquia funcional e

    de nacionalidade, onde as casas eram ocupadas de acordo com a

    mão de obra, estado civil e posição social. Conforme os

    funcionários subiam de cargo, eles e suas famílias mudavam para

    casas melhores. Os antigos trabalhadores da ferrovia relembram

    até hoje a qualidade de vida daquela época, diziam que eram muito

    bem tratados por seus chefes, poderiam até ganhar uma casa

    quando se casavam. Não precisavam pagar pela luz, tampouco pela

    saúde e educação. A vila era extremamente desenvolvida,

    utilizavam engenharia de ponta do mundo moderno.

    O Castelinho, a casa mais luxuosa no topo da colina,

    situado no ponto mais alto da vila, onde se tem a visão de todo o

    pátio ferroviário. Este foi o casarão dos antigos engenheiros

    chefes, construído para dar a sensação aos funcionários que

    estavam sendo vigiados pelos seus patrões. Isso os estimulava a

    trabalhar melhor e não faltar aos seus serviços. O casarão até hoje,

    visto de fora, dá a sensação de estar sendo observado por alguém

    pelas janelas. Atualmente, o Castelinho se tornou um museu, umas

    das principais atrações da vila.

    Em meados de 1946 termina o período de atividades da

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    Mistérios da Vila por Carol London

    São Paulo Railway Co. e a União, a Vila e a ferrovia

    são incorporadas à malha ferroviária do estado, a antiga FEPASA,

    o que se acredita que foi o inicio da decadência da vila de

    Paranapiacaba. Todo o seu desenvolvimento tornou-se ruína com

    o tempo.

    Hoje, a vila é um dos pontos turísticos mais instigantes,

    possuindo paisagens deslumbrantes, com 55% da região sendo

    constituída por mananciais e vegetações, compondo o cinturão

    verde, a Mata Atlântica de São Paulo.

    Em 1987 foi primeiramente tombada pelo Condephaat

    (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico,

    Artístico e Turístico) do Estado de São Paulo. Foi incluída entre os

    100 monumentos mais importantes do mundo, pelo

    World Monuments Fund – organização não- governamental que atua

    na área de preservação do patrimônio histórico e Núcleo da

    Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo e

    integra a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida pela

    UNESCO com grande importância para humanidade.

    Atualmente possui cerca de 1.100 habitantes e é o

    patrimônio estilo vitoriano mais importante do Brasil.

    No mês de junho de 2003 foi criado o Parque Natural

    Municipal Nascentes de Paranapiacaba, uma Unidade

    de Conservação com 04 milhões de m2 de área de patrimônio

    natural para conservar os exuberantes recursos naturais da Mata

    Atlântica e as nascentes que contribuem para o abastecimento da

    Represa Billings, localizados ao redor da vila.

    O atual aspecto abandonado e descuidado da vila, não faz

    jus à importância histórica que esta região teve no

    desenvolvimento da cidade de São Paulo, tampouco aos méritos

    obtidos pela sua riqueza em vegetação, entretanto a sua aparência

    toma conta do imaginário dos fãs da vila.

    Muitos turistas vêm à Paranapiacaba não somente para

    apreciarem as atrações turísticas, mas também para encontros

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    Mistérios da Vila por Carol London

    espirituais e rituais pagãos, que são bem frequentes.

    Por volta do mês de maio ocorre a Convenção das Bruxas

    e Magos, que envolve uma programação com rituais e

    comercialização de artigos de magia. Neste mesmo período,

    também costuma ocorrer debates sobre ufologia por grupos de

    pesquisadores do tema. A visita de caças fantasmas em busca de

    desvendar os mistérios da vila também é bem recorrente, assim

    como cerimônias de vampiros.

    Estes eventos em especial, estão envolvidos pela atmosfera

    mágica e misteriosa, pois existem muitos contos ocultos e sinistros

    em torno de Paranapiacaba que a torna ainda mais atraente e

    envolvente.

    Para a composição deste original foram entrevistados

    alguns moradores, guias turísticos e visitantes da vila conhecedores

    das famosas lendas urbanas de Paranapiacaba que confirmam a sua

    veracidade. Em seus depoimentos, muitos afirmam terem

    presenciado situações sobrenaturais que estão acima das

    explicações lógicas.

    Dona Francisca, nascida na vila e a moradora mais antiga é

    a responsável por propagar as histórias, preservar memórias,

    declarando que as lendas são reais.

    O guia turístico Toninho, garante ter visto o fantasma do

    Vigilante Noturno, a noiva da lenda do Véu da Noiva, entre

    diversos seres espirituais pelas florestas.

    Um antigo vigia noturno do museu do Castelinho afirma

    ter visto o espírito de um homem de preto numa noite durante o

    seu turno, possivelmente o fantasma do engenheiro chefe Daniel

    Fox. Entretanto, muitos moradores

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