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İslam Espirito e Forma
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E-book338 páginas7 horas

İslam Espirito e Forma

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Sobre este e-book

Como podemos observar o İslam em sua Forma, pode ser facilmente identificado pela maneira na qual é praticado. Mas infelizmente hoje em dia, esta pratica, perdeu quase que completamente seu Espirito. Como uma enfermidade que assola nossa civilização, a superficialidade das formas e o mecanicismo ritualistico se tornaram comuns.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento30 de set. de 2010
ISBN9781452392639
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    İslam Espirito e Forma - Osman Nuri Topbas

    Queridos Leitores,

    Louvado seja Allah, o Todo-Poderoso, Quem nos concedeu a serenidade da crença no Islam. Louvado seja o Profeta Muhammad, quem guiou a humanidade da obscuridade à luz.

    Toda alma sã deveria entender que este mundo foi criado com um propósito. Para cumprir com o propósito Allah, o Todo-Poderoso, enviou os profetas para guiarem a humanidade com suas mensagens. Todas essas mensagens foram, em relação à sua essência, iguais e se chamam Islam, sendo o maior presente que Allah deu aos homens, já que através do Islam o homem pode preservar a pureza de sua natureza transformando o mundo em um jardim de rosas.

    Profundamente, em nós mesmos, há um desejo ardente de voltarmos ao Criador, sendo o tawhid (monoteísmo) islâmico o que nos permite voltar espiritualmente a nosso Senhor, satisfazendo assim o maior prazer desta vida.

    Os que desejam, sinceramente, converter-se em servos de Allah devem compreender os aspectos mais íntimos do Islam e cumprir com suas obrigações. Aqueles que chegam a um alto nível na prática, tanto em forma quanto em espírito, merecerão o amor e a recompensa de Allah. Ao passo que, aqueles que rechaçam o convite de seguir o caminho de Allah serão condenados e converter-se-ão em perdedores mais adiante. Os céus jamais choraram os malfeitores, ao contrário, repetidamente destruíram os inimigos de Allah com poderosos trovões e chuvas torrenciais. O sol que vemos é o mesmo que iluminava os palácios do Faraó, de Nimrod e de outros desafortunados. Hoje ilumina apenas as ruínas de seus reinos. Assim, nenhum deles pôde alcançar a vida eterna tal como desejado. Somente aqueles que servem a Allah sinceramente podem alcançar esta felicidade e suas correspondentes recompensas.

    A essência do Islam consiste em declarar que não há outro deus que não Allah e que o Profeta Muhammad é Seu mensageiro. Torna-se crente aquele que profere esta declaração, porém o Islam é mais que um dogma. Deve-se completar a fé com boas ações.

    Al Qur’an Al Karim (Alcorão Sagrado) menciona, junto ao ato de crer em Allah, praticar o bem. A fé se aperfeiçoa tanto com a adoração de Allah, o Todo-Poderoso, como com as boas ações. Historicamente falando, nem as ameaças dos incrédulos, nem as dificuldades da vida pareceram problemáticas àqueles crentes que haviam aperfeiçoado sua fé. Quando o tirano Faraó castigou severamente os magos, por haverem crido em Mussa (as)[1], aqueles não abandonaram sua nova fé, todavia disseram:

    ... Senhor nosso! Verte sobre nós a paciência e leva-nos a alma, enquanto muçulmanos. (Araf 7:126).

    Da mesma forma, os cristãos lançados às feras não renunciaram a fé na unidade de Allah e sim, elegeram o sabor espiritual do martírio. Hadrat Sumaiyah, quem no passado tinha medo até da ponta de uma agulha, não temeu aos ferros ardentes que atravessavam seu corpo quando foi torturada, tudo por causa de sua inquebrantável fé no Islam. Seu marido teve o mesmo destino quando recusou deixar o Islam e foi assassinado cruelmente.

    Os relatos sobre a vida dos companheiros do Profeta (saws)[2], como a de alguns seguidores de outros mensageiros, antes da chegada do Islam, testificam que a fé pode suplantar a incredulidade.

    A história é testemunha que enquanto os muçulmanos praticavam o Islam como Allah, o Todo-Poderoso, revelou, sua civilização se materializou em todos os aspectos da vida, alcançando um refinamento espetacular. Estavam à frente nas ciências, política, economia e em muitos outros campos da vida. Entretanto, quando abandonaram a prática do Islam, ou somente praticaram em forma e não em espírito, perderam sua força e unidade. Deixaram de ser os líderes mundiais em todos os aspectos da vida.

    Portanto, uma vez mais, necessitamos urgentemente voltar à nossa fé com sinceridade e praticá-la, não somente em forma, como também em espírito.

    Tendo em conta esta necessidade, analisa-se a dimensão espiritual do Islam. A princípio têm sido exploradas as raízes de nossa fé e tem sido revelada da melhor maneira possível a sabedoria aprofundada. Seguindo os princípios da fé, penetra-se nos princípios espirituais de adoração do Islam. Ainda que o Islam - enquanto fé - possa ser notado por seu grau e prática, em nossos tempos, desafortunadamente, esta prática carece do espírito. Os rituais são levados a cabo mecanicamente como se fossem um costume social, enquanto o espírito do Islam foi totalmente perdido. O autor deste livro coloca como objetivo a reiteração da radiação espiritual que emana do Islam, adornando-a com histórias das vidas dos profetas e seus companheiros e também das dos exemplares mestres sufis. Em particular as muitas referências da poesia de Rumi, de Yunus Emre e de outros sufis têm por objetivo unir a paixão de nossa prática com sua forma ritual.

    Foi dada ênfase aos capítulos sobre a caridade e gastos e investimentos para com os pobres. A profunda análise que é oferecida sobre a filosofia da economia integrante do Islam demonstra seu valor intrínseco no mundo de hoje, tão dominado pelo consumismo; já que o Islam não somente oferece guia espiritual senão também material. Foi dada ênfase às ordens econômicas do Islam para que sejam de ajuda em nossa batalha contra a necessidade material.

    Gostaria de expressar meu agradecimento a Muhammad Eshmeli por seu apoio, tanto no período de preparação quanto no de publicação deste livro. Igualmente, suplico pelos outros irmãos que participaram no processo de impressão e rogo que este livro seja fonte de bênção espiritual e benefício para todos, mais adiante.

    Também desejo oferecer meu agradecimento especial a Dr. Suleiman Derin e Dr. Ali Kose por sua ajuda na tradução, igualmente aos editores que têm feito todo o possível para dar-lhe uma forma clara.

    Que Allah ajude aos que se interessam por este livro a beneficiar-se dele, enquanto vão entendendo o Islam mais profundamente, tanto em forma quanto em espírito. Que Allah nos conceda nosso encontro com Ele mais adiante de acordo com a luz que emana do seguinte versículo:

    E por certo Ibrahim (Abraão) era dos seus. Quando chegou a seu Senhor, com um coração imaculado. (Saffat 37:83-84)

    Amém.

    Osman Nuri Topbas

    Uskudar, 16 de janeiro de 2003

    Nota do Tradutor

    Bissmillahir rahmanir rahim!

    Louvado seja Allah, o Senhor dos mundos, O Onisciente, Onividente e Onipresente! Aquele que nos enviou a guia definitiva através de nosso amado Profeta Muhammad, salla Allah alaihi wa salam. Que Ele, subhanahu wa ta’ala, não nos deixe desviar da senda reta, concedendo-nos a vitória nesta vida e a graça do Jannah na próxima vida, inshallah!

    Que a paz e as bênçãos de Allah estejam com todos os Seus Profetas, Mensageiros e awliya.

    Assalamo alaikum wa rahmatullahi ta’ala wa barakatuh, caros leitores. O livro que têm em mãos traz uma explicação extremamente sensível da nossa aquidatul islamiya, crença islâmica.

    O autor deste, Shaikh Osman Nuri Topbas, quem Allah me concedeu o imenso prazer de conhecer pessoalmente e acompanhar algumas de suas aulas, é um dos sábios islâmicos, ulemá, de nossa era. Seu conhecimento em sharia é profundo e sua espiritualidade refinada, o que faz com que seus livros sejam repletos de ensinamentos essenciais à vida do muslim, porém de fácil assimilação e compreensão.

    Que a luz do conhecimento que encerra este livro ilumine nossos corações e que, inshallah, possamos aperfeiçoar nossos atos de adoração, ‘ibadaat e melhorar nossa convivência social; atingindo assim a perfeição na prática da religião de Allah.

    Rogo a Allah, subhanahu, que permita que esta tradução esteja à altura de tão elevado trabalho.

    Amin!

    Letícia Gouvêa

    Damasco, Síria, 28 safar, 1431H

    Islam, Sua Natureza Sublime

    Allah, não existe deus senão Ele. D’Ele são os mais belos nomes

    (Ta-Há 20:8)

    Ao largo da história da humanidade todas as religiões, a primeira das quais foi revelada a Adão (Adam) (as), foram, em sua essência, idênticas.

    As únicas mudanças foram relativas às leis sociais já que as comunidades humanas têm se transformado constantemente; mas, em nenhum caso essas mudanças afetaram a essência das mensagens.

    Portanto, todas as religiões reveladas desde Adão (Adam) (as), quem foi o primeiro ser humano e o primeiro Profeta, até o último Profeta, Muhammad (saws) são, no fundo, essencialmente iguais. Foi-nos transmitido por Abu Huraira:

    "Ouvi o Mensageiro de Allah (saws) quando disse:

    ‘Estou mais próximo que qualquer um do filho de Mariam e todos os profetas são primos carnais e não houve nenhum profeta entre mim e ele’." (Bukhari, vol 4, livro 55, 651)

    Por conseguinte é incorreto pensar que Islam é somente o Qur’an já que contém todas as religiões reveladas por Allah. Certamente a palavra ‘religião’ significa ‘em sua forma original’, anterior à adulteração sofrida pelos homens. O Qur’an confirma no seguinte versículo:

    Por certo, a religião, perante Allah, é o Islam. E aqueles aos quais fora concedido o Livro, não discrepam senão após a ciência haver-lhes chegado,movidos por agressividade entre eles. E quem renega os sinais de Allah, por certo, Allah é Destro no ajuste de contas. (Imran 3:19)

    Este verso demonstra também que o Islam é a única solução para os problemas da humanidade. Referimo-nos aqui à declaração corânica que é a salvação tanto deste mundo como do próximo.

    E quem busca outra religião que não o Islam, ela não será aceita, e ele, na derradeira vida será dos perdedores. (Imran 3:85)

    Assim, Islam é a religião que tem sido repetidamente revelada desde Adão (as) até o último dos profetas, Muhammad (saws), e há sido aperfeiçoada nas etapas da história humana, encontrando sua forma mais perfeita no Qur’an.

    Dois princípios resumem a base do Islam:

    A fé (iman), crer firmemente nos cinco pilares do Islam;

    As boas ações (‘amal as-salih), fazer, de bom grado, todas as boas ações ordenadas por Allah.

    O Islam praticado sob estes princípios organiza nossa vida, pensamento e comportamento de uma maneira equilibrada, formando um caminho que leva o crente até Allah porque conecta a lógica, o ouvido, a língua e o coração com a luz Divina. Se a beleza do Islam recai sobre uma rocha, esta se converterá em terra fértil.

    Do mesmo modo, os corações daqueles que dão as costas ao Islam se convertem em rochas e somente o Islam lhes pode abrandar e curar.

    O Islam aperfeiçoa tanto a vida intelectual quanto a cotidiana dos seres humanos e os leva da escuridão à luz. Os que abraçam o Islam desde o estado mais baixo se elevam até o ápice. O Islam tem a capacidade de transformar um ser humano comum em um homem perfeito, devolvendo a sua forma original de criação.

    O Islam oferece a proteção da guia estendida por Allah à humanidade. Os que se submetem se elevarão acima de sua mortalidade e alcançarão o elixir da imortalidade. Allah sujeitou todos os profetas, pela obediência a Allah, a uma única condição: Quando lhes disse: ‘submete-os! Cada um deles disse: ‘submetemo-nos ao Senhor dos mundos.’.

    Com respeito ao grande Profeta Abraão (as) esta realidade está declarada no Qur’an:

    Quando seu Senhor lhe disse: submete-te! Disse: Submeto-me ao Senhor dos mundos. (Baqara 2:131)

    Esta submissão se alcança ao experimentar a aproximação a Allah através da menção de Seus Nomes. Efetivamente, o objetivo de todas as formas de adoração é a aproximação a Allah, Seu conhecimento e Seu amor.

    Um homem estava falando em uma mesquita acerca da morte e suas conseqüências.

    Explicava que uma vez mortos seremos perguntados:

    Como viveste tua vida? Em que gastaste tua riqueza e saúde? Puseste em prática teus conhecimentos? Seguiste o ordenado e abstiveste do proibido?.

    Falava de todos os detalhes sem chegar à essência. Entre os presentes estava o grande mestre sufi Shibli, quem disse para recordá-lo:

    "Esqueceste da pergunta mais importante quer nos farão no outro mundo. Quando nos encontrarmos diante Allah nos será perguntado: ‘Ó meus servos! Estive convosco a cada momento, em que companhia estivestes?’.

    Com esta forma e nível de respeito como base Islam significa uma forma de vida que nos faz sentir, em todo momento, a presença de Allah:

    ...e Ele é convosco onde quer que estejais. (Hadid 57:4)

    O bem estar da terra e do céu depende de nossa obediência a Allah. Se esta falta a ira de Allah recai sobre nós.

    A corrupção apareceu, na terra e no mar, pelo que as mãos dos homens cometeram a fim d’Ele fazê-los experimentar parte do que fizeram e para que pudessem retornar. (Rum 30:41)

    O que significa este verso é que o abandono do Islam causa corrupção na harmonia e ordem da natureza. As catástrofes naturais se percebem neste contexto como uma advertência da necessidade de retornar ao caminho do Islam.

    As pessoas que detêm o conhecimento podem perceber a diferença entre o Criador e Sua criação. Tais pessoas olham a forma externa enquanto percebem a interna; entendem a realidade deste mundo enquanto recordam do outro; observam o céu sem fim enquanto, constantemente se lembram do esplendor divino por detrás dele; conhecem suas debilidades enquanto servos e nunca deixam de se comportar como tais.

    Em suas viagens até o mundo eterno Allah lhes outorga muitos de Seus segredos divinos. Então o servo cai prostrado adorando seu Senhor. Deste modo se cumpre o propósito da criação e o servo obtém a felicidade eterna, segundo é dito no seguinte versículo do Qur’an:

    Então, a quem Allah deseja guiar, Ele lhe dilatará o peito para o Islam... (An’am 6:125)

    Não obstante o Qur’an segue dizendo que uma parte da criação volta as costas à misericórdia Divina:

    ...E a quem deseja desencaminhar, Ele lhe tornará o peito constrito, oprimido, como se se esforçasse para ascender ao céu. Assim Allah faz cair o tormento sob os que não crêem. (An’am 6:125)

    Portanto a salvação da humanidade só é possível com o Islam, tal como disse o Profeta (saws):

    O que aceita a Allah como seu Senhor, Islam como sua religião e Muhammad como seu profeta, e está satisfeito com ele, Allah lhe recompensará com o Paraíso. (Abu Dawud, salat: 36; Tirmidhi, salat: 42)

    A palavra Islam vem da raiz silm e Salam, quer dizer ‘paz, submissão, pureza e sinceridade’. O primeiro capítulo do Qur’an, Fatiha, resume a essência do Islam. Segundo o texto deste capítulo o objetivo do Islam é levar a humanidade até a generosidade de Allah e o cominha reto sem incorrer, em nenhum momento em Sua ira:

    "Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso.

    Louvor a Allah, o Senhor dos mundos.

    O Clemente, o Misericordioso.

    O Soberano do Dia do Juízo.

    Só a Ti adoramos e só a Ti imploramos ajuda.

    Guia-nos à senda reta.

    À senda dos que agraciaste; não à dos incursos em Tua ira e nem à dos desencaminhados." (Fatiha 1: 1-7)

    Assim, pois, Islam satisfaz da mesma maneira a necessidade da fé e da razão.

    Protege o homem de tudo aquilo que danifica sua vida e seus bens e faz o mesmo com a saúde das novas gerações. Os benefícios do Islam se podem resumir da seguinte maneira:

    - A fé mais refinada: Islam oferece o melhor sistema de fé e protege a honra do homem das crenças heréticas como, por exemplo, a adoração aos ídolos.

    - Islam nutre a alma do homem através dos atos de adoração: estes se dirigem tanto à alma quanto ao corpo, já que levar a cabo a religião requer ambos. Os que cumprem com as obrigações do Islam vivem paradisiacamente neste mundo.

    - É uma religião de misericórdia: Islam procura levar ao homem a felicidade e a misericórdia de Allah ainda que a maioria de seus atos mereça destruição e castigo. Allah, o Todo-Poderoso, anunciou que Sua misericórdia excede Sua ira.

    Transmitiu Abu Huraira:

    O Profeta disse: ‘Quando Allah terminou a criação, escreveu em Seu Livro – e escreveu sobre Si Mesmo e colocou junto a Ele: Na verdade Minha misericórdia sobre passa Minha ira.’ (Bukhari, vol 9, livro 93/51)

    A basmala que se menciona ao princípio de cada capítulo, leva os nomes de Allah que iluminam Seu atributo de misericórdia: Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso. Estes dois atributos se mencionam também no primeiro capítulo, em seu segundo verso: Louvor a Allah. Senhor dos mundos. O Clemente, O Misericordioso.

    Ar Rahman: clemente, misericordioso, compassivo. Por Sua misericórdia Allah nos ensinou o Qur’an:

    O Misericordioso. Ensinou o Qur’an (Rahman 55:1-2)

    Estes versos indicam também que o conteúdo do Qur’an é da mesma forma uma misericórdia para

    E fazemos descer, do Qur’an, o que é cura e misericórdia para os crentes. E, aos injustos, isto não acrescenta senão perdição. (Isra 17:82)

    Não somente o Qur’an é uma misericórdia para a humanidade. O é também o Profeta do Islam (saws) quem o transmitiu:

    E não te enviamos senão como misericórdia para os mundos. (Anbiya 21:107)

    Certamente esta realidade foi comprovada durante a vida do Profeta (saws), quem nunca maldisse aos que lhe perseguiam. Na cidade de Taif foi apedrejado e sangrava por causa das feridas. O anjo Gabriel então, veio a ele dizendo que poderia destruir os habitantes daquela cidade porque haviam-no maltratado daquela forma. O Profeta (saws) recusou e respondeu:

    Não, não quero tal coisa. Sou o Profeta da misericórdia.

    Continuando suplicou a Allah que os guiasse e desse-os bem estar. Podemos concluir que o primeiro fruto do Islam é o bem-estar.

    Os amigos de Allah que seguiram esta regra de ouro resumiram a subordinação a Allah em dois princípios:

    Ta’zim li amrillah: cumprir com os mandatos de Allah com total reverência.

    Shafkat li halqillah: mostrar-se misericordioso com a criação de Allah.

    Islam é a religião da racionalidade: Ainda que não seja um produto da inteligência humana nem da razão, ambos, quer dizer, religião e lógica, são dons procedentes do Criador e, portanto não há nenhuma razão para que se excluam mutuamente. O Islam guia a mente humana até estados mais benéficos e produtivos que lhe permitam levar uma vida equilibrada sem chegar aos extremos.

    Outra forma de dizer é que a racionalidade do homem encontra sua plena expressão na crença na unidade de Allah, Quem nos recomenda, em muitos versos do Qur’an, usar nossa lógica e faculdade da razão: Afa La ta’qilun?, e não vais raciocinar?

    O Profeta também nos convida a utilizar nossa mente e refletir sobre a proposta da vida. Comparando a recompensa da adoração com a da reflexão diz:

    Uma hora de reflexão tem mais valor que sessenta anos de adoração. A mente humana foi criada como um veículo para guiar o homem até Allah. É um intérprete das realidades Divinas.

    Islam é uma religião de amor: a mera razão não é suficiente para guiar o homem até a realidade Divina nem até Allah. Ao contrário, pode levá-lo a um mar de dúvidas. Portanto é necessário que a razão esteja sob domínio e da luz do amor. Rumi disse:

    O que tem a bênção de estar familiarizado com os mistérios espirituais sabe que a inteligência é de Iblis (Satã) enquanto o amor é de Allah.

    (Masnawi III, 1402)

    Aqueles indivíduos, como os filósofos, que dependem da inteligência como seu guia se convertem em escravo dos sentidos. Servem ao que seus olhos vêem e ao que seus ouvidos ouvem sem se lembrarem do oculto.

    A razão pode conhecer a Allah através do amor, enquanto que isolada é meramente um instrumento para que o amor possa chegar ao Criador. O amor pressupõe o sacrifício. Um crente que ama a seu Senhor pode dar sua vida no caminho de Allah. Os companheiros do Profeta (saws) sacrificaram tudo no caminho de Allah e de Seu Profeta por isso alcançaram o grau mais elevado na história da humanidade. Imediatamente respondiam quando o Profeta (saws) lhes pedia algo:

    Que sejam sacrificados por ti meu pai e minha mãe.

    Daí que o Islam é a religião do coração mais que meramente uma religião da razão e que, acima de tudo tenta chegar ao coração do homem. Também é a religião do equilíbrio: o aspecto fundamental do Islam está no fato de que implica equilíbrio entre os dois mundos. Da mesma maneira que Allah criou o universo em completa harmonia e ordem, o Islam proporciona o caminho equilibrado para a vida do homem.

    O Islam traz o equilíbrio entre este e o próximo mundo, o corpo e a alma, o homem e a mulher, os pobres e os ricos, o governante e os governados e também entre a matéria e o espírito. O Islam transformou esses aparentes opostos em complementos.

    O Islam não ignora, tampouco sacrifica o outro mundo por este ou o corpo pelo espírito. O Islam elimina o conflito entre eles e estabelece em seu lugar harmonia. Com estas asas o homem pode voar até os mundos mais elevados.

    Islam é a religião do conhecimento e da sabedoria: não é uma religião apta para os ignorantes. Pelo contrário, é a última, perfeita, religião que desceu para lutar contra a ignorância. Por isso, o Qur’an afirma que o conhecimento é a condição mais importante para ser um crente correto e valoroso.

    ...Apenas os sábios receiam a Allah, dentre Seus servos. Por certo Allah é Todo-Poderoso, Perdoador. (Fatir 35:28)

    O Profeta Muhammad (saws) disse: A superioridade de um homem de conhecimento sobre um adorador é como minha superioridade sobre o que ocupa o lugar mais b(Muwatta, alHulk:7)aixo entre vós. (Abu Dawud, ilm:1)

    Não obstante, Islam é um conhecimento com sabedoria sem a qual o conhecimento traz à humanidade mais dano que benefício. Por exemplo, o conhecimento da medicina sem sabedoria pode ser utilizado para matar e não curar. Neste sentido o Profeta (saws) avisa: aquele que aumenta seu conhecimento sem aumentar sua austeridade e temor a Allah se afasta d’Ele. (Kanz Al-Iran:62)

    Islam é a religião de mais elevada moralidade: o homem constituí o ápice da criação. É o representante de Allah na terra, aquele quem Allah criou do barro e soprou-lhe o espírito. O Qur’an chama nossa atenção sobre esse feito e nos exorta a proteger nossas almas de nossos desejos baixos. Aconselha-nos a purificá-las dos vícios e alcançar a Allah com um coração puro. O Profeta Muhammad (saws) é melhor exemplo de alguém que alcançou este grande objetivo e se elevou até o cume da moralidade. Chegou a dizer que um dos propósitos da profecia é de estabelecer o melhor exemplo da moralidade:

    ...em verdade fui enviado para aperfeiçoar o comportamento humano.

    O Qur’an confirma este dito e exalta o seguinte versículo:

    E, por certo, és de magnífica moralidade. (Qalam 68:4)

    Os companheiros do Profeta (saws) eram testemunhas oculares de sua timidez. Era mais tímido que uma jovem casta. Para clarear o significado da timidez (como algo vindo de Allah) disse:

    A timidez e a fé caminham lado a lado. Se uma deixa (o homem), a outra lhe segue. (Suyuti, Jamius’ Saghir I:53)

    As palavras de Jalaluddin Rumi que seguem a continuação indicam a importância da haya, quer dizer o sentimento da timidez quando se comete uma ação errônea em relação à fé:

    "Perguntei a minha mente ‘que é a fé?’ Minha mente respondeu ao meu coração: ‘a fé não é outra coisa que não a boa conduta (adab), assim os que não a têm estarão muito longe da misericórdia de Allah."

    Islam é a religião da bondade e da boa conduta: segundo o Profeta (saws), a bondade, aquilo que muita gente não dá importância adequada, terá muito peso no Dia do Juízo. O Profeta (saws), cujo exemplo é o melhor em todos os aspectos da vida, também nos deixou o exemplo da bondade. Quando um de seus companheiros cometia algum erro, ele o corrigia sem o menor insulto. Ao invés de falar diretamente ao culpado, falava em público:

    O que ocorreu é que foi visto algumas pessoas fazem tal coisa. Introduzindo o assunto desta maneira encobria a responsabilidade do indivíduo.

    Islam é a religião da justiça: um dos conceitos mais fundamentais que o Islam enfatiza, em muitas ocasiões, é o conceito da justiça e da lei. Segundo o Islam a associação de Allah com outros deuses constitui em um erro mais grave que violar os direitos dos demais. Durante o pior período de sua enfermidade - a qual o levou à morte, o Profeta (saws) reiterou o significado do respeito aos direitos dos demais, indo à mesquita e perguntando se alguém tinha algum direito sobre ele que ainda não houvesse sido satisfeito. Disse:

    "Ó companheiros! Se tomei, por erro, algo que não fosse meu dentre vossas propriedades, eis aqui as minhas, tomem para vós o que vos pertença. Se tomei algum de vós por

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