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A história ainda vai a meio
A história ainda vai a meio
A história ainda vai a meio
E-book143 páginas1 hora

A história ainda vai a meio

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Sobre este e-book

Isto é uma carta para ti, meu amor. Quem te escreve sou eu enquanto falas comigo sobre outra coisa que em nada tem a ver. Desculpa-me. Perdoa-me. Não sei se te amo.
Não sei se o que sinto por ti é atração. É paixão. É amor ou ódio de te perder. É não saber o que fazer com tanto amor e depositar em ti a ideia de minha amada. É saber que vou morrer sozinho, mas ficar perturbado e vir a correr para os teus braços. Não sei se é a ideia de acabar sozinho. Não sei sequer se é a ideia que alguém como tu acabe sozinha. Não sei se é da tua beleza. Se é da tua estranheza. Ou se é da minha. Não sei se é uma vitória ou uma derrota. Não sei se te estou a prender a ti ou tu a mim. Não sei qual de nós é o mais livre. Não sei se és boa de mais para mim ou eu bom demais para ti. Não sei sequer se me amas. Não sei se é dos teus olhos ou da ausência deles. Não sei se é da proximidade ou da antítese. Não sei se é amor. Não te conheço, sabes? Acho que não te conheço. E acho que tu não me conheces. Porque sim, é necessária uma atração interior. Mas eu preciso de te ver. Oh! Se preciso!

Um incrível romance de Miguel Ricardo Simões que promete comprometer os mais cépticos a sentimentos mais profundos através de sua escrita arrebatadora.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de set. de 2017
ISBN9781386990659
A história ainda vai a meio

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    A história ainda vai a meio - Miguel Ricardo Simões

    A história ainda vai a meio

    ou

    Nem todos os monstros são maus

    de

    Miguel Ricardo Simões

    Agradecimentos:

    Quero agradecer a quem dispensou do seu tempo para ler este livro. É por si e para si que escrevo.

    Quero também agradecer aos meus pais e à minha irmã. A toda a minha família num todo. Aos meus amigos.

    Um agradecimento especial à minha avó. Este livro é teu.

    Um agradecimento especial ao Vara pela força incrível que sempre teve e que sempre terá.

    E para terminar, um agradecimento especial a esta pessoa que nunca irá ler este livro, mas ele foi escrito para ela, a história ainda vai a meio porque ainda mal comecei, e nem todos os monstros são maus porque ela ensinou-me a não ser tão monstruoso como era. Obrigado a ti que nunca lerás isto.

    Amores (poemas):

    A uma passante:

    A rua em torno era um frenético alarido.

    Toda de luto, alta e sutil, dor majestosa,

    Uma mulher passou, com sua mão suntuosa

    Erguendo e sacudindo a barra do vestido.

    Pernas de estátua, era-lhe a imagem nobre e fina.

    Qual bizarro basbaque, afoito eu lhe bebia

    No olhar, céu lívido onde aflora a ventania,

    A doçura que envolve e o prazer que assassina.

    Que luz... e a noite após! – Efêmera beldade

    Cujos olhos me fazem nascer outra vez,

    Não mais hei de te ver senão na eternidade?

    Longe daqui! tarde demais! nunca talvez!

    Pois de ti já me fui, de mim tu já fugiste,

    Tu que eu teria amado, ó tu que bem o viste!

    BAUDELAIRE, Charles. As flores do mal. Tradução, introdução e notas de Ivan

    Junqueira. Edição biligue. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

    Lua:

    Não volto a dizer que te amo até à lua

    Pois da lua até aqui é pouco

    Teria de dizer que me pertences nua

    Juntar-se-á Vénus a Ares louco

    Escondem-se os poderes de um feitiço macabro

    De um lado inacabado para proteger a Terra

    Eu julgo saber que é amor que a lua sente por nós

    E nesse amor a minha visão ficou perplexa

    Paixão:

    Estou apaixonado

    E faço disso caso

    Não vá eu desvanecer no infinito

    Procurando um destino

    E querendo o melhor de mim

    E querendo o melhor de ti

    Acabo revelando o pior de nós

    E enfim sós, onde a sós com a lua

    Uma dúvida em nossas mentes perpétua

    Quem és e o que queres fazer da vida?

    Sou eu que te paro ou és tu que queres andar ao meu ritmo?

    És tu a mais bela donzela ou espero pelo amanha?

    Esperei então e numa tentativa vã de piorar a situação

    De descrever a experiência como ilusão

    Eis que acabo deitado ao lado dela, chamo a isto paixão.

    Figura 1 - Photo by Francesco Mazzoli on Unsplash

    Olhos:

    Patenteio a sucinta arte de te amar

    Porque das poucas aves que cantam

    No momento de meu soslaio

    Lembro-me de momentos vagos

    E de propostas em aberto

    Que ou não quiseste aceitar

    Ou levavam a um destino incerto

    Como que um momento de revolta

    Vendo o futuro perspetivado à nossa volta

    Sinto-me um ser nefasto por tudo e por nada

    Se o nada é ter-te

    então tendo tudo, não tenho nada

    E perder a razão na confusão do quotidiano

    É mais fácil do que não ter razão para falar

    Dou de mim para algo tão leviano

    Que os poucos pássaros da rua pararam de cantar

    E se a cortina mudou de cor

    E se o mundo mudou de cor

    E se até a minha face mudou

    Porque fazes tu parte deste meu mundo?

    7 sois para 7 luas:

    Não sei por onde me levas,

    Leva-me para nem tu sabes onde

    Simplesmente te chamo princesa

    Simplesmente levanto voo

    Oh Ícaro, teu sol nasceu

    Umas sete vezes

    Teu sol sou eu

    Sobre orbita, Vénus em mim cresceu

    Não choro,

    Pois valentes homens em campos batalham

    Meus campos são caminhos

    Que para ti se espalham

    Quero-te, e sei que podia

    Entre ventos e sargentos

    Discutir à luz do dia

    Compassos sangrentos

    Descarnando a música da melancolia

    Suscetível:

    Suscetível a problemas

    E lágrimas cairão

    É inevitável

    Nesta nossa relação

    Mas abraço e acolho

    E se escolho não largo

    A verdade nos teus olhos

    Onde nado como no lago

    Olhos verdejantes

    De prado incontável

    Sempre prestável

    Deveras amável

    Mas hoje não,

    Hoje não houve entendimento

    Faz parte de nós

    E da nossa expressão

    Nem o expressamos

    Não precisamos

    Sabemos que somos

    E que para sempre ficamos

    Mas hoje foi diferente

    E pela primeira vez

    Quis desaparecer

    E abandona-la de vez.

    Que olhos:

    Que olhos são esses

    De tão grande vivacidade

    E de muito mais do que amizade

    Dizem sistematicamente não te amo

    Sem ser necessariamente verdade.

    Que olhos são esses

    Que de tão brilhante matéria se convertem

    E a expressão que expressam os outros advertem

    Um espelho de alma imaculada e sã

    Basta olhar para não encontrar ideia vã

    Que olhos são esses

    Que nem sei de que cor são

    Porque o que representam está para lá da paleta

    E se algum

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