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Liga ou não liga?
Liga ou não liga?
Liga ou não liga?
E-book77 páginas46 minutos

Liga ou não liga?

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Sobre este e-book

Alguma coisa estava errada. Jorginho vivia calado, ensimesmado e bastante misterioso. Seu comportamento atípico começava a intrigar a família Carrapatoso.
Mas o que poderia estar acontecendo com Jorginho? Estaria apaixonado por alguém do colégio? Quando sua irmã, Rita, decide investigar o caso, acaba tornando-se o cupido de uma história de amor. Para ajudar o irmão, Rita conta com a avó Alice, experiente leitora que se baseia na obra O Corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo, para falar das coisas do coração.
No final das contas, será que Jorginho conseguirá vencer o medo e a timidez e transformar seu amor platônico em realidade?
IdiomaPortuguês
Data de lançamento27 de fev. de 2015
ISBN9788506077306
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    Liga ou não liga? - Eliana Martins

    1

    Plano muito mal bolado

    O dia havia amanhecido horrível e com uma daquelas ventanias de virar varetas de guarda-chuva para cima.

    Enquanto escovava os dentes, ouvi meu pai, como sempre, esbravejando com o Jorginho. Também, meu irmão é o rei do atraso. Demora pra levantar, pra tomar café. Na maioria dos dias, a gente chega atrasado ao colégio e, por tabela, o papai no trabalho.

    Finalmente, o Jorginho apareceu na sala, com a mochila nas costas, acompanhado pelo Tchibum.

    – Até que enfim, hein! – resmungou meu pai. – Vamos indo! Vamos indo!

    Só deu tempo de a gente soltar uns beijos pra mamãe, e meu pai bateu a porta de casa.

    Meteu o pé no acelerador, e nunca chegamos tão rápido ao colégio.

    Naquela manhã o Jorginho me pareceu mais ansioso e desconectado que de costume. Logo que entramos no pátio central do colégio, ele deu um tremendo encontrão na pobre da Nina que fez todo o material dela se espalhar pelo chão. Um vexame.

    É claro que a Nina esperou que ele pelo menos a ajudasse a recolher tudo. Mas meu irmão ficou parado feito um poste, mudo feito uma estátua e branco feito cera.

    – Dá pra se mexer e me ajudar, Jorginho? – reclamou a Nina. Mas ele continuou parado feito um poste e mudo feito uma estátua.

    Ela recolheu todo o material sozinha e, se olhar matasse, naquela hora eu tinha ficado sem irmão.

    Tive muita pena do coitado, pois fazia tempo que eu desconfiava que ele era apaixonado pela Nina, mas não tinha coragem de se declarar.

    Só depois que a garota subiu para a classe foi que o Jorginho se mexeu do lugar, seguindo também para lá. O pior de tudo é que os dois eram da mesma sala. Já pensou ver todos os dias, bem do seu lado, a pessoa que você ama, e ela nem aí pra você? Agonia pura.

    Fiquei a manhã toda tentando entender o que havia acontecido e cheguei à conclusão de que o Jorginho tinha dado o encontrão na Nina de propósito. Decerto pensou que, quando ela derrubasse a cadernada toda no chão, ele pediria desculpas e se abaixaria para ajudá-la a recolher o material.

    De repente suas mãos se tocariam, eles trocariam olhares românticos, e a Nina, finalmente, entenderia que o Jorginho a amava. Então, ao som de sininhos, os dois seguiriam para a classe de mãos dadas. Piração completa.

    O meu pobre irmão só não contava ser acometido de paralisia total no seu plano muito mal bolado.

    Fora o fato de o Jorginho ser um atrasildo, é boa gente; além de ser meu irmão, claro. Senti que precisava dar uma mãozinha nesse caso de amor não correspondido.

    2

    Alvoroço à mesa do almoço

    Em geral, o Jorginho e eu pegamos carona com o papai só de manhã. Na hora do almoço, a gente volta de ônibus. Resultado: eu tenho que ficar esperando quarenta e cinco minutos pelo meu irmão.

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