Filipe: O Primeiro Evangelista da Igreja
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Sobre este e-book
Usando o seu já consagrado estilo leve e bem-humorado, Zibordi nos brinda com um estudo abrangente da vida de Filipe que tornou-se o protagonista do segundo capítulo da história da Igreja nascente ao realizar um feito inédito, depois do dia de Pentecostes: anunciar o evangelho aos samaritanos.
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Filipe - Ciro Sanches Zibordi
1ª Edição
Rio de Janeiro
2019
Todos os direitos reservados. Copyright © 2019 para a língua portuguesa da Casa Publicadora das Assembleias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina.
Preparação dos originais e revisão: Miquéias Nascimento
Capa e projeto gráfico: Elisangela Santos
Editoração: Elisangela Santos
CDD: 250 – Congregações cristãs, práticas e teologia pastoral
ISBN: 978-85-263-2002-4
As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Corrigida, edição de 1995, da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo indicação em contrário.
Para maiores informações sobre livros, revistas, periódicos e os últimos lançamentos da CPAD, visite nosso site: http://www.cpad.com.br
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Casa Publicadora das Assembleias de Deus
Av. Brasil, 34.401, Bangu, Rio de Janeiro – RJ
CEP 21.852-002
1ª edição: 2019
Ao irmão Ronaldo Rodrigues de Souza, que, há 30 anos — com o seu amor à evangelização e às missões transculturais —, motivou-me a fazer a obra de um evangelista.
Agradecimentos
Ao apresentar este quarto livro da série Pregadores da Bíblia ao público leitor, desejo reiterar meus agradecimentos a quem sempre participa, de uma maneira ou de outra, de meus projetos editoriais. Mas também quero mencionar com destaque as pessoas que, de modo específico, contribuíram para a preparação desta obra.
Começo pela Pessoa bendita do Senhor Jesus Cristo, que me salvou quando eu ainda era um adolescente e que me chamou para o santo ministério. Graças à sua capacitação, tenho trabalhado com muito afinco na área editorial; ou melhor, não eu, mas a graça de Deus comigo
(1 Co 15.10, ARA).
Em sua autobiografia, o evangelista Billy Graham (1918–2018) menciona várias vezes a vital contribuição de seus pais para seu ministério. Certa vez, surpreso com a abertura de diversas portas para estudar Teologia em Illinois, no norte dos Estados Unidos, descobriu que sua mãe, quatro anos antes, ouvira o ex-presidente da Faculdade Wheaton pregar em uma igreja de Charlotte. E, a partir de então, ela começou a orar para que seu filho tivesse a oportunidade de estudar ali (GRAHAM, 1998, p. 59–60).
Graham demonstra ser muito grato a seus pais, que despertaram nele o desejo de estudar a Bíblia, intercederam por ele sempre e, mesmo longe, acompanharam-no em todos os momentos. Da mesma forma, não posso deixar de glorificar a Deus, de modo especial, pela vida de meus pais: Célia Sanches Zibordi e Renato Zibordi (in memoriam), que fizeram o que podiam e não podiam para educar-me numa época de grandes dificuldades.
Ainda falando de minha família, não dá para mensurar a importância de Luciana, meu amor, minha companheira de todos os momentos, e Júlia, nossa princesa, para a conclusão de mais uma obra literária. Elas abrem mão de muitas coisas — e alegremente o fazem — para estar ao meu lado.
Sou profundamente grato ao amigo Ronaldo Rodrigues de Souza (diretor executivo da CPAD), a quem dedico esta obra, e ao irmão Miquéias Nascimento, profissional diligente responsável pelo copidesque e revisão da série Pregadores da Bíblia. Agradeço também a Hércules Carvalho Denobi, Paulo Lopes, Maurilo Gonçalves de Freitas, Jecer Goes, Gedeão Menezes e Daniel Acioli, homens que amam a obra missionária e cumprem cabalmente a Grande Comissão.
Três evangelistas já falecidos — porém vivos em meu coração — ajudaram-me através de suas mensagens e seus exemplos a formatar esta obra. O primeiro (já citado) é Billy Graham, promovido ao Céu em 2018. Ao ler e reler sua autobiografia, entendi o que significa, de fato, fazer a obra de um evangelista. O segundo é David Wilkerson (1931–2011), cujo trabalho evangelístico nas ruas de Nova York (Estados Unidos) tem sido retratado em livros, filmes, peças, etc.
O evangelista Valdir Nunes Bícego (1939–1998), que o Senhor arrebatou
, não para Gaza, e sim para a Glória, é o terceiro. Mais que uma inspiração para escrever cada livro, ele foi meu pastor e grande mentor, mesmo sem saber disso, possivelmente, pois praticamente não conversávamos. Esses três pregadores do evangelho deixaram um grande legado, mas Bícego, em especial, está para mim como Elias estava para Eliseu. Uma frase sua, da qual jamais me esqueci, é esta: Não é o título que faz a pessoa; é a pessoa que faz o título
.
Finalmente, não houve tempo de eu pedir a Antonio Gilberto que prefaciasse um dos livros desta série. No dia 30 de julho de 2018, aos 91 anos, o maior erudito que conheci, a despeito de ele mesmo nunca ter feito questão de dar-se a conhecer como tal, foi arrebatado
deste mundo. Dizer que ele é meu pai, meu mestre, meu pastor e meu amigo, como fiz em minhas mídias sociais, pode soar como uma tentativa de capitalizar
, de querer mostrar que éramos confidentes.
Para ser bem sincero, nunca me considerei muito íntimo desse ícone da Assembleia de Deus, mas tive o privilégio de trabalhar com ele na CPAD, onde almoçávamos juntos e caminhávamos após o almoço. Além disso, congregávamos na mesma igreja (Assembleia de Deus de Cordovil, no Rio de Janeiro-RJ), onde eu ouvia seus valiosos ensinamentos. Também viajei com ele algumas vezes e conversávamos com certa frequência por telefone, etc.
O que sou hoje devo em grande parte a Valdir Bícego e Antonio Gilberto. Sem dúvida, quanto ao segundo, quem uniu nossas almas foi o Senhor Jesus. Nossa amizade não resultou de um longo tempo de convivência. Foi o Senhor que tudo preparou! Ele uniu-nos antes mesmo de conhecermo-nos pessoalmente, quando eu, ainda na adolescência, lia em São Paulo o clássico A Bíblia Através dos Séculos (GILBERTO, 2003).
Desde então, esse servo de Deus passou a influenciar-me e continuaria fazendo isso houvesse o que houvesse. Entretanto, quis o Senhor fazer com que eu, durante certo período, sentisse-me como Timóteo aos pés de Paulo. E, como nosso Deus é Deus de vivos, e não de mortos (Mt 22.32), Valdir Bícego e Antonio Gilberto estão vivos em meu coração, embora tenham mudado de residência. Louvado seja Deus pela vida desses arautos pentecostais! Aliás, acrescentei seus nomes à minha galeria dos heróis da fé.
Quando leio sobre os feitos de Enoque, Noé, Abraão, Davi, Samuel, João Batista, os apóstolos, Estêvão, Filipe, etc., com alegria lembro-me também dos atos de Valdir Bícego e Antonio Gilberto! Somente a eternidade revelará a importância desses homens segundo o coração de Deus — dos quais o mundo não era digno
(Hb 11.38) — para o ministério que me outorgou Ele. Ver-nos-emos, ver-nos-emos, ver-nos-emos na terra divinal; ver-nos-emos, ver-nos-emos, ver-nos-emos junto ao rio sem igual
(hino 215 da Harpa Cristã).
Prefácio
Sabem, meus amigos, estou em meu trigésimo ano neste púlpito [...]. É mais emocionante para mim esta noite do que quando vim para cá em 1938", declarou D. Martin Lloyd-Jones (1899–1981), ao completar 30 anos como expoente das Escrituras na Capela de Westminster, em Londres, Inglaterra (LLOYD-JONES, 2007, p. 65). Permita-me parafrasear esse célebre pregador. Estou em meu vigésimo quinto ano como articulista e escritor. E é mais emocionante escrever agora do que no fim do século XX, quando tudo começou.
Em 1992, eu era um jovem presbítero na Assembleia de Deus da cidade de São Paulo e dirigia um ponto de pregação ligado ao setor da Lapa, sob a supervisão do saudoso pastor Valdir Nunes Bícego. Recém-formado em Teologia pela Escola Teológica Pastor Cícero Canuto de Lima (hoje, Faculdade Evangélica de São Paulo), fui convidado para atuar como professor-assistente. E, no ano seguinte, com a transferência do professor-titular, irmão Ronaldo Rodrigues de Souza, para o Rio de Janeiro, assumi a cadeira de evangelismo e missiologia.
Numa certa madrugada, perdi o sono e senti-me impulsionado a escrever um texto sobre as matérias que lecionava. À época, vinha-me aprimorando na arte de escrever; havia interesse de minha parte em produzir textos de qualidade, especialmente para os alunos do seminário. Até então, não havia pensado que aquele modesto trabalho, escrito sem nenhuma pretensão, pudesse ser publicado no jornal Mensageiro da Paz, órgão oficial das Assembleias de Deus!
Assim que escrevi e revisei o texto, minha intenção era, no máximo, apresentá-lo à redatora de um pequeno jornal da igreja. Porém, tudo mudou em um culto destinado à instrução dos obreiros na Assembleia de Deus da Lapa, em São Paulo. Quando eu cheguei àquela reunião numa gélida segunda-feira (dia 26 de julho de 1993), o pastor Valdir Bícego já estava pregando.
O templo estava com lotação máxima: cerca de 800 pessoas. Nunca gostei de participar do culto na galeria, mas, em razão do grande congestionamento que havia enfrentado, não tive alternativa a não ser assentar-me bem espremido entre alguns irmãos que não paravam de conversar.
Deus surpreendeu-me naquela noite! Enquanto discorria sobre os dons que o Espírito Santo dá aos servos do Senhor e a chamada divina, o pastor Valdir Bícego apontou na direção da galeria e disse: Deus, nesses dias, tem chamado algumas pessoas para pregar, ensinar e, também, escrever. Você, irmão, que recebeu do Senhor essa chamada específica, esse dom para escrever, mande o artigo para o Mensageiro da Paz
.
Num primeiro momento, pensei que esse pastor, mestre e evangelista estivesse falando de maneira geral, e não diretamente a mim. No entanto, como eu estava com o mencionado texto dentro da minha pasta, fui-me convencendo aos poucos de que Deus falara comigo de modo profético. E, naquela mesma semana, ainda inseguro, criei coragem de encaminhar o artigo à redação da CPAD, exatamente no dia 29 de julho de 1993.
O tempo passou, e acabei-me esquecendo do ocorrido, pois não havia mesmo uma grande expectativa quanto à publicação de um texto de minha autoria em um jornal tão importante! Quem era eu para acreditar que isso pudesse acontecer? Todavia, num determinado sábado em que eu estava muito desgastado após lecionar seis aulas seguidas, visitei a livraria da CPAD no bairro do Belenzinho, em São Paulo.
Ao entrar nessa loja, avistei o Mensageiro da Paz e comecei a ler suas manchetes. Um dos artigos despertou minha atenção, pois tinha tudo a ver com evangelismo e missiologia: Adestrando pescadores de homens
. Naquele momento, não passou pela minha mente que pudesse ser meu texto, pois o título que lhe dera era diferente. No entanto, ao conferir a última página desse jornal, meu coração disparou. Lá estava o meu nome!
Por graça de Deus, desde então, tenho escrito muitos artigos, comentários de Escola Bíblica Dominical para juvenis e adolescentes, prefácios, apresentações e, especialmente, livros. Mas a alegria que senti ao ver o meu nome pela primeira vez no Mensageiro da Paz não pode ser comparada a nenhuma outra! Foi ali que Deus confirmou minha chamada para propagar sua Palavra por meio da escrita.
Ao longo dessas quase três décadas, tive o privilégio de escrever dezenas de artigos em todos os veículos de comunicação da CPAD. De 1997 a 1999, assinei a coluna Nosso tempo
da revista mensal Seara. E, nesse período, foram 30 artigos publicados. Em 1999, fui convidado a escrever Lições Bíblicas para juvenis e adolescentes. E, a partir de 2003, comecei a escrever livros.
Os dois primeiros destinaram-se a jovens e adolescentes: Perguntas Intrigantes que os Jovens Costumam Fazer (2003) e Adolescentes S/A: coisas que rapazes e moças precisam saber (2004). Em seguida, por direção divina, iniciei uma série sobre a pregação e o pregador. O primeiro, Erros que os Pregadores Devem Evitar (2005), para a glória do Senhor, foi o livro mais vendido da CPAD no ano de seu lançamento e tornou-se um best-seller.
Depois vieram: Evangelhos que Paulo Jamais Pregaria (2006), Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar (2007), a unidade de Escatologia em Teologia Sistemática Pentecostal (2008), Erros que os Adoradores Devem Evitar (2010), Erros Escatológicos que os Pregadores Devem Evitar (2012) e Procuram-se Pregadores como Paulo (2015). E, em 2018, ao completar 25 anos como articulista e escritor, Deus presenteou-me com o privilégio de escrever a série Pregadores da Bíblia.
O primeiro livro da presente série é: João Batista: o Pregador Politicamente Incorreto. O segundo, Estêvão: o Primeiro Apologista do Evangelho. O terceiro, Pedro: o Primeiro Pregador Pentecostal. E, neste quarto, que o leitor tem em mãos — Filipe: o Primeiro Evangelista da Igreja —, mantenho o propósito inicial de conectar pregadores bíblicos com o nosso tempo, a fim de incentivar a nova geração de pregadores especialmente a ter compromisso com