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Histórias a quatro mãos
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E-book81 páginas59 minutos

Histórias a quatro mãos

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Sobre este e-book

Ler o livro de contos Histórias a quatro mãos, de dois críticos de obras de literatura, Lacy Guaraciaba Machado e Divino José Pinto é como percorrer e recuperar trilhas conhecidas de nossa infância, de nossas cidades do interior, de nossos cotidianos familiares, os nossos sonhos de liberdade, e, por fim, viajar por paisagens de nossa própria memória.
Comecei a leitura dos contos e, em poucos segundos, me vi imersa na vida de muitas famílias brasileiras, em lugares comuns de nossas cidades, em fatos que se repetem no dia a dia de todos nós.
As narrativas tematizam os aprendizados que a vida simples dos lares e da pequena cidade fizeram, no passado, a consciência histórica do presente de homens e de mulheres que reconhecem que a luta diária contra a opressão e o abandono do indivíduo na sociedade continua, agora na forma de discurso-arte.
[...]

Maria Aparecida Rodrigues
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de ago. de 2020
ISBN9786586148848
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    Histórias a quatro mãos - Lacy Guaraciaba Machado

    Lacy Guaraciaba Machado

    Histórias a

    quatro mãos

    Goiânia-GO

    Kelps, 2020

    Copyright © 2020 by Lacy Guaraciaba Machado

    Editora Kelps

    Rua 19 nº 100 – St. Marechal Rondon

    CEP 74.560-460 – Goiânia-GO

    Fone: (62) 3211-1616

    E-mail: kelps@kelps.com.br

    homepage: www.kelps.com.br

    Capa

    Frei Nazareno Confaloni

    Pintura ao óleo sobre tecido – 1973

    Obra registrada no raisonné do artista

    Preparação de originais

    Gabriela Azeredo Santos

    Programação Visual

    Victor Marques

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP

    BIBLIOTECA MUNICIPAL MARIETA TELLES MACHADO

    DIREITOS RESERVADOS

    É proibida a reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer meio, sem a autorização prévia e por escrito da autora. A violação dos Direitos Autorais (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

    Impresso no Brasil

    Printed in Brazil

    2020

    Aos nossos colegas e alunos do

    curso de Letras da PUC - Goiás.

    E minhas mãos são agora

    as asas da ave escura

    que fugindo à ventania

    acolheu-se em minha face.

    [...]

    Há sombras que passam, fantasmas que vão,

    que vêm, que choram, que riem, que me beijam...

    Há um livro aberto

    Na minha mesa:

    [...]

    e você, meu Anjo-da-Guarda,

    nunca me disse seu nome,

    pra eu fazer um poeminha pra você.

    Jorge de Lima

    Sumário

    A terceira margem: do imaginário artístico e das memórias perdidas (Maria Aparecida Rodrigues)

    Dedilhando (Divino José Pinto / Lacy Guaraciaba Machado)

    PARTE 1 – Lacy Guaraciaba Machado

    Des(a)fio

    Sonho interrompido

    Nisso acredito

    De(s)amparo

    Des(pre)tensão

    (Des)verdades

    Sonhos solitários

    PARTE 2 – Divino José Pinto

    Duas cenas, um cenário

    Dia de eleição

    Desilusão

    Visita

    A noiva mal assombrada

    Cachorro louco

    Três momentos

    SOBRE A AUTORA

    A terceira margem: do imaginário

    artístico e das memórias perdidas

    Ler o livro de contos Histórias a quatro mãos, de dois críticos de obras de literatura, Lacy Guaraciaba Machado e Divino José Pinto é como percorrer e recuperar trilhas conhecidas de nossa infância, de nossas cidades do interior, de nossos cotidianos familiares, os nossos sonhos de liberdade, e, por fim, viajar por paisagens de nossa própria memória.

    Comecei a leitura dos contos e, em poucos segundos, me vi imersa na vida de muitas famílias brasileiras, em lugares comuns de nossas cidades, em fatos que se repetem no dia a dia de todos nós.

    As narrativas tematizam os aprendizados que a vida simples dos lares e da pequena cidade fizeram, no passado, a consciência histórica do presente de homens e de mulheres que reconhecem que a luta diária contra a opressão e o abandono do indivíduo na sociedade continua, agora na forma de discurso-arte.

    Nos contos de Divino José, o leitor acompanha as buscas do narrador, sua viagem pelo passado, suas descobertas e revelações, e sente-se maravilhado com a possibilidade de resgatar o próprio tempo perdido, lendo e relendo as páginas passadas sob novos e surpreendentes ângulos, semelhante aos fragmentos do conto Duas cenas: um cenário:

    Do alto daquela casca de arroz, me lembro, podíamos avistar muito longe, lá onde a estrada ficava estreita e desaparecia feito cobra, no mato [...]. Lá sim, os carros eram pequenos, a poeira, a fumaça, o barulho quase inexistiam. E nossos olhos se deleitavam naquela paisagem que vinha abraçar as ruas da cidade, [...] (PINTO, p. 55).

    O leitor segue os fios tecidos que recuperam o sentido de tudo que as personagens viveram e, nele, o leitor vê o reflexo de sua própria existência. Não se trata de regressar ao passado, o que é impossível, pois o contar passa a instrumento de reconstrução do mundo. O contar põe em cena fatos reais, cuja significação depende do que deles se apreende.

    As narrativas de Lacy tematizam o encontro: da família, dos indivíduos, da mulher, e elabora, disfarçadamente, uma crítica ácida ao abandono dos filhos e das mulheres pelo pai e pelo marido, levando o leitor a refletir sobre um paternalismo sem causa e sem razão de ser. A voz feminina reina com força total e explora a necessária busca da liberdade da mulher, prisioneira do discurso opressor da imagem do pai e repressor de sua liberdade física íntima, como no trecho do conto Des(a)fio:

    Você sabe que uma quarentona assim, perdida de intimidades esquecidas, sente-se vigiada se não esqueceu o doce hábito de amar, imbuída de desejos incertos [...]. Meu avesso foi mostrado. [...]. Como esquecer ali a minha intimidade? (MACHADO, p. 26-27).

    No entanto, o desejo de liberdade não pressupõe perder os elos que constituem o encontro, embora pressuponha a marca da opressão à sexualidade feminina. O eu e o outro formam o uno. São contos que procuram representar o cotidiano feminino do século XXI.

    Nos dois casos, a memória é meio e fim da leitura. Lacy cria o elemento surpresa pela recorrência discursiva e recupera os ditos populares sob

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