Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Atlântida – O Continente Desaparecido - Crônicas, Contos E Lendas
Atlântida – O Continente Desaparecido - Crônicas, Contos E Lendas
Atlântida – O Continente Desaparecido - Crônicas, Contos E Lendas
E-book192 páginas3 horas

Atlântida – O Continente Desaparecido - Crônicas, Contos E Lendas

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

O livro pretende apresentar uma leitura agradável de diversidades das crônicas cotidianas , contos engraçados e românticos e as lendas brasileiras e de outros países. Ressalta-se também um empoderamento da mulher com tanto merecimento.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de mar. de 2023
Atlântida – O Continente Desaparecido - Crônicas, Contos E Lendas

Relacionado a Atlântida – O Continente Desaparecido - Crônicas, Contos E Lendas

Ebooks relacionados

Arte para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Atlântida – O Continente Desaparecido - Crônicas, Contos E Lendas

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Atlântida – O Continente Desaparecido - Crônicas, Contos E Lendas - Antonio De Sousa


    Atlântida

    O continente desaparecido

    Crônicas, Contos e Lendas

    Antonio Sousa


    Projeto Gráfico e capa: Brenda Stefanny Ramos de Souza

    Revisão: Diva Ferlin


    PREFÁCIO

             O ser humano tem necessidade de se comunicar. E desde que inventaram a escrita, as pessoas mandam cartas para a família, para a(o) namorada(o), cartas comerciais etc. Mais atualmente mensagens em redes sociais como: facebook, Instagram e por mensagens curtas e rápidas como, WhatsApp, são mais usadas nos dias de hoje.

             Mas, sabemos que, muitas vezes, escrevemos uma carta e depois não a enviamos. Ou porque nos arrependemos do que escrevemos ou até porque nos esquecemos de colocá-la no correio. É muito comum, especialmente nas noites de insônia, imaginarmos, arquitetamos escrever uma carta, escrever um conto e, depois de manhã, nada fazemos. Foi o que aconteceu com algumas cartas que fazem parte deste livro.

             Quando eu era jovem, fui convocado para o exército português em Angola, na época em que se desencadeou uma revolta contra a colonização e, por seis meses, fiquei no meio do mato acampado, na região norte do país, que era a mais afetada. Fazíamos incursões pelas fazendas, participei de tiroteios e vi coisas horripilantes que não cabe aqui descrever. O esquadrão de cavalaria motorizada ao qual eu pertencia era constituído por 130 homens, sendo trinta de apoio como cozinhas, escritório, segurança e os restantes de combate. Eu fazia parte do grupo de combate. Passávamos dois dias avançando pelas picadas abertas na floresta a golpes de facão, que o mato logo engolia, dificultando a deslocação. A cada dois dias recuamos e descansamos outros dois dias. Era nesses períodos monótonos e cinzentos, então com 22 anos, que me ocupava a escrever para o rádio clube do Bié, onde mantinha um programa semanal relatando os acontecimentos, ao qual atribui o nome CARTAS DO NORTE. Isto tudo para dizer que foi a partir daí que tomei o gosto em escrever e, ao longo da vida, sempre fui escrevendo. Poemas, crônicas para jornal e publiquei também um livro técnico Gerência Financeira Para Micro e Pequenas Empresas (de boa aceitação). Publiquei ainda um livro de poemas que intitulei Ocasos de Fogo e um livro de viagens, Caminhos do Mundo e da Vida, no qual descrevo a grande diversidade de cidades por onde passei.

             Pois então faltava agora este livro de contos, crônicas e lendas que fui colecionando, por me parecer de interessante leitura.

    Assim desejo.

    Crônica: A Pandemia

    " De repente, do riso fez-se o pranto... " (Vinicius). E foi assim, de repente o mundo virou de ponta cabeça. O que era alegria virou tristeza, o que era saudável, virou doença. Essa pandemia que avassala o mundo, trouxe para todos nós preocupações nunca imaginadas. As pessoas passaram a ficar reclusas, quando antes desfrutavam de alegria nas praias, nos jardins, na vida alegre ao ar livre. Vai marcar a História, este triste ano de 2020.

    Eram rodeios animados, no domínio do homem sobre o animal, bailes e baladas da juventude que se estendiam noite adentro até ao amanhecer, risos e algumas brigas, por que não? Até os mais idosos frequentavam os bailes da terceira idade, namoros que se fazem e desfazem, beijos proibidos e permitidos ou até solicitados, a luta por novos empregos, que traziam mais dinheiro para se poder ir às compras, ao shopping , passear, viajar, a alegria de viver e de sentir emoções, de alegria e de tristeza também, mas vivendo e participando do show  da vida. O convívio com a família aos domingos, as macarronadas, o churrasco na laje, as bebedeiras e as discussões, as brigas e as pazes, as críticas, os abraços, os passeios no parque, com as crianças correndo desenfreadas e alegres, caindo e se levantando, o choro e o riso.

    Ah! E a ida ao cinema e às casas de shows sempre lotadas, os teatros (só em São Paulo tem mais de 100 casas de teatro). Os musicais que estavam tanto na moda, os restaurantes de primeira categoria em São Paulo, como Fasano e Gero, onde se pagava uma nota, quem podia claro, mas sempre lotados. Saudade até dos botecos de esquina, com a cerveja de garrafa e uns salgadinhos, antes de ir para casa depois de um dia de trabalho.

    Lembranças dos bares do bairro boêmio da Vila Madalena em São Paulo ou da Lapa no Rio de Janeiro e tantas outras cidades que nos finais de semana, principalmente, fervilhavam e onde, às vezes, era difícil conseguir uma mesa. Lembrança dos alegres panelaços de críticas ao governo ou dos buzinaços de protesto, apanágio de uma democracia em que vivíamos.

    Enfim, lembramos da vida noturna tão atraente para quem trabalhou um dia inteiro, uma semana inteira, pensando, mas que nos permitia andar, sair, espairecer, desabafar, enfim... VIVER.

    Sentimo-nos abismados agora, ao contemplarmos, nos noticiários, o monstruoso número de mortes no país e no mundo afora, contaminados aos milhares atingindo já a casa de milhões e nós, enclausurados, olhando o mundo pela janela como se não fizéssemos parte dos seres vivos.

    Mas, revendo poemas antigos de Fernando Pessoa, parecia premonição dele, de que um dia aconteceria algo assim. Ele escreveu sob o título Depois de tudo :

    De tudo ficaram três coisas: a certeza de que estamos sempre a começar... A certeza de que é preciso continuar... A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar. Por isso devemos: Fazer da interrupção um caminho novo... Da queda, um passo de dança... Do medo, uma escada... do sonho, uma ponte... da procura, um encontro."

    O que temos agora afinal? A reclusão, as máscaras, que às vezes são até engraçadas, mas arrancam apenas um sorriso triste, não sair de casa, assistir na televisão o número de contaminados, o número de mortos, saber de um parente ou amigo que faleceu, viver enclausurados, com medo, tristes, espantados com os acontecimentos, grudados nas notícias da televisão, tristeza, tristeza... Vinicius de Moraes, há muito tempo atrás, refletiu isso neste poema que intitulou Soneto da Separação :

    "De repente do riso fez-se o pranto/ Silencioso e branco como a bruma/ E das bocas unidas fez-se a espuma/ E das mãos espalmadas fez-se o espanto/ De repente da calma fez-se o vento/ Que dos olhos desfez a última chama/ E da paixão fez-se o pressentimento/ E do momento imóvel fez-se o drama/ De repente não mais que de repente/ Fez-se de triste o que se fez amante/ E de sozinho o que se fez contente/ Fez-se da vida uma aventura errante/ De repente, não mais que de repente."

    Só nos resta esperar pela proteção Divina. (escrito em agosto de 2021).

    Conto: Uma linda Mulher

     pantanal. Com seus quilos bem distribuídos, era uma verdadeira modelo de desfile em passarela. Seu corpo torneado e perfeito arrancava nos homens suspiros de bem querer ou de desejo. Seus olhos meigos, ora penetrantes, ora doces, assemelhavam-se aos de uma felina pantera. Seu rosto lindo era emoldurado pelos cabelos pretos e ondulantes. Pareciam uma noite sem luar invocando amores não correspondidos, ou então a envolver numa doçura meiga de mil promessas de carinhos e carícias profundas. Seu corpo era esbelto, gracioso e, ao caminhar, flutuava, deslizando com a elegância de uma gazela africana, ou então se assemelhando a um belo cisne. Suas pernas eram longas e torneadas, podendo servir de inspiração para um artista que quisesse se aprimorar em esculpir as mais belas pernas do mundo.

    Precisamos acrescentar que era uma garota de vinte anos, na flor da juventude, com o viço próprio da idade, sem defeito, linda.

    Mas o tempo passou e, cinquenta anos depois, uma senhora de setenta anos contemplava com amargura as fotos daquela modelo que ela fora e provocando agora tristeza no seu rosto, antes tão belo, agora com sulcos profundos e olhos mortiços, não sendo nem uma pálida imagem da beleza de outrora, restando apenas um sorriso triste que o espelho lhe devolvia.

    LENDA: ATLÂNTIDA, O CONTINENTE DESAPARECIDO

             Arquipélago de nove ilhas pertencentes a Portugal, Açores situa-se a um terço de distância entre a Europa e a América do Norte.

             A lenda do arquipélago dos Açores perde-se na bruma dos tempos. Surgiu das erupções vulcânicas, ou representa os cumes da lendária Atlântida, o continente desaparecido? Lendas e tradições fazem a sua história. Seus filhos contemplam o mar, presos na sua meditação. Almas Cativas. Foi assim que Roberto de Mesquita intitulou seu livro de poemas.

             O que resta é a pátria açoriana. Terra, mar e céu. É como um navio ao longe que arranca um suspiro de solidão. Os montes esverdeados recortam-se no limite do horizonte, baço e opalino. No alto as nuvens que passam mensageiras do temporal que se avizinha, prenunciam as torrentes caudalosas.

             Seus filhos correm atrás das quimeras esquecidas na escura noite dos tempos, quando um clarão enorme iluminou a épica Atlântida, o continente misterioso que o oceano e o tempo engoliram, depois que os Deuses, desentendidos e despeitados fizeram tremer a terra. Saíram os mares do seu leito, confundiu-se a água e o fogo com fragor que rebentou pelos espaços sem fim, parecendo que o velho mundo desabava sobre os próprios alicerces.

             E quando Apolo se levantou na manhã seguinte, majestoso e indiferente do leito das águas, só o mar imenso, prateado e brilhante, se estendia onde fora a velha, civilizada e guerreira Atlântida. Com todas as suas babilônias gigantes, o épico continente tinha soçobrado como um monstruoso navio que tivesse descido aos abismos do oceano, tendo levado nas dobras dos seus territórios, sacudidos e desfeitos, o esplendor das cidades ruidosas, dos templos de altas e coloridas colunas, de alterosas torres, irremediablemente submersas no abismo abisal.

             É esta a lenda remota da Atlântida, continente desaparecido pelo capricho dos Deuses, civilização submersa no reino misterioso de Netuno, deixando recordações imersas na bruma dos tempos envoltas em mistérios e encantamentos.

             No ressurgir lento do arquipélago Açoriano, a natureza reuniu todas as belezas de caprichoso deslumbre com que dotou aquelas ilhas paradisíacas, como que querendo redimir-se pelo desaparecimento do saudoso continente de Atlântida, tudo levando a crer que as nove ilhas foram noutros tempos os cumes mais altos do continente desaparecido.

             Nas pesquisas que realizei, a Atlântida é tratada como continente perdido.

             Milhares de anos após ter submergido (em 10.986 a.C.) nas profundezas frias e escuras do oceano Atlântico, o continente insular da Atlântida continua sendo um dos mistérios mais intrigantes da História, embora a Ilíada e a Odisseia de Homero, já se referirem à Atlântida 700 a.C.

             Platão foi quem primeiro falou da existência de uma ilha então submersa à qual foi dado o nome de Atlântida. Tomou conhecimento dela através de Sólon, que, por sua vez, lhe foi referido por sacerdotes egípcios, num dos templos da cidade egípcia de sais. Na verdade, a Atlântida data de pelo menos 100.000 a.C., então constituindo não uma ilha e sim um imenso continente que se estendia por larga extensão.

             Também os integrantes da corrente que se direcionou para o Noroeste da Europa, e que deram origem mais tarde aos Celtas.

             Acontece que ao se analisar a história antiga da humanidade vê-se que há uma lacuna, um hiato, que falta uma peça que complete toda essa história.

             Foram encontradas, na década de 60, ruínas de uma civilização no fundo do mar perto dos Açores, onde foram encontrados vestígios de colunas gregas e até mesmo um barco fenício.

             Platão, conhecido filósofo da Grécia antiga que viveu no ano 348 a.C., narrou assim, que Atlântida iria expandir seus domínios. Eis:

             Nesta ilha de Atlântida havia um grande e maravilhoso império que governou em toda a ilha e em várias outras, e em partes do continente. Depois, os homens da Atlântida dominaram as partes da Líbia dentro das colunas de Hércules até o Egito e a Europa, até a Tyrrhenia (mar que banha a costa oeste da Itália). Mas depois ocorreram ali violentos terremotos e inundações e num único dia e noite de infortúnio, todos os seus guerreiros afundaram na terra e a ilha de Atlântida desapareceu nas profundezas do mar.

             Também existem antigos registros egípcios sobre uma nação que foi submersa no oceano por consequência de uma catástrofe.

             Atlântida, a ilha, situada a oeste das Colunas de Hércules (o atual Estreito de Gibraltar). Quando os deuses fizeram a partilha do mundo, a Atlântida coube a Netuno (Poseidon), que ali viveu em companhia de Cleiton (ou Clito). De sua união com essa mortal nasceram dez filhos, dos quais o mais velho era Atlas. Atlas recebeu do pai a supremacia da ilha, que dividiu em 10 partes, tomou uma para si e dividiu as restantes entre seus irmãos. Mas punida por seus vícios e seu orgulho, a Atlântida foi engolida pelo oceano.

             Então, continuamos assim no mistério de milênios sobre o continente desaparecido (ou perdido, como preferem alguns). Os escritos sobre esta lenda davam para encher um livro. Fiquemos neste resumo. Mas que é uma lenda bonita e romântica, isso é, principalmente por nos deixar um legado vivo de paisagens belas, mas misteriosas.  

    CRÔNICA:  A PRIMAVERA         

             Este ano os dias alegres, ensolarados e mornos de primavera, deram lugar a um frio incomum e chuvas ora fortes ora chuviscos irritantes. A natureza de vez em quando gosta de brincar com os pobres mortais que nada sabem dela, ou se sabem, tanto a ignoram e agridem. Mas não foi por isso que ficou menos bela. Como num misterioso calendário que cumpre rigorosamente seus rituais, o cio da terra fez brotar as azaleias coloridas e os ipês amarelos e roxos derramaram nas calçadas uma profusão de flores pequenas, que formam tapetes coloridos, como que esperando alguma celebridade que está para chegar e que deve ser homenageada.

             Gosto de pensar que o mundo se engalanou assim, na expectativa de um encontro tão esperado entre duas pessoas e que vai acontecer sob o manto protetor do universo.

             É neste clima romântico e de aconchego, com um carinho desmedido, para além do comum, tal qual uma carícia suave como a bruma do anoitecer, que a natureza se desnuda perdendo suas flores, como que para reverenciar alguma coisa que está em transformação ou transmutação, para ressurgir no ano seguinte mais bela ainda, tal qual mulher vaidosa e bela. E no anoitecer do dia, quando a tarde moribunda estender sobre a terra o manto negro da noite, os mágicos cansaços a envolverão até de madrugada, que será eterna e linda, evidenciando a beleza da vida, que só se justifica no contato próximo da eternidade ou do infinito.

    CONTO: MULHERES INESQUECÍVEIS (dona Eugênia)

    Não sei se ainda existe a publicação das "Seleções do Readers Digest que eu comprava noutros tempos. Mas lembro de uma das páginas que eu gostava de ler e que tinha o título: Meu Tipo Inesquecível ". Era sempre algo referente a uma pessoa interessante. Recentemente, um cronista do jornal O Estadão, valeu-se também desse título para fazer sua crônica.

    Pois então, lembrei-me de pegar emprestado parte desse título, fazendo uma homenagem a algumas mulheres que conheci e que se tornaram inesquecíveis na minha memória.

    No meu livro Caminhos do Mundo e da Vida, que publiquei em 2008, já mencionei como era inesquecível a Dona Olívia, uma mulher carismática. Agora, nesta crônica, vou falar de outra mulher inesquecível que conheci na minha juventude. A dona Eugénia.

    Fui convocado para cumprir o serviço militar

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1