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Joaquim Moncks
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E-book122 páginas1 hora

Joaquim Moncks

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Sobre este e-book

Joaquim Moncks é um adepto do associativismo literário, da irmandade. Filiou-se a dezenas de associações, clubes e academias e foi responsável pela inauguração de vários deles ao redor do país. Tem consciência de que a quase totalidade dos poetas não sabe o mínimo para escrever e, dessa forma, sem arrogância nem afetação, dedica-se ao magistério poético. A respeito da sua obra, é cuidadoso em tudo que faz e assim publica pouco. Tem mais de 70 anos e somou 10 títulos de poesia. Joaquim Moncks só deseja que saia à luz o melhor e não faz com pretensão ou arrogância. A arte poética para si é algo lúdico, é o prazer da sua vida. Joaquim Moncks deseja o belo, um artista da palavra. A Academia Rio-Grandense de Letras o elegeu imortal. Como ele próprio afirma, não é fácil alcançar o reconhecimento ou atingir o cânone, talvez só em mais 70 anos. Mas isso virá.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de nov. de 2022
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    Joaquim Moncks - Eduardo Jablonski

    1 APRESENTAÇÃO

    Já tínhamos ouvido falar em Joaquim Moncks, até porque pesquisamos tudo o que diz respeito à literatura gaúcha e brasileira desde 1990, afora a literatura dos países nos idiomas que dominados. Em 2014, conversando com uma escritora patrulhense, ela ressaltou a qualidade poética do autor e seu vasto conhecimento literário. Então, como Joaquim Moncks era amigo de Facebook de José Eduardo Degrazia, o seu nome apareceu para nós e mandamos um convite, logo aceito. Dessa forma, já no primeiro contato mostramos interesse em conhecer um pouco mais o seu trabalho, percorremos a internet, o Recanto das Letras e nos impressionamos com a dedicação com que escreve e refaz cada um dos seus títulos. Nossa amizade – mesmo que virtual – cresceu e propusemos escrever um longo estudo a respeito da sua obra, ação facilitada, logo vimos, porque concordamos com suas ideias e atitudes.

    Ezra Pound (1990, 1995) disse que, para se ter uma noção exata da qualidade de um poeta, o crítico deve analisá-lo em comparação com outros. É notório que os versos do pelotense são limados visando à perfeição, porém sempre com simplicidade, o que se trata de mais um conceito de Pound: make it new, make it simple. A impressão é de que Joaquim Moncks alcançou a poesia pura e a levou ao seu mais alto patamar.

    Sérgio Ribeiro Rosa comenta: Se aplica a sublimação de um verso cifrado e imagético. A poesia (...) sua condição fundamental de farol da alma humana (MONCKS, 2000, p. 15). O crítico percebeu que Joaquim Moncks atua como um psicólogo, talvez semelhante a um Machado de Assis, que agiu dessa forma nos gêneros em que atuou. O escritor pelotense, no entanto, é mais focado: permaneceu na crítica literária um tanto informal, sem o ranço do academicismo, e na poesia, usando sua experiência para refletir sobre os humanos.

    Sérgio Ribeiro Rosa ressalta o equilíbrio verbal (MONCKS, 2000, p. 15) do poeta. Joaquim Moncks escreve e reescreve os seus textos. Dedicou sua vida a isso: buscar a perfeição da metáfora, embora não exista. Mas, no final, quando sai em letra de forma, dá para notar a diferença entre os poetas amadores e um autor que pensa, reflete, reorganiza e refaz.

    Para Sérgio Ribeiro Rosa, as palavras sacodem os sonhos, e o poeta assume responsabilidades diante do seu tempo (MONCKS, 2000, p. 15). Como dizia José Hernandes, el Diablo sabe más por viejo que por Diablo. É a experiência que o torna sapiente em relação aos humanos. Joaquim Moncks não é um ser do mal, porém dispõe do mesmo tipo de conhecimento da sociedade e das pessoas e dá sugestões para que todos busquem o melhor caminho na vida e na literatura.

    Carlos Nejar comenta que Joaquim Moncks é um poeta senhor da palavra, simples e exato, desvendador e desvendado, no mistério que nos subjuga a todos (MONCKS, 2000, p. 111). É na garra da metáfora (...) é no doer das coisas, na dureza do verbo, entre a pedra e a indignação, que este poeta precipita o canto e o grito contido. Como o das profundas estrelas (MONCKS, 2000, p. 111).

    Embora Joaquim Moncks tenha profundo conhecimento literário, não é simples perceber os autores que o influenciaram. O autor lida com imagens e está sempre reescrevendo os versos para construir uma obra original e bela. No entanto, em Lira dos Quarenta e a guitarra dos dias, existe alguma aproximação com Álvares de Azevedo, que teve publicada postumamente a Lira dos Vinte Anos em 1853, e Manuel Bandeira, que autografou a Lira dos Cinquent’anos em 1948. Mas, no estilo, o gaúcho não se aproxima de nenhum deles. É mais rigoroso com relação à metáfora. Porque a arte de viver por si já tem o seu tanto, / o neon estrábico que os olhos bebem / há tantos anos. / Liberdade traduzida num queijo fétido, a lira / dos quarenta? (MARTÍ, 2002, p. 60) – diz Joaquim Moncks.

    Em todas as coletâneas de artigos, poemas, contos e crônicas das quais Joaquim Moncks participa, ele diz que sua existência é dedicada à poesia. Esse é o assunto principal de sua obra. Joaquim Moncks é um pensador, mas não no sentido dos teóricos da universidade. Está mais para um Gaston Bachelard, que reflete por meio da metáfora. A cada novo trabalho, volta ao tema da poesia, mas sempre por um viés novo.

    As postagens de Joaquim Moncks no site recanto das letras, ele as transfere aos livros individuais ou às antologias. Talvez Joaquim Moncks, no futuro, seja considerado o criador de um subgênero narrativo, que se pode chamar de postagens, mesmo porque os internautas assim o chamam.

    Os gêneros literários clássicos são o épico, o lírico, o dramático e, mais recentemente, o ensaio. Quanto ao lírico, podem ser incluídas as estruturas poéticas, os sonetos, os rondós, os madrigais, os haicais; quanto ao drama, aparece o teatro; quanto à narrativa, há o romance, a novela, o conto, o miniconto, a crônica e agora, graças a Joaquim Moncks, as postagens. Também é preciso lembrar que Armindo Trevisan transformou as postagens sobre literatura e arte de um blog em Novos Ensaios, da Editora Pradense, em 2015.

    Na orelha de O Sótão do Mistério, publicado em 1992, Volnyr Santos afirma: Numa simbiose da inspiração e do artífice, [Joaquim Moncks] mescla essas duas forças em ‘inspiração/transpiração’, equilibrando sentimento e racionalismo. O poeta e crítico captou a essência de Moncks, pois, em cada uma de suas imagens, percebe-se a artesania poética, mesclada ao mais puro sentir.

    Os poemas de Joaquim Moncks despertam estranhamento no leitor a cada frase. Numa comparação pós-moderna, é como se fosse uma saraivada de socos, o que deixa o leitor desnorteado. Cada imagem pode fazer a pessoa refletir sobre vários prismas. N’alma doem segredos (MONCKS, 1992, p. 42) faria o leitor lembrar-se de algo que talvez o fizesse sofrer, algum ato ilícito que talvez tenha feito, algum fracasso que não tivesse coragem de revelar. Outro exemplo: Coisas dispostas no mundo / não têm dimensão própria (MONCKS, 1992, p. 42), porque é o leitor, baseado na sua experiência de vida, que dará a dimensão da coisa, dos fatos, dos seres. Todo o sistema gira é mais um exemplo. Nada é eterno. Sidarta Gautama (2004) disse que a situação definitiva é ilusão, como tudo. Uma vez que nesse poema – Despojamento – Joaquim Moncks está falando do amor, situações positivas ou negativas não durarão para sempre. Tudo é uma metamorfose ambulante.

    Joaquim Moncks é tenente-coronel brigadiano da reserva. Foi chamado de Capitão da Esperança pelo maior nome do PMDB no estado, o ex-senador e ex-governador Pedro Simon, e se elegeu deputado estadual pela sigla em 1996. Tudo isso porque, em 28 de julho de 1981, abalou as pilastras da Ditadura Militar, ao tecer algumas críticas, insubordinação esta que o deixou trancafiado por 26 dias no Regimento Bento Gonçalves.

    A poesia tem o poder de servir como um divã de psicanalista, uma vez que o poeta despeja seus medos, suas vitórias, seus amores, suas reflexões e seus traumas numa confissão. Tudo se transforma em versos, alguns reescritos, como os de Joaquim Moncks, alcançando o patamar da arte. Sobre isso, Joaquim Moncks pergunta:

    E a Poesia não é esta voz cruciante

    que nos delata

    na alquebrada

    sílaba da confissão?

    (SOARES; BACEDÔNIO, 2007, p. 137)

    Joaquim Moncks foi convidado para contribuir numa coletânea que envolvia os melhores poetas gaúchos e dos Açores,

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