Violentamente pacíficos: Descontruindo a associação juventude e violência
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Dimensão subjetiva: uma proposta para uma leitura crítica em psicologia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPsicologia, subjetividade e políticas públicas Nota: 5 de 5 estrelas5/5A dimensão subjetiva do processo educacional: Uma leitura sócio-histórica Nota: 5 de 5 estrelas5/5
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- Nota: 5 de 5 estrelas5/5O livro aborda uma visão ampla e urgente para temática juventude - violência, possibilitando o acesso numa perspectiva ética, contextual e implicada com o social.
Pré-visualização do livro
Violentamente pacíficos - Ana Mercês Bahia Bock
Coleção
Construindo o Compromisso Social da Psicologia
Coordenadora da coleção: Ana Mercês Bahia Bock
Comissão editorial
Profa. dra. Ana Mercês Bahia Bock
Profa. dra. Bronia Liebesny
Profa. dra. Edna Maria Peters Kahhale
Prof. dr. Francisco Machado Viana
Profa. dra. Maria da Graça Marchina Gonçalves
Prof. dr. Marcos Ribeiro Ferreira
Prof. dr. Marcus Vinicius de Oliveira Silva
Prof. dr. Odair Furtado
Prof. dr. Silvio Duarte Bock
Profa. dra. Wanda Maria Junqueira de Aguiar
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Teixeira, Maria de Lourdes Trassi
Violentamente pacíficos
[livro eletrônico] :
desconstruindo a associação juventude e
violência / Maria de Lourdes Trassi, Paulo
Artur Malvasi. -- São Paulo : Cortez, 2013. -- (Coleção construindo o compromisso social da
psicologia / coordenadora Ana Mercês Bahia
Bock)
1,5 Mb ; ePUB
Bibliografia.
ISBN 978-85-249-2133-9
1. Globalização 2. Juventude 3. Juventude -
Aspectos sociais 4. Juventude - Brasil
5. Juventude - Conduta de vida 6. Juventude -
Trabalho 7. Psicologia social 8. Violência
I. Malvasi, Paulo Artur. II. Bock, Ana Mercês Bahia.
III. Título. IV. Série.
Índices para catálogo sistemático:
1. Juventude e violência : Psicologia social : Sociologia 305.235
Violentamente Pacíficos
: desconstruindo a associação juventude e violência Maria de Lourdes Trassi Paulo Artur Malvasi
Capa: Cia. de Desenho
Preparação de originais: Liege Marucci
Revisão: Ana Paula Luccisano
Composição: Linea Editora Ltda.
Coordenação editorial: Danilo A. Q. Morales
Créditos: Violentamente pacíficos, trecho da música Capítulo 4, versículo 3
, do CD Sobrevivendo no inferno, de Racionais MC’s, 1997.
Produção Digital: Hondana - http://www.hondana.com.br
Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou duplicada sem autorização expressa dos autores e do editor.
© 2010 by Autores
Direitos para esta edição
CORTEZ EDITORA
Rua Monte Alegre, 1074 – Perdizes
05014-001 – São Paulo - SP
Tel. (11) 3864 0111 Fax: (11) 3864 4290
e-mail: cortez@cortezeditora.com.br
www.cortezeditora.com.br
Publicado no Brasil - 2014
SUMÁRIO
Apresentação da coleção
Ana Mercês Bahia Bock
Prefácio
Jorge Broide
Introdução ou A juventude não é um caso de polícia
Como se organiza este livro
1. O TEMA: do que estamos falando?
Juventude
— Diálogos
Mais um pouco de história
Violência
Juventude-Violência
2. LEITURA CRÍTICA DO TEMA: desconstruindo a associação entre juventude e violência
Juventudes, tempo e espaço
Juventudes, trabalho e consumo
A desconstrução do binômio juventude-violência
Globalização e gestão neoliberal: uma montagem do binômio juventude-violência
Desassociando juventude-violência no Brasil contemporâneo
O fenômeno do tráfico de drogas — mais uma reflexão sobre a associação juventude-violência no Brasil
3. CONSTRUINDO UMA PRÁTICA… de compromisso com a juventude
Juventudes e as novas tecnologias
Jovens e experiência urbana
As expressões culturais da juventude: ser potente, participar do mundo
Participação juvenil na esfera pública
Contribuir para a construção de uma nova opinião pública
4. SUBSÍDIOS PARA DEBATE
Um modo de olhar e compreender: a inter/transdisciplinaridade
Uma contribuição: a literatura
A referência da bibliografia especializada no tema
SITES SOBRE E PARA AS JUVENTUDES
ENSAIOS: Referências cinematográficas na abordagem do tema juventude e violência
Ensaio 1 — Notícias de uma guerra particular e Falcão — meninos do tráfico: juventude e violência em dois documentários brasileiros
Ensaio 2 — Surplus: sociedade do consumo, juventude, violência e movimento antiglobalização
BIBLIOGRAFIA
TEXTOS COMPLEMENTARES
APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO
AColeção Construindo o Compromisso Social da Psicologia
tem sua origem em uma certeza: é preciso ultrapassar o próprio discurso e colaborar para a construção de novos conceitos e teorias, assim como para novas formas de atuação profissional. Ou seja, entendemos que desde o final dos anos 1980 a Psicologia inaugurou um novo discurso: o do compromisso social. Ele significou, sem dúvida, um rompimento com um trajeto e um projeto de Psicologia que se estruturaram no Brasil. Uma profissão importante que não ampliou sua inserção social de forma a vincular-se teórica e praticamente às questões urgentes que atingiam a maior parte da sociedade brasileira. Não que não existissem tentativas, mas as vozes eram poucas (e com certeza fizeram eco).
As mudanças na sociedade brasileira produziram novos ventos na Psicologia. Entidades se constituíram e se construíram fortes; novos campos, como a Psicologia da Saúde e a Psicologia Social comunitária, se instalaram; teorias críticas começaram a ter lugar, mesmo que tímido, na formação dos estudantes. Enfim, pudemos assistir e participar do fortalecimento do vínculo da Psicologia, como ciência e profissão, com a sociedade brasileira.
O discurso do Compromisso Social da Psicologia tornou-se referência para um novo projeto de profissão e de ciência. Não queríamos mais percorrer um trajeto elitista
e estreito. Queríamos servir à sociedade em suas carências e necessidades a partir da Psicologia.
Hoje, com um discurso bastante amadurecido e com muitas adesões, percebemos que é hora de ir adiante e ultrapassar a expressão da vontade. É hora de produzir conhecimentos (teorias e práticas) que permitam o avanço do projeto do Compromisso Social. Alguns aspectos se mostram como necessários: um deles é a aliança da pesquisa com a prestação de serviço. É deste lugar e desta forma que queremos produzir a competência técnica que o compromisso social exige. Outro aspecto importante é fazer isso em experiências interdisciplinares ou transdisciplinares. O novo projeto exige leituras complexas, e isso só faremos nos reunindo a outros profissionais e pesquisadores que trazem suas leituras para tornar as nossas mais ricas e completas. Um terceiro aspecto (não ouso dizer último, pois tenho a certeza de que são muito mais que os mencionados) é a tarefa de levar nossos saberes e fazeres para serem aplicados em serviços e pesquisas com populações que nunca ou poucas vezes tiveram acesso a eles. E aqui, relacionado diretamente a esta experiência, essência do compromisso social, reafirma-se a importância da disposição permanente de mudar nossas certezas.
Meus caminhos pela Psicologia me permitiram a certeza de que muitos profissionais da Psicologia ou de áreas afins já estavam, no cotidiano de seu trabalho, formulando e desenvolvendo novas possibilidades. Era preciso fazer circular estas experiências. Foi com esta intenção que, em nome do Instituto Silvia Lane — Psicologia e Compromisso Social — apresentei à Cortez Editora o projeto de uma coleção que permite a sistematização e a circulação de títulos que representam áreas em que as urgências se colocam e nas quais profissionais já apontaram novas possibilidades, fazendo avançar o projeto do compromisso.
A Cortez Editora recebeu o Instituto Silvia Lane como parceiro, e aí está o resultado: uma coleção com títulos diversos e de muitos autores. Um corpo editorial formado por membros do Instituto aprovou o projeto e os títulos. Pareceristas convidados pelo Instituto apreciaram as obras, opinaram, sugeriram e agora prefaciam os livros da coleção. Eu tenho o orgulho de organizar a coleção e apresentar cada obra aos psicólogos, professores, pesquisadores e estudantes que seguem construindo seu caminho na Psicologia e em áreas afins, guiados pela vontade de manter com a sociedade brasileira um compromisso de transformação e de construção de condições dignas de vida para todos.
Todos os livros desta coleção unem-se pela proposta mais ampla de desenvolvimento do projeto do Compromisso Social. Também apresentam em comum sua organização, por sua temática e sua necessária leitura crítica; além disso, contêm referências para uma nova prática em seu campo e sugestões de atividades e de leituras que podem diversificar o trabalho. A ousadia de duvidar das certezas e de dar visibilidade a aspectos da realidade pouco conhecidos ou considerados unifica os autores em um único estilo.
Agradeço aos autores que confiaram a mim sua produção e aos pareceristas/prefaciadores que com tanta atenção e competência ampliaram meu trabalho.
ANA MERCÊS BAHIA BOCK
Organizadora da Coleção
PREFÁCIO
Ao final da leitura de Violentamente pacíficos , fica claro que este é um livro necessário. Ele trata, de forma direta e interdisciplinar, da juventude contemporânea, especialmente a juventude brasileira. Maria de Lourdes Trassi e Paulo Artur Malvasi convidam o leitor, em particular o psicólogo, a adentrar o território muitas vezes desconhecido e em constante movimento onde vivem nossos jovens. Eles constroem uma abordagem profunda e ágil que esclarece os efeitos da globalização na vida cotidiana da juventude mundial e brasileira.
O trabalho conjunto de um antropólogo e de uma psicóloga abre inúmeras possibilidades de trânsito entre saberes que muitas vezes estão apartados entre si. Essa divisão cinde o sujeito, obtura o olhar, impede a escuta e enfraquece a ação. É esse sujeito complexo que deve interessar à Psicologia, à Psicanálise e aos demais ramos do conhecimento.
Os autores trazem ao texto a história da juventude, o desenvolvimento econômico das cidades no processo de industrialização, a moda ao longo dos séculos etc. É esse percorrido que permite a eles explicitar o que há de comum nos jovens, ao mesmo tempo que abordam as diferenças de ser jovem em distintos lugares do planeta e o contexto da cidade em função da disparidade de recursos sociais, econômicos e culturais.
Tratam com sutileza e profundidade o olhar da sociedade sobre os jovens. Mostram como, em algumas situações, eles são idealizados e invejados; em outras, são vistos com preconceito ou, o que é mais grave, sofrem o fenômeno da invisibilidade. Esta dificuldade de olhar traz por consequência a criminalização da pobreza e da juventude que vive em territórios periféricos da cidade. É esse processo de exclusão que nega os efeitos do impacto da miséria econômica na vida psíquica de nossa juventude empobrecida.
Os autores propõem diferentes meios de inserção aos profissionais que lidam com jovens. De forma generosa, apresentam uma bibliografia interdisciplinar atualizada, sites da internet e filmes que permitem a qualquer um ter uma visão aprofundada e ampliada dos temas. Com isso, conseguem realizar a difícil tarefa de delinear o campo de trabalho da juventude no Brasil contemporâneo, onde as possibilidades e as necessidades de nossa presença enquanto profissionais são enormes: nas ruas, nas mais diferentes instituições, nos programas de aplicação de medidas socioeducativas em meio aberto, na internação, na formulação de políticas públicas, nos abrigos, nas escolas (sejam elas de classe alta e média ou de periferia), na análise institucional, na justiça, na saúde, no atendimento individual, familiar ou grupal no consultório. Os desafios e as alternativas são as mais variadas e abrangentes possíveis.
Mas cabe perguntar aqui: o que nos diferencia, psicólogos, psicanalistas e trabalhadores de saúde mental, de outros profissionais que também operam nesse campo? Qual é nossa especificidade? Qual nossa contribuição no trabalho com a juventude? Nas páginas iniciais do livro, Maria de Lourdes e Paulo citam Hilton Japiassu, quando este diz: A vocação da Psicologia é estar ali onde a palavra está ameaçada
. Isso significa que a Psicologia e a Psicanálise devem estar onde a vida está, ou seja, tanto no consultório como nas mais diferentes instituições.