Fluxo Constante: a tripla natureza da realidade

De Marcelo Luís Soares Simoneti

Esta é a obra de estreia de Marcelo Luís Soares Simoneti e tem como objetivo trazer aos seus leitores sua forma particular de entender a totalidade da existência na qual nos encontramos todos imersos. Fluxo Constante é uma obra cujo propósito é descrever a tripla natureza da realidade e, para tal, o autor divide a totalidade da existência em três realidades: a Realidade Substancial, a Realidade Psicossubstancial e a Realidade Psíquica. O que estas três realidades possuem em comum é o fato de serem todas fluxos constantes de realidade: a Realidade Substancial manifesta-se como fluxo constante de realidade espaço-temporal e impessoal; a Realidade Psicossubstancial manifesta-se como um fluxo constante de realidade imagética personificada e racional; já a Realidade Psíquica manifesta-se como um fluxo constante de realidade imagética personificada e simbólica. Com o intuito de descrever a tripla natureza da realidade o autor discute assuntos como a consciência coletiva, desconstrução da causalidade temporal exclusiva, a estrutura do inconsciente, energia escura e matéria escura, a dinâmica existencial espaço-temporal, a manifestação instantânea como novo mecanismo formador do sonho, além da relação entre inteligência, percepção e sensibilidade e a relação entre cérebro e mente.
Além destes temas, o autor compartilha uma série de experiências oníricas lúcidas com o objetivo de demonstrar todo o poder criativo da psique humana sendo esta capaz de capturar a realidade em sua totalidade, assim como de inspirar insights profundos e esclarecedores.

• Idioma: Português
• Editora: Editora Dialética
• Data de lançamento: 3 de nov. de 2020
• ISBN: 9786588068830

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Realidade Substancial

A realidade dita substancial origina-se a partir de uma realidade puramente energética. A transmutação de elementos de energia pura em elementos de matéria substancial e luminosa dá início a uma realidade dinâmica e impessoal caracterizada como um fluxo constante de natureza espaço-temporal e material.

Neste capítulo iremos abordar temas como buracos negros, matéria e energia escura e a surrealização do tempo presente.

1. - Dinâmica Existencial da Realidade Espaço-Temporal

Uma existência a priori significa o existir antes da temporalização da existência, ou seja, uma subsistência elementar permanente na ausência de referências espaciais, cronológicas ou corpusculares. A existência a priori tem natureza exclusivamente energética.

A forma elementar da existência puramente energética é ondulatória. Energia Pura significa potencial de transformação. A ausência de elemento exterior passível de ser transformado torna a dimensão exclusivamente energética instável. A instabilidade de tal dimensão hipotética provoca um colapso existencial e o poder transformacional da energia pura é dirigido a ela mesma. A metamorfose da energia é imprescindível para que sua existência alcance estabilidade; a referência transformadora deve ser distinguível da referência transformada.

A única alternativa à existência elementar intangível e potencial da energia pura tem natureza definitiva e forma explícita. O objetivo da materialização energética é pluralizar e individualizar as referências existenciais de tal forma que seja possível definir agente transformador e objeto da transformação.

A definição de elementos materiais depende da caracterização de espaço. A definição de espaço depende da caracterização de distância. A existência da distância é sustentada pela ocupação isolada de posições não-coincidentes do espaço por múltiplos corpos substanciais.

A estabilização dinâmica da existência material no espaço é proporcionada pelo advento da temporalização da realidade. A materialização da totalidade energética ocorre de maneira fracionada, ainda que paralela e simultânea: a forma ondulatória converte-se em matéria corpuscular ou em matéria substancial; a natureza energética converte-se em matéria luminosa.

I. Limitação temporal do universo material

A materialização da existência energética é consequência da finitude do poder transformacional e, consequentemente, a existência massiva no universo espaço-temporal também o é. Para que a energia pura pudesse ser infinita, ela deveria estar em constante e permanente expansão. O conceito de expansão implica dinâmica temporal, ou seja, uma referência que defina crescimento progressivo e é ininteligível conceituar crescimento sem comparação entre o antes e o depois. Os motivos da incompatibilidade entre a existência temporal e a existência puramente energética serão apresentados adiante.

A finitude da matéria corpuscular somada à atração gravitacional inerente à mesma restringe a temporalidade ao universo material. A atração gravitacional induz o agrupamento dos corpúsculos e, inevitavelmente, chegará o momento em que toda a substância massiva estará agregada e condensada em um monólito. A singularidade corpuscular descaracteriza qualquer referência de distância, consequentemente, a de espaço e, inevitavelmente restará desconstruída a existência do