Venenos De Corpo E Alma

De Arquimedes Estrázulas Pires

Registros biográficos do autor e de outras pessoas que tiveram experiências trágicas em razão de sentimentos que criam condições cerebrais para a produção de certas toxinas que agridem o corpo físico, envenenam a alma e em razão disso são capazes de matar o entusiasmo, o ânimo, o sonho e até a vida, muitas vezes. Sentimentos como o egoísmo, o ódio, o ciúme, o rancor, a mágoa e outros, se não disciplinados enquanto agentes do caráter, da personalidade e da maneira de viver podem se transformar em carrascos da alma e executores da alegria de viver. O processo reencarnatório também está presente nas páginas desta obra, mostrando que nada acontece por acaso.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 17 de mar. de 2021

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VENENOS

DE CORPO E ALMA

Arquimedes Estrázulas Pires

A Espiritualidade trabalha com os servidores do Cristo. Não com os sacerdotes do templo!

[Mércia Botelho Pacífico]

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Debruçado na janela da vida eu a vejo passar de mãos dadas com amigos, saudades, lembranças e sonhos que

também passam.

[Arquimedes Estrázulas Pires]

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SUMÁRIO

1. Agradecimentos Especiais.................................. 05

2. Nada se cria e nada se perde............................. 07

3. Egoísmo....................................................................20

4. Mágoa.................................................................... 29

5. Rancor......................................................................32

6. Inveja........................................................................34

7. Ciúme.......................................................................37

8. Ódio..........................................................................42

9. À Moda Antiga........................................................50

10. Grandes Feridas; Grandes Dores........................55

11. A Voz do meu eu interior................................127

12. Aqui e Agora.......................................................145

13. Um Feijão Perdido...............................................167

14. Só Porque eu Mereço!.......................................184

15. Pelas mãos de Amigos Invisíveis........................208

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16. Foi pra isso!...........................................................235

17. A Vida não faz de conta; a Vida é!................242

18. Quem somos?.....................................................257

19. Vidas e Voltas......................................................289

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

– À Senhora Beloni Osmélia Reolon Huergo, da cidade de União da Vitória, Estado do Paraná, pelas inestimáveis boa vontade e dedicação através das quais conseguiu informações preciosas, na cidade de Porto União, Estado de Santa Catarina, a respeito das condições de desencarne da primeira mulher do meu pai, ocorrido nos idos tempos de 1944.

– À Senhora Alvany Câmara, de Belo Horizonte, nas Minas Gerais, pelo fornecimento de dados e pela autorização para fazer constar deste trabalho a história emocionante e exemplarmente generosa da Senhora Terezinha Braga Câmara, sua mãe, no texto Vidas e Voltas, que fecha este livro.

– A todas as demais pessoas cujas histórias fazem parte desta obra e que nela se identificarão, pela permissão e pela autorização de tal registro.

*** *** ***

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Este livro conta fatos sobre a minha vida e a vida de alguns membros da família

onde eu nasci.

E conta fatos sobre a vida de outras

pessoas que gentilmente me autorizaram a

escrever e publicar sobre elas.

Nada do que aqui consta,

entretanto, é ficção ou fantasia. Tudo são

relatos verídicos sobre sentimentos que envenenam mentes, corpos e vidas.

[O autor]

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Nada se cria e nada se perde Vivemos no conjunto cósmico, chamado de

multiverso, onde tudo é energia.

A ciência já entende como razoável a ideia

da existência de Universos Paralelos ao nosso; vem daí o termo multiverso.

No Universo onde está a Via Lactea, a galáxia a que pertence o nosso Sistema Solar, vivemos no Planeta Terra.

Vivemos em um Universo!

E, no Universo ou em qualquer outro lugar do Cosmo, tudo é energia!

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Do átomo às galáxias, nada há que não seja energia. Pulsante, irradiante, mutante, elétrica, química, térmica, mecânica, luminosa, mas... energia!

Portanto, nós também somos energia!

O espírito é energia, o pensamento é energia, a matéria é energia, a palavra é energia...

tudo é energia!

Quando o Pastor, o Padre ou o Preletor da

religião ou da casa de culto onde congregamos, diz que a palavra tem poder, mesmo que não tenha consciência disso está dizendo que a energia irradiada pela palavra dita, tem poder.

Vem daí a importância de evitarmos dizer palavras desnecessárias, com sentido negativo ou mesmo sem sentido.

Quando Monsieur Antoine Lavoisier, no século XVIII diz que em um sistema qualquer, nada se cria e nada se perde, mas tudo se transforma, está dizendo que a energia se modifica, se transforma, se altera, ganha força, arrefece, impulsiona, movimenta, ilumina e... permanece.

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É impossível, diz ele, em qualquer parte do universo, criar ou eliminar energia. Tudo pode ser transformado; e de fato se transforma. Mas nenhum tipo de energia pode ser criado ou eliminado.

É evidente que Lavoisier fala como homem,

por mais estudioso e cientista que seja. E se refere à matéria e à energia; não à capacidade de criação do Criador, a Inteligência Cósmica que aprendemos a chamar de... Deus.

Enfim, somos energia! Em um dos estados mais densos dentre todos os estados da matéria densa, mas ainda assim, energia!

A energia flui através dos corpos. Seja a energia produzida por eles através da pulsação permanente dos átomos, das moléculas, etc., seja a energia proveniente de outras fontes locais ou do próprio universo infinito, que no início deste trabalho tratamos como multiverso.

Um material qualquer pode ter suas características físico-químicas modificadas pela ação do calor, por exemplo, ou de uma reação química.

Nesse caso estarão em ação a energia térmica e a 9

energia química processando a modificação física e química do material ou do ser considerado.

É o que ocorre nos minerais e nos vegetais, onde as transformações se originam nas energias da natureza. Não há espírito nessa porção da Natureza e, portanto, não há transformação pelas emoções, pelo pensamento ou pela vontade, embora a ocorrência de transformações endógenas ou exógenas, como em todos os seres e em todas as coisas, seja possível.

O nosso corpo físico pode ter – igualmente -

as suas funções modificadas pela ação de energias que não fazem parte do seu mecanismo orgânico.

Energias do universo, captadas pelos chakras, energias térmicas, físicas ou químicas, naturais do ambiente em que vivemos, ou energias provenientes do espírito.

Basicamente o espírito se alimenta e se transforma através de energias recebidas do universo e acumuladas através das eras, pelo conhecimento, pelo pensamento, pelo sentimento, pela emoção, pela experiência e pela vontade.

Essas energias do espírito são a fonte principal

– mas não a única – de manutenção, alimentação, 10

funcionamento e transformação do organismo físico, no caso dos animais e dos seres humanos.

Portanto, como energias é evidente que somos passíveis de alterações – positivas ou negativas –

segundo nos comportarmos diante das suas origens, conforme acima.

Os alquimistas da antiguidade, pensadores solitários que buscavam a transmutação de metais quaisquer, em ouro, sempre vistos como tais, na verdade buscavam a transmutação da mente ignorante em mente sábia, pela prática da elevação espiritual fundamentada no pensamento objetivo, na expansão da consciência e na purificação dos sentimentos.

Ainda que intuitivamente, os alquimistas sabiam que - porque todos somos energia - se elevarmos a frequência das energias que o pensamento e os sentimentos de um modo geral são capazes de produzir, então poderemos mudar o mundo à nossa volta. Porque teremos mudado a nós mesmos, nos tornando seres muito melhores.

A alquimia é, portanto, uma metáfora usada

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pela mente sábia, pra mostrar que mesmo a pedra bruta, entendida como tal o Espírito humano que ainda ignora muito ou quase tudo, pode ser transformado ou, se preferirmos, transmutado. Em ouro ou qualquer outra preciosidade que queiramos. Desde que queiramos, evidentemente!

No livro Leis do Amor, de Emmanuel, psicografado pelas mediunidades de Chico Xavier e Waldo Vieira, o mentor espiritual de Chico narra assim, as consequências dos sentimentos sobre a alma humana:

Mágoas, ressentimentos, desesperos, atritos e irritações entretecem crises do pensamento, estabelecendo lesões mentais que culminam em processos patológicos no corpo e na alma, quando não se convertem, de pronto, em pábulo1 da loucura ou em sombras da morte.

Este trabalho não pretende ser nenhum tratado sobre a origem ou a ação das energias, no mundo como um todo, mas mostrar como podemos ser afetados - positiva ou negativamente - pela ação delas 1 - O que sustenta, que mantém; sustento, alimento. [Michaelis online]

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enquanto seres universais que somos.

Mais objetivamente tratamos aqui dos efeitos negativos das energias do pensamento, do sentimento e das emoções, sobre o nosso organismo físico e sobre as nossas estruturas espirituais, denominando-os, para efeito deste trabalho, de venenos de corpo e alma.

É como certas energias agem sobre nós.

São seis, os principais venenos - de uma lista imensa - que atuam sobre o corpo e o espírito; praticamente todos eles interagem entre si:

- O egoísmo;

- a mágoa;

- o rancor

- a inveja;

- o ciúme, e o mais letal de todos eles,

- o ódio.

É sabido que somos feitos de um componente físico, um componente mental e um componente espiritual.

No componente físico - o corpo que existe na 13

terceira dimensão e é o mais lento e denso dentre os três citados - estão as células, os tecidos e os sistemas orgânicos constituídos de partículas e fluidos nos estados sólido, líquido e gasoso.

No componente mental, o corpo energético

que existe em dimensão superior à do corpo físico e envolve a mente, estão os sentimentos.

O Espírito Ramatis, que já foi o Sacerdote Meri Rá no velho Egito do tempo de Akenaton, que já foi Pitágoras na velha Grécia e Philon de Alexandria na época em que o Mestre Jesus esteve fisicamente entre nós, no livro Elucidações do Além, psicografado pelo ilustre e saudoso professor Hercílio Maes, em Curitiba –

PR, explica que o corpo físico envolve outros seis (06) corpos energéticos, de um total de sete (07), portanto.

O que, aliás, é conhecido da maioria dos estudiosos do Espiritismo, do Budismo e do esoterismo de um modo geral.

E explica que um deles é o Duplo Etérico.

Um corpo fluídico, essencialmente energético, que promove a adaptação adequada entre o corpo físico e o Espírito em si, para que a relação entre um e outro 14

se dê o mais harmoniosamente possível. No processo de reencarnação e durante cada pedaço da existência, que chamamos de... vida.

É no duplo etérico que estão localizados os chakras, dispositivos indispensáveis para a captação de energias – do cosmo e do ambiente – que processadas aí mesmo são distribuídas para o organismo físico, proporcionando-lhe a energia vital.

Essas energias também são canalizadas ao organismo espiritual, levando-lhe as informações colhidas, experienciadas e desenvolvidas pelo espírito no mundo físico, para que aí se somem a todas as demais experiências e a todos os demais conhecimentos vividos pelo espírito ao longo das eras.

O duplo etérico é um corpo de pura energia, que não faz parte nem do corpo físico e nem do espírito. Quando o espírito é desligado do corpo físico o duplo etérico se dissolve, digamos assim, se reintegrando às energias da Natureza.

Da mesma forma como a meia acomoda o

pé dentro do sapato sem fazer parte nem do pé e nem do sapato, o Duplo Etérico acomoda a relação entre o 15

corpo físico e os corpos espirituais, sem pertencer a qualquer um deles.

E no componente espiritual, o conjunto de corpos envolvidos pelo Perispírito, estão os cinco (05) demais corpos, do total de sete (07) de que o ser hominal é feito e que em linhas gerais descrevemos adiante.

O perispírito é um corpo semidenso e constituído de matéria prima igualmente extraída do FCU, Fluido Cósmico Universal - que é a matéria prima de tudo o que há em cada sistema solar ou planetário -

que envolve esse componente espiritual. Na verdade, a essência cósmica de que somos constituídos.

O componente espiritual é, portanto, um conjunto de corpos espirituais envolvidos pelo Perispírito, nome que Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo dá ao Psicossoma, o corpo que envolve as porções mais energéticas do Espírito.

E o Espírito é a Porção Inteligente da Criação.

Kardec atribui ao psicossoma o nome de perispírito, fazendo uma analogia ao perisperma; a 16

membrana que envolve o núcleo das sementes, conforme a biologia.

Os corpos envolvidos pelo psicossoma ou perispírito, são:

- O Corpo Mental Inferior, constituído pela Mente Instintiva - ou Instinto - e pela Mente Subjetiva, Subconsciente ou Inconsciente;

- O Corpo Mental Superior, ou Causal, formado pela Mente Intelectiva, também conhecida por Intelecto, Consciente ou Mente Objetiva, e pela Mente Espiritual, também conhecida por Superconsciente.

A Mente Intelectiva é responsável pelo raciocínio. É o princípio mental que distingue o homem do bruto; o seu aparecimento marca um grande avanço na senda da realização do espírito lançado na matéria.

É raciocínio frio. Funciona entre a Mente Instintiva, que tenta atrair o ser para o nível inferior dos brutos, e a Mente Espiritual, que prodigaliza as noções sublimes da vida superior dos espíritos puros.

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- O Corpo Búdico, segundo narra o Espírito André Luiz, é um corpo atemporal, ou seja, não depende do tempo e tudo o que se relaciona à existência de cada um é gravado nele.

Das nossas menores e mais insignificantes experiências, emoções, atitudes... até as maiores experiências vividas durante toda existência, são gravadas no Corpo Mental Superior, compondo o que os budistas, os hinduístas e diversos outros segmentos religiosos do velho oriente chamam de Registro Akáshico.

O Espírito pode recorrer a esses arquivos a qualquer tempo para relembrar, aperfeiçoar, entender, compreender... e até para ensinar a alguém como fazer ou porque não fazer ou não sentir tal coisa.

Búdico é uma palavra sânscrita que significa

intuição.

- O Corpo Átmico constitui a Essência Divina presente em cada criatura. É o Espírito em seu estado fundamental; a Centelha ou essência de Deus.

Outras características de cada um desses 18

corpos espirituais estudaremos, ainda que superficialmente, durante este trabalho.

Voltando aos venenos de corpo e alma é

importante registrar o quanto são terríveis os seus efeitos e o quanto a saúde física e emocional se desagregam, se alteram negativamente, se decompõem pela ação deles e o quanto o espírito acaba sofrendo atrasos importantes em seu processo de aprendizado e evolução, se tais venenos estão presentes.

Nas páginas seguintes, uma descrição rápida sobre cada um dos tais venenos mais importantes aqui considerados.

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Egoísmo

A palavra vem da junção de ego + ismo.

Ego, eu + ismo, hábito. É a cultura do eu, também conhecido como culto à personalidade.

É o hábito ou a atitude de uma pessoa colocar seus interesses, opiniões, desejos e necessidades em primeiro lugar, em detrimento ou não, do ambiente e das demais pessoas com que se relaciona. Neste sentido é o antônimo de altruísmo.

[Wikipédia]

Quando alguém deseja trazer para si todas

as atenções e todos os aplausos, o atendimento de 20

todas as vontades e a presunção de que se é seu é melhor do que tudo o mais, está permitindo que o seu lado primitivo se ocupe dos espaços que deveriam ser ocupados pelas virtudes e os sentimentos elevados que promovem o desenvolvimento humano e a evolução do espírito.

O egoísmo é a fonte de todos os vícios; como a caridade é a fonte de todas as virtudes. Destruir um e desenvolver a outra deve ser o alvo de todos os esforços do homem, se ele deseja assegurar a sua felicidade neste mundo, tanto quanto no futuro, d iz o Evangelho Segundo o Espiritismo .

No capítulo XI, onde o tema é amar ao próximo como a si mesmo, no item 11 o Espírito que foi no Brasil o Padre Manoel da Nóbrega, fundador da cidade de São Paulo, tratado na intimidade como Ermano Manuel, adota o pseudônimo de Emmanuel e nos diz o seguinte, sobre o egoísmo: