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O Bestseller
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E-book223 páginas3 horas

O Bestseller

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Sobre este e-book

Você mataria para escrever um bestseller? Bom, Adrian Slater diz que está preparado para fazer exatamente isso - e anuncia o fato em uma aula de escrita criativa.

O professor Dudley Grose está convencido de que Slater é um psicopata e está falando sério. Mas a reitora da universidade não acredita nele e nem os policiais.

Mas quando uma aluna do curso desaparece e o banheiro dela está lavado de sangue, a polícia se pergunta se Slater realmente cumpriu sua ameaça, se o livro que ele está escrevendo contém a evidência para prendê-lo.

O Bestseller é um livro sobre assassinato, mas também é uma visão sobre o processo de escrita criativa e como e-publishing mudou as regras para sempre, criando um mundo onde o assassinato como entretenimento pode realmente dar retorno.

O Bestseller é uma novela rápida de 53.000 palavras, cerca de 200 páginas, com uma reviravolta chocante.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento9 de dez. de 2020
ISBN9781071579114
O Bestseller
Autor

Stephen Leather

Stephen Leather is one of the UK's most successful thriller writers, an eBook and Sunday Times bestseller and author of the critically acclaimed Dan "Spider' Shepherd series and the Jack Nightingale supernatural detective novels. Before becoming a novelist he was a journalist for more than ten years on newspapers such as The Times, the Daily Mirror, the Glasgow Herald, the Daily Mail and the South China Morning Post in Hong Kong. He is one of the country's most successful eBook authors and his eBooks have topped the Amazon Kindle charts in the UK and the US. He has sold more than a million eBooks and was voted by The Bookseller magazine as one of the 100 most influential people in the UK publishing world. His bestsellers have been translated into fifteen languages. He has also written for television shows such as London's Burning, The Knock and the BBC's Murder in Mind series and two of his books, The Stretch and The Bombmaker, were filmed for TV. You can find out more from his website www.stephenleather.com

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    O Bestseller - Stephen Leather

    O Bestseller

    Por Stephen Leather

    ––––––––

    CAPÍTULO 1

    Marina del Ray, California.  Um ano atrás.

    ––––––––

    Relampejou e Kirsty estremeceu, ela pulou novamente dois segundos depois quando um trovão à esquerda dela rompeu o céu noturno da Califórnia. Tinha começado a chover no momento em que ela chegou no porto, no começo poucas gotas, mas no momento em que ela pisou no cais de madeira que levava para os iates, a chuva havia começado a desabar e agora ela estava encharcada. Ela limpou o rosto com a mão. Parte dela, a parte sensata, sabia que ela deveria dar meia-volta e ir para casa. Mas a outra parte, a parte que a mantinha acordada à noite, a forçava a continuar. Ela tinha que ter certeza. Ela tinha que saber a verdade.

    O cais principal se projetava no centro do porto e outros cais menores estavam ramificados à esquerda e direita dele. As tábuas de madeira rangiam conforme ela seguia para o iate do Wilson. Kirsty esteve lá três vezes, uma vez para velejar com o Wilson, a segunda vez para almoçar e a terceira vez.... Ela estremeceu. Ela não queria pensar sobre o que tinha acontecido na terceira vez.

    Alguma coisa pequena e peluda atravessou o caminho dela, ela sufocou um grito. Ela parou, respirou devagar e profundamente tentando acalmar o coração disparado. Ela não queria estar no porto, ela queria estar em casa na cama, dormindo ou assistindo TV ou lendo um livro, mas ela tinha que estar lá. Não havia volta, ela tinha que saber se ela estava ficando louca ou se Eddie Wilson realmente queria matá-la.

    Relampejou novamente e dessa vez ela estava preparada para o trovão que veio alguns segundos depois. O iate do Wilson se chamava O CAMINHO DA ESCRITA; era um pouco mais longo do que nove metros com um único mastro, a vela enrolada e guardada dentro de uma proteção azul de nylon. O iate estava escuro. Wilson era o único proprietário que morava no barco, todo o resto deles eram brinquedos para os marinheiros de fim de semana. Aproximadamente metade eram iates e catamarãs, porém o restante eram lanchas, palácios flutuantes de gin que raramente viajam mais do que algumas milhas além do porto.

    A chuva ficou mais forte conforme ela andava pelo cais de madeira rumo ao iate. Ela parou quando alcançou a popa e olhou ao redor. O porto estava deserto e não tinha havido ninguém no escritório da entrada. O portão de grade de metal que dava para os barcos nunca era trancado. Ela tirou o celular de dentro da bolsa e o cobriu com a mão esquerda para protegê-lo da chuva enquanto ela olhava para a tela. Ninguém havia ligado e não havia nenhuma mensagem. Ela tinha combinado de encontrar com o Wilson para jantar em um restaurante mexicano que ele tinha dito ser um dos favoritos dele, então com sorte ele estaria sentado no bar, bebericando uma margarita enquanto ela fazia o que ela tinha que fazer. Ela desligou a tela do celular e o guardou no bolso.

    O iate estava amarrado ao cais com cordas nas duas extremidades e uma no meio, havia um cabo de energia e uma mangueira de água serpenteando de uma caixa perto da popa para dentro da cabine traseira. Ela pisou cuidadosamente para fora do cais e dentro do convés, se segurando no teto da cabine para manter o equilíbrio quando o barco balançou sob o peso dela. O coração acelerado, ela respirou devagar e profundamente para se acalmar. Está tudo bem, ela murmurou. Nós entramos, checamos o laptop dele e saímos. Moleza.

    Ela mexeu na bolsa e retirou um alicate que ela havia comprado em uma loja de ferramentas naquela manhã, junto com dois cadeados para que ela pudesse treinar cortar as manilhas. Ela levou só alguns segundos para remover o cadeado e o jogou na água antes de abrir a escotilha. A madeira rangeu e chuva respingou do lado de dentro. Ela se abaixou e entrou na cabine no momento em que um relâmpago brilhou acima do mar. Foi mais difícil fechar a escotilha do que tinha sido abri-la e ela teve que usar todo o seu peso para forçar a escotilha a fechar.

    Ela ficou parada no escuro, escutando o som da própria respiração. O barco estava balançando ao vento, de um lado para o outro e as linhas de metal se agitavam contra o mastro. Ela engoliu, mas a boca dela estava tão seca que ela quase engasgou. Ela mexeu dentro da bolsa e puxou uma lanterna. Ela tinha colocado fita adesiva no vidro com um pequeno buraco cortado na fita, para que a luz fosse comprimida em uma linha fina. Era uma truque que ela tinha lido uma vez em um suspense e ela sorriu sozinha quando, ao ligar a lanterna, descobriu que funcionava. O filete de luz iluminou uma parte da parede que não era maior do que um prato de jantar e mesmo alguém que estivesse andando pelo cais não teria conseguido ver tal iluminação.

    Na extremidade da cabine principal havia uma porta que levava para o dormitório. Havia uma cama de casal lá, ela sabia disso. Com lençóis vermelho-escuros de seda, a cor de sangue seco. Era para lá que ela havia ido na terceira visita dela ao barco. Ela estremeceu. Água pingava do cabelo dela para o chão e ela secou o rosto com a manga enquanto passava o filete de luz pela parede e para baixo, para a mesa de escritório embutida, tomando cuidado para evitar a escotilha de latão mesmo sendo no lado do iate que era contrário ao cais. O MacBook Pro do Wilson estava lá, aberto, mas desligado. Havia uma cadeira de madeira em frente à mesa e ela sentou e apertou o botão para ligar o computador. Quando a tela se iluminou, ela desligou a lanterna e a colocou em cima da mesa. Havia três gavetas no lado direito da mesa e ela abriu a de cima enquanto esperava o Mac inicializar.

    Havia uma caderneta na gaveta e ela a pegou. Ela abriu a caderneta e os olhos dela se arregalaram quando ela viu o desenho na primeira página. Era uma caricatura, uma loira de olhos arregalados, com uma rabo de cavalo, sentada em frente à uma máquina de escrever antiga e acima da cabeça dela havia um balão de pensamento cheio de ursinhos de pelúcia. A loira tinha seios fartos esticando o material de uma blusa muito apertada e Kirsty inseguramente colocou a mão dela sobre o próprio busto. Ela havia visto Wilson com a caderneta durante a aula mas tinha presumido que ele estava tomando notas. Bastardo, ela sussurrou.

    O laptop inicializou, ela se inclinou e observou os ícones na área de trabalho. Havia apenas um documento do Word chamado O Bestseller. Kirsty balançou a cabeça com nojo. Ela tinha achado que ele estava brincando quando disse que esse seria o nome do livro dele.

    Ela clicou no arquivo e ele abriu. Ela leu os parágrafos iniciais com o olhar de nojo se tornando mais intenso em seu rosto. Bastardo, bastardo, bastardo, ela resmungou. Ela se levantou, ligou a lanterna, passou pela cozinha e abriu a porta do quarto. Havia armários acima da cama e ela os abriu. Dentro deles havia dois travesseiros extras, ela os tirou do armário e jogou em cima da cama. Um livro largo estava apoiado em um dos lados do armário e ao lado dele um volumoso estojo enrolável de couro. Ela pegou o livro e o abriu. Era um livro de medicina. Anatomia. Havia vários post-its marcando diversas páginas, todos relacionados com as articulações. Joelhos, cotovelos, quadris, o pescoço. Ela jogou o livro e pegou o estojo. Ela sabia o que ele continha pelo peso dele. O coração dela estava acelerado quando ela se sentou na cama e colocou o estojo no colo, segurando a lanterna com os dentes enquanto usava as duas mãos para desamarrar as duas tiras de couro que amarravam o rolo. Ela o abriu revelando uma dúzia de facas de aço reluzente com cabos pretos de madeira.

    Seu bastardo diabólico, ela murmurou enquanto encarava as facas. Agora ela sabia que tudo o que o Wilson havia escrito no livro dele era verdade. Ele estava planejando matá-la e desmembrá-la, escondendo o corpo Deus sabe onde. Ela ouviu o estrondo de um trovão, mais próximo dessa vez.

    Ela atou as tiras de couro novamente e se levantou. As facas não eram prova, mas o que Wilson tinha escrito no laptop dele com certeza era. Era praticamente uma confissão. Ela tinha que conseguir uma cópia e levá-la para a polícia. Daí eles iriam impedi-lo. Ela tocou o bolso traseiro de sua calça jeans para se assegurar de que o pen drive estava lá, abriu a porta e foi para a cabine principal, a filete de luz da lanterna passeando sobre o chão. Ela gritou quando a luz encontrou um par de botas pretas de cowboy.

    Surpresa! Era o Wilson. A voz dele era um sussurro delicado, quase inaudível sobre o barulho do vento e o tamborilar das gotas de água no casco.

    A lanterna caiu das mãos da Kirsty, bateu no chão e rolou para a parede. Ela se agachou, o coração disparado e agarrou a lanterna, agradecendo silenciosamente a Deus que a lâmpada não havia quebrado. Ela enfiou o estojo de facas embaixo do braço e segurou a lanterna com as duas mãos, passando o filete de luz pela cabine.

    Wilson havia desaparecido. Por um breve momento ela se perguntou se ela o havia imaginado, então houve um clarão de um relâmpago e ela o viu parado encostado no anteparo perto da mesa. O cabelo dele, preto como azeviche, estava molhado da chuva e a sombra dele se projetava na parede e no chão. Água pingava do rosto e ele estava sorrindo. E subitamente a cabine estava novamente na escuridão, ela estava procurando por ele com o filete de luz quando o estrondo de um trovão fez o estômago dela se contorcer. 

    Ele estava ao lado do computador, a mão dele descansando sobre o teclado. Você espiou, ele falou. Ela direcionou o filete de luz sobre o rosto dele. As roupas dele estavam encharcadas, mas ele estava sorrindo. Era um sorriso cruel, quase selvagem. Ele era alto e rijo, vestido todo de preto: Camisa, jeans, botas de cowboy e um casaco longo do qual água pingava no chão.

    Kirsty tentou dizer algo mas as palavras estavam presas em sua garganta. Eu, eu, eu...

    Sim, eu sei, falou Wilson. Ele deu um passo em direção a ela, ainda sorrindo.

    Ela levantou o estojo de facas. Eu sei o que você está planejando fazer, ela disse.

    O quê? O que exatamente você acha que eu estava planejando fazer, Kirsty?

    Você sabe.

    Me diz. Talvez tudo tenha sido só um terrível mal entendido.

    Relampejou e o estrondo do trovão veio logo em seguida. A tempestade estava bem acima deles. O barco balançava de um lado para o outro e Kirsty estava tendo dificuldade em manter o equilíbrio. Ela levantou o estojo de facas. Você está louco, ela disse.

    Ele sorriu tranquilamente. Eu estou um pouco chateado com a forma como você invadiu aqui, mas eu não diria que estou louco de raiva disso.

    Você sabe muito bem o que eu quero dizer, ela falou. Louco transtornado, insano.

    Ah fala sério, Kirsty. Você precisa relaxar. Vamos lá. Respira fundo.

    Kirsty apontou para o laptop com o estojo. Você ia fazer isso, não ia? Você ia me matar e escrever sobre isso.

    É uma história, Kirsty.

    Você ia fazer isso! De verdade!

    É um trabalho de ficção.

    Eu li, disse Kirsty. Eu li o que você escreveu. Você ia me matar. Daí você ia me desmembrar. Ela levantou o estojo de facas e balançou na frente dele. Com isso aqui! Seu bastardo, você tinha tudo planejado. Você ia me matar e escrever um livro doentio sobre isso.

    Wilson balançou a cabeça melancolicamente. Kirsty percebeu que ele tinha se mexido de uma forma que ela não conseguia mais ver a mão direita dele. Ela moveu o filete de luz, mas conforme ela fez isso, ele veio para frente. Ele estava segurando uma frigideira e a impulsionou contra ela, com força. Ela pulou para trás mas ele foi rápido demais e a frigideira bateu no estojo de facas e o arrancou das mãos dela. O estojo se abriu quando bateu contra a parede atrás dela e as facas se espalharam pelo chão.

    Wilson abanou a frigideira de um lado para o outro. Relampejou novamente. Kirsty se preparou para o estrondo do trovão que nunca veio.

    Kirsty recuou, o sapato dela atingindo uma das facas. Vai ficar tudo bem, Kirsty, disse Wilson.

    Ele se moveu para o lado, fora do filete de luz e o coração de Kirsty estava batendo acelerado enquanto ela tentava manter a luz nele. Você não tem medo do escuro, tem, Kirsty? disse Wilson.

    Kirsty se agachou, agarrou uma das facas com a mão esquerda e se levantou, segurando-a diante dela. Não chegue perto de mim, ela disse.

    Isso é meio desconfortável, disse Wilson. Você não é canhota. Seria muito melhor se você estivesse com a faca na sua mão direita.

    Pare de falar comigo, disse Kirsty. Ela abanou a faca de um lado para o outro. Ele estava certo. Parecia errado segurar a faca com a mão esquerda.

    Ele deu um passo em direção a ela e ela recuou, seu calcanhar esquerdo roçando em outra faca.

    Você deveria trocar, disse Wilson. Ter a faca na sua mão direita e a lanterna na esquerda. Confia em mim; você vai fazer um estrago maior se eu tentar fazer isso. Ele se arremessou à frente, tentando agarrar a mão esquerda dela, mas ela se contorceu para fora do agarrão e atacou com a faca. Ele pulou para trás, sorrindo. Viu, se você estivesse com a faca na mão direita, você teria me acertado.

    Eu só quero ir para casa, disse Kirsty com a voz trêmula.

    Mas você acabou de chegar, meu bem, disse Wilson. Ele apontou com o dedão para o quarto. Que tal uma rapidinha, pelos velhos tempos.

    Por favor, me deixe ir para casa.

    Meu bem, olha para você. Você é quem está com a faca. Você é quem invadiu. Quem é a pessoa que está sendo ameaçada aqui? Ele andou para a esquerda, fora da luz da lanterna e Kirsty a moveu para manter a luz nele.

    Ele atacou com a frigideira e ela bateu na faca. Kirsty gritou com a dor quando a faca rodopiou pela cabine.

    Na luz de um relâmpago ela o viu com a frigideira erguida. Quando a cabine entrou novamente na escuridão, ele desceu a frigideira contra a lanterna. O impacto quase arrancou o braço dela do ombro, mas ela conseguiu segurar a lanterna quando o vidro estourou e a luz se apagou. Ela arremessou a lanterna quebrada no lugar em que ela pensou que o Wilson estava, mas quando a lanterna atingiu a parede da cabine, ela soube que havia errado.

    Ela caiu sobre as mãos e joelhos e apalpou ao redor no escuro, tentando encontrar uma das outras facas.

    Relampejou e ela viu Wilson parado em frente à ela, um sorriso maníaco no rosto. A frigideira havia desaparecido e, no lugar dela, havia uma faca de cortar pão com a extremidade serrilhada. No momento em que Kirsty gritou, a cabine mergulhou em escuridão novamente. Ela recuou de quatro, a respiração vindo em arfadas irregulares.

    Kirsty, está tudo bem, sussurrou Wilson. É só ir com a maré. Vai acabar logo.

    Ela se sentou sobre os calcanhares e ergueu as mãos. Ela estava tremendo incontrolavelmente. Alguma coisa brilhou contra a palma de sua mão direita e daí veio a dor e a compreensão de que ele a tinha esfaqueado. Ela recuou, hiperventilando.

    Não lute contra isso, querida, ele disse. Vai ser tão mais fácil se você só deixar acontecer.

    Kirsty sentia sangue gotejando da palma de sua mão e a carne cortada estava ardendo tanto que os olhos dela estavam lacrimejando.

    Relampejou outra vez e ela viu Wilson agachado em frente à ela, um sorriso maldoso no rosto dele. Ele atacou com a faca e Kirsty ergueu as mãos no momento em que a cabine mergulhou em escuridão. A lâmina cruzou

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