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Sim ou Não: Como suas decisões cotidianas vão moldar sua vida para sempre
Sim ou Não: Como suas decisões cotidianas vão moldar sua vida para sempre
Sim ou Não: Como suas decisões cotidianas vão moldar sua vida para sempre
E-book268 páginas5 horas

Sim ou Não: Como suas decisões cotidianas vão moldar sua vida para sempre

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Sobre este e-book

O que fazer quando não sabemos o que fazer? Todos os dias, somos levados a fazer escolhas entre sim ou não, entre isto ou aquilo. De fato, nossas escolhas determinam nossa vida: Onde estudar? Que emprego ter? Com quem me casar? Onde morar? Quanto gastar? Que amizades cultivar?
Em meio a tantas decisões a tomar, podemos nos sentir paralisados, com medo de fazer a escolha errada ou confusos entre as inúmeras opções. 
Em Sim ou Não? Jeff Shinabarger nos ajuda a superar esses momentos de tensão e de transição, oferecendo caminhos certeiros que nos levarão às boas escolhas. Descubra como desenvolver sua habilidade de decisão, como dizer "não", e comece a criar seu próprio método de tomar decisões com eficácia, mesmo em situações difíceis.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de fev. de 2021
ISBN9786599206634
Sim ou Não: Como suas decisões cotidianas vão moldar sua vida para sempre

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    Sim ou Não - Jeff Shinabarger

    Escolhendo tomar decisões

    1. ISTO OU AQUILO

    O que fazer quando não sabemos o que fazer?

    No espaço entre o sim e o não há uma vida inteira. Trata-se da diferença entre o caminho que você trilha e aquele que você deixa para trás; é o abismo entre quem você pensava que poderia ser e quem você realmente é.

    — Jodi Picoult

    Eu tinha todo o roteiro perfeitamente planejado. Estávamos a caminho de uma pequena fazenda sustentável no norte do estado de Michigan – só eu e ela no meu Dodge Stratus, numa viagem de quatro horas à nossa frente. Uma ligeira camada de neve recém-caída cobria o solo, mas não era nada que pudesse nos atrasar. Meu entusiasmo diante do que estava para acontecer fazia com que eu sentisse meu coração três vezes maior que o normal e com a impressão de que isso era visível para quem estava ao meu lado. De repente, percebi que havia um grande elemento que eu não tinha planejado: quatro horas dentro do carro, somente eu e ela. Naquele dia, aprendi bem rápido que, quando tomamos uma decisão, precisamos encontrar a maneira mais clara e mais simples de comunicá-la aos outros.

    Fazia uma semana que eu e minha namorada não nos víamos, de modo que foi fácil começar a conversa: O que você andou fazendo? Não conversamos muito esta semana. Conte tudo. Isso durou quase dois quilômetros. Depois: Estou com fome. Vamos parar e comprar algo para comer durante a viagem.

    Paramos no YaYa’s Flame Broiled Chicken, um dos restaurantes prediletos da família Shinabarger, com uma deliciosa comida de estilo caseiro. Eu precisava de algo que me acalmasse. Pedimos para viagem e, com isso, ganhei meia hora. Falei em seguida sobre o jogo de basquete do Michigan State que eu tinha assistido na noite anterior. Caprichei nos detalhes, fazendo de tudo para esticar a conversa.

    Em seguida, inverti o jogo. Como está a faculdade? O que você tem feito por lá? A essa altura, eu tinha certeza de que ela era capaz de ouvir as batidas cada vez mais fortes do meu coração. Liguei o rádio para preencher o silêncio. Dei algumas olhadas no mapa, mostrei a ela um novo livro que havia comprado, pus um CD para tocar. Eu estava apelando para tudo o que podia a fim de não revelar a ela o que realmente tinha feito ao longo de toda a semana.

    O plano oficial para aquela noite era esquiarmos em uma estância de esqui. Depois de lermos o livro His Needs, Her Needs, estávamos tentando pôr em prática uma das sugestões ali expostas: aprender o que o outro membro do casal mais gosta de fazer e tentar fazer junto com ele e por ele [1]. Eu adorava esquiar e ela estava disposta a aprender. Uma viagem de esqui para o norte do estado era a desculpa perfeita para levá-la ao local perfeito, onde eu poderia lhe fazer uma pergunta capaz de mudar toda uma vida. Ela pensava que íamos somente esquiar. Às vezes, a vida nos surpreende.

    Cerca de meia hora antes de chegarmos ao nosso destino, eu já havia esgotado todos os assuntos possíveis de gerar uma conversa. Assim, comuniquei à minha namorada apaixonada por praia que já era hora de vestir trajes adequados à neve.

    Por que você não coloca mais umas camadas de roupa? Vista as calças de neve, malha, luvas, gorro… Eu ainda estava tentando ganhar tempo. Ela se aprontou e paramos naquela pequena fazenda que eu queria lhe mostrar antes de irmos esquiar. Quando saímos do carro, ela já parecia o Abominável Homem das Neves, mas eu pouco me importava. Lá fora a noite estava escura como breu e saímos andando por um caminho que desenhava um grande círculo. Eu conhecia o lugar como a palma da minha mão e sempre quis mostrá-lo a ela. Passamos pelos estábulos para ver todos os animais e nos dirigimos à parte dos fundos da propriedade, onde se vislumbrava uma suave luz de velas brilhando através das janelas de uma capelinha em forma de chalé suíço. Entramos naquela minúscula capela onde cabiam umas 20 pessoas, arrumada exatamente como eu havia pedido ao caseiro. No instante em que a porta se abriu, ela entendeu o que estava acontecendo. Caminhamos lentamente até o fundo da capela, onde me ajoelhei. Estávamos rodeados por coisas belas, mas naquele momento eu só via uma coisa – os olhos da mulher que eu amava.

    Ela disse sim, e sua decisão mudou nossas vidas para sempre.

    AS DECISÕES MUDAM TUDO

    É incrível o quanto estas duas palavras têm o poder de mudar tudo: sim ou não. A maioria das decisões se sintetiza nesse momento em que decidimos dizer sim ou dizer não. Acredito que as palavras sim e não são as mais poderosas do dicionário. Definem o que amamos, aquilo pelo que seremos conhecidos e o que faremos com nossas vidas. O sim e o não dão início a novas histórias e põem fim a antigos enredos. São palavras definitivas: palavras que mudam significativamente a trajetória da nossa vida. Quando dizemos sim ou não, nos encaminhamos para uma direção nova e mudamos o nosso futuro. O sim e o não determinam o número de horas que passamos no emprego, transformam um compromisso em relacionamento vitalício, forjam o nosso caráter em momentos de tensão, nos levam esbaforidos ao consultório médico para ouvirmos os batimentos cardíacos de uma criança, nos comprometem com as prestações do carro ou até da casa. São o sim e o não que nos deixam ansiosos para saber se um investidor vai decidir financiar nossa ideia ou apoiar uma causa social para ajudar os necessitados. A maioria das decisões se reduz a duas palavrinhas que definem tudo. Essas duas palavrinhas são sim e não.

    As escolhas acontecem a cada minuto todos os dias, mas algumas delas têm mais peso que outras. Por mais que fiquemos aflitos ao pensar sobre que roupa vestir de manhã ou aonde ir no próximo grande encontro, esses momentos de indecisão não se comparam com as escolhas que definem onde vamos morar, em que vamos trabalhar e com quem vamos nos casar. Se pensar no ano passado, é muito provável que se lembre de pelo menos três escolhas que definiram o seu ano. Se considerar sua vida inteira, vai se lembrar talvez de dez ou quinze decisões que definiram o que está fazendo hoje e a história que está vivendo. Esses foram momentos de definição em que você disse sim ou não; foram pontos de virada que o fizeram tomar o caminho que o trouxe até onde está hoje. Dependendo da palavrinha que você usa em cada situação, ela o encaminha para um determinado lugar ou para a direção oposta.

    As decisões são momentos de escolha. É isso ou aquilo. E, em geral, as opções são mais numerosas do que imaginamos. Cada decisão começa e termina em você. Não posso tomá-la por você; é sobre você que recai esse fardo. E, às vezes, esse fardo é bem pesado. O estranho é que, quanto mais pesada a decisão, mais os nossos ombros se elevam. A tensão endurece o pescoço enquanto o estresse faz os músculos dos ombros se contraírem quase até chegar às orelhas.

    Gosto de agrupar as decisões em três categorias: decisões cotidianas, momentos de tensão e épocas de transição.

    DECISÕES COTIDIANAS

    As decisões cotidianas são escolhas comuns que ocorrem a todo momento – quando, por exemplo, o garçom lhe pergunta se você quer uma salada junto com o jantar. Sim ou não? São momentos de escolha que exigem uma resposta imediata, e essa resposta muitas vezes decorre de uma série de decisões baseadas em avaliações feitas anteriormente. Será que estou priorizando a nutrição, o sabor ou a economia? No livro Blink, Malcolm Gladwell diz que essas decisões cotidianas são juízos instantâneos… imensamente rápidos; baseiam-se em fatias finíssimas da experiência. Mas também são inconscientes. E prossegue: Precisamos respeitar o fato de que podemos saber sem saber por que sabemos, e temos de aceitar que – às vezes – é melhor que seja assim [2]. Com frequência, o efeito cumulativo dessas escolhas cotidianas ou mesmo dos juízos instantâneos nos conduz a um determinado destino. No geral, porém, não compramos nem lemos livros em busca de respostas sobre as decisões cotidianas – apesar de serem elas que nos tornam especialistas em matéria de vida cotidiana.

    Desde a infância, começamos a tomar decisões cotidianas – desde o que e quando vamos comer até como e do que vamos brincar com nossos amigos. De vez em quando precisamos repensar esses padrões, mas, em geral, eles simplesmente passam a fazer parte daquilo que define a nossa singularidade. Já não precisamos aprendê-los ou mesmo pensar muito sobre eles; eles fluem naturalmente do nosso ser.

    Há outros momentos de decisões, contudo, que mudam a trajetória não só da nossa vida, mas também da vida de outras pessoas. São momentos de paralisia em que percebemos que precisamos de ajuda. Este livro será dedicado, em sua maior parte, a estes dois períodos de decisão: os momentos de tensão e as épocas de transição. Vamos começar analisando aqueles momentos cheios de tensão em que procuramos desesperadamente saber o que fazer.

    MOMENTOS DE TENSÃO

    Eu estava a caminho de um almoço de negócios num restaurante de um tipo de shopping center que não via até poucos anos atrás: em cima de um edifício-garagem. Saí da rampa e procurei uma vaga em meio aos outros carros na selva de concreto. Era um dia de semana e o estacionamento não estava cheio. De propósito, estacionei em uma vaga sem nenhum carro ao meu lado. Desliguei o automóvel e continuei sentado, imóvel. Era um daqueles momentos em que meus ombros ficam tensos. Todas as pessoas em minha esfera de influência queriam que eu tomasse uma decisão. Nada estava claro e, para onde quer que eu me voltasse, encontrava à minha espera outro problema, escolha ou decisão. A renda do meu projeto anterior tinha sido mais baixa que o esperado. Meu contador me passara um resumo do orçamento, cujos números não eram animadores. Quanto ao nosso próximo evento, parecia que perderíamos dinheiro com ele. Minha caixa de entrada transbordava e-mails de membros da minha equipe, pedindo que eu tomasse decisões que lhes permitissem prosseguir com o trabalho. Eu sentia que não estava sendo um bom pai, pois a tensão parecia minar minha capacidade de dar aos meus filhos a atenção que mereciam. Andrea estava frustrada porque eu não estava ajudando o suficiente em casa e em relação à família. Ao meu redor, inúmeras escolhas gritavam meu nome e, embora gritassem bem alto, eu não conseguia me concentrar o suficiente para escolher uma e não as outras. As opções da vida tinham se tornado mais abundantes que a minha capacidade de priorizar e decidir.

    Naquele instante, tudo o que eu desejava era ligar de novo o carro e sair da cidade. Queria deixar tudo para trás, abandonar tudo. No entanto, em vez disso, fiquei sentado no meu pequenino Toyota Prius contemplando a minha vida. Não queria tomar uma decisão sobre o que fazer a partir de então. Pensei: Bem que eu podia jogar o telefone pela janela e ir embora para um lugar onde ninguém soubesse meu nome. Eu estava cansado e, naquele momento, queria nunca mais ter de tomar uma decisão na vida.

    No entanto, um outro lado de mim sabia que eu estava fazendo exatamente o que tinha nascido para fazer – eu só precisava de um momento de calma para tomar decisões. Havia adiado muitas delas e não estava exercendo corretamente o meu papel de líder. Não sabia o que fazer; as possibilidades e as dúvidas eram muitas.

    O que fiz então, naquele momento?

    Tirei as chaves da ignição, abri a porta, peguei a bolsa e entrei no restaurante. Dei um passo à frente. Já sabia todas as respostas? Não. Mas continuei caminhando. Tomei a próxima decisão. Segui adiante. Lee Iacocca sabe do que estou falando: Nesse caso, o que fazer? Alguma coisa, qualquer coisa, desde que não fiquemos parados. Se decidirmos errado, vamos começar de novo, tentar algo diferente. Se ficarmos esperando até saber todas as respostas, talvez já seja tarde demais. Não temos de ver a escadaria inteira. Basta subirmos o primeiro degrau.

    Tomei a decisão de tomar decisões. Fiz uma escolha. Podia não ter todas as respostas, mas tinha pelo menos uma. Decidi seguir em frente e resolver a próxima questão.

    Os momentos de tensão incluem, além de mim, também muitos outros. É aí que surgem os tomadores de decisões: no meio dos problemas. Como afirmou Brad Lomenick, que escreve sobre liderança: Enquanto houver problemas no mundo, serão necessários líderes que tomem decisões difíceis [3]. Se nos momentos de tensão você tem a responsabilidade de resolver os problemas, é muito provável que esteja se tornando um tomador de decisões. O tomador de decisões se vê continuamente no meio de situações que exigem resolução de problemas; e outros esperam que ele proponha soluções. Você decide resolver problemas. Vê o que os outros não veem e toma decisões para mudar as coisas. Você quer tomar decisões que influenciem a sua vida, a vida da sua família e a das pessoas ao seu redor.

    Aviso de antemão: quanto mais fundo mergulhar na tomada de decisões, maiores serão os problemas que se apresentarão. No entanto, é no meio dessas tensões que os líderes são mais necessários. Se tem potencial para ser um tomador de decisões, nós precisamos de você. Precisamos que enfrente a tensão e decida sempre seguir em frente.

    ÉPOCAS DE TRANSIÇÃO

    Repetidas vezes as decisões cotidianas e os momentos de tensão se acumulam e acabam nos levando forçosamente a uma época de transição. As épocas de transição costumam ter um componente muito pessoal: nós nos vemos num conflito sobre a nossa vocação ou carreira ou sobre as finanças pessoais ou sobre uma escolha de vida, como casar, ter ou não ter filhos e comprar ou não uma casa. Essas épocas afetam diretamente o que desejamos fazer, como decidimos viver e as grandes escolhas do roteiro da nossa vida. Donald Miller captou essa realidade em seu blog enquanto se preparava para casar: O casamento nos ensina que, para nossa vida ter significado, precisamos tomar decisões. Não podemos ficar para sempre examinando o cardápio, nem podemos comer tudo ao mesmo tempo [4]. Trata-se de um lembrete incrível de como a vida é curta. As épocas de transição nos abrem perspectivas, mas também são dolorosas – aquele semestre, por exemplo, em que estamos a ponto de nos formar na faculdade e precisamos determinar o que fazer da vida e onde morar; aquele ano em que nos perguntamos se chegou a hora de largar o emprego para nos dedicarmos somente à vocação dos nossos sonhos; aquele mês em que a conta do cartão de crédito é maior do que aquilo que podemos pagar e precisamos mudar o estilo de vida para sair do déficit financeiro. Estas são épocas de transição – quando alteramos nosso modo de viver, quando a posição confortável em que nos encontramos está prestes a mudar radicalmente.

    Tanto as épocas de transição quanto os momentos de tensão são pontos da nossa vida em que percebemos que precisamos desesperadamente de orientação, discernimento e, no fim das contas, de uma decisão. É geralmente nesses momentos que buscamos conhecimento, recursos e pessoas que nos ensinem a decidir. Oramos, oramos e oramos, esperando um momento de clareza que nos permita seguir em frente. São também momentos em que, às vezes, temos de confiar em nossos instintos e na sabedoria das pessoas mais importantes para nós.

    SIM E NÃO

    Em um belo dia de novembro, fui de avião a Los Angeles para passar o dia inteiro sonhando e planejando um livro com meu grande amigo Charles Lee. Nós dois somos homens de ideias, temos grande admiração um pelo outro e íamos escrever juntos um livro sobre a criação de ideias. (De lá para cá, ele escreveu seu próprio livro sobre o tema, que é excelente.) Delineamos cerca de 80% do livro e me pareceu bom. Como lição de casa, começaríamos individualmente a escrever os primeiros capítulos para que depois pudéssemos explorar melhor as tensões de escrevermos juntos, exercitando nossa escrita coletivamente.

    A caminho de casa naquela noite, minha adrenalina voava tão alto quanto o avião. Mal podia esperar para contar tudo a Andrea. Eu me lembro claramente que, no dia seguinte, sentei-me com ela e contei todas as nossas ideias, esperando que ela ficasse tão animada quanto eu. Não demorou muito para que Andrea me trouxesse de volta à terra. Ela tinha a sensação de que eu não deveria me envolver no projeto. Não porque não queria que eu trabalhasse com Charles, pois gosta muito dele, e também gostava da ideia do livro. Na opinião dela era um tema excelente para que nós dois o partilhássemos e explorássemos; porém, ela simplesmente não tinha uma sensação boa quanto ao projeto. Desanimado, liguei para Charles, pedi desculpas e disse que não poderia participar. Não havia razão, mas nós dois sabíamos que uma escolha tinha de ser feita. Naquele dia escolhi confiar em minha esposa, e hoje, olhando para trás, percebemos que ela avistara no horizonte alguns sinais que eu não havia visto. É importante ouvir a opinião das pessoas que amamos; às vezes, elas pressentem certas coisas que não notamos.

    Algumas vezes, somos nós que tomamos as decisões, mas há ocasiões em que outras pessoas determinam o aspecto que a vida terá para nós. Nem todas as decisões são tomadas somente por nós e para nós. Quando aceitamos viver em um mundo onde não somos ilhas e sim, redes de pessoas interligadas, precisamos aprender a interagir no processo de tomar decisões. Às vezes, quando outra pessoa toma uma decisão que nos afeta, a única coisa que podemos fazer é decidir como reagir aos novos desafios. O modo como reagimos às decisões dos outros revela aquilo que valorizamos e que tipo de pessoa desejamos nos tornar.

    Apenas dois meses depois daquele momento de decisão, numa tarde de quinta-feira, eu estava reunido com dois amigos planejando um evento. Meu telefone tocou duas vezes seguidas. Era minha esposa e aquele era o sinal que havíamos combinado que significaria uma emergência. Assim, eu devia largar tudo o que estivesse fazendo para atender ao telefone. Enquanto eu passava à outra sala, as palavras explodiram na boca de Andrea:

    – Fomos considerados compatíveis!

    Ligado no modo planejamento de eventos, eu não entendi de imediato do que ela estava falando. Perguntei:

    – Com o quê?

    – Fomos considerados compatíveis com um bebê!

    – Um bebê? – respondi, incrédulo.

    – É. Acabaram de me ligar. É uma menininha. Ela nasceu há dez dias, aqui em Atlanta, e estão perguntando se queremos adotá-la. Nós podemos ir buscá-la na segunda-feira.

    Tenho certeza de que, naquela hora, minhas sobrancelhas subiram até tocar a raiz dos cabelos. Minha mente disparou. Segunda-feira? Bebê? Vou ser pai?

    Andrea esperou por um momento, e perguntou:

    – Então, posso dizer que sim?

    SIM! Sim, é claro!

    – O nome dela é Jada.

    Ligamos para os familiares e amigos mais íntimos e, logo em seguida, fizemos o que todos os bons americanos jovens fariam naquele momento: atualizamos o nosso status no Facebook para dizer ao mundo que seríamos pais – na segunda-feira seguinte. E aproveitamos para dizer que não tínhamos absolutamente nada – cadeirinha para carro, fraldas, chupetas, mamadeiras – para receber o bebê.

    Nos três dias seguintes, nossa comunidade nos cobriu com uma chuva de presentes. A

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